Gehe zum Inhalt

Warenkorb

Warenkorb leeren
Einkauf beenden
Gesamt:
Warenkorb anzeigen Warenkorb verstecken
Vollbild

blogdoalan

January 27, 2010 22:00 , von Alan Freihof Tygel - | Es folgt noch niemand diesem Artikel.

Blog do Alan, contém pensamentos saídos diretamente da minha cabeça.


14 anos de Eldorado dos Carajás...

April 8, 2010 21:00, von Alan Freihof Tygel - 0no comments yet

Estencil_jornada_2010_2

*Texto publicado originalmente em http://www.soltec.ufrj.br/.

17 de abril de 1996. Um grupo de Sem-Terras bloqueava a rodovia PA-150, protestando contra a demora na liberação de terras para a reforma agrária. De um lado da estrada, vieram os comandados de Mário Collares Pantoja. Do outro, os do major José Maria Pereira de Oliveira. Acuados na Curva do S, atingidos por bombas de gás lacrimogênio, os Sem-Terra reagiram utilizando seus instrumentos de trabalho: foice, enxada e facão. A polícia atirou.

O resultado: 19 mortos e 79 mutilados ou feridos, todos Sem-Terra. O detalhe: os trabalhadores foram mortos após serem dominados, com claros sinais de execução.

Já seria trágico e triste o suficiente se estivéssemos nos lembrando apenas dos 14 anos do Massacre do Eldorado dos Carajás. Dói ainda mais saber que, além da chacina, são 14 anos de impunidade. Dos 155 policiais que participaram do massacre, 146 foram condenados, incluindo os dois comandantes. No entanto, nenhum deles faz parte dos 422.373 presos detidos nas 275.194 vagas do sistema carcerário brasileiro*, ao contrário de alguns Sem-Terrra.

A tragédia assume contornos ainda mais dramáticos quando notamos que Cezar Peluso, ministro do Supremo Tribunal Federal indicado pelo presidente Lula e próximo presidente do STF, foi quem concedeu o habeas corpus em 2005 para que Pantoja e Oliveira, condenados à pena máxima, aguardem em liberdade até que as infinitas instâncias de recurso se esgotem.

Duas constatações sobre a sociedade brasileira saltam aos olhos ao analisarmos este episódio. A primeira, mais gritante, é a criminalização dos movimentos sociais. O MST reivindica uma reforma agrária que nos leve a uma sociedade igualitária, solidária, humanista e ecologicamente sustentável. Mexe com isso nos mais profundos interesses dos poderosos deste país, e por isso traz contra si governos e a grande mídia, ambos subordinados ao grande capital.

A segunda constatação salta menos aos olhos, talvez por estarmos tão fartos dela. Nossa estrutura judiciária arcaica, que de um lado condena, e de outro absolve, num jogo cruel em que sabemos sempre quem vence no fim. E o juiz que define o vencedor é indicado pelo presidente.

Movimentos sociais são o povo organizado. Devem ser apoiados pela universidade e consultados na construção de políticas públicas. Devem, sobretudo, ser respeitados. Querer uma sociedade mais justa não é crime. Defender seus direitos não é crime.

Lutar não é crime.

 

Para saber mais, veja aqui ou aqui.

 

*Dados de 2007 - Infopen



A nova onda do momento instantâneo

April 7, 2010 21:00, von Alan Freihof Tygel - 1One comment

Quem está atento ao noticiário sobre a tragédia carioca deve ter percebido que a nova onda do momento instantâneo é culpar o governo federal pela falta de repasses de uma tal verba para situações emergenciais. Segundo bradam os noticieiros de plantão, e os ouvintes atentos, a Bahia, vejam só, a BAHIA recebeu a maior parte dessa verba, da qual não veio um tostão para o Rio.

Só podem estar de brincadeira. Imagine você, morador do Tocantins, imagine a senhora moradora do Acre, de Rondônia, ouvindo sobre o descaso do governo federal em relação ao Rio... O Rio da novela, do Leblon, o Rio que já recebe uma grana preta dos royalties. Beira o ridículo. Aliás, não dá pra não lembrar da onda instantânea anterior, essa dos royalties. Bueno, onde está este dinheiro agora? Onde está o investimento na infra-estrutura a que ele se destinava?

Até parece que o problema é falta de dinheiro, é realmente lamentável a nossa situação política, e essa mídia idiota que vive inventando argumentos mais idiotas ainda para justificar o injustificável.

Ora a culpa é dos moradores, esses teimosos que insistem em construir seus barracos em áreas de ricos e riscos. Ora a culpa é do governo anterior, ora é do governo federal. Pra mídia, o importante é mudar o culpado a cada segundo, fazendo um carrossel perverso que só confude e esconde.

No embalo, um artigo publicado no observatório das metropoles.

Abraços ilhados do alto do morro.