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27 de Janeiro de 2010, 22:00 , por Alan Freihof Tygel - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Blog do Alan, contém pensamentos saídos diretamente da minha cabeça.


Para Jojo e Vitú, com amores

15 de Janeiro de 2015, 14:33, por Alan Freihof Tygel - 1Um comentário

Era uma vez uma cidade na beira do mar. Lá se viviam muitas alegrias e tristezas, para alguns mais alegrias, pra outros, mais tristeza, que nesta cidade estas coisas não eram lá tão bem divididas. Dividida era mesmo essa cidade, os contrastes entre ricos e pobres, brancos e negros, asfalto e morro, baixa e alta, centro e periferias, isso era coisa difícil de se esconder. Esta cidade tem tudo isso, mas também é uma cidade de encontros. Foi nessa cidade, e não poderia ter sido em nenhuma outra, que nasceu o samba.

Uma cidade da rua, do calor, da fé e da festa, onde a vida é uma eterna celebração dos deuses e dos orixás. A cidade preferida de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Gal Costa, Vinicius de Moraes, Gordurinha, Maria Bethânia, era um lugar onde a música ditava o ritmo da vida. O som do tambor embala o dia a dia, espremido no ônibus, preso no trânsito. Mas nesta cidade também chega o fim da tarde, e com ele, a brisa do mar e cerveja da esquina.

Era uma vez uma cidade que eram duas. Eram duas vezes uma cidade que eram duas mil. São Jorge ou São Sebastião, cajá ou cajarana, Porto do Barra ou Arpoador, roda de samba ou samba de roda, jongo ou ijexá, bicho, mén, são detalhes tão pequenos só engrandecem essa cidade.

Era uma vez um menino. Um menino que pensou que saia dessa cidade. Pensou que deixava sua família, seus amigos, sua amigas. Também pensou que deixava uma menina.

A menina também pensou que havia ficado longe seu amor. Sabendo que não havia a menor condições de ficarem separados, resolveu também mudar de cidade para continuar na cidade.

E assim, ao invés de uma família, hoje têm duas, ao invés de um punhado de grandes amizades têm dois. E o encontro que se celebra hoje não é somente entre duas pessoas. De tanta gente que passou nestas idas e vindas, de um lado para o outro, o que acontece hoje é bem mais. É também o encontro entre duas cidades que nunca se desencontraram.

Por todas essas, e mais tantas outras, hoje é dia de tomar algumas... algumas decisões que a humanidade não pode mais postergar.

A partir de hoje, fica decretada que a distância entre Rio e Salvador não deve passar de 5 suspiros; fica instituída também a união entre o Bairro de Fátima e a Barroquinha; Copacabana e Pituaçú passam a partir desta data a compor o mesmo território, assim como o Garcia e Santa Teresa. O Trapiche Gamboa passa a ocupar a praça Teresa Batista.

E o Vaca Atolada e o Suvaco de Cobra não são mais lugares diferentes. Subindo a ladeira da Barra chegamos na Rocinha, descendo a do Curuzu chegamos em Acari. O metrô de São Cristóvão, cinco estações depois desce na Lapa, e subindo a Joana Angélica chegar-se-á na Lapa, a outra, que depois do Bar da Cachaça deságua no Pelourinho.

A Praça Castro Alves nada mais é do que a outra face da Urca, e do Jazz no Mam à Orquestra do outro Mam não são precisos mais do que três abraços. Haveria melhor lugar para o Circo Voador do que o Rio Vermelho? Não há razão para que o Aterro fique fora do Parque da Cidade.

E por razões africanas e italianas, mas muito mais brasileiras, eu vos declaro, tão cariocas quanto baianos, felizes para sempre.



Cheguei, meu povo (pra trabalhar!)

14 de Janeiro de 2015, 20:18, por Alan Freihof Tygel - 1Um comentário

Quem tá com calor aí pede um café com leite e um sanduíche de queijo brie com pepino em conserva! Magrinho, quer ganhar dinheiro? Ainda não tem ninguém vendendo pau-de-selfie na Alemanha!

Primeiras impressões:

  • Pra um judeu, ser abordado por policiais alemães não é nada agradável. Ainda bem que gastei meu alemão e deu tudo bem. Entrei com 1 litro de dendê, 2kg de farinha 3 litros de cachaça. De tristeza não morro mais.
  • Mais triste ainda é ser abordado pela polícia alemã é ser abordado por um alemão pobre pedindo dinheiro. O cara queria 25 euros "pra interar a passagem". Quase dei a mão pra ele e fui pedir junto. Há bastante coisa de podre nesse reino. Fiquei pensando se tenho mais cara de gringo na Bahia ou aqui.
  • Vim no vôo da Bahia, e o que aconteceu com o negão estilo professor de Swing Baiano? Foi o único revistado no raio-X em portugal....
  • Na hora de emitir o bilhete do trem que havia comprado pela Internet em Frankfurt a moça implicou porque havia dado como identidade o passaporte Belga. Disse ela: só podia dar o passaporte alemão, estrangeiros tinham que dar o cartão de crédito. Ahn? Cartão de crédito como identidade? O que isso quer dizer? É o fundo do poço mesmo, quando aquilo que te torna cidadão frente ao estado é um negócio de plástico emitido por uma empresa privada. Antes vir, minha mãe recomendou avisar ao cartão que eu ia viajar. Eu disse: o cartão sabe até a cor da minha cueca. Sabe tudo que eu faço, então faz sentido ele ser minha identidade né?
  • Chegando na estação de Bonn, fiquei pensando se pegava um táxi ou vinha andando. Decidi economizar e vim andando da estação até o albergue. Uns 10 a 15 minutos com uma mochila (com outra dentro), uma mala pesadíssima e um violão. Não estava muito menos de 0, mas cheguei suando com a mão quase congelada. Muito estranho.
  • Muito obrigado a todas as amigas e amigos que estiveram comigo nas últimas despedidas em Ubatuba, BF e Bahia. Foram momentos fantásticos que certamente vão me ajudar (junto com o dendê, a farinha e cachaça) a ficar bem esse tempo aqui.

beijos!