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blogdoalan

27 de Janeiro de 2010, 22:00 , por Alan Freihof Tygel - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Blog do Alan, contém pensamentos saídos diretamente da minha cabeça.


Quer entender bem o que é economia solidária?

19 de Maio de 2011, 21:00, por Alan Freihof Tygel - 0sem comentários ainda

Veja os depoimentos na Audiência Pública sobre o PL865, que tenta juntar na mesma Secretaria Nacional, Economia Solidária e Micro e Pequenas Empresas:

Tiana


Erundina:



Sobre a PL865

12 de Maio de 2011, 21:00, por Alan Freihof Tygel - 0sem comentários ainda

Bom dia,

Meu nome é Alan, sou Engenheiro Eletrônico e de Computação, e pesquisador do Núcleo de Solidariedade Técnica, o SOLTEC/UFRJ há cerca de dois anos. Neste período, pude participar de atividades de extensão, pesquisa e ensino, todas elas ligadas de alguma forma à Economia Solidária.

Quando penso em alguém que ouve o termo "Economia Solidária" pela primeira vez, lembro logo da frase que ouvimos frequentemente: "Mas como pode, uma economia ser solidária? Afinal de contas, economia é quando lutamos pelo nosso pão de cada dia, pelo nosso suado dinheiro; e a solidariedade é muito bonita, mas não podemos viver só dela, é preciso ganhar dinheiro!"

Longe de ser uma caricatura, esta frase possui duas falhas fundamentais. Comecemos pela primeira.

O termo economia vem do grego, e significa "administração da casa". Portanto, considerar a economia como sendo o momento da competição quase irracional em que seres humanos lutam por bens escassos, é considerar que só há uma maneira de administrar bem uma casa: competindo com a casa ao lado, num modelo onde o sucesso de um é condicionante do fracasso do outro. É partir do pressuposto de que existe apenas um modelo possível de economia, o modelo da competição.

Em segundo lugar, associar a solidariedade ao ato de dar sem receber nada em troca é considerá-la como ajuda, assistência, desprendimento. Falácia. Na ótica da economia solidária, solidariedade quer dizer responsabilidade recíproca. Eu sou responsável por você, e você por mim. Todos temos responsabilidade sobre todos. E sobre o território em que vivemos, sobre o ar que todos respiramos, a comida que comemos.

Ao nosso amigo que se espantou com a junção de palavras tão fortemente antagônicas e quer saber como uma economia pode ser solidária, explicamos: Na economia solidária, o sucesso da administração da minha casa se dá quando todas as casas dos meus vizinhos e da minha comunidade têm sucesso. Ao invés da competição entre a melhor administração de casas, lutamos por um modelo em que todas as casas existam, e tenham água, luz e esgoto. Todas, sem exceção.

Como engenheiro a serviço da economia solidária, tenho especial interesse pela tecnologia social. E dela surge a pergunta fundamental: depois de 5 anos na faculdade, e mais dois no mestrado aprendendo a produzir tecnologia voltada para quem pode pagar cara por ela, como pensar em outras tecnologias apropriadas à empresas autogestionárias, movimentos sociais e comunitários, cooperativas? Será que pessoas e instituições que olham o mundo pela lógica da cooperação podem se utilizar do mesmo conjunto de ferramentas que aqueles que fecham sua visão na ótica da competição?

Apesar da pouca experiência, fica claro que a resposta é não. Assim como a máquina dos Tempos Modernos de Chaplin foi feita para alienar, os avançados sistemas de gestão integrada usados hoje nas grandes empresas são feitos para dividir e controlar o trabalho, permitindo que uns poucos iluminados definam os rumos das organizações.

Portanto, da mesma forma que cada projeto econômico demanda sua própria tecnologia, a política pública para cada um deles deve ser diferenciada. E é exatamente por este motivo que não podemos aceitar que a economia solidária seja subordinada aos mesmo interesses que as micro e pequenas empresas.

Sabemos dos avanços que a política pública para o desenvolvimento econômico solidário vem conquistando. Sabemos também que hoje, dentro do Ministério do Trabalho, talvez não estejamos no lugar mais adequado. Mas é certo que mudar para a pasta das micro e pequenas empresas seria um retrocesso histórico. Seria simplesmente ignorar as diferenças entre dois modelos antagônicos.

O exemplo vivido hoje no morro Santa Marta ilustra bem as diferenças ideológicas no se que pretende dizer com o termo desenvolvimento. Favela considerada modelo do governo do Estado, os moradores do Santa Marta vêm sofrendo as consequências do desenvolvimento: explosão nos preços dos alugueis, empresas privadas externas oferecendo serviços e uma alta insustentável no custo de vida. O resultado são os caminhões de mudança que frequentemente são vistos na entrada do morro, levando embora aqueles que não puderam arcar com este desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o SEBRAE incentiva o empreendedorismo individual para aqueles que já têm um capital inicial poderem explorar aqueles que não o tem. Tudo na lógica individualizada, cada um por si.

Em contrapartida, o SOLTEC/UFRJ vêm implementando nesta favela e em outras três, o projeto Rio Economia Solidária. Assim como o anterior, o objetivo é o desenvolvimento. Mas agora, ele é solidário, no sentido da responsabilidade recíproca. Não basta que uma empresa se dê bem; é preciso que todos os trabalhadores-moradores do Santa Marta que desejem se associar e construir um empreendimento solidário possam receber apoio. Este empreendimento não deve se preocupar apenas consigo; deve se preocupar com o desenvolvimento de seu território, com a preservação do meio ambiente e com o respeito às diversidades de raça, gênero, religião e cultura. E este é o objetivo do Rio Economia Solidária: promover um desenvolvimento econômico solidário, que possa beneficiar igualmente a todos os moradores.

Essas contradições, portanto, nos apontam no sentido de que a Economia Solidária, vista como modelo alternativo de desenvolvimento, possa ter seu espaço próprio dentro da estrutura do Governo Federal. A SENAES, pela qual batalhamos duramente nos últimos 8 anos, merece avançar para se tornar uma pasta autônoma, seja ela um Ministério ou uma Secretaria Especial. Isto já foi expresso como vontade do movimento, na II CONAES, e volta à tona neste momento de indefinições. Então, com esta pasta autônnoma, poderemos avançar nas políticas públicas específicas para a Economia Solidária, ajudando a construir um país mais justo e igual.

Muito obrigado.

 



POR UMA DEFENSORIA COMPROMETIDA COM A VIDA E COM A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

4 de Maio de 2011, 21:00, por Alan Freihof Tygel - 0sem comentários ainda

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A cidade do Rio de Janeiro passa por momento único em sua história com os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Este momento, marcado por grandes intervenções urbanísticas que visam possibilitar tais eventos, deixam um legado de destruição.

Pela primeira vez na história do nosso estado e da capital do Rio de Janeiro as três esferas de Poder político – Federal, Estadual e Municipal- estão juntos no que chamam de pacto federativo, com bilhões de recursos da União aplicados no Estado. Isto tinha que significar desenvolvimento dos valores humanos e garantia dos Direitos Sociais. Ao contrário disto, estes bilhões têm servido ao desenvolvimento do capital, da especulação imobiliária e da criminalização da pobreza.


A cidadania está agonizando no Rio de Janeiro!


Todas as conquistas institucionais dos Movimentos sociais ao longo das últimas duas décadas estão sendo varridas para o ralo pela correnteza do “Pacto Federativo”, que empodera o Prefeito Eduardo Paes para que se despeje, remova, altere legislação urbanística a serviço da especulação; empreenda incursões do Choque de Ordem em flagrante atentado ao estado democrático de direito; proceda a mais perversa exclusão espacial criando guetos periféricos; expulse do convívio da classe média e das áreas “valorizadas” os empobrecidos; declare guerra às ocupações organizadas pelo movimento social; persiga o trabalhador informal e realize arbitrariedades contra os moradores em situação de rua.


Estamos vivendo em um Estado de Exceção onde o capital por meio dos governantes e “apoio”de grande parte da mídia, vêm dinamitando O Estado Democrático de Direito e as Instituições Públicas que tenham na sua missão a defesa dos Direitos Sociais.


Para impedir qualquer chance de vitória de suas vítimas no Judiciário o Prefeito Paes reuniu com juízes das varas de Fazenda Pública do Estado, com membros do Ministério Público e com o Presidente do Tribunal, com o motivo (publicado pelos jornais) de informá-los de como se dariam as remoções e desapropriações, e de garantir que não fosse concedida qualquer liminar que buscasse proteger o direito à moradia das comunidades atingidas.


AGORA É A VEZ DA DEFENSORIA PÚBLICA! Não basta para eles impedir decisões judiciais favoráveis aos empobrecidos. Agora buscam impedir o acesso a Justiça!!!!


A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, primeira do Brasil, tem cumprido o papel histórico de vanguarda na sua Organização Institucional em defesa dos direitos dos empobrecidos. Sua atuação vem orientando a criação e organização de Defensorias em vários Estados. A instituição de Defensorias Públicas e a defesa da dignidade humana prescritos na CRFB encontraram eco na DPRJ que reconhecendo o antagonismo entre lucro e vida, tem se aproximado cada vez mais do Art 6° da Constituição e seus Direitos Sociais. Em cumprimento de sua missão aproximou-se das organizações cidadãs de seus assistidos e organizou-se em núcleos de atendimentos especializados em causas coletivas.


Nesta conjuntura de ataque organizado a massa excluída, a Defensoria Pública transformou-se em importante trincheira de resistência do povo em luta por Justiça. Isto a transformou em alvo da tirania.


O slogan que levou o atual Defensor Geral ao Poder – DEFENSORIA PARA OS DEFENSORES - é o retrato de um retrocesso orquestrado. A pessoa certa no lugar certo, na hora certa. Comprometido apenas com as melhorias de carreira e com seus apaniguados cumpre com maestria e truculência a missão de desmonte da Instituição Democrática e de avanço do projeto de exclusão e extermínio em curso no Estado do Rio de Janeiro.


QUEREM IMPEDIR NOSSA DEFESA !!!!


Para merecer o apoio e aplauso do Executivo, o Defensor Geral vem executando o extermínio progressivo dos focos de resistência institucional, que eram o Núcleo de Terras, o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e o Núcleo do Sistema Penitenciário. Ainda, para realizar essas mudanças com mais facilidade, foi preciso minar o projeto de ouvidoria externa, uma luta histórica da sociedade civil, elegendo pessoas internas (!) a instituição, quais sejam dois defensores públicos aposentados.


O ápice desta política se deu na manhã do dia 29 de abril de 2011, quando a sala onde eram feitos os atendimentos do Núcleo de Terras teve sua porta fechada, com a presença de seguranças, com o propósito de impedir o acesso dos Defensores e estagiários àquela dependência, sem que fosse dada qualquer explicação. Até mesmo a guarda municipal foi chamada para tentar retirar os estagiários que questionaram essa decisão, à força! Posteriormente todos os estagiários foram SUMARIAMENTE DEMITIDOS, avisados de tal ato por um telegrama!


A DEFENSORIA PÚBLICA É CONQUISTA DO POVO ORGANIZADO, EM LUTA PERMANENTE POR JUSTIÇA E PELOS DIREITOS SOCIAIS !!!

EXIGIMOS RESPEITO E FORTALECIMENTO DOS NÚCLEOS ESPECIALIZADOS E ELEIÇÃO DECENTE DA OUVIDORIA EXTERNA !!! NÃO AS REMOÇÕES!!! TERRA E MORADIA NÃO É MERCADORIA!!!!