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Empreendimento de Economia Solidária

SUMATRA - MS Empreendimento de Economia Solidária

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12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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O Assentamento Sumatra foi criado em 1991 e tem uma área total de cerca de 5 mil ha divididos originalmente em 149 lotes. A área média de cada família é de 20 ha. A pecuária de leite é desenvolvida pela maioria dos/as assentados/as. Grande parte das famílias também trabalha na criação de pequenos animais, produção de hortaliças, beneficiamento de mandioca, cana-de-açúcar, e de frutas nos quintais produtivos. 

De maneira geral, a maioria dos lotes está sendo estruturada para a produção de leite, mesmo que em pequena quantidade e com baixo uso de recursos externo. Todas as famílias trabalham com culturas de subsistência (feijão, milho, mandioca) nos lotes individuais, algumas delas trabalham também com frutas (maracujá, limão, manga, laranja, poncã) nos quintais produtivos, e muitas trabalham com olericultura em pequena escala (melancia, melão caipira, cabotiã). A criação de pequenos animais também é feita na grande maioria dos lotes (galinhas, patos/as, angolas). Algumas famílias trabalham também com a criação de ovinos e outras com a criação de abelhas (nativas e africanizadas).

Entre as atividades produtivas do Assentamento, merece destaque a cultura da cabotiã, que é uma das maiores culturas cultivadas com fins comerciais. Como a cabotiã é um híbrido estéril, os/as produtores/as são obrigados a plantar alguma outra espécie de abóbora para fornecer pólen. No entanto essa produção que é obtida do polinizador acaba não tendo mercado para o produto in natura e acaba sendo perdido nas propriedades.

As iniciativas com beneficiamento da produção começaram recentemente, a partir de um curso ministrado pela Agraer[1]. Depois deste curso as mulheres estão produzindo para a comercialização na Feira no Município. Foram vendidos também na festa do peão de rodeio em Bodoquena (exposição dos produtos) e na festa da mandioca realizada no Assentamento Sumatra (tradição no Assentamento).

A partir de 2009 a Associação contou com a contribuição de um Agente de Desenvolvimento Rural contratado pelo SENAR que ajudou na organização do grupo de mulheres no Assentamento, e organizou uma visita ao PA Santa Lúcia, em Bonito, onde o grupo conheceu uma experiência apoiada pelo PPP-Ecos, o projeto Pé da Serra. Com esta visita o grupo se animou e trabalhou uma proposta de projeto o edital do PPP-Ecos.

Em 2010, em parceria com o PPP-Ecos, conseguimos apoio para o trabalho do grupo de mulheres do Assentamento, onde foi instalada uma agroindústria comunitária para fabricação de doces, geléias e polpas de frutas nativas (cerrado e mata atlântica) e de plantas cultivadas. Posteriormente, com recurso do FIS[2] através de emenda parlamentar, instalamos uma panificadora que criou mais outra fonte de renda para as mulheres do assentamento.

No ano de 2010, com apoio do MDA/SAF[3], o grupo recebeu capacitações sobre boas práticas de produção de alimentos, o que tornou possível finalizar processo de regularização da agroindústria, obtendo assim o SIM[4]. Foi quando o grupo passou a ter maior visibilidade com a criação da identidade visual da associação por meio de sua logomarca, rótulos e cartões de visita.

Em Setembro de 2011 fez a primeira venda de produtos no mercado institucional (PAA).  Além deste mercado, os produtos são comercializados na feira municipal, na Central de Comercialização de Economia Solidária em Campo Grande, e diretamente ao consumidor.  Este contrato, CPR Doação Simultânea - MS/2011/02/0065, no valor total de R$ 225.000,00 para o ano de 2012 envolveu 50 (cinquenta) agricultores/as do PA Sumatra e previa a entrega dos seguintes produtos: Banana -19.790 kg, Batata Doce - 4.000 kg, Abobora - 29.000 kg, Bolo de Mandioca - 3.000 kg, Doce de Abobora - 5.000 kg, Feijão - 10.000 kg, Laranja - 10.000 kg, Limão - 7.000 kg, Maracujá - 8.000 kg, Melancia - 9.000 kg, Milho Verde - 30.000 kg, Pão de Abobora 2.375 kg, Pão de Mandioca - 2.375 kg, Mandioca c/ casca - 20.000 kg, Tangerina - 7.000 kg, Melão - 7.000 kg.

Em outubro de 2012, após uma avaliação feita com apoio de uma consultoria fornecida pelo SEBRAE, onde foram analisados todos os custos de produção da agroindústria e da padaria, levando em conta que os preços praticados pelo PAA são tabelados pelo próprio programa, e que estes não estavam cobrindo os custos de produção, a APAS propôs para a Conab a renegociação das quantidades e valores do contrato. Foi feito assim o acordo de fornecer por mais um mês com os preços originais e no novo projeto, que seria apresentado em seguida, os preços levariam em conta os custos de produção. Este projeto ainda está em fase final de elaboração para ser apresentado à CONAB.

Ainda em 2012 a APAS começou a trabalhar em um novo mercado, beneficiando a mandioca produzida no Assentamento e entregando em três mercados de Bodoquena. A mandioca é entregue já pré-cozida e embalada. Estão sendo feitas duas entregas semanais de 200 kg de mandioca pré-cozida.

 



[1]     Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural do Mato Grosso do Sul

[2]     Fundo de Investimentos Sociais

[3] Ministério do Desenvolvimento Agrário

[4] Selo de Inspeção Municipal


Categorias

Mato Grosso do Sul, Agropecuária, Alimentação, Cadeia da fruta, Produção, comercialização e consumo, Políticas públicas, Agroecologia, Mulheres, Agricultura Familiar, Desenvolvimento territorial
Tags deste artigo: reforma agrária bodoquena ppp ecos agroindústria sociobiodiversidade