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Cibercultura

4 de Setembro de 2014, 4:18 , por Caio - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Nas décadas de 70 e 80 grande parte da população mundial começa a ter acesso aos equipamentos e dispositivos como walkman, vídeo-cassete, controle remoto, que, ao invadirem nossas casas, o local de trabalho, nosso cotidiano, proporcionaram o enraizamento de uma prática de disponibilidade. Santaella (2007) caracteriza esse período como um momento de transição entre a cultura de massas e a cibercultura, processo que a autora categoriza como cultura das mídias. Lemos e Levy (2011) não observam a transição da cultura de massas para a cibercultura como uma cultura distinta, para estes autores foi entre a decáda de 70 e 80 que se deu o início da cibercultura.

Tanto Santaella, como Lemos e Levy compreendem a cibercultura como o contemporaneo. Não estaria no futuro, no devir, mas nosso cotidiano, no hoje.  Em constante uso de tablets, smartphones, home banking, cartões inteligentes, celulares, palms, pages, voto eletrônico, imposto de renda via rede, entre outros dispositivos e artefatos que alteraram as formas sociais previamente existentes. A cibercultura é a forma sociocultural que emerge da sinergia entre a sociabilidade pós-moderna, a evolução da cultura técnica moderna, as tecnologias de base micro-informática e a convergencia das telecomunicações nas redes telemáticas mundiais. A cibercultra é a fotografia do complexo arranjo social que entrelaça informática, comunicação e cultura. (LEMOS, 2003) Juntamente com a cibercultura, emerge o paradigma informacional, cujo o fundamento é o “domínio cientifico da natureza não apenas para transformá-la material e energeticamente, mas para traduzi-la em dados binários, em informação”. (LEMOS; LEVY, 2011, p.22) 

Lemos e Levy observam três princípios na cibercultura. O primeiro, a liberação da palavra, “que se dá com o surgimento de funções comunicativas pós-massivas que permitem a qualquer pessoa...consumir, produzir e distribuir informação”. (LEMOS; LEVY, 2011, p. 25) A conexão e a conversação mundial, ou inteligência coletiva mundial, o segundo, “a circulação da palavra em redes abertas e mundiais criam uma interconexão planetária fomentando uma opinião pública ao mesmo tempo local e global”. (LEMOS; LEVY, 2011, p. 25) Por fim, a reconfiguração do sistema infocomunicacional, “aparecem dois sistemas em retroalimentação e conflito...o massivo e o pós-massivo”. (LEMOS; LEVY, 2011, p. 26)

Este arranjo tecnosocial está definitivamente nos envolvendo, alguns pesquisadores como Amber Case afirmam que estamos nós tornando uma versão de Homo sapiens olhadores de tela e clicadores de botão, e provoca: será que essas máquinas vão nos conectar ou nos conquistar no final das contas? Assita a palestra dela no TED Woman em 2010.

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LEMOS, André. Alguns pontos para compreender a nossa época. LEMOS, André; CUNHA, Paulo (Orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003, p. 11-23

LEMOS, André; LEVY, Pierre; O futuro da internet: Em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus. 2010.

SANTAELLA, Lucia; Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007.

Definição de Cibercultura na Wikipédia.


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