O Brasil é um dos países com maior concentração midiática do mundo, com alguns poucos megagrupos controlando diversos meios de comunicação (TV, rádio e jornais impressos).

Uma pena que o projeto Donos da Mídia, iniciado por James Gorgen durante o mestrado em 2008 (aqui), mudou desde 2016, e a versão atual não mostra os grupos e donos. Ficamos apenas com o consolo de alguns dados desatualizados na wikipedia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Donos_da_M%C3%ADdia.

Na primeira versão dessa postagem, falei "Saravá outros pesquisadores, entidades ou articulações entre ambos se animam em manter um observatório da concentração midiática no Brasil com dados atualizados..." , na verdade lendo o relatório Direito à Comunicação no Brasil 2017, produzido pelo coletivo Intervozes, descobri que existe uma iniciativa chamada Média Ownership Monitor Brazil - Monitoramento da Propriedade de Mídia no Brasil ou MOM-Brazil, também com colaboração do Inter Vozes (aqui),

Inclusive em uma das páginas informativas, com título bem contextualizado, A hegemonia da concentração sem limites, é escancarado o poder midiatico da Globo.

FONTE: MOM-Brazil (aqui)

Vamos pensar sobre qual o problema da concentração midiática. Tem problema é? Tem sim! Vários!!!!!

Quanto mais concentrado, menor a diversidade de opniões. Por isso cabe ao estado regular. Se você ainda é daqueles que confunde regulação com censura, que isso é invenção dos esquerdistas do Brasil, leia a publicação no blog da Boi Tempo sobre o tema (aqui) e se informe. É melhor do que sair por ai dizendo coisas do tipo "a regulação ameaça a liberdade da imprensa, veja  caso da Venezuela! Chaves acabou com a imprensa de lá"(1)

Se você não gosta de ler ou melhor prefer assitir (nem imagino como chegou até essa frase) tenho uma outra opção: o documentário Júlio Quer Saber (aqui), realizado pelo Intervozes em parceria com Pedro Ekmand da Molotov Filmes. A narrativa parte da pergunta 'Se em boa parte dos países democráticos a mídia é regulada para a garantia de direitos, por que no Brasil não pode?" para contar a trajetória do personagem Júlio vai em busca de informações sobre a “Lei de Meios” na Argentina, que reduziu drasticamente o poder do grupo Clarin (tipo a rede Globo deles).

Para aqueles que entendem melhor em outras linguagems, tem ainda o cordel - A Peleja Comunicacional de Don Marco Regulatório e Conceição Pública na terra sem lei dos coronéis eletrônicos - 7:00 (aqui).

Quer dizer que com mais fiscalização do conteúdo vários grupos poderia perder a consessão? Isso! Mas dai quem vai produzir a novela, transmitir o jogo de futebol ou qualquer outra coisa para ocupar seus olhos? Ninguém tem interesse em produzir ou pior, que só vai ter porcaria na TV! Pera ai, será?

Indico um vídeo bem bacana sobre o assunto feito em 2015 pelo Conselho Regional de Psicologia de SP - Diversidade: Democratização da Mídia - 1:07:00 (aqui). Lá por volta do minuto 40, mostra a experiência da agência de jornalismo É Nóis (aqui), e um jovem (Tiago Luan) que estuda num projeto de formação de jornalistas, diz assim: "...se o jornalismo fosse mais local, a gente falasse de coisas mais próximas da gente, seria possível abordar mais temas do que só aqueles que estão em destaque na mídia...". Isso é diversidade e pluralidade, palavras chave!

Sacou?! Ou quer que desenhe!

Paa aquelas e aqueles que já sacaram isso, tenho visto muita gente que adotou a estratégia de desligar a TV. A questão é que sair da TV e ver o mundo pelas lentes das redes sociais, não se mostra a solução.

Ilustração de Pawel Kuczynski (aqui)

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Notas de Fim de Página

 (1) - Para maiores informações sobre a situação leia o artigo publicado na Revista da PUC SP - Há liberdade  de imprensa na Venezuela? (aqui)