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Adesão atesta eficácia do trabalho coletivo

21 de Abril de 2015, 20:48 , por Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória - COPAVI - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Adesão atesta eficácia do trabalho coletivo
Estímulo à cultura de mobilizaçãoviabiliza o projeto de uma sociedade
Os 83 assentados na Copavi são um mal exemplo ao pensamento do latifundiário, para quem produtividade é sinônimo de grande propriedade. Mesmo em terreno exaurido e arenoso, a produção é ímpar. “As 62 cooperativas do Brasil são um ‘cala-a-boca’ porque as famílias, mesmo numa situação precária e sem acesso à tecnologia, provam que o modelo de sociedade a que aspiramos é possível”, lembra Zumbi.
Outra conquista é a igualdade nos ganhos. Não há remuneração diferenciada para traba-lhos específicos, desde que as horas executadas sejam iguais. “Eu tra-balho na frente do computador e não ganho mais do que quem trabalha na roça”, explica Valmir Strozake.
Divididos por habilidades, os cooperados se adaptam à atividade com a qual melhor se identificam e se aperfeiçoam nela. Os cooperados, pelo regimento, trabalham oito horas por dia. “Mas, na prática, as mulheres têm uma jornada de sete horas em média e os homens, nove”, comenta Strozake. Aos sábados, é regulamentado até o meio dia. Depois disso, algumas atividades que requerem um cuidado constante (horta, suino-cultura) são atendidas em sistema de rodízio.
Os sócios têm direito a trinta dias anuais de férias não remuneradas. A licença paternidade é de cinco dias, a maternidade, de sete meses. Os idosos, se quiserem trabalhar, terão uma ocupação. “Não tem problema, nem que seja para dar entrevistas para vocês (jornalistas)”, ironiza Strozake.
A prioridade, até os 18 anos, é a educação. Caso os adolescentes queiram trabalhar, há conversas com os pais e os orientadores pedagógicos da Copavi. Se não afetar o rendimento escolar, o serviço é organizado. Todos freqüentam as escolas do município de Paranacity. (leia Apoio pedagógico completa formação).
Dos 17 aos 18 anos, é obrigatória a atividade de 100 horas mensais, com remuneração equivalente a dos adultos. Para os adolescentes na faixa dos 14 aos 16 anos o trabalho não é obrigatório. Caso o exerçam, o valor da hora é de 70%.

Desistir? Não!
Dos que ingressaram na Copavi desde a sua fundação, 30% em média não se adaptaram - pela cultura, história, experiência de vida - à organização coletiva e às suas implicações. Nos assentamentos a “desistência é menor que na agricultura devido à integração do MST. A maioria delas é fruto da política agrária do governo, que não dá chances ao pequeno agricultor”, opina Strozake.
“Não consideramos as desistências um problema porque a vaga sempre é reposta. É claro que atrapalha porque quem desiste já avançou em relação ao que vai começar agora”, avalia o presidente da Copavi, Antônio Natalino Gonçalves, 34, há 11 anos no MST.
Na saída de algum sócio, é decidido em assembléia geral (ou pelo Conselho Deliberativo) a forma e o prazo da devolução de sua cota-parte, não tendo ele direito à terra ou a qualquer outro bem patrimonial da cooperativa.
"Na Copavi a remuneração é igualitária para todos os tipos de traballho"

 

"Na Copavi a remuneração é igualitária para todos os tipos de traballho"

"Povo sem terra fez a guerra por justiça, visto que não tem preguiça esse povo de pegar cabo de foice (...) pra poder fazer roçado e o Brasil se alimentar" Zé Pinto

" Despertemos esta pátria adormecida o amanhã depende de nós trabalhadores!" Hino do MST

O que se observa é que não se fala em desistências. Pelo contrário, há preocupação em buscar a consolidação do projeto de uma nova sociedade. Estimulando a cons-cientização no tripé ideológico, político e financeiro, o MST visa a uma cultura de mobilização atuante em várias frentes: eleitoral, partidos políticos, protestos.
Antes de ingressar no Movimento, a maioria da população já participava de uma organização política. Sindicatos, associações, cooperativas faziam parte da rotina dos assentados.
No pensamento do MST, o neoliberalismo - inimigo mundial - trava o processo de reforma agrária e desencadeia resistência nos trabalhadores, que adquirem consciência política e crítica.

(Carlos Nieburh e Luciana Lazarini)


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