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A Extensão Universitária em 2020

13 de Agosto de 2019, 9:55 , por Débora Nunes - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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A Extensão Universitária em 2020

 

 

Para perscrutar o futuro é interessante lembrar o passado e pensar no presente e por isto faz-se útil retomar informações sobre o surgimento e desenvolvimento da Extensão Universitária no Brasil e dados sobre sua existência atual. Pensando em 2020, há que se vislumbrar as possibilidades mostradas por estes dados da realidade, mas também incorporar aquilo que se quer para o futuro. Gramsci já dizia que não é objetivo deixar de incorporar às perspectivas de futuro nossos próprios desejos, pois somos atores desta construção e é realista perceber que as ações dos que desejam e atuam estarão escritas no futuro que vier.

Nascida de inspiração européia e americana desde o século XIX, a Extensão Universitária brasileira deve muito do seu caráter de busca de transformação social às Universités Populaires francesas e da sua preocupação com a melhoria da formação de mão de obra à Extension University, americana, esta de inspiração inglesa. As Universités Populaires tinham profundas vinculações com os sindicatos e com intelectuais progressistas, enquanto a Extension University atuava principalmente em parceria com empresas que desejavam contribuir para uma maior produtividade dos seus trabalhadores.

Destas duas linhagens nasce uma trajetória secular que oscilou entre uma e outra característica e que foi oficializada em 1931, no governo Vargas, com o Estatuto das Universidades. Nos anos 60 a Extensão teve momentos áureos tanto ligadas a UNE- União Nacional dos Estudantes, através dos CPCs - Centros de Cultura Popular, inspiradas no método Paulo Freire e sua Pedagogia do Oprimido, quanto no Projeto Rondon, vinculados aos militares no poder, mas que ajudaram a juventude brasileira descobrir o Brasil profundo.

Com a redemocratização a Extensão vinculou-se cada vez mais ao desafio que a sociedade brasileira se colocou de construir um país mais justo. De lá pra cá, organizaram-se Fóruns de Extensão das instituições públicas, confessionais e privadas e todos atuam, individualmente e em parceria, dentro de temas que denotam profunda preocupação social.  O desejo de formar profissionais aptos a contribuir na construção de uma sociedade mais igualitária em termos de educação, de saúde, de direitos humanos, de meio ambiente, etc. leva milhares de extensionistas das instituições do ensino superior a irem onde o povo está.  

Para 2020 espera-se o aprofundamento deste compromisso, a qualificação cada vez maior das instituições, dos professores e dos estudantes para tal tarefa, uma maior institucionalização das ações, maior apoio financeiro por parte do Estado e das próprias instituições. Diz-se “espera-se” não apenas no sentido do desejo, mas pensando na ação cotidiana das pessoas envolvidas neste tema que está se dando em todos os cantos do Brasil neste exato momento. Esta ação refletida, que é o que se espera e se vê em muitas das atividades de Extensão, está hoje construindo o futuro.


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