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O milagre dos Orixás

September 13, 2015 19:14 , by Débora Nunes - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Que Yansã, Oxum, Xangô, Ogum, Oxossi, Oxalá, Yemanjá e tantos outros orixás tenham chegado aos nossos dias tão prestigiados por gente de todas as cores já é um milagre. As histórias e crenças dos escravos, perseguidas e desprezadas pelos senhores, conseguiram sobreviver e se tornaram parte importante da história brasileira. Esse processo exigiu empenho e sacrifício de muitos, já que os “terreiros”, ou locais de prática de culto aos orixás, sofriam batidas da polícia e seus seguidores eram presos. Até hoje há atos de intolerância religiosa que desafiam os praticantes do candomblé.

A principal forma de resistência dos escravos foi o sincretismo, ou seja, a mistura simbólica de orixás com santos católicos, de forma a “disfarçar” os rituais nos terreiros, e mesmo em igrejas católicas. É assim que na Bahia Oxalá é associado ao Senhor do Bonfim, Yansã a Santa Bárbara, Ogum a São Jorge, etc. Esse inteligente estratagema dos negros escravizados mostra sua capacidade de resiliência, ou seja, de superar adversidades encontrando caminhos de existência e proliferação. Outra estratégia utilizada foi a de juntar, em uma só casa de santo, o culto a vários orixás, pois os escravos, reunidos em um mesmo local de trabalho, eram oriundos de diferentes partes da África nas quais havia o culto a apenas um orixá. Juntá-los e reverenciá-los em um mesmo espaço ritual foi um fenômeno brasileiro, que uniu forças contra a opressão.

Do mesmo modo que na mitologia chinesa, maia, grega, japonesa, hindu ou outra, as mitologias africanas têm explicações sobre o mundo físico e o mundo sutil, sobre as relações entre esses mundos, sobre o significado da vida e o papel de cada indivíduo na Terra. Os orixás, como os deuses em outras mitologias, são arquétipos, ou seja, representações simbólicas de forças da natureza, de qualidades, de comportamentos. Cada um deles têm suas cores, poemas, animais, folhas, dias da semana, pedras, números e histórias, algumas delas belamente contadas pelo antropólogo Ordep Serra (ver Oxum, Yansã, Ossain). Assim, Yansã está associada aos raios, ao vermelho, à quarta feira etc. Ogum está associado ao azul, à terça feira, ao ferro etc.

Conhecer seu orixá é uma forma de aprofundar o autoconhecimento, assim como conhecer seu signo zodiacal ou chinês, ou qualquer outro sistema de interpretação da personalidade. Só um/a sacerdote (Ialorixá (mulher) ou Babalorixá (homem)) pode identificar o orixá “de cabeça” de cada pessoa. Entretanto, uma interessante forma de investigação sobre si mesmo pode ser é a consulta a uma tabela, que sintetiza informações sobre os orixás. O conhecimento de suas principais características pode lhe dar pistas sobre a qual (is) orixá (s) você está relacionado/a, até que você possa ter a bela oportunidade de abrir uma das portas da história ancestral do Brasil, indo a um terreiro de candomblé.

 


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