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Só é seu aquilo que você dá

12 de Outubro de 2014, 6:33 , por Débora Nunes - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Reinterpretando sabedorias ancestrais, Alexandre Leão, cantor e compositor baiano, criou a música Pop Zen, que diz “Tudo que você tem não é seu, tudo o que você guardar pertence ao tempo, que tudo transformará. Só é seu aquilo que você dá”.

Este convite ao desapego é o hino do evento Brechó Eco Solidário que acontece todo ano no final de outubro no Parque da Cidade, em Salvador. Este ano será nos dias 24 e 25 e vale a pena ir lá pra saber o que isto quer dizer, tanto no mercado de trocas de bens usados, quanto nas oficinas gratuitas de educação ambiental e autoconhecimento, nos shows de artistas que cantam e dançam de graça para o público, ou nos Diálogos sobre questões humanas. È encantador ver a capacidade de doação de centenas de pessoas vestidas de verde, no geral jovens, que trabalham por amor à causa ambiental e social do Brechó. O mundo é isto também: gente generosa que se doa em ações coletivas e não só a violência e corrupção que a mídia mostra.

Cada um pode fazer de memória um inventário das alegrias que sentiu dando algo - coisas, palavras e gestos - a conhecidos e desconhecidos. É sua aquela roupa ou ornamento que sua amiga/o usa e diz “ah, isto foi você que me deu! É seu aquele prazer de ouvir que alguém se olhou de outro jeito quando ouviu aquele seu elogio, ou aquela crítica construtiva que lhe fez crescer. Muito do carinho que se angaria ao longo da vida vêm dos momentos de atenção e cuidado para com as pessoas: um ouvido atento, um toque solidário, um sorriso cúmplice, ou uma lágrima compartilhada parece trazer tanto bem para quem doa quanto para quem recebe. 

Se é tão enriquecedor o gesto de oferecer, apenas histórias pessoais complicadas, circunstâncias vividas que trazem o medo de perder, de ser passado para trás, de algo vir a faltar no futuro, faz com que as pessoas se fechem. A consequência é que essas pessoas tendem a dizer não, mais do que sim, a não se doar com palavras, valorizando pouco os outros e têm comportamentos mesquinhos. Talvez valha a pena tentar convencê-las, como diz a música Pop Zen; o investimento é certo: para prover a você mesmo mais amor, mais sorte, e até mais bens, o caminho é dar mais de si, do que se tem, do que se é. Lute contra a tendência a guardar. Só é seu aquilo que você dá.


Tags deste artigo: economia solidária brecho eco solidário generosidade

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