Ir para o conteúdo
Mostrar cesto Esconder cesto

Voltar a Notícias
Tela cheia Sugerir um artigo

Sindicalista fala sobre o Encontro de Diálogos

4 de Outubro de 2011, 21:00 , por Raquel Júnia de Magalhães - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Visualizado 768 vezes

Ana Lúcia Oliveira, da Roda - Rede Orientada para o Desenvolvimento da Agroecologia

Img_1827

Cerca de 300 pessoas entre agricultores, integrantes de movimentos sociais, comunicadores, pesquisadores e estudantes participaram do Encontro Nacional de Diálogos e Convergências que acontece de 26 a 29 de setembro, em Salvador, Bahia.


No início do evento, era grande a expectativa dos participantes. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rrurais de Xapuri (Acre), Dercy Teles diz que um dos objetivos de sua participação é buscar aliados para a luta de preservação, principalmente de preservação da vida das populações tradicionais. Para Dercy, “se fala muito em preservação da natureza e essa preservação da natureza está excluindo as populações tracionais da região Amazônica. Tem uma série de políticas que são colocadas pelo governo como salvação  da vida e da cultura dessas pessoas, mas no entanto são políticas que não saem muito do papel e as pessoas ficam impedidas de exercer suas atividades em função dessa preservação da floresta, ou seja, do  meio ambiente na sua integralidade”.


Dercy complementa dizendo que a questão da preservação está interferindo na continuidade, na vida das populações tradicionais Ela relata a realidade da Reserva  Extrativista Chico Mendes que está situada no Estado do Acre, “é  uma reserva de grande extensão, tem 970.570 hectares. Essa reserva foi pensada como modelo de reforma agrária para as populações tradicionais. Quando ela foi idealizada, foi com esse pensamento. Hoje ela se transformou numa reserva extrativista, numa área de conservação e que tem uma série de proibições  para quem mora dentro da reserva, ou seja, não pode mais fazer a roça de subsistência, tem que viver exclusivamente do extrativismo. O extrativismo deixou de ser suficiente para subsidiar as necessidades básicas dessas populações. Elas acabaram indiretamente exercendo outras atividades como a pecuária que é contrária à preservação ambiental, mas foram forçadas a exercer essa atividade para garantir a subsistência ao longo dos 21 anos da existência da reserva e o  Estado não disponibilizou nenhuma alternativa que garantisse essa continuidade de subsistência das populações’.

A sindicalista conta que foi implantada  uma fábrica de preservativo masculino com látex, na região como uma tentativa de promover  a atividade extrativista ,” a fábrica foi construída em cima de um discurso de viabilizar a revitalização do extrativismo do látex, no entanto ela funciona muito mais com látex de seringais de cultivo. Quem detém esses seringais são os latifundiários e os seringueiros participam em escala mínima, primeiro porque não existem condições de escoamento pra que a fábrica adentre os seringais e como não existem estradas, as pessoas ficam impedidas de comercializar o látex para a fábrica. No entanto, são impedidas de exercerem atividades complementares como a produção de agricultura de subsistência porque o fogo está proibido 100% na região. Sem usar fogo automaticamente teria que ter alternativas pra limpar a área e facilitar a produção da agricultura de subsistência. Isso é uma a ameaça à segurança alimentar e uma ameaça de extinção da categoria por falta de espaço pra continuar exercendo suas atividades”.

Durante os quatro dias do encontro foram discutidos temas como Agroecologia, Saúde, Justiça Ambiental, Soberania Alimentar, Economia Solidária e Feminismo. Os participantes identificaram como todos estes temas estão relacionados e propuseram estratégias que promovam a preservação do meio ambiente, a igualdade de gêneros e o acesso a direitos.


0sem comentários ainda

    Enviar um comentário

    Os campos são obrigatórios.

    Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.

    Cancelar

    Leia a Carta Política do Encontro Nacional de Diálogos e Convergências

    Fotos

    Informações