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ordinária

7 de Setembro de 2010, 21:00 , por Daniel Tygel - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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poema com o qual me identifico, muito. é de uma amiga, transitivaedireta ...

 

ordinária

me convide para atividades cotidianas,
como fazer e servir jantar...
beber vinho e lavar a louça. não estou interessada
em sofisticação. nada que não seja natural
me atrai. estou disposta a caminhar por aí,
conversando sobre as coisas simples
que edificam a vida.
a vida é um barraco de papelão,
repleto de recordações. quero saber de
medos,
anseios, contas atrasadas
e flores do mato. nada de rosas embrulhadas
ou mimos que não venham das mãos.
desejo as mãos, elas próprias.
com toda suavidade e ansiedade que carregam
nos dedos. desejo os dedos.
nos cabelos, na nuca, por dentro.
desejo por dentro. esta coisa de
se ser o que se é.
se o mundo acabasse amanhã,
sairia nua porta afora agora mesmo.
já!
não pediria ou exigiria desculpas.
esbanjaria sorrisos e não faria nada além
das coisas que sempre faço.
talvez evitasse o trabalho
e a taquicardia acerca de projetos futuros.
toparia um filho.
quem sabe ele fizesse a roda parar de girar?
quem sabe me desventrasse?
e desinventássemos o supérfluo,
nós todos, depois?
amanheceríamos numa cor de dia, absoluta.
sem matizes que desperdiçam sonhos
nem delírios da abstração.
só coisas cotidianas,
brutas,
imperfeitas.


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