Go to the content
Show basket Hide basket

Ecocivilização é uma cibercomunidade criada em torno da Proposta Para Ecocivilização.

Veja aqui Todo o conteúdo.

Full screen

Impossível é aquilo que ainda não aconteceu

November 20, 2016 23:31 , by Miro - 0no comments yet | No one following this article yet.
Viewed 199 times
Licensed under CC (by-sa)

Atualmente o capitalismo é, possivelmente, o principal motor das fragilidades que jazem no íntimo dos seres humanos. Ele, o capitalismo, não é apenas um sistema econômico, mas um vasto sistema econômico-ideológico que se infiltrou às profundezas do psiquismo humano, instaurando padrões interpretativos da realidade, alavancando emoções e direcionando condutas. Esse sistema se estabeleceu também como uma macrocultura global e moldou a atual civilização mundial. Capitalismo é exclusivismo que favorece uma minoria já favorecida, criando escassez para a maioria. Seja capitalismo de mercado ou capitalismo de Estado, também chamado de socialismo, este mal precisa ser extirpado. Para isso, é necessário ter em mente que a raiz do capitalismo é o comércio, cuja base é a venalidade, que só existe fundamentada na propriedade (privada ou estatal).

 O dinheiro, de instrumento libertador (ao facilitar o comércio) transformou-se em instrumento de controle sobre a sociedade mundial. Mesmo a pluralidade de moedas supostamente independentes não consegue evitar esse fato; as moedas mais fortes tendem a subjugar as mais fracas, subordinando-as à sua supremacia. Assim o capitalismo continua impulsionando o medo e a ambição. Seus valores perversos estão diluídos no tecido social, contaminando leis, psiquismos e comportamentos; estão tão incrustados às suas vítimas, que estas já não os percebem como parasitas destrutivos e chegam a acreditar que são intrínsecos a elas mesmas. Pouquíssimos conseguem pensar numa forma diferente de viver; quase ninguém ousa tentar uma forma diferente de viver. Todos são explorados e exploram, mas não percebem isso. No capitalismo, somos coagidos a coagir.
Não, não estou defendendo o materialismo dialético, nem promovendo uma vanguarda revolucionária. Deveríamos dizer àqueles que ainda pensam nisso: "That's over, baby!"
A maioria dos comunistas e até dos anarquistas não tem simpatia pelo pacifismo. Na verdade, nem o compreendem. Eu propugno o Pacifismo Proativo, que é tanto preventivo quanto enérgico nas remediações. (Pacifismo Proativo é o item 33 da Proposta Para Ecocivilização)

Promovendo uma revolição*, almejo a mudança livremente realizada por cada pessoa, buscando alternativas à venalidade.
 
Deveríamos, todos, tentar empreender um modelo civilizatório que seja tão eficaz para resolver os problemas socioambientais, quão simples de ser assimilado e fácil de ser aplicado. Não precisamos apenas de pessoas com grande cabedal intelectual. Os intelectuais geralmente se emaranham em minúcias (quase sempre importantes), mas afastando-se da simplicidade, da compreensibilidade e da aplicabilidade. A visão e a abordagem autogestionárias implicam em iniciativa por parte dos interessados, não numa ajuda exacerbada vinda de cima.

E enquanto isso, como viver? A situação não é simples, mas se o capitalismo alega que "tempo é dinheiro", saiba que tempo é vida e quase todo teu tempo, portanto, tua vida, está a serviço de teu empregador. Tua vida já não é tua, ela foi alienada através de um mercado de escravos, comprada num comércio de seres humanos que se oculta sob o rótulo de "mercado de trabalho". Decapitado e reduzido a "mão-de-obra", o ser humano não consegue raciocinar, sendo constrangido a se vender, subsistir miseravelmente ou morrer. Movidos pelo medo desses dois últimos destinos ou por estúpida ambição, muitos vendem-se por completo, até os arcanos do próprio caráter.

Unidos, podemos reconquistar a nossa vida; podemos criar meios de vida que reduzam progressivamente nossa dependência ao capitalismo. Criar espaços e redes de solidariedade. Para isso, são necessárias pessoas dispostas a ousar, se arriscar, superar ambições egoístas e o medo sistemático ao Estado. Afinal, "Não sabendo que era impossível, eles foram lá e fizeram!"
 


Unamo-nos pela auto-organização, à autodefesa coletiva e à efetivação da Proposta Para Ecocivilização.
 
 
-----------------------
 
Nota:
 
"(*) “Revolição” é um neologismo usado por primeira vez em 1982 e divulgado pelo pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa em alguns de seus escritos, como por exemplo, no começo desta década, em “Revolição, a revolução da vontade” e “Revolição” (ambos da Ed. Fundação Educar DPaschoal, São Paulo, sem data). Desses trabalhos extraímos os seguintes trechos : (1) “Para designar esse fenômeno de mudança social molecular e evolutiva baseada na ação de pessoas, vivenciando a vontade e o espírito de servir de modo consciente e livre, veio-me à mente a palavra “REVOLIÇÃO”, criada pelo Professor Deodato Rivera para designar a atuação da pessoa automotivada e comprometida com os processos de mudança social a partir da base da sociedade” (A.G.Gomes da Costa) e (2) “Revolição não é uma revolução. Não precisamos de mudanças radicais ou movimentos violentos para melhorar o Brasil. .... A justiça, a democracia plena e o desenvolvimento sustentável somente serão realidade quando houver uma revolição, ou seja, uma mudança social gradativa que reflita a liberdade de cada um na construção dos conceitos de cidadania e responsabilidade social. A revolição acontecerá em dois tempos. No primeiro, os indivíduos devem ser sensibilizados para acreditar que é possível uma ação solidária em favor do bem comum. No segundo, deve ocorrer a mobilização de forma contagiante. As pessoas vêem seus horizontes ampliados, multiplicam suas ações e conquistam mais pessoas para lutar pela causa” (Luís Norberto Pascoal)." Fonte: http://opensadorselvagem.org/arquivo/garrafas-ao-mar/reflexoes-sobre-a-revolicao-brasileira
 
 
 

Licença Creative Commons
O trabalho IMPOSSÍVEL É AQUILO QUE AINDA NÃO ACONTECEU de Miruí Araújo De Sá está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Em breve, novidades em Ecocivilização, incluindo novos empreendimentos voltados à autossustentabilidade socioambiental e à aplicação de itens da Proposta Para Ecocivilização.

Para se manter atualizado, inscreva-se no feed RSS ou frequente a página principal: http://cirandas.net/ecocivilizacao

 


Կատեգորիաներ

Cultura, Educação e formação, Software, cultura e conhecimentos livres, Saúde popular, Relações internacionais, Produção, comercialização e consumo, Povos e Comunidades Tradicionais, Políticas públicas, Política, Organização do movimento, Meio-ambiente, Formação, Finanças Solidárias, Economia, Desenvolvimento territorial, Cultura, Consumo ético e solidário, Comércio justo e solidário, Agroecologia, Agricultura Familiar, Articulações internacionais
Այս հոդվածի պիտակները: capitalismo anticapitalismo comunismo anarquismo anarcocomunismo anarco-comunismo ebr economia baseada em recursos anarquismo verde ecoanarquismo veganarquismo anarcopacifismo anarquia comuna ecocomuna eco-comuna pacifismo textos reflexivos filosofia filosofia da libertação ética política insurreição motim revolução revolição rebelião revolta desobediência desobediência civil

0no comments yet

    Մեկնաբանություն թողնել

    The fields are mandatory.

    Եթե դուք գրանցված մասնակից եք, դուք մեխանիկորեն կճանաչվեք համակարգի կողմից:

    Հրաժարում