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January 12, 2009 22:00 , von Unbekannt - | Es folgt noch niemand diesem Artikel.

O Blog Eco Urbanismo se propõe a abordar assuntos ligados a questão urbana e ao planejamento urbano tradicional a partir de uma ótica plural, trazendo a tona conceitos, ideias e análises "menos" usuais porém não menos importantes para a análise do espaço urbano. As abordagem tradicionais do planejamento já se mostraram insuficientes na resolução de problemas sociais, ambientais e econômicos do planeta terra. Para que se alcance modos de vida mais justos e igualitários nas mais diversas cidades do mundo está claro que as análises urbanas precisam ser complementadas com novas visões, conhecimentos e formas de agir. Pretende-se fornecer aos leitores acesso metodologias,  bibliografia, resenhas de textos e filmes,  vídeos, links e eventos correlatos para divulgar novos métodos de atuação no espaço urbano.


Cidade e Sociedade a partir da lógica dos novos paradigmas e da transição

May 18, 2018 11:16, von Eco Urbanismo - 0no comments yet

 

 

 

Para alem do desenvolvimento

 

Cidade e sociedade estão estreitamente correlacionadas, a configuração urbana das metrópoles brasileiras é uma prova atual disso. Inevitavelmente, as formas urbanas acabam refletindo as dinâmicas das sociedades que as acolhem. As grandes cidades do país são espaços bastante desiguais, onde coexistes localidades com muita infraestrutura e equipamentos urbanos, e locais quase que desprovidos de alguma qualidade urbana. Essa configuração espacial, nada mais é do que a cristalização de dinâmicas sociais regidas por um sistema econômico extremamente injusto. De acordo com dados de Noam Chomsky[1], um dos intelectuais mais respeitados dos Estados Unidos e crítico do atual curso da política mundial, 257 pessoas acumulam mais riquezas do que 2,8 bilhões de pessoas, ou seja, esse grupo seleto de pessoas possuem mais ativos do que 40% da humanidade.

Buscar a melhor forma de urbanização vai muito além da intervenção física, é preciso que as sociedades “melhorem” os seus princípios, propósitos e desejos. O que é mais importante na sociedade que você está inserido: ter muitos bens para você ou que todos tenham os bens que precisam para atingir uma boa qualidade de vida? Explorar os recursos naturais ao máximo em busca do lucro ou preservar ambientes naturais para que outras formas de vida dependentes dos mesmos recursos possam se desenvolver? Ser bem sucedido financeiramente ou deixar o mundo melhor? É muito provável que o lado financeiro acabe sendo priorizado na sociedade em que você vive, e que isso pareça natural na sociedade captalista que vivemos. Pois é sobre isso que alguns pensadores se propõe-se a discutir nos dias atuais para questionar os terríveis efeitos coleterais do modelo econômico vigente e desenhar de caminhos alternativos que possibilitem o desenvolvimento pleno de todas as vidas humanas e não humanas.

Os professores Marcos Arruda[2] e Débora Nunes[3] trazem, na apresentação intitulada de “o agora, a visão estratégica e a transição” durante o seminário “novos paradigmas para o bem viver”, outros possíveis olhares sobre o funcionamento das sociedades e cidades. Arruda e Nunes esclarecem nas suas explanações que o cenário geopolítico do mundo nos dias atuais, é extremamente ligado aos interesses neoliberalistas. O que se assiste é o fortalecimento das políticas de direita e o crescimento das desigualdades sociais no mundo. Dentro dessa problemática, Arruda traz no presente texto resenhado novos paradigmas, que servem como modelos de transição para uma sociedade global muito mais justa e igualitária.

Arruda explica que no cenário mundial: “os Estados Unidos têm o mandato de comandar a democracia global”. Isso porque os EUA já não precisam mais entrar com tropas em países ou assassinar presidentes, como já fizeram no passado. Eles fazem isso por meio da burguesia globalizada, que são os seus capatazes. A lógica é a da acumulação de capitais e recursos e tudo o que os impede de fazer isso é “mau”. Por isso a aversão aos Estados reguladores que controlam a economia. No cenário atual o neoliberalismo vem ganhando força, são citados vários exemplos que comprovam esse fato, como os golpes do Haiti, Honduras e Paraguai, o Impeachment de Dilma no Brasil, e a ascensão das diretas na Europa e nos EUA. Além disso, no Brasil, a esquerda representada por Dilma e Lula, atuou de forma inconsistente na defesa dos interesses da soberania nacional, fazendo fraca oposição ao domínio dos EUA e sendo muito permissiva a entrada da ganância transnacional no país.

Diante desse cenário, o que fazer para que se alcance uma outra sociedade mais humana, com uma economia mais solidária? As respostas não estão nos manuais, mas certamente perpassam pelo modo de governança. Arruda e Nunes chamam a atenção para a necessidade de uma governança menos representativa onde poucos decidem pela maioria e fazem o que querem sem consulta-los. A metáfora do cheque em branco citada por Arruda serve muito bem pra exemplificar como funcionam a grande maioria das democracias do mundo atual: “quando você vota, dá a candidata ou ao candidato um cheque em branco assinado por você, e os eleitos vão para a função do Estado e fazem o que querem em nome dos eleitores, sem mais consulta-los”.  Em contraposição ao modelo “democrático” citado, existe um grupo de pessoas que acredita que os seres humanos têm o potencial da autogestão horizontal, participativa, não hierárquico e não patriarcal. Esse modo de governança, chamado de “matrístico” representa uma mudança de paradigmas, uma transição para um mundo em que as preocupações com o desenvolvimento humano estão acima do econômico.

Muitas das respostas para combater o atual retrocesso histórico que o neoliberalismo têm nos direcionado ainda não foram descobertas. Mas fica claro que a escala temporal em que devem ocorrer as transformações: o agora. Pois é no agora que a vida acontece, ele é a única realidade, é onde o passado e o futuro se condenssam e formam o campo de batalha, onde é possível iniciar ações para tornar real e natural o que hoje ainda é conhecido como “novos paradigmas”.

Na busca por uma sociedade organizada para a solidariedade e não para o dinheiro, Arruda afirma que a visão estratégica de futuro é sim necessária, porém como um instrumento que direciona as ações do presente. Ou seja, tudo acontece e perpassa pelo agora, a visão estratégica é o que traça onde se quer chegar e as ações do agora são as que vão te fazer chegar até lá. Um exemplo muito interessante dessa união entre visão estratégica e o agora, dentro da perspectiva dos novos paradigmas, ocorre no Butão, pequeno país himalaio. Lá a Felicidade Interna Bruta (FIB), série de indicadores que medem a felicidade e o bem viver, são muito mais relevantes para o planejamento político do que o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Quando se trata da transformação do mundo Nunes chama atenção para as preciosas elucidações de Amit Gozwami que afirma, no filme O Ativista Quântico, que todas nossas ações, pensamentos e sentimentos são políticos e se refletem na grande teia global da existência que molda o mundo. Amit indica que nossas ações reverberam em um plano sutil da existência não ligado apenas ao plano material e físico. Esse fenômeno pode ser explicado por diferentes correntes, todas ligadas aos novos modelos que buscam entender e explicar o mundo, como a biologia sistêmica, a física quântica, a psicologia junguiana, ou pode ser entendido também como o reflexo da energia que emanamos através de nossos hábitos. Fato é que tudo o que fazemos esta interligado e têm alguma influência no seu entorno, mesmo que de uma maneira não material.

Debora Nunes esclarece que estamos envolvido em uma grande teia, onde todas as ações humanas se conectam, se somam e potencializam-se de alguma forma. Por isso, para que se tenha um mundo menos desigual, injusto e competitivo, é fundamental que comecemos por “refinar” as nossas ações cotidianas. Nesse sentido, a autora chama atenção para o fato que “no campo sutil, se eu reforço a competição do mundo com minha própria competição em meu meio, se eu reforço a dominação com minhas diferentes formas de dominar, etc. eu estou colaborando energeticamente, ou no campo informacional, com as forças do mundo que eu quero superar”. Um mundo voltado ao olhar de longo prazo, a processos históricos mais humanos e ao respeito com os processos naturais, só será possível se no presente mais e mais ações individuais, de caráter humano e sustentável, se somarem a teia imaterial que estamos inseridos.

Para evitar que a visão de mundo desigual e competitiva que combatemos se fortaleça, é necessário que a “coerência” esteja presente em nossas ações. A origem da palavra “coerência” está no latim cohaerentia que significa conexão, precisamos conectar nossas ações ao invés de sobrepor uma as outras, assim como fazemos com o masculino sobre o feminino, o individual sobre o coletivo, o material sobre o imaterial, etc. Os atuais modos já se mostraram ineficientes para resolver os problemas da grande maioria da população mundial, fato que se reafirma todos os dias, por isso novas formas devem ser pensadas, deixando a sobreposição de lado e incorporando a coerência – conexão – em seus princípios.

Conexão remete a coletividade, nesse sentido Nunes chama atenção para o fato que lógica individual e hierárquica precisa ser superada pela lógica dos novos coletivos cidadãos. “O trabalho de formiguinha, não reconhecido, quando é feito por muitos em conexão com sua verdade interior, tende a favorecer os saltos históricos”. Ou seja, os coletivos cidadãos se formam, quando nossas ações se somam a de outras pessoas que também buscam a igualdade, a solidariedade e o bem viver aqui e agora.

O desafio da transição está justamente em trazer para o agora o que se escolheu como visão estratégica, porém qual o paradigma a ser seguido para que se alcance uma globalização mais solidária? Bom, para Arruda, a transição para um novo modelo precisa ter três pilares: a pesquisa crítica e a denúncia dos fatores que geram a pobreza; a pressão social sobre os centros de poder por políticas e leis que melhorem a vida de todos, e a criação de iniciativas que anunciem para a comunidade global novas formas de civilização, cultura, política, e de relações socioeconômicas, pessoais e comunitárias. Alguns movimentos servem de modelo para exemplificar isso, como a Economia Social Solidária, as Ecovilas, o movimento Cidades em Transição, as Cidades Sustentáveis e a rede internacional Diálogos em Humanidade.  

Esses são os pilares da transição que precisamos levar para a dimenção do agora. A transição para uma globalização mais justa com todos os seres vivos do planeta, só será possível se as ações do agora estiverem alinhadas com uma visão estratégica de futuro direcionada para a solidariedade, partilha de poder, autoestima e humildade.  

Convido todos que se interessaram pelo que foi exposto a se aprofundarem ainda mais. Toda a exposição realizada pelos professores Marcos Arruda e Débora Nunes no seminário “Novos Paradigmas para o Bem Viver”, está inserida no livro “Para além do desenvolvimento: construir outros horizontes utópicos”[4], em anexo a essa publicação. 

 

[1] CHOMSKY, Noam. O lucro ou as pessoas. Neoliberalismo e ordem global, v. 3, 2002.

[2] Economista e educador, coordenador do PACS - Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Rio de Janeiro), professor da Universidade Internacional da Paz e do Programa Educação Gaia, e sócio do Instituto Transnacional (Amsterdam).

[3] Fundadora da Escola de Sustentabilidade integral, autora de vários livros nos campos da democracia participativa, da economia solidária e da transição ecológica, membra da rede internacional Diálogos em humanidade e de outras redes cidadãs e professora doutora da Universidade do Estado da Bahia.

[4] LESBAUPIN, Ivo; BARBOSA, Evanildo. Para além do desenvolvimento: construir outros horizontes utópicos. São Paulo: Abong, 2017. Disponível em: Para além do desenvovlimento: contruir outros horizontes utópicos.pdf



Como surge o Planejamento Urbano

April 30, 2018 19:00, von Eco Urbanismo - 0no comments yet

 

 

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As primeiras cidades estiveram livres de qualquer responsabilidade pública sobre o seu processo de crescimento e desenvolvimento. O que desencadeou, de maneira geral, no desenvolvimento urbano desordenado e irregular[1]. Portanto as cidades surgiram como grandes centros de riqueza mas ao mesmo tempo apresentavam problemas de superlotação, carências crônicas, pobreza e mortalidade. Tudo isso influenciou o surgimento de estratégias de desenvolvimento urbano com a finalidade de minimizar os impactos sociais. Para isso foi preciso consenso entre as populações das cidades e o poder público, estas precisaram abrir mão de parte dos seus direitos de propriedade e desenvolvimento (que desfrutariam em uma condição de livre mercado), para o êxito do planejamento urbano baseado na regulação do poder público sobre o uso do solo nas cidades.

Urbanização designa o processo pelo qual a população urbana cresce em proporção superior à população rural. Não se trata de mero crescimento das cidades, mas de um fenômeno de concentração urbana; portanto, um fenômeno moderno da sociedade industrializada. O planejamento urbano surge no final do século XIX na Inglaterra com o intuito de resolver problemas das metrópoles industriais. A concentração de pobreza e doenças era bastante visível e causava problemas para toda a população. No início do século XX que surgem diversos modelos utópicos de cidades que pouco vingaram na prática, mas que influenciaram bastante para o desenvolvimento do planejamento urbano. A primeira abordagem do planejamento urbano focou-se na reforma sanitária e na atuação voltada para o desenho urbano, ou seja, na estrutura física das cidades. A segunda corrente de planejamento não via o planejamento físico e estrutural como suficiente, visto que muitos problemas espaciais ocorriam em decorrência de problemas sociais. No Reino Unido o planejamento passa por diferentes fases durante todo o século XIX até o final da década de 70 quando comprovadamente ajudou a diminuir os impactos ambientais do desenvolvimento urbano e colaborou para preservação de terras agrícolas altamente produtivas. Após a experiência inglesa o planejamento urbano se espalha pelo mundo, porém com abordagens variadas de país para país. Nos Estudos Unidos por exemplo, o planejamento urbano se difere da experiência do Reino Unido. Uma lógica muito mais voltada para preservação do patrimônio daqueles que já o possuem do que da correção social dos problemas decorrentes do desenvolvimento econômico. Essa abordagem norte americana esteve bastante voltada para o zoneamento e buscava limitar a intervenção Estatal. O zoneamento têm suas inspirações na arquitetura modernista de Le Corbusier e teve como principal consequência a criação de área residenciais e áreas industriais. O modelo norte americano ganhou força entre 1970 e 1980, e passou a influenciar outros países, inclusive o Brasil.

No decorrer da sua história diferentes correntes de planejamento urbano foram desenvovlidas no Brasil, tanto abordagens mais estruturais voltadas para a parte física e o denho urnbano das cidades, sendo a construção de Brasília o maior exemplo da aplicação dessa abordagem no Brasil. Como também, abordagens de planejamento urbano voltadas para reslução de problemas sociais, como é o caso do programa minha casa minha vida que buscou sanar o histórico deficit habitacional que o assola o país.

O planejamento urbano é uma intervenção do Estado na sociedade, ele existe para alterar a cidade para forma e conteúdo que a sociedade considerar necessária e desejável. O planejamento urbano clássico trouxe muitos avanços para sociedades de modo em geral, porém as "abordagens tradicionais" não são suficientes para a resolução dos problemas socioambientais decorrentes do crescimento das cidades e da industrialização. E por isso novas abordagens, modos de pensar e agir que busquem a preservação ambiental e social, não votadas à preservação do patrimônio privado, devem ser incorporadas as abordagens de planejamento tradicionais [2].

 

[1] Vale ressaltar aqui que algumas civilizações possuiam técnicas avançadas de planejamento urbano e cidades organizadas, a civilização Romana é um exemplo claro disso.

[2] Texto desenvolvido com base em CLARK, David. Introdução à geografia urbana. Difel, 1985.



4 Documentários que farão você "abrir os olhos" para Crise Socioambiental que atravessa o Planeta Terra

April 29, 2018 17:31, von Eco Urbanismo - 0no comments yet

1º A História das Coisas [1]

 

Livro historia das coisas

 

O vídeo mostra de forma bastante didática e esclarecedora de como os seres humanos se transformaram ao longo dos anos, em potenciais consumistas, alienados e a quem dos problemas que este ciclo vicioso de produção e consumo pode trazer para a manutenção da vida neste planeta. Trazendo como exemplo o insustentável estilo de vida dos norte americanos, que se encontram reféns desta onda capitalista, que é regida pelo consumismo descontrolado e o descarte indiscriminado destes produtos, que gera uma grande produção de resíduos a serem lançados no meio ambiente, tanto nos aterros sanitários, quando nas incineradoras que geram gases tóxicos que são lançados na atmosfera. Ainda que, utilizando do processo de reciclagem, o vídeo nos mostra que esta atitude não é suficiente para sanar este perturbador problema, mas é um grande paliativo na tentativa de diminuir este caos, além das intervenções feitas por ONGs voltadas à preservação do meio ambiente e os trabalhos de consumo consciente que é feito em muitos países.

 

2º Uma Verdade Incoveniente

 

Uma verdade incoveniente

 

O documentário que está sendo exibido desde a década de 70 pelo candidato à presidência dos Estados Unidos em 2000, Al Gore, nos dá uma cronologia da ação do homem e sua contribuição para a destruição do planeta, devido a emissão de gases poluentes na atmosfera. Ele mostra através de dados, gráficos, mapas estatísticas com bases científicas que as catástrofes ambientais ocorridas ao longo das décadas está inteiramente ligada as atitudes impensadas do homem na exploração dos recursos do meio ambiente, ele traz imagens deste efeito sobre as calotas polares que estão derretendo em níveis alarmantes, em conseqüência o nível dos oceanos está subindo e o clima vem apresentando mudanças drásticas de comportamento, como o aparecimento constante de furacões, enchentes, seca, praga de insetos e epidemias. Nos mostra também fotografias de lugares pelo mundo onde já é possível ver de forma perturbadora as conseqüências do efeito estufa, como o derretimento das geleiras no Monte Kilimanjaro -África, dos Alpes Suíços, Antártida dentre outros. Ele ainda nos dá previsões futuras de caos econômico, social e político se não tomarmos providências imediatas e as possíveis formas de tentar retardar e até sanar este problema, como a diminuição da emissão de CO2 na atmosfera, compra de aparelhos que consome pouca energia, faça o uso da reciclagem dentre outras formas.

 

3º A Ultima Hora

A ultima hora

 

O filme á Última Hora, dirigido e narrado por Leonardo DiCaprio, discorre sobre os desastres naturais causados pela ação do homem. Nos 92 minutos de documentário, são entrevistados cientistas renomados, líderes políticos e especialistas no quesito sustentabilidade, que descrevem a desastrosa situação do planeta e a triste perspectiva da sobrevivência do homem no mesmo. O filme enfatiza através das fortes cenas de catástrofes naturais que este é o último momento para agir, e tentar desacelerar esta destruição avassaladora do meio ambiente na busca da extração dos recursos naturais, visando apenas suprir a 'desnecessária necessidade' do homem em consumir. Como uma centelha de otimismo neste triste cenário de desesperança, o documentário passa a mostrar os pequenos e grandes gestos e as soluções possíveis para que o homem venha reverter esta situação e não consuma a 'Terra até o caroço'.

 

4º A Era da Estupidez [2]

 

A era da estupidez

 

O filme serve de alerta para a sociedade, e mostra a sua responsabilidade em tentar impedir a catástrofe global que jaz anunciada. Provoca reflexões sobre as possíveis soluções para deter o aquecimento global e guiar a comunidade rumo à sustentabilidade. O Filme mostra a interpretação de Peter Postlethwhaite, ator inglês que vive um solitário homem que ocupa o seu tempo catalogando o passado, na busca de respostas por no momento estar vivendo no mundo devastado pelo aquecimento global, e tenta entender o porquê a humanidade na época, não tomou providências contra a crise climática.
O documentário se desenrola com a história de 7 pessoas que moram em países diferentes e possuem poderes aquisitivos distintos. O filme conta a história de um indiano que criou a primeira empresa de aviação para classe econômica, buscando atrair a atenção da classe baixa para o uso deste meio de transporte, sabendo que a aviação é uma das principais fontes de emissão de CO2 no mundo. Conta também a história de um engenheiro britânico que busca disseminar o uso das turbinas eólicas em sua cidade, para que a mesma diminua a emissão de poluentes, porém ele é impedido pela própria população que não concorda coma implantação das turbinas, pois pelo entendimento de seus moradores, as turbinas seriam uma agressão a paisagem da cidade. Relata a vida de um guia francês que percebe o aquecimento global alterar as geleiras da cidade onde ele cresceu. Descreve a vida de uma estudante de medicina na Nigéria, que mora numa aldeia destruída, tanto urbanamente e ambientalmente, devido às atividades ilegais de uma empresa petrolífera. Conta à história de duas crianças iraquianas,
refugiadas na Jordânia, tendo sua família desestruturada pela invasão dos americanos em seu país em busca de petróleo. E por fim, relata a vida de um senhor de Nova Orleans, que trabalha numa plataforma de petróleo da Shell, em busca dos melhores locais de perfuração para a obtenção do ouro negro, que prefere permanecer em sua cidade durante a passagem do furacão Katrina, onde perde todos os seus bens e acaba salvando algumas vidas após a passagem do furacão.

 

Resenhas dos Documentários fornecidas por Larissa do Vale.

[1] Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw&t=1s

[2] Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_d4YDLK0jP0



A Importância do Metabolismo Urbano para as Cidades Contemporâneas

April 27, 2018 22:18, von Eco Urbanismo - 0no comments yet

 

 

 

Onu ma metabolismo urbano 2 

A abordagem do Metabolismo Urbano foi desenvolvidA por Abel Wolman (1965)[1], engenheiro sanitarista norte americano que, motivado pela deterioração da qualidade do ar e da água das cidades do seu país de origem, desenvolveu um modelo de análise do metabolismo de uma hipotética cidade americana, com 1 milhão de habitantes, utilizando dados nacionais relacionados ao de recursos. Para entender a cidade como um Metabolismo, parte-se do princípio que os estudos e quantificações dos fluxos de matéria e energia que entram e saem das suas fronteiras, permitem a compreensão do seu funcionamento. Todos os metabolismos são sistemas abertos, ou seja trocam matéria e energia com o meio em que estão inseridos, e necessitam de energia exterior para manter o seu funcionamento. E nas cidades não é diferente, isso pode ser visto nas residências, ruas e bairros, que necessitam de energia para funcionamento dos eletrodomésticos, sinais de transito, iluminação das vias etc. Em todo e qualquer ambiente urbanizado ocorrem processos constantes de extração, transferência, acumulação e disposição de matéria e energia provenientes de ambientes naturais, sendo água, matérias primas, energia e nutrientes os quatro fluxos fundamentais analisados.

 

 As metodologias mais utilizadas e fundamentais para avaliar o metabolismo urbano e a sua sustentabilidade são a Análise do Fluxo de Materiais (AFM) e a Análise do Ciclo de Vida (ACV).  A AFM tem como propósito tem a contabilização e a análise dos fluxos e estoques de materiais, substâncias, necessidades energéticas e das emissões das cidades. O princípio base é a conservação da matéria, isto é, os fluxos que entram num subsistema são iguais aos fluxos que saem, acrescidos da variação que o estoque de materiais pode exercer nesse subsistema. Com os dados de entrada e saída de materiais e energia de um determinado sistema são geradas as equações de balanço traduzem o funcionamento do sistema. A Análise do Ciclo de Vida, nada mais é do que, uma metodologia de construção de modelos que representam os fluxos de entradas e saídas de energia, água, produto, alimento ou serviço em todo seu ciclo de vida, desde a extração da matéria-prima, transporte, fabricação, uso, até sua destinação final.

 

Com o passar dos anos e aprimoramentos da metodologia de análise, a abordagem do Metabolismo Urbano se tornou uma ferramenta poderosa de gestão da água, da energia, dos materiais e dos nutrientes que entram e saem das fronteiras das cidades, pois a ajuda à evitar os desperdícios desses recursos. Entender o metabolismo de uma cidade, ver a sua evolução com o tempo e comparar com o de outras cidades permite criar diretrizes voltadas à redução dos impactos ambientais. Metabolismo mais eficientes consomem menos recursos naturais buscar maior eficiência energética nas cidades é fundamental no contexto de crescentes escassez de recursos que estamos vivenciando nos dias atuais. Uma cidade que se situa em um deserto é quase inteiramente dependente de insumos externos e portanto tem um metabolismo muito custoso. Através da AFM e da ACV, analisa-se as interações existentes entre as cidades e os outros ambientes do planeta terra, já que a biosfera nada mais é do que vários sistemas e subsistemas que interagem entre si. Essa relação de sistemas pode ser cooperativa ou competitiva, dilapidadora ou simbiótica e portanto, em geral, quanto mais harmônicos são os processos, mais favorável é o metabolismo.

 

Diversos países e instituições internacionais já estão perceberam que pensar em soluções para consumo exagerado de recursos naturais da nossa sociedade não é mais uma questão de opção. Em 2008, instituições de nove países da União Europeia lançaram o Sustainable Urban Metabolism for Europe (SEMA)[2] com o intuito de desenvolver soluções integradas, através da abordagem do Metabolismo Urbano, para o consumo de recursos nas cidades europeias. Mais recentemente, em dezembro de 2017, a ONU Brasil lança um vídeo[3] explicativo sobre o atual ritmo acelerado de consumo dos recursos naturais no mundo e a importância do metabolismo urbano nesse contexto

 

Além da energia que se usa efetivamente, todos os sistemas perdem, ou dissipam, quantidades significativas de energia durante seu funcionamento. As transferências energéticas do sistema são feitas com perdas e esse fenômeno é compreendido na física como uma tendência à “desordem”, ou entropia. Esse tendência à entropia é a base da Segunda Lei da Termodinâmica que diz que todos os sistemas tendem à se desorganizar e para se manterem ordenados gastam muita energia. Aqui entra uma coisa interessante: tender à desorganização é uma lei dos nossos corpos, nossas casas, nossas cidades e do Universo inteiro. Os seres vivos e as cidades são sistemas que necessitam de grandes quantidades de energia para não entrarem em desordem. Já percebeu o caos que se instaura na sua cidade quando falta luz e água ou quando faltam alimentos e produtos básicos para sobrevivência em locais atingidos por guerras ou desastres naturais? Já imaginou como seria o funcionamento do sistema de transporte da sua cidade se as reservas de petróleo do mundo se esgotassem?

 

Historicamente, as sociedades sempre usaram os recursos naturais para produzir instrumentos, mercadorias, alimentos, abrigo, etc. Porém, com as revoluções industriais, o desenvolvimento das máquinas e a utilização dos combustíveis fósseis as sociedades intensificaram exponencialmente o uso de matéria e energia, pois as descobertas tecnológicas diversificam e acentuam a produção. A economia antes baseada no trabalho humano passou a se basear nas máquinas, o comercio de produtos foi intensificado, e com isso as atividades exercidas pelos humanos passaram a depender mais do que nos períodos anteriores do consumo de matéria e energia. É praticamente impossível imaginar o funcionamento das nossas cidades hoje sem a utilização de fontes energéticas não renováveis como os combustíveis fósseis.

 

Basicamente, os metabolismos das cidades possuem dois tipos de funcionamento: o linear e o circular. O Metabolismo Linear consiste em um sistema composto por fluxos unidirecionais, em que a maior parte da matéria e energia incorporada ao interior do sistema, é utilizada e ejetada depois como resíduos. Nesses metabolismos muito pouco é reaproveitado, por isso eles precisam de grandes quantidade de recursos e energia para manter o seu funcionamento. A quantidade de energia que precisa entrar nos metabolismo lineares é elevada, bem como a quantidade de resíduos e emissões produzidos, com desperdício de energia e matéria. Já o Metabolismo Circular, imita (mimetiza) os ecossistemas naturais e biológicos que possuem ciclos fechados, nesses metabolismos o que é resíduo para uma atividade é matéria prima para outra e as fontes de energia costumam ser renováveis, assim como na natureza. Os princípios fundamentais dos metabolismos circulares são conservação, recuperação e reutilização.

 

METABOLISMO LINEAR

Diagrama   metabolismo linear

 

METABOLISMO CIRCULAR

 

 

Diagrama   metabolismo circular

 

 

Apesar do número crescente de estudos e pesquisas desenvolvidas na área, a maioria dos estudos em Metabolismo Urbano costumas ser teóricos e ainda não saíram do papel, por ser um conceito ainda em fase de desenvolvimento e aprimoramento, e também pela falta de interesse público e da sociedade em geral. Porém, existem alguns casos de aplicação prática dessa metodologia. Em Estocolmo (Suécia), por exemplo, um projeto foi desenvolvido para revitalizar a área industrial e portuária de Hammarby Sjöstad. O objetivo do projeto foi criar sinergias entre abastecimento de energia, água e gestão de efluentes e resíduos. Os fluxos metabólicos foram reduzidos por causa de um sistema integrado de infraestrutura, foram usadas células de combustíveis, painéis solares, fornos de biogás e telhados verdes. Como resultado se conseguiu reduzir em pelo menos 20% o consumo energético de toda área de Hammarby Sjöstad.

 

Imagem Aérea de Hammarby Sjöstad [4]

Barrio hammarby sjöstad foto

 

As cidades contemporâneas de todo o mundo possuem em sua maioria metabolismos lineares abertos, consomem muito de outros lugares, possuem uma taxa de reutilização de resíduos muito baixa e altas taxas de desperdício. Exemplos como o de Estocolmo ainda são pontuais e pouco comuns, porém diante do cenário atual de destruição ambiental, mudanças climáticas e esgotamento de recursos naturais, não podemos mais sustentar nossos modelos de cidades e economia. Nesse sentido é fundamental que o planejamento e a gestão das nossas cidades incorporem princípios e metodologias sustentáveis. Diante da crescente destruição do nosso planeta por que não aprender com os sistemas naturais, que se sustentam a bilhões de anos na terra?  As cidades precisam tornar seus metabolismo mais circulares e sustentáveis, reduzindo os impactos ambientais. Precisamos que as políticas, planos e ações urbanas imitem – mimetizem - os ecossistemas naturais e biológicos, e dessa forma incorporem resíduos de cadeias produtivas como matéria prima para outras, utilizem fontes de energia renováveis de baixo impacto, melhorem a eficiência metabólica em relação ao consumo de água e energia, para assim reduzir os impactos globais. Não é uma questão de opção, não há como escapar da tendência natural a deserdem que rege o nosso universo, precisamos de matéria e energia para manter o funcionamento do nosso corpo e do local em que vivemos. É preciso que as cidades e sociedades se transformem para se sustentem, no contexto atual a abordagem do metabolismo urbano assume um papel fundamental e não pode ser excluído do processo de planejamento e gestão das cidades atuais.

 

[1] WOLMAN, Abel. The metabolism of cities. Scientific American, Volume 213, Pages 179--190 1965.

[2] Metabolismo Urbano Sustentável para Europa

[3] Link: https://youtu.be/ky_x63U57nA

[4] Disponível em: https: //www.archdaily.com.br/br/800186/estocolmo-ja-tem-seu-primeiro-bairro-sustentavel-desde-os-anos-90



O que pretende esse blog

April 17, 2018 15:48, von Eco Urbanismo - 0no comments yet

Ter uma abordagem integrativa da questão urbana, que integre os aspectos materiais (economia, metabolismo urbano, pegada ecológica urbana, etc) e imateriais, sociopolíticos e culturais (gestão participativa, organização da sociedade,etc) mas também vinculados ao mundo sutil (as vibrações do meio de convívio urbano que reforçam ou contratam com o modelo de sociedade vigente).

Pretende fornecer aos leitores acesso a bibliografia, resenhas de textos e filmes,  vídeos, links e eventos correlatos.

Por exemplo, RESENHAS DE LIVROS

ANDRADE, Liza Maria de Souza. Agenda verde x Agenda marrom: inexistências de princípios ecológicos como desenhos de assentamentos urbanos. Dissertação de Mestrado. Brasília: FAU-UNB, 2005.

ANDRADE, Liza Maria Souza de. Conexão dos padrões espaciais dos ecossistemas urbanos: a construção de um método com enfoque transdisciplinar para o processo de desenho urbano sensível à água no nível da comunidade e da paisagem. 2014. 544 f., il. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: O que é e o que não é. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.

BURSTYN, Marcel; PERSEGONA, Marcelo. A grande transformação ambiental: uma cronologia da dialética homem-natureza. Rio de Janeiro: Garamond, 2008. 405 p.

BRAUN, Ricardo Desenvolvimento ao ponto sustentável: novos paradigmas ambientais. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

CAPRA, Fritjof. (1996). A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 13. ed. São Paulo: Cultrix,

CAPRA, Fritjof. (2002) As conexões ocultas. Ciência para uma vida sustentável. São Paulo: Editora Cultrix

FARR, Douglas (2008). Sustainable Urbanism: Urban Design With Nature. New York: Jonh Wiley & Sons.

FERRÃO, P., FERNÁNDEZ, J. E., 2013, Sustainable Urban Metabolism. Cambridge, The MIT Press. Jason

GORE, A. Urbanism and ecology. Academic Press. Ed Baltimore, 1992

MC HARG, Ian. Design with nature. New York: Jonh Wiley & Sons, 1992. 198 p.

ROMERO, Marta Adriana Bustos (1988) Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano. São Paulo: Editora Projeto. 123 p.

RUEDA, Salvador. Metabolismo y complejidad del sistema urbano a la luz de la ecologia. La Construcción de la Ciudad Sostenible > http://habitat.aq.upm.es/cs/p2/a008.html (Jason)

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FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro. Desenho ambiental: Uma introdução à arquitetura da paisagem com o paradigma ecológico. Annablume, FAPESP, São Paulo; Edição 1997 e 2003;

Por exemplo, RESENHAS DE FILMES

IN TRANSITION

DEMAIN

AUROVILLE

GEOFREY WEST

Resenhas de Larissa Carvalho

 



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