Mulheres e Agroecologia em Rede: Experiências das agricultora s familiares enriquecem Instalação da Caderneta Agroecológica
22 de Julho de 2015, 12:24 - sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Empoderamento. Palavra que define bem um dos principais resultados da
O objetivo do espaço foi apresentar o instrumento de monitoramento da renda das mulheres rurais, desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA), e algumas das análises que estão sendo feitas, a partir das anotações de 64 agricultoras, em onze municípios mineiros. A Caderneta quantifica e valora a renda que as agricultoras geram a partir das trocas, vendas, doações e autoconsumo das famílias.
Após um ano de acompanhamento dos quintais produtivos, as participantes contaram como o trabalho tem contribuído para a transformação de suas realidades. “A caderneta vem para nos mostrar aquilo que a mulher acha que não faz. Quando a gente anota tudo que produz e vê tudo que deixa de comprar no mercado, a gente vê que não sabia que trabalhava. Eu chegava a falar: eu estou tão cansada e não fiz nada”, explica Maria Caetano, a dona Lia, de Diogo de Vasconcelos.
Outra descoberta das agricultoras foi a importante parcela que elas têm na segurança alimentar e na saúde da família. Solange Peron, de Espera Feliz, chama a atenção para a diversidade e a qualidade dos alimentos que são “produto da mão da gente, do cuidado com a nossa terra”, todos cultivados sem veneno e sem adubo químico. Produtos que geram uma economia significativa ao final do mês, por suprir vários itens que deixam de ser comprados fora das unidades produtivas: carne, ovos, leite, frutas, leguminosas, verduras, doces, etc.
Os desafios enfrentados na construção de relações mais justas dentro da família, a conservação de sementes crioulas e o resgate de espécies nativas, a valorização do trabalho feminino e a necessidade de auto-organização para enfrentamento do machismo foram alguns dos pontos de diálogo entre as mais de 40 participantes da Instalação.
Segundo o assessor técnico Guto Lopes, a expectativa é que a sistematização dos dados da Caderneta seja concluída ao final do ano e prossiga gerando impactos positivos, alcançando a esfera da criação e aperfeiçoamento de políticas públicas voltadas para mulheres rurais. Ações que contemplem iniciativas de financiamento e fomento da produção e que reconheçam as agricultoras como protagonistas na construção da agroecologia.
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