A proposta é mostrar o protagonismo das crianças e adolescentes durante a 8ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal. São 10 adolescentes coordenados pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) e Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância). A metodologia: educomunicação. O que é isso? Uma metodologia pedagógica que utiliza de recursos das novas tecnologias para o aprendizado de crianças e adolescentes, de modo mais amplo, a mistura de comunicação e educação.

Eles são das diversas regiões administrativas do Distrito Federal. Tem de 10 a 18 anos e são engajados em temas ligados a sua faixa etária. São lideranças em grupos de jovens, em grêmios estudantis, em fóruns. Pouco antes de se iniciar a 8ª Conferência eles participaram de uma oficina na qual aprenderam conceitos de comunicação, o que é, qual pauta, qual o olhar, para serem aplicados durante o evento. “A ideia é que eles apresentem o protagonismo das crianças e adolescentes durante a Conferência. Na oficina eles puderam conhecer as diversas linguagens e aqui estão trabalhando com textos e vídeo”, explicou a estagiária de jornalismo da Andi, Sílvia Guerreiro.

No blogue do grupo é possível acompanhar a cobertura da Conferência. No primeiro dia entrevistaram vários adolescentes e crianças para falarem sobre suas expectativas. Também entrevistaram o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. “No primeiro dia estavam bastante tímidos, quando partiram para a prática eles se motivaram. É impressionante ver a participação deles. Para mim é muito concreto: envolver comunicação e educação dá muito certo”, disse Silvia. “O que pretendemos é que eles percebam e divulguem outros olhares da Conferência. Que ultrapassem o oficial. Esse é um pouco mais complicado, mas eles já conseguiram, neste segundo dia, superar esse padrão”, explicou Márcia Acioli, assessora política do Inesc.

Visitando o blogue e vendo os materiais já produzidos é possível perceber a desenvoltura que eles adquiriam com a prática de poucos dias. Do primeiro vídeo postado ao último vê-se a timidez diminuída e segurança no uso das linguagens. “No começo ficava bastante nervoso, não sabia o que perguntar. Mas isso já passou. Comunicação é um direito e quando fazemos isso e gostamos disso é muito bacana”, contou Webert da Cruz, estudante de 18 anos que participa do grupo de educomunicação. Perguntei a ele sobre como percebe a atuação dos adolescentes e crianças na conferência a partir do olhar de quem faz a cobertura: “Os adolescentes ainda tem que aprender muito, mas já estamos aqui e isso é positivo. A proposta não é apenas trazer sua realidade individual e sim pensar a realidade de todos em conjunto. Pensar o agora é muito importante. Temos que mudar o agora e não apenas o futuro”, finalizou.

Ao fim da Conferência os adolescentes participantes da proposta produzirão um fanzine, que é uma publicação mais despretensiosa e propicia uma linguagem informal, com um estilo gráfico geralmente arrojado.

Para acessar o blogue do grupo clique aqui.