27 de Outubro de 2011, 22:00, por Silvio Luís MelloEnquanto não amanhece
sou noite.
Instintivo, passageiro.
A reatividade do instante.
Não tem como...
Ao entardecer, um senhor me pediu dinheiro,
alegava que o barraco dele pegara fogo.
Ainda faltam arquitetos?
Um barraco pegou fogo.
E a noite é contínua,
Teima no disfarce, como chuva na estiagem,
Não consegue cessar a terra castigada.
O noticiário das 20:00 horas mostrou um jovem
ao vivo, levado a percorrer seis grandes hospitais
da rede pública, baleado, em Estado de Choque.
Nenhum conseguiu atendimento!
Morreu sem um único cirurgião.
No peito, a bala do revólver.
Alguém escolheu como profissão
a cirurgia plástica,
mas opera com prótese de silicone,
botox, lipoaspiração.
Nesta noite, jantou com os amigos,
e todos se divertem agora.
Silvio