PT 31 anos, opção pela maturidade criativa – contribuição ao aprofundamento do debate
February 13, 2011 22:00 - no comments yet
PT 31 anos, opção pela maturidade criativa – contribuição ao aprofundamento do debate
O encontro estadual do PT no Pará, realizado neste 12 de fevereiro no Hotel Beira-Rio em Belém, decepcionou as forças políticas que, de dentro e de fora do partido, esperavam a consumação de uma batalha de acusações fratricidas que reduzisse o PT no Pará, mais uma vez, ao gueto de sua própria fraqueza e incompetência.
É verdade que blogueiros petistas ainda não entenderam que o PT perde na sociedade quando tentam retratar o encontro reduzindo o riquíssimo debate travado à algo como “água com açúcar”. Mas também vimos o Bacana assumir de vez sua face PMDB quando em um mesmo texto argumenta que o PT minimizou os problemas que o levaram à derrota em 2010 para em seguida dizer que todos os problemas foram levantados e que, na versão dele ou de sua fonte tendenciosa, se centrou nas falhas de pessoas específicas principalmente por não ter priorizado o PMDB na aliança e ainda apresentou uma lista de nomes que teriam sido levantados no encontro como possíveis candidatos à prefeitura de Belém.
Bem, eu estava lá. O debate foi duro mas respeitoso, tudo que colocaram nos documentos veio à tona, e sem tirar a culpa de ninguém também foi consenso que há erros que são recorrentes inclusive na gestão do próprio partido, assim como nas demais prefeituras petistas e que precisam ser corrigidos coletivamente.
Um debate que nenhum outro partido tem a coragem de fazer e, principalmente, torná-lo transparente para que a sociedade veja que somos apenas seres humanos. Erramos, aprendemos e corrigimos em um processo em que uns cobram dos outros de igual para igual, sem a hierarquia dos partidos que possuem donos e coronéis.
A resolução do encontro, que pode ser encontrada no site www.pt-para.org.br , surpreende pela maturidade de seus termos. Não por botar “panos quentes” nos erros que nos levaram à fragorosa derrota de 2010, mas por pontuá-los como desafios a superar sem comprometer as significativas conquista que o governo coordenado pelo PT deixou para a sociedade, com destaque para as políticas de ciência, tecnologia e inovação, que com a atração da siderúrgica de Marabá, de projetos como o do Biodiesel e da fábrica de chocolate, colocou em prática um modelo de desenvolvimento apoiado na agregação de valor aos produtos industrializados e no fortalecimento da economia local em torno de cada grande projeto que certamente renderá à população do estado novas oportunidades de emprego e renda e um novo padrão no posicionamento econômico do Pará no cenário nacional e internacional.
Mas as maiores surpresas do encontro ficaram por conta das autocríticas expressas por Ana Júlia e Paulo Rocha, tanto na dimensão dos equívocos na condução política do partido, do governo e da campanha o que, pela primeira vez, fez com que os erros nos unificassem em torno do desafio de superá-los, o que ainda colocará a todos e todas do partido em duras provas de competência e sabedoria política, em um processo que está apenas começando.
A resolução do encontro aponta como tarefas estratégicas a preparação política do partido para enfrentar as disputas de 2012 e 2014, mas trata dos problemas na dimensão estrutural, na perspectiva da realização do objetivo maior do PT que é a conquista democrática da livre opção da sociedade por valores e condutas coerentes com uma sociedade socialista.
Nos próximos dias, abordarei os temas que julgo serem os centrais para que o PT recrie-se a si mesmo no Pará, retomando o rumo que se mantém anunciado em seus documentos de fundação e em suas elaborações de conjuntura nacional recentes. Os temas serão os seguintes:
- O PT, tendências internas e suas relações com a Sociedade, o Estado e os Governos
- A relação entre a Técnica e a Política, o papel dos intelectuais
- A questão da ética e o combate à corrupção como missão partidária
- O desafio da democracia participativa e do Controle Social
- O desafio da democracia econômica e a Economia Solidária
Temos, portanto, muito trabalho e um longo caminho pela frente. Mas um caminho que quem faz é a gente.
Mercedes Sosa e Shakira, homenagem aos 31 anos do PT
February 10, 2011 22:00 - no comments yet
A Marreta
de Silvio Rodrigues, tradução livre de João Arroyo
Se eu não acreditasse na loucura
da garganta do pássaro distante
Se não acreditasse que no monte
se esconde o silvo e o pavor
Se não acreditasse na balança
Na razão do equilíbrio
Se não acreditasse no delírio
Se não acreditasse na esperança
Se não acreditasse no que faço
Se não acreditasse em meu caminho
Se não acreditasse no que digo
Se não acreditasse no meu silêncio
O que seria, o que seria a marreta sem a pedreira?
Uma coisa feita de cordas e tendões
Uma mistura de carne com madeira
Um instrumento sem melhores pretensões
de pequenas luzes para uma cena
O que seria, coração, o que seria?
O que seria a marreta sem a pedreira?
Seria um traidor dos aplausos
Um servidor do passado em roupa nova
Um adorador de deuses cadentes
Glória cozida em trapos e lantejoulas
O que seria, coração, o que seria?
O que seria a marreta sem a pedreira?
O que seria, coração, o que seria?
O que seria a marreta sem a pedreira?
Se não acreditasse no mais duro
Se não acreditasse no desejo
Se não acreditasse no que creio
Se não acreditasse em algo puro
Se não acreditasse em cada ferida
Se não acreditasse no que busquei
Se não acreditasse no que esconde
tornar-se irmãos nesta vida
Se não acreditasse nos que me escutam
Se não acreditasse no que dói
Se não acreditasse no que fica
Se não acreditasse nos que lutam
O que seria, o que seria da marreta sem a pedreira?
Uma coisa feita de cordas e tendões
Uma mistura de carne com madeira
Um instrumento sem melhores pretensões
De pequenas luzes montadas para uma cena
O que seria, coração, o que seria?
O que seria a marreta sem a pedreira?
Sessão do Desapego, a Economia Solidária acontece
February 9, 2011 22:00 - no comments yet
Mais uma experiência prática de Economia Solidária vem se firmando em Belém. É a Sessão do Desapego que terá sua 3ª edição neste sábado, às 15hs na Casa 252 que fica na Alameda Paulo maranhão na Gentil entre 14 de março e Alcindo Cacela.
Trata-se de uma feirinha de trocas solidárias, a primeira de Belém, que prova que basta querer pra gente fazer uma nova economia, humanizando as relações
comerciais, fazendo com que as pessoas vivenciem a verdadeira riqueza que é, e sempre foi, a solidariedade, mas que em função da ideologia capitalista, ficou obscurecida pela lógica da acumulação material e individual de bens e benefícios.
Segundo os jovens organizadores, Bernardo e Mariana, a “ proposta da Sessão do Desapego é estabelecer um espaço de encontro, onde se desapegar é a palavra de ordem. Um jeito de encontrar e disponibilizar coisas legais que já não nos servem e que podem chegar a novos donos, para novos usos. Aquele bom livro, um filme inesquecível, roupas e sapatos dos quais cansamos. A idéia é fazer produtos, que estão entulhando no fundo do armário, circularem e acharem novos espaços onde sejam bem melhor aproveitados. Nessa roda você pode, de um jeito simples, rever utilidades, circular utilitários e achar ótimos usos: deixando o que já tenha utilizado (se Desapegando!) e pegando o que lhe interesse de alguma maneira. Praticando o Desapaego, entramos em uma lógica de consumo mais sustentável, gastamos menos e ainda conhecemos melhor outras pessoas, seus produtos e suas histórias.”
Neste sábado, além da feira de trocas solidárias, haverá oficina de caricaturas, oficina de máscaras e o Improvídeo. Participe!
Agora é com você. Entre no site www.deixapega.com.br e faça seu cadastro. Ou, se comunique com os organizadores pelo email [email protected]
O Fórum Paraense de Economia Solidária e o Instituto Saber Ser apóiam o evento.
Ah! Clique aqui e veja a lição de Balú.
Veja o Documentário: Comprar, descartar, comprar. A obsolescência planejada
February 7, 2011 22:00 - no comments yet
Imperdível, do site WWW.fbes.org.br
...
Baterias que "morrem" em 18 meses de uso; impressoras bloqueadas ao alcançar um determinado número de impressões; lâmpadas que derretem às mil horas... Por que, apesar dos avanços em tecnologia, os produtos de consumo duram cada vez menos?
Filmado na Catalunha, França, Alemanha, Estados Unidos e Gana, “Comprar, descartar, comprar” faz uma viagem através da história de uma prática empresarial que consiste na redução deliberada da vida útil de um produto, para aumentar o seu consumo pois, como publicado em 1928 em uma influente revista de publicidade estadunidense, “um artigo que não se deteriora é uma tragédia para os negócios."
O documentário, dirigido por Cosima Dannoritzer e co-produzido pela TV espanhola, é o resultado de três anos de pesquisa; faz uso de imagens de arquivo pouco conhecido, fornece provas documentais e mostra as desastrosas conseqüências ambientais decorrentes dessa prática. Também apresenta vários exemplos do espírito de resistência que está crescendo entre os consumidores, e inclui a análise e opinião de economistas, designers e intelectuais que propõem alternativas para salvar a economia e o meio ambiente.
Uma “luz” na origem da obsolescência planejada
Tomas Edison fez a sua primeira lâmpada em 1881. Durou 1.500 horas. Em 1911, um anúncio na imprensa espanhola destacou os benefícios de uma marca de lâmpadas com um certificado de duração de 2.500 horas. Mas, como foi revelado no documentário, em 1924 um cartel que reunia os principais fabricantes na Europa e os Estados Unidos negociaram para limitar a vida útil de uma lâmpada elétrica à 1.000 horas. O cartel foi chamado “Phoebus” e, oficialmente, nunca existiu, mas, em “Comprar, descartar, comprar” é mostrado o ponto de partida de obsolescência planejada, que hoje é aplicado a produtos eletrônicos de última geração, como impressoras e iPods, e aplicada também na indústria têxtil.
Consumidores rebeldes na era da Internet
Ao longo da história do “vencimento previsto”, o filme descreve um período da história da economia nos últimos cem anos e mostra um fato interessante: a mudança de atitude nos consumidores, através do uso de redes sociais e da Internet. O caso dos irmãos Neistat, do programador de computador Vitaly Kiselev, e do catalão Marcos López demonstram isso.
África, aterro eletrônico do Primeiro Mundo
Este uso e descarte constantes têm graves conseqüências ambientais. Como vemos nesta pesquisa, países como o Gana estão se tornando a lixeira eletrônica do Primeiro Mundo. Até então, periodicamente, centenas de containers chegam cheios de resíduos, sob o rótulo de "material de segunda mão", e, eventualmente, tomar o lugar de rios ou campos onde as crianças brincam.
Além da denúncia, o documentário dá visibilidade aos empresários que implementam novos modelos de negócio, e ouvem as alternativas propostas por intelectuais como Serge Latouche, que fala sobre empreender a revolução do “decrescimento”, a redução do consumo e a produção para economizar tempo e desenvolver outras formas de riqueza, como a amizade ou o conhecimento, que não se esgotam ao usá-los.
Clique aqui para ver o Documentário “Comprar, descartar, comprar”:
ou use a url = http://www.youtube.com/watch?v=QosF0b0i2f0&feature=player_embedded#!
Aqui tudo parece
Que era ainda construção
E já é ruína
Tudo é menino, menina
No olho da rua
O asfalto, a ponte, o viaduto
Ganindo prá lua
Nada continua...
E o cano da pistola
Que as crianças mordem
Reflete todas as cores
Da paisagem da cidade
Que é muito mais bonita
E muito mais intensa
Do que no cartão postal...
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial...
(Caetano Veloso – Fora de ordem)
Dois Lutadores magníficos e um aprendizado
February 6, 2011 22:00 - no comments yet
Do amigo, mestre de Karatê e escritor José Vieira
Lá estava, eu, e meus amigos karatecas. Todos esperando por uma luta
