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Relatório de Campo das visitas - Semestes da Paz

May 7, 2008 21:00 , von Hugo Scabello de Mello - 44 Kommentare | Es folgt noch niemand diesem Artikel.
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Relatório de Campo da visita a algumas Associações de Pequenos Produtores Rurais do município de Ibiúna, São Paulo:

Caminhando em direção ao armazém de distribuição de alimentos eco-solidários.

      Em 7 de abril de 2008 realizamos uma primeira visita a cidade de Ibiúna, com o intuito de conhecer pequenos produtores rurais de folhas, frutos e raízes.  A cidade de Ibiúna fica distante aproximadamente 60 km da capital paulista e a região é conhecida como cinturão verde por ter grande produção de hortaliças e atender a demanda originada nos centros urbanos da grande São Paulo. 

      Iniciamos nossa visita buscando informações sobre as associações de pequenos produtores no Sindicato Rural de Ibiúna, localizado na região central do município. O Sindicato Rural trabalha em defesa de políticas públicas para o setor agrícola, incluindo também os interesses do setor patronal. Segundo seu assessor de imprensa, este sindicato é ligado diretamente ao Sindicato do Trabalhadores Rurais, que trabalha especificamente em defesa de questões trabalhistas.

      Em seguida, fomos ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, onde conseguimos informações sobre três diferentes associações de pequenos produtores rurais sediadas no município. De uma primeira, a Appoi – Associação dos Pequenos Produtores Orgânicos de Ibiúna, foi descartada a visita quando obtivemos a informação de que já a algum tempo foi transformada em uma empresa, a Appoi Comercial Ltda, que passou a comprar e revender os alimentos produzidos pelos pequenos produtores.

      Assim, visitamos primeiramente a Appri – Associação de Pequenos Produtores Rurais de Ibiúna, que realiza trabalho em conjunto com o MICC - Movimento de Integração Campo Cidade, na comercialização de cestas de alimentos distribuídas na zona leste paulistana.  Alguns produtores reunidos nesta associação não possuem a certificação de produtor orgânico, e efetivamente fazem o uso de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos, até mesmo pela dificuldade de comercialização de produtos orgânicos não certificados, devido muitas vezes ao custo elevado de certificação.

      A segunda associação visitada foi a Aprove, Associação de Produtores Rurais Orgânicos de Verava, que reúne cerca de 12 pequenos produtores rurais certificados de um bairro já distante do centro do município, o bairro de Verava. No momento da chegada, alguns produtores encaminhavam produtos a Appoi Comercial Ltda.

     Sobre o modelo de comercialização instituído.

     Em geral, a opção para a comercialização da produção de ambas as associações, com exceção da alternativa aberta pelo MICC, dá-se pelo já conhecido modelo, conseqüência de um pensamento econômico que se baseia na idéia de que no livre jogo do mercado é que se determinam e regulam as relações econômicas entre as pessoas, as regiões e os países, e onde a esmagadora maioria da produção agrícola é vendida para pequenos e médios atravessadores, que por sua vez revendem para grandes atacadistas.

     Observando o exemplo das alfaces, tem-se que a produção embalada com o logotipo Viver Carrefour ou TAEQ - Pão de Açúcar é vendida para a Appoi Comercial Ltda por r$0,60, e revendida  as marcas citadas acima por r$1,00, as quais repassam ao consumidor final por um preço que varia de r$2,00 a r$2,50, no caso de produtos orgânicos certificados. Dos r$0,60 pagos diretamente ao produtor, afora os custos fixos de produção, descontam-se o custo das embalagens e da certificação, valor que atinge r$1.200,00 ao ano, ou seja, r$100,00 ao mês, ou cerca de 2000 maços do produto ao ano, ficando o pequeno produtor efetivamente com cerca de r$0,40 por maço de folhas. Sendo assim, do valor pago ao produtor ao valor pago pelo consumidor final, tem-se um sobre-valor não inferior a 400%, pois, em realidade, quem determina o preço do alimento é quem o compra para revender, e não quem o produz.     

   Sobre as alternativas e a proposta de trabalho.

      A idéia de desenvolvimento da qual partilhamos deve não só considerar a geração, mas também a distribuição eqüitativa da riqueza gerada pelo trabalho dos diversos nós das redes de produção e distribuição, associadas à melhoria na qualidade de vida de todos e à busca da retomada do equilíbrio de nossa casa comum, a mãe-terra. Deve ser algo que contemple a comunidade, onde todos, através da ajuda e confiança mútua e pela posse e uso de certos meios essenciais de produção e distribuição, preservem a autonomia de produtores individuais, familiares ou associados, estimulando o desenvolvimento destas redes numa perspectiva de exercício da autogestão.

     Ao encontro destes pressupostos, a idéia de comércio justo e responsável traz consigo a aposta na possibilidade de um novo tipo de parceria comercial, baseada na proximidade, na transparência e no respeito entre produtores e consumidores. Em nosso caso, ela se realiza numa estratégia de empoderamento de, por um lado, pequenos produtores urbanos e rurais, agricultores familiares ou associados, que se encontram em desvantagem econômica e marginalizados pelo modelo de mercado globalizado predominante, e, por outro, de consumidores atentos e criteriosos que desejam alimentos de qualidade a preço justo, ao tempo em que buscam investir em formas alternativas aos atuais modelos de relações comerciais.

     Para garantir a comercialização justa é necessário pensar em um sistema de distribuição e infra-estrutura eficientes, que permita alcançar os consumidores diretamente, compartilhando tecnologias sociais em desenvolvimento, como as diferentes formas de associação para as compras conjuntas, como também os bens necessários à logística da associação econômica, e, assim sendo, cumprir com o objetivo de oferecer demanda aos produtores que pautam-se pelos princípios da produção ecológica e socialmente sustentável e oferta aos consumidores que buscam alternativas ao atual modelo econômico e de consumo.

     Em poucas palavras, aí esta o desafio que move nossos trabalhos, materializado no funcionamento de um armazém de distribuição de alimentos eco-solidários. 

     Aqui na capital paulista, algumas iniciativas já tomam forma.

     Em parceria com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas da Universidade de São Paulo, em agosto de 2007 formamos um coletivo que é uma cooperativa de consumidores, realizando compras conjuntas de folhas toda semana e de secos, como grãos, farinhas e condimentos, uma vez ao mês, chamado ComerAtivaMente.

     Como estratégia de ampliação do movimento, trabalhamos na idéia do armazém, entregando a partir do dia 22 de abril cestas de feiras que contém, folhas, frutos, frutas e raízes, também uma vez por semana, e uma cesta de secos uma vez ao mês, através do coletivo Sementes de Paz – Logística Integrada em Comércio Justo.

     E você, leitor, onde investe os recursos com os quais se alimenta?

     Se você compartilha de algumas preocupações que levantamos nesta apresentação e deseja saber mais sobre a iniciativa, entre em contato conosco, através dos correios,

um abraço a todos vocês, 

Ricardo Scaléa, é bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, e atualmente trabalha como agente de desenvolvimento local pelo Projeto Brasil Local, parceria entre a Senaes/MTE e a Universidade de Brasília, além de estar associado aos coletivos ComerAtivaMente Cooperativa de Consumo e Sementes de Paz – Logística Integrada em Comércio Justo.

Victor Dimitrov, cursa Ciências Biológicas na Fundação Santo André, e atualmente realiza trabalhos ambientais na região do corredor ecológico sul, além de estar associado ao coletivo em formação Cooperativa do Verde Cooperativa de Consumidores, sediado na Fundação Santo André. 


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