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Alternativa a Agricultura Convencional

February 27, 2014 22:37 , by Consumo Consciente ABC - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Por Victor Dimitrov
agricultura convencional é responsável pela maior parte da produção dos alimentos que consumimos. Quando vamos ao supermercado são esses os alimentos mais abundantes e os que compramos, mas também são os que estão cheios de agroquímicos. Esse modelo agrícola detém a hegemonia devido ao seu lastro com os bancos e as grandes corporações de insumos agropecuários, independentemente se a produção estiver no domínio de pequenos, médios ou grandes produtores, as grandes corporações acabam sugando a renda desses produtores através dos altos preços cobrados pelos agroquímicos, assim transferindo o lucro para essas corporações, cedendo a oportunidade e o poder para agirem como agentes organizadores da produção e do consumo.

Campos de cultivo de soja em Mato Grosso
O desvio da renda dos agricultores para o lucro das corporações de insumos caracteriza um grande problema social, não para os grandes produtores, mas sim para os pequenos produtores. Além disso, os problemas gerados ao meio ambiente estão relacionados com a contaminação dos lençóis freáticos pelos agroquímicos e o desflorestamento, afetando seriamente a fauna, flora e o ser humano, causando alterações no regime pluviométrico e na variação das temperaturas máximas e mínimas ao longo das estações do ano, ambos os problemas causam modificações ambientais.
Essas modificações ambientais já podem ser percebidas na zona de transição entre o bioma amazônico e cerrado, exatamente em áreas de expansão agrícola. Nesses paralelos a manutenção do regime pluviométrico é fortemente dependente da floresta, que através daevapotranspiração e da variação da temperatura se dão as precipitações, se a floresta é suprimida o ciclo hidrológico se torna intenso, ou seja, na estação seca a umidade relativa do ar é menor do que a normal e na estação chuvosa é maior que o normal.
A ciência formal realiza pesquisa para entender o limite para o avanço da agricultura convencional, não se sabe ainda quanto da área florestal pode ser desmatada para manter o ciclo hidrológico sem necessitar de maquinário para irrigação mecânica. Outra frente de estudo é buscar formas para recuperação da floresta suprimida, o que é muito difícil nessa região devido ao processo de lixiviação.
Outros estudos apontam que na agricultura convencional as modificações ambientais acarretam transformações nas características das doenças nas plantas, podendo aumentar o número de patógenos. Ainda pode gerar um rearranjo da biodiversidade nativa conduzindo a uma alteração na ocorrência das espécies, principalmente aquelas sensíveis a variações bruscas da temperatura.
Os cientistas formais alertam os grandes e médios produtores sobre esses problemas em suas comunicações, demonstrando a necessidade de um manejo mais ecológico para a lavoura. Mas dois questionamentos precisam ser feitos: Será que um manejo agrícola mais ecológico dentro do modo de produção capitalista pode parar o avanço das modificações ambientais? Ou ainda, as modificações ambientais podem conduzir um processo de mudança climática? A ciência formal sempre precisa de mais evidências, mas os movimentos populares, comunidades tradicionais e pequenos agricultores dependentes de boas condições de clima e tempo já sentem que as modificações ambientais estão causando mudanças na lida diária.
Nesse cenário a agroecologia desponta como uma forma de transcender a agricultura convencional. O conjunto de princípios que formam esse tipo de agricultura tem como objetivo se inserir dentro dos ciclos naturais de matéria e energia buscando a criação e renovação de recursos. É muito importante que os pequenos produtores e alguns médios que ainda estão trabalhando no modo convencional transcendam para o modo ecológico, sendo um dos principais benefícios a otimização de custos através da retroalimentação de recursos internos ao agroecossistema.

Agricultor mostrando sua produção agroecológica no Pontal do Paranapanema, SP
O Brasil possui uma área de agricultura convencional muito maior que agroecológica, não sofre com problemas de escassez de insumos e ainda há um forte incentivo estatal para a aquisição de todos os tipos de agroquímicos, o que torna mais difícil a transição agroecológica. A oferta dos insumos pelas grandes corporações não torna necessária uma política efetiva de mudança do padrão agrícola. Cuba é o país que nos dá o exemplo mais concreto de transição agroecológica por uma questão de necessidade, após a queda da União Soviética o fornecimento de insumos agrícolas foi interrompido e ainda com o embargo econômico estadunidense se tornou escasso os recursos para a produção no modo convencional, tornando necessária uma alternativa para garantir a segurança alimentar.
Por aqui o que nos resta é a consciência, aqueles agricultores pequenos que optam pela agroecologia buscam ainda apenas disponibilizar um produto diferenciado no mercado para garantir a renda. A discussão agroecológica ainda caminha a passos lentos no sentido de garantir a subsistência de trabalhadores e trabalhadoras e o estabelecimento de uma fronteira com o mercado convencional.
O avanço da discussão depende da união de consumidores e produtores em dois movimentos distintos, mas que se integram. Um em que consumidores conscientes organizam e participam de compras coletivas junto a produtores conscientes quanto à transição agroecológica e outra frente onde os consumidores avançam atuando no processo produtivo, seja no campo ou na fábrica, estabelecendo uma agricultura de suporte comunitário junto aos produtores.

agricultura de suporte comunitário traz a possibilidade da gestão compartilhada e esse laço pode fortalecer ainda mais a transição agroecológica no sentido de possibilitar a troca de saberes e conhecimentos tradicionais sobre processos produtivos que garantam decisões políticas relacionadas a preço, justiça social e aos problemas ambientais que estão causando escassez de recursos naturais vitais para o desenvolvimento humano. Uma alternativa a agricultura convencional é necessária e precisamos partir da agricultura tradicional para buscar essa alternativa.

Vídeo produzido pelo Projeto Consumo Consciente ABC buscando a valorização dos métodos agrícolas tradicionais

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