Reunidos em Salvador, os mais de 300 participantes do Encontro de Diálogos e Convergências, reafirmam a importância, a necessidade e a obrigação de nos comunicarmos para tornar visíveis nossas realidades, nossas pautas e nosso projeto de desenvolvimento para o país e para o mundo que foi ricamente discutido e sintetizado nesse encontro.

Apostamos nas mídias públicas e comunitárias como veículos essenciais para conseguirmos realizar a comunicação. E por isso queremos que as mídias públicas também estejam à nossa disposição, se abram cada vez mais às produções independentes e comunitárias dos movimentos sociais. Exigimos a mudança do marco regulatório da mídia para possibilitar mais democratização dos meios de comunicação. Repudiamos a criminalização dos movimentos sociais pela mídia comercial e a criminalização sofrida pelas rádios comunitárias. Exigimos que haja mais financiamento público para as nossas mídias, as chamadas mídias alternativas, comunitárias, populares, inclusive para que possamos ampliar nossos projetos de formação de comunicadores e de instrumentalização dos nossos veículos de comunicação.

Do nosso lado, reafirmamos a necessidade de nos encontrarmos mais, de utilizarmos todas as ferramentas de comunicação disponíveis, de realizarmos convergências entre nossas iniciativas de comunicação para valorizar nossas experiências mais vigorosas e discutirmos coletivamente as nossas dificuldades. Por fim, dizemos que há inúmeras pessoas, coletivos e movimentos, hoje atuando em espaços de comunicação que tentam romper as barreiras da concentração da mídia e precisam ser valorizadas reconhecidas e acionadas pelos nossos pares para posteriormente conquistarmos juntos a valorização de toda a sociedade.

Por uma comunicação livre, democrática, comunitária, igualitária, plural, amparada legalmente e financeiramente, esteticamente bonita, e, que defenda a vida acima do lucro.