Fonte: http://www.brasil.agenciapulsar.org

A economia verde representa "um assalto aos territórios indígenas"

A convocatória geral da Cúpula dos Povos na Rio+20 ocorreu ontem (28), penúltimo dia do Fórum Social Temático (FST), em Porto Alegre. Representantes de diversos movimentos e organizações sociais se uniram na luta contra o "capitalismo verde".

A Cúpula dos Povos por Justiça Ambiental e Social, em defesa dos bens comuns, vai ocorrer paralelamente à Conferência das Nações Unidas por Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho no Rio de Janeiro. O aterro do Flamengo, no centro da capital carioca, vai ser ocupado por diferentes entidades, unindo bandeiras de luta.

Nesse sentido, Carmen Foro, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que no momento atual da crise mundial o grande desafio é "construir a unidade na diversidade". Para a sindicalista, o que unifica essas diferentes movimentos é a luta contra o "atual modelo econômico e contra a economia rotulada de verde".

A representante da Articulação dos Povos Indígenas (API), Sonia Guajajara, ressaltou que os povos indígenas de toda a América Latina também estão mobilizados contra o "capitalismo verde". Ela afirmou que a economia verde representa "um assalto aos territórios indígenas".

Além disso, denunciou os impactos do megaempreendimento Belo Monte, no rio Xingu. A indígena questionou a realização do desmatamento de uma área de 100 quilômetros para construção para as obras da usina.

Luiz Zarref, da Via Campesina, vê a Cúpula dos Povos como um espaço de enfrentamento às falsas soluções ambientais. Ele afirma que estas propostas têm sido apresentadas por grandes corporações e governos desde a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o tema, a Eco 92, que também ocorreu no Rio de Janeiro.

Estavam presentes também na mesa de apresentação e convocação da Cúpula dos Povos representantes dos movimentos da economia solidária, quilombola, da reforma urbana, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Marcha Mundial de Mulheres (MMM).

Estes movimentos, entre outros, anunciaram mobilizações nacionais a partir do 5 de junho, que é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Os encontros da Cúpula dos Povos, evento paralelo a Rio+20, vão ocorrer dos dias 15 a 23 de junho, no Rio de janeiro. (pulsar)