delícias da serra do intendente
24 de Fevereiro de 2011, 21:00 - sem comentários ainda
eles adoram um torresminho, mas justiça seja feita: minas gerais é a sede do melhor bife de soja que já comi em toda a minha vida. foi no parque estadual serra do intendente e, mais especificamente, num restaurante chamado rupestre, que tive a oportunidade de experimentar a deliciosa comida-mineira- vegetariana.
em dezembro, antes de começar minha aventura latina, estive por lá e a recordação é tão forte que até agora sinto água na boca. isso sem falar no pastel de angú recheado com queijo e num pestisco até então inédito para mim: pamonha frita à palito =)
claro, a companhia também estava agradabilíssima e o lugar é realmente encantador. localizada nos distritos de tabuleiro e itacolomi, no município de conceição do mato dentro, o lugar tem cachoeiras fantásticas - incluindo a terceira maior queda do país, com 273 metros.
o "meu cantinho" por lá foi a cachoeira de congonhas e também vale muito a pena recomendar o hostel onde ficamos hospedados.
te esperando num lugar arborizado, cheio de biscoitos de canela e um delicioso café quentinho, o pessoal do albergue atende neste link aqui: http://www.tabuleiroecohostel.com.br/. =)
ele, nós e nosotros
23 de Fevereiro de 2011, 21:00 - sem comentários ainda
quando completou 30 anos, em outubro passado, o repórter vinícius carvalho já sabia que a mochila seria a sua grande companheira dos meses seguintes. em viagem pela américa latina, o mineiro de belo horizonte se lançou rumo ao desconhecido sem muitas expectativas e um grande objetivo: observar a si mesmo.
"desde que penso serieamente sobre a vida, nunca havia experimentado o cotidiano fora da 'máquina de moer carne'. quero vivenciar este momento e descobrir o que vai aflorar de bom e de ruim em mim", explica o jornalista, que acaba de lançar o blog "nós e nosotros", onde abordará acontecimentos cotidianos e curiosidades do seu período sabático.
a passagem pelo senegal, em dezembro de 2010, é seu tema inaugural na blogosfera. acompanhando a delegação brasileira durante o festival mundial de artes e culturas negras, vinícius teve, ainda, a oportunidade de conhecer e hospedar-se em comunidades rurais, sem energia elétrica e onde todos os moradores falavam na língua wòlof.
"estar na áfrica foi muito intenso, convivi com coisas com as quais simplesmente desconhecia a todas", sintetiza o belo horizontino, que está adorando voar as tranças pelo mundo. após o recorrido pelo senegal e uma parada estratégica na bahia, vinícius elegeu a guatemala para inaugurar seu mochilão latino.
"desde mais ou menos meus 18 anos penso, leio e reflito sobre o nosso continente. temos muitos mais coisas que nos aproximam do que nos separam nos países da américa latina. temos histórias similares. no entanto, o que vemos, na realidade, é que estamos muitos mais separados do que próximos", avalia.a familiaridade com o idioma e a condição econômica conquistada pelo brasil em relação aos países vizinhos também estão na lista de vantagens do roteiro escolhido por vinícius. "a grana que eu tenho não paga a metade do carro zero mais barato no brasil. na verdade, não é preciso muito dinheiro para fazer uma viagem destas", argumenta.
na avaliação de vinícius, o fundamental mesmo é exercitar o desapego à vida cotidiana e praticar a auto-confiança. "o momento em que eu realmente decidi fazer esta viagem foi quando eu acreditei em mim e apostei em uma certa intuição de que alguém gostará do meu trabalho quando eu voltar".
voltar, no entanto, é um verbo que vinícius só ousa dizer no futuro do conjuntivo. com muita estrada pela frente, "algo entre 5 a 9 meses", ele acredita vivamente que desligar-se da labuta diária e viajar por um bom tempo é algo que deveria estar na carta dos direitos humanos.
"a gente é que se acostumou, por uma via muito torta, a acreditar que um mês de férias por ano é o suficiente para realizar tudo o que não nos satisfaz no mundo do trabalho", defende o jovem balzaquiano, que se diz "em aberto" e que se recusa a planejar cada passo da sua aventura.
"não quero definir nada a priori, pois acho que me dedicar aos acontecimentos antes que eles aconteçam pode me afastar de boas experiências", sustenta. da minha parte, só espero que esse fluxo corrente de vida que predomina no coração do nosso reporteiro não o leve para muito longe dos teclados e do seu blog.
ou não.
ou sim.
manhã guatemalteca
21 de Fevereiro de 2011, 21:00 - sem comentários aindasentada à sombra, numa das tantas praças de antígua, sinto o sol aquecer minha pele enquanto um ventinho cíclico passa ora aqui, ora acolá. meus olhos estão focados na encruzilhada entre duas ruas: de um lado, há uma igreja. do outro, uma tenda onde vendem refrescos, doces e salgados.
em todas as direções, a gente guatemalteca caminha lentamente em caminhos paralelos ou opostos. são mulheres de cabelos negros muito lisos e traços bem feitos, cujas roupas e bolsas explodem em cores vivas. as crianças também andam soltas: jogam, brincam, descansam.
os homens parecem mais ocupados. empurram carrinhos, têm os passos mais largos. menos aquele ali, deitado na grama da praça. estirado sob uma árvore de flores violetas, ele não tem pressa de nada: já leu o jornal do dia, comeu uma melancia, gastou bons minutos observando ao redor.
eu, do meu lado, deixo os olhos seguirem a intuição. às vezes acompanho o rebolar juvenil de uma estudante de saia azul marinho. noutros momentos, me detenho no balançar das folhas e plantas. gosto ainda de cerrar os olhos e dedicar atenção profunda aos distintos sons da praça.
se me canso, mudo do sol para a sombra, fecho o livro, sento no chão, me acomodo num banco, viro de lado. em poucas horas sei que terei fome: almoçar é meu único compromisso do dia e, mesmo assim, não sei se o cumprirei. talvez prefira simplesmente comer maçãs.
devir
17 de Fevereiro de 2011, 22:00 - sem comentários ainda.
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menos trama
que amanhã.
muito mais
seda
do que ontem:
e linhas,
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