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19 de Março de 2013, 21:00 , por Ligia - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Notícias (sobre temas de interesse aos gts, por nós mesmas)

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18 expressões gordofobicas para desconstruir agora, imediatamente, já! – Geledés

4 de Janeiro de 2016, 18:56, por Economia Solidária e Feminista - FBES - 0sem comentários ainda

18 expressões gordofobicas para desconstruir agora, imediatamente, já!

Publicado há 9 meses – em 30 de março de 2015 » Atualizado às 11:14
Categoria » Questões de Gênero

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1. “Acima do PESO IDEAL”

Essa expressão, “peso ideal” dá a ideia de que existe um peso certo e padrão para todas as pessoas; quem está fora do peso ideal (ou “certo”) está errada.

Do Mulher E Suas Crônicas

2. “Acima de tudo ajuda a EMAGRECER”

É comum enfatizar que isso ou aquilo é benéfico (ex: bicicleta) porque é econômico, passa o tempo, distrai, é sustentável e EMAGRECE. O foco não deve ser o emagrecimento. Andar de bicicleta, praticar natação ou qualquer outro esporte vai ter por consequência o emagrecimento, mas, esse não é o objetivo. O foco deve ser melhorar a qualidade de vida e buscar um corpo mais saudável, o que não significa que precise ser magro (já que existem magros anoréxicos, anêmicos e gordos perfeitamente saudáveis)

3. “Bonita de rosto”

Essa frase me dá arrepios. “Você é bonita… de rosto” “seu rosto é lindo”. Muito porque vem seguida de “seria linda se emagrecesse”. Amores, eu sou bonita de rosto e de corpo. Eu todinha sou linda. FIKDIK.

4. “Gordice”

Termo comum em legendas de fotos por aí. “Gordice” (ou coisa de gordo) é sempre associado à comida, como se gordos só fizessem/só servissem para isso. O pior de tudo é ver pessoas magras compartilhando isso. Pessoas que não sofrem a opressão sistemática e o preconceito diário de ser gordo dizendo que está “fazendo godices”.

5. “Ser gorda tudo bem, mas, gorda chata, não. Tem que ser cheirosa e legal”.

A famosa compensação. Eu já ouvi muitooooo isso. Que por ser gorda deveria ser inteligente, legal, engraçada (zoar a mim mesma) e não podia ser chata. Deveria compensar a falta de beleza (oi?) com outros atributos. Eu sou chata. Sou muito chata. Sou insuportável. Não sei como meus amigos me amam. E sou gorda também. Essa compensação ridícula de que já que está fora de alguns padrões deve, obrigatoriamente, para “não piorar a situação” se adequar a outros é sufocante demais.

6. “Ele viu a beleza interior dela”

“Ela é inteligente e legal. Por isso ele está com ela.”. Não existe isso de “beleza interior”. Existem pessoas bonitas de alma, sim, claro, mas, elas são gordas e magras. Esse papo de que um cara está namorando uma gorda porque viu a “beleza interior” dela é rodeado de preconceitos. Quer dizer que gorda não pode ser bonita?

7. “Fofinha, cheinha, excesso de fofura, gordinha e afins”

Esses “inhas” são insuportáveis. Porque raios não podem usar a palavra gorda? Não é tão difícil assim, ne? Gordinha, cheinha etc. parecem estar fazendo uma hierarquia (“ela não é gorda, é gordinha”) e diminuiu a pessoa em todos os sentidos, inclusive, psicologicamente.

8. “Ai amiga tô enormeeeeeeee de gordaaaaaaaaa!!!!”

Uma mina magra, sem nenhuma CELULITE, perfeitamente dentro do padrão, falando essa asneira. Como se ser gorda fosse ruim. Falam na cara mesmo, sem se preocupar se aquilo poderá ofender a amiga gorda ouvindo. E se reclamamos, somos chatas. Pelamor.

10. “Gosto de ter onde pegar”

Omi fazendo omice.

11. “Por isso que tá gorda”

Comum algum babaquinha soltar essa ao ver uma gorda comendo. É uma fiscalização sob nossos corpos sem fim! Simplesmente chegam dizendo “come isso não porque engorda, come aquilo” como se fossem Os especialistas. Se eu quisesse EMAGRECER procuraria um nutricionista, não uma pessoa sem qualificação nenhuma na rua pra ditar regra na minha comida. É como se as pessoas (gordas) não tivessem direito à se alimentar. Engraçado que NINGUÉM reclama da magra comendo. Essa frase ignora totalmente outros fatores que levam as pessoas a engordar e ainda coloca a palavra gorda como ofensa.

13. “Basta ter foco”

Famosa frase de academia. “Com força de vontade e determinação, você consegue”. Isso reduz a pessoa gorda num nível bem triste. É como se fossemos desleixados, incapazes ou inúteis e que não nos esforçamos o suficiente para estar num padrão por isso merecemos obullying.

14. “Não temos o seu tamanho”

A gente mal entra na loja, a moça sequer sabe se é pra mim o que eu quero comprar e já solta essa. Vá à merda.

15. “Gorda com piercing no umbigo e barriga de fora é demais, ne?”

Vai ter gorda com piercing no umbigo sim, porque elas PODEM. Você não pode controlar isso. Autonomia sob nossos corpos, vai ter sim.

16. “Preto emagrece, lista engorda, short não te cai bem, tira o biquíni põe o maiô”

Por mais que você manje de moda e esteja querendo “ajudar”, isso é inconveniente, chato e gordofobico. Eu uso o que eu quiser, ora. Não venha tentando me limitar!

17. “Prefiro ficar com a gorda que com você.”

A gorda. A gorda. A gorda. O lixo sob os pés da humanidade. Ele prefere ficar com ela que com você. Era pra fazer a mina magra se sentir mal, mas, faz a mina gorda sentir- se pior ainda.

18. “Me trocou por aquela gorda?”

É auto explicativo.

Uma menina magra revoltada porque foi trocada por uma gorda, inconformada de verdade. Isso é tão surreal assim? Tão improvável? É o que parece já que o caso do garoto que traiu a namorada com a prima dela (gorda) gerou uma repercussão exagerada e ridícula. Ridícula, porque, se ela fosse magra, isso nem noticia seria.

Leia Também:

Gordofobia: um assunto sério – por: Jarid Arraes

Sobre gordofobia, irresponsabilidade e insegurança no feminismo

Tags: gordofobia · gordofobicas



10 coisas que as mulheres já foram proibidas de fazer – O Mundo Agora!

4 de Janeiro de 2016, 14:57, por Economia Solidária e Feminista - FBES - 0sem comentários ainda

A luta feminina por igualmente está cada vez mais em alta – ainda bem. No entanto, se voltarmos um pouco na história, nada muito longe, veremos que a falta de direitos concedidos às mulheres beirava o absurdo. Você imagina, por exemplo, uma mulher ser proibida de assistir a uma luta de boxe? Ou quem sabe ser presa por acender um cigarro em público?

Confira 10 coisas que as mulheres já foram proibidas de fazer:

1. Ter um cartão de crédito

Enquanto a renda desigual continua a ser um problema no mercado de trabalho, já houve um tempo em que os bancos queriam ditar como as mulheres gastariam seu próprio dinheiro. Na década de 70, cidadãs solteiras ou divorciadas que solicitassem um cartão de crédito, muitas vezes, eram obrigadas a trazer um homem para assinar o contrato. Além disso, independente do salário ganho, as instituições, às vezes, davam apenas a metade do crédito total para elas. Essa situação levou o Senado a aprovar a “Lei de Igualdade de Oportunidade de Crédito”, em 1974, para que os credores não mais discriminassem seus clientes baseados no sexo e no estado civil.

2. Fazer parte do júri

Até 1975, os estados norte-americanos podiam decidir se as mulheres iriam integrar ou não um júri. Absurdo? A situação era ainda pior: em 1879, tomando por base que as mulheres tinham um “defeito de sexo”, a Suprema Corte considerava constitucionalmente aceitável que os tribunais as proibissem de fazer parte do conselho. Por volta de 1927, apenas 19 estados haviam abolido esta decisão, em outros havia a crença de que seria inadequado para as mulheres ouvirem detalhes sórdidos de casos criminais e que elas poderiam ser demasiadamente simpáticas com os criminosos.

3. Votar

Aqui no Brasil, até 1889, um grupo bem abrangente de pessoas era proibido de votar: os menores de 21 anos, analfabetos, soldados, indígenas e elas, as mulheres. Apenas em 1932, com a nova legislação eleitoral, é que o sexo feminino pôde passar a exercer seu direito de escolha.

4. Usar trajes de banho pequenos

Durante a década de 20, as praias públicas não eram lugar para mostrar o corpo: muitos governos emitiam normas específicas sobre os trajes de banho, que não poderiam, por exemplo, mostrar muito das pernas. Havia até mesmo uma patrulha da fita métrica para fiscalizar as praias. Mulheres que insistissem em usar algo diferente da lei eram convidadas a se retirar do local, correndo até o risco de serem presas. Somente na década de 50 é que personalidades, como Brigitte Bardot, desafiaram as convenções e passaram a exibir o modelo mais ousado por aí.

Falando nisso, você sabe por que a peça se chama biquíni? O nome deriva do atol de Bikini, no Pacífico, que foi usado para testes com bombas nucleares. Assim, a ideia era que uma mulher de biquíni provocaria o efeito de uma “bomba atômica”.

5. Trabalhar grávidas

Até 1964, a “licença-maternidade” era permanente. Ou seja, se uma mulher ficasse grávida, era grande a probabilidade de que ela perdesse o emprego. Isso acontecia já que, com a falta de leis, os empregadores não tinham a obrigação de manter suas trabalhadoras que ficassem grávidas.

6. Tomar pílulas anticoncepcionais

“Um dia histórico e um tremendo passo à frente”: foram essas as palavras escolhidas para anunciar o lançamento do contraceptivo oral, na década de 60. Desenvolvido pela feminista Margaret Sanger e a milionária Katherine McCormick, a invenção da pílula teve que se manter em segredo durante alguns anos, já que era proibido que as mulheres utilizassem contraceptivos. Com o objetivo de inventar um método barato, fácil e eficiente, Margaret e Katherine, junto ao cientista Gregory Pincus, esconderam o plano através de um falso projeto para aliviar os sintomas da menstruação. Em 18 de agosto de 1960, o medicamento foi lançado no mercado norte-americano com o nome de Enovid-10. A pílula significou uma verdadeira revolução em uma época que o sexo era tratado apenas como meio de reprodução.

7. Jogar futebol

Quando milhares de homens marcharam para a Primeira Guerra Mundial em 1915, era natural que as mulheres assumissem muitas de suas funções, tanto profissionalmente quanto para fins recreativos. O futebol foi um destes casos: equipes femininas surgiram e se tornaram uma sensação pública, com multidões na plateia. Porém, em 1921, o órgão Football League declarou que o esporte era “inadequado” para o corpo feminino. Assim, equipes compostas por mulheres foram proibidas de existir até 1971.

8. Assistir às Olimpíadas

O nascimento dos Jogos Olímpicos modernos, em 1896, deu lugar a um número crescente de atletas do sexo feminino nas competições, mas nem sempre foi assim: os gregos antigos não permitiam que elas participassem, nem como espectadoras! O castigo para quem desobedecesse? A pena de morte! Essa proibição às mulheres no esporte ressurgiu em 1930, quando o exército britânico as proibiu de assistir aos jogos por causa do pugilismo, considerando que “não era um espetáculo edificante”.

9. Fumar em lugares públicos

Acredite, muitos homens já consideraram o tabagismo como algo masculino, tanto que, em Nova York, era proibido que mulheres fumassem em público, tanto em bares como em hotéis ou restaurantes. A lei só foi revogada em 1927.

10. Escolher um parceiro

O último item da lista, infelizmente, ainda faz parte da vida de muitas mulheres. Em países como Afeganistão, Congo, Índia e Paquistão, elas não têm o direito de escolher um parceiro. Além do casamento arranjado, mesmo as que sofrem com a violência doméstica não podem sequer pedir a separação.



25 negras mais influentes da web 2015 # 25webnegras | Blogueiras Negras

4 de Janeiro de 2016, 14:57, por Economia Solidária e Feminista - FBES - 0sem comentários ainda

Terceiro ano desta linda, desafiadora e sempre árdua lista de 25 mulheres negras que se destacaram nas interwebs ao longo de 2015. Como as Blogueiras Negras não abrem mão de um bom desafio, mais uma vez lançamos uma lista inédita com nomes poderosos do feminismo negro. Importante escurecer entre nós que a lista não é excludente, mas buscamos que cada mulher presente nela represente outras tantas. Celebramos que haja cada vez mais mulheres negras alastrando negritude pela internet com projetos maravilhosos e muito representativos.

As mulheres aqui citadas não são apenas uma referência para nós, mas também mulheres com quem desejamos construir coisas durante o próximo ano, mulheres que ajudarão nessa tarefa nada fácil que é empoderar outras mulheres negras: sendo espelho, sendo referências.

De vlogues bem sucedidos até textões de facebook, temos muitas mulheres negras produzindo conteúdo na internet, sendo protagonistas da sua própria história e senhoras dos seus discursos. Cada vez mais consolidada, a internet tem agregado outras plataformas – snapchat, periscopes e afins – proporcionando às diferentes mulheres a multiplicidade na construção dos discursos e também aumentando o alcance da mensagem.

A novidade desse ano é que além da lista das #25webnegras, acrescentamos também uma pequena lista com algumas representantes da juventude negra, viva, combativa que nos mostram a importância do feminismo negro alcançar cada vez mais meninas negras, adolescentes e até crianças. Estão também algumas feministas africanas que já são conhecidas no Brasil, e algumas homenagens. São mulheres e meninas que tem feito a diferença, nos mostrando seus pontos de vista e fortalecendo a luta das mulheres negras. Então, vamos a elas?

São 25 mulheres não ordenadas pelo grau de importância, mas que representam muito mais das nossas, muito mais mulheres negras e que mandam muito bem pela internet afora. Se joga!

(Conheçam as listas de 2013 e 2014).

1) Regiane Silva (SP)

Regiane Silva é graduanda em Geografia pela USP. Pesquisa a migração de LGBTs para a cidade de São Paulo e é integrante do coletivo Audre Lorde de Lésbicas e Bissexuais Negras e Afrodescendentes. Isso tudo além de fazer parte da frente organizadora do I Acampamento de Feminismo Interseccional, logo também parte da festa babadeira que gerou renda para o Acampa, a Don’t Touch My Hair. No tempo livre e também no ocupado por todas essas coisas, Regiane está armada para desmantelar a casa grande racista, a heteronormatividade e toda a tentativa da branquitude de nos escalar. Regs é voz e resistência pura, por isso tudo a gente ama e se inspira!

2) Carolina Pinho – Central das Divas (BA)

Carol – para os íntimos – é baiana de nascimento, doutoranda pela Universidade de Campinas, por onde fez sanduíche na Universidade de Braunchweig, Alemanha. Seus estudos versam sobre formação de educadores na área de Educação Física (sua área na graduação). Além de um lattes invejável, Carol comanda na web a Central das Divas. Com blog, página no facebook e um instagram que bomba. Carol escreve: “surgimos em 2013 com o objetivo de divulgar, valorizar e incentivar uma proposta de estética não eurocêntrica. Entendemos que a estética é perpassada por relações sociais, por interesses políticos que são construídos historicamente”. Recentemente ela divulgou as 9 pretas que você deve seguir no instagram se você ama turbantes. Não viu? Apois, vá ver.

3) Dara Ribeiro – Eparrei (SP)

Dara é empreendedora-batalhadora. Lidera a Eparrei, empresa de vestuário e acessórios para empoderamento de mulheres e homens negros. É paulistana, mãe de duas crianças tão lindas quanto ela, ativista e feminista negra interseccional. Além de também fazer parte da frente que organizou o I Acampamento de Feminismo Interseccional, e manda bala na organização da festa afrontosa que gerou renda para o Acampa e está aí na noite paulista, a Don’t Touch My Hair. E ainda é uma das coordenadoras deste site que vos escreve. Veio da Baixada Santista, de uma família inteira militante e poderosa feito ela, Darinha aprendeu desde cedo que seu lugar é onde ela quiser e que está nesta vida é pra afrontar meeeesmo. Barrasquê, rainha!

4) Cristiane Damacena (DF)

Cristiane está em nossa lista esse ano porque como tantas mulheres negras, foi alvo de ataques grotescos de racistas ao publicar uma foto sua no perfil do Facebook. Duas vezes só em 2015. Cris foi xingada e humilhada de todas as formas que possamos imaginar. Não é fácil passar por isso e nem sempre somos fortes como querem que sejamos. Cris denunciou, enfrentou e resistiu. Tá por aí desfilando na avenida e incomodando racistas. Gostaríamos que todas as manas que passam por isso diariamente (nas ruas, nos trabalhos, nas escolas, nas universidades, etc) pudessem se inspirar nela. Não é Maju ou Taís Araújo, mas é mais uma preta que enfrentou essa barra e tá aí inspirando outras tantas.

5) Mãe Stella de Oxóssi (BA)

Maria Stella de Azevedo Santos é Mãe Stella de Oxóssi, Odé Kayodé. Soteropolitana, ela é a quinta Yalorixá do Terreiro Ilê Axé Opó Afonja, comandado por uma série de mulheres de destaque – como Mãe Senhora – e considerado um dos terreiros mais tradicionais da Bahia. Formada em Enfermagem e Saúde Pública, Mãe Stella de Oxóssi exerceu a função de Visitadora Sanitária por mais de trinta anos. Mulher ativista, Mãe Stella conseguiu com árdua luta que o Ilê fosse tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Apaixonada pelos escritos e pela cultura do seu povo, começou a publicar em 1988 e nunca mais parou de ser premiada: Doutora Honoris Causa pela UNEB, Detentora da medalha Maria Quitéria pela Prefeitura de Salvador e mais recentemente (2013) eleita por unanimidade para ocupar a cadeira 33 na Academia de Letras da Bahia. E ainda não acabou (rs): Mãe Stella aos 90 anos mantém uma coluna semanal num jornal baiano e tem seu projeto inovador chamado Animoteca – uma biblioteca itinerante que tem por objetivo disseminar e socializar literatura cultura afro. Motumbá, Yalorixá!

6) Tássia Reis (SP)

Cantora, compositora, dançarina, designer de moda e diva lacradora, Tássia tem encantado com todo seu talento, personalidade, voz e músicas que não deixam pedra sobre pedra ou mesmo músicas leves e doces como sua voz. Tássia Reis é de Jacareí, interior de São Paulo, e começou sua trajetória na música desde lá. A carreira teve início triunfal com o lançamento do clipe da faixa “Meu Rap Jazz” em 2013 e e em 2014 com o lançamento de seu EP, que leva seu nome, com 7 faixas, compostas por ela mesma. Mas que de toda maneira expressam muito de Tássia e passam seu recado! Em um de seus últimos lançamentos, a música Ouça-me, é fácil de entender o porque que este lacry primaveril não podia ficar de fora desta lista de inspiradoras: “Meu rap é Crespo, melanina nesse rolê/ Meu hair é bom, eu que já não faço questão de ser/ Eu vou ser ruim que é pra você perceber/ Senão me dão valor,/ Cês vão pagar muito caro pra ver!!!”. Beau, a senhora é inspiração, lacração e nos realizamos acompanhando e assistindo seu voo! Voa mais alto, que ainda tá pouco!

7) Mônica Santana (BA)

2015 foi o ano das preta abalar e não foi diferente pra Mônica Santana. Baiana, atriz e também formada em Jornalismo – ambos diplomas conquistados na UFBA (onde concluiu mestrado e ruma ao seu doutorado) – , essa preta ativista que também é produtora cultural (muitos adjetivos!) e tem sua própria firma construiu seu segundo solo multilinguagem intitulado “Isto Não É Uma Mulata” que ficou em cartaz no Tetro Gamboa, em Salvador, durante todo mês de novembro e claro, ela apenas arrasou: destaque nas grandes mídias soteropolitanas e uma repercussão esplêndida. Trazendo várias discussões acerca da identidade da mulher negra, Mônica fez ecoar pelos jornais e pelas redes a nossa voz: “Num entrelugar da performance e do teatro, o solo Isto não é uma Mulata trabalha numa zona de ironia, visitando clichês na representação da mulher negra, por vezes, reduzida ao trabalho doméstico, à sensualidade da passista carnavalesca, ao corpo exuberante.” Representou e com muita dignidade compõe nossa lista preta.

8) Elisângela Lima – Dicionário Subserviso (SP)

Elisângela, essa preta de 22 anos, paulista tombadora é presença forte nos debates da juventude negra junto ao Fórum Nacional de Juventude Negra do qual faz parte, mulheres negras e feminismo. Ativista nas redes, ela administra a page no Faceebook Dicionário Subversivo, onde a “ideia é desconstruir terminologias, jargões e ditados populares que tem como origem a discriminação ou inferiorização de um determinado grupo social”. Elisângela, assim como todas as produtoras de conteúdo na web, se destaca pela sua escrita firme e segurança quando a ordem é falar sobre a nossa história, nosso ponto de vista. Nos representa e merece compor a lista das pretas de 2015.

9) Yzalú (SP)

Essa paulista de São Bernardo do Campo, foi criada na periferia de São Paulo onde começou a fazer música aos 16 anos. Inspirada pela sua mãe, conheceu os vinis. Enquanto ela (sua mãe) saia para trabalhar, Yzalú fuçava os muitos discos que iam de Bezerra da Silva até Djavan. Yzalú conta que, o primeiro vinil que colocou pra ouvir foi “Dignidade” de Leci Brandão. A cantora é profundamente consciente das questões sociais que perpassam a negritude e o gênero – e não poderia ser diferente, pois não tem medo de se declarar feminista. “Eu e todas as mulheres da favela, da periferia, principalmente as Mulheres Negras, são feministas sem saber que são, pois lutam muito todos os dias para alimentar seus filhos, não abaixam a cabeça quando se veem em situações humilhantes ao visitar seu filho na cadeia”. Conhecida pela música Mulheres Negras, essa preta emociona quando canta e faz arrepiar todas nós que sentimos na pele o que significa ser mulher negra. Yzalú, #ubuntu!

10) Mel Gonçalves (Candy Mel) – Banda Uó (GO)

Candy Mel foi notícia esse ano por ser uma das primeiras mulheres trans a protagonizar a propaganda de uma grande marca de cosméticos. Mas o que você não sabe é que essa goiana nasceu numa família evangélica e já trabalhou num call center, numa escola de artes, já foi secretária e professora de dança para crianças. Apesar de uma infância não tão leve, Candy teve suporte e carinho da sua família – avó e tia -, seguiu seus sonhos, formou sua identidade, enfrentou os preconceitos e transfobias e resistiu. Na adolescência, Mel conheceu Davi Sabbag e Mateus Carrilho e os amigos se juntaram para promover em Goiânia uma festá intitulada Uó. Com inspiração de DJ Cremoso, eles fizeram um cover com samples da canção “Teenage Dream” da Katy Perry intitulada “Não Quero Saber”. Mel Gonçalves não pode ir a gravação, sendo substituída por Flora Maria. Após isso, foram criadas mais três músicas e eles não conseguiram mais parar. Candy Mel deixou a faculdade de moda e se juntou à Banda Uó – já nomeada e estourada pelo Brasil com o hit “Shake de Amor”. Mel segue encantando e militando ao lado dos seus parceiros e conquistando cada dia mais espaço, mostrando a que veio e nos fazendo balançar ao som de sua música contagiante. Arrasa, bee!

11) Priscila Rezende – performer (BH)

Graduada em Artes Plásticas pela Escola Guignard-UEMG, com habilitação em Fotografia e Cerâmica. Seu trabalho trata da relação estabelecida entre o indivíduo e a sociedade contemporânea, abordando para tal, questões acerca das posições raciais e de gênero.

Essa jovem artista negra emprestou cenas da sua aplaudidíssima performance “Bombril” para o premiado e aclamado filme Kbela – que recentemente foi premiado no Festival MOV de Cinema Universitário, em Recife. Dentre seus trabalhos estão participações na Mostra Interna da Escola Guignard em 2009 e 2011; I Semana da Fotografia de Belo Horizonte, em 2011, Bienal 0 – Universitária de Arte UFMG-UEMG, em 2010; Centro de Artes da Maré-RJ, 2013, além de participar do incrível projeto Raíz Forte – que nasceu como uma websérie e de tanto crescer tem site com muitas histórias. Como a própria Priscila enfatizou, seu trabalho compõe a teia de trabalhos coletivos de mulheres negras que se apoiam e se retroalimentam nas artes. Mais uma preta que galgou com dignidade e luta a nossa humilde lista das 25Webnegras.

12) Raquel Virgínia – As Bahias e a Cozinha Mineira (SP)

Em tempos de Bolsomitos, assassinatos de mulheres trans e feminismos debatidos escancaradamente nas redes, a música também abraçou nossas pautas. Essa talentosíssima banda, formada pelos artistas Assussena Assussena, Rafael Acerbi e Raquel Virgínia, que à época eram estudantes do curso de História na Universidade de São Paulo, surgiu em 2011, mas foi nesse ano que nos agraciou com seu primeiro álbum: Mulher. Com influências de nomes como Gal Costa, Novos Baianos, Amy Winehouse e Ney Matogrosso, o grupo propõe através da música e da poesia discussões acerca do machismo, da misoginia e de qualquer tipo de intolerância, seja ela de cunho religioso, racial, social ou sexual. Uma das músicas traz o marcante ritmo Afrobeat, além de uma outra ter o título “Mãe Menininha do Gantois”. Pela voz marcante de Assussena e pelas letras babadeiras, vale a pena se deleitar.

13) Mc Carol (RJ)

Mc Carol de Niterói/Bandida deu um boom esse ano quando conseguiu uma maior visibilidade com sua participação no programa de TV Lucky Ladies ao lado de outras quatro funkeiras, apresentado por Tati Quebra Barraco. Neste programa, que ironicamente passou em canal fechado, quem conseguiu assistir pôde ver um pouco mais sobre Carol além da superficialidade que a músicas nos traziam até então. De lá pra cá temos visto a Mc Carol que ama seu corpo, que se ama, que é feminista, que tem consciência política e tudo isso é expressado pela sua página no Facebook. Carol não dá trela pra racistinha nem pra papo meritocrático quanto ao seu sucesso no funk. Não deixou suas raízes na favela e continua com seu namorado otário lavando suas calcinhas. Carol é exemplo de empoderamento e voz da mulher negra dentro de um gênero musical tão machista e objetificador de mulher como é o funk. E depois da surpresa que tivemos com o lançamento da Não Foi Cabral, que vem sendo usada em escolas para desmistificar o tal “descobrimento” do Brasil e fala até de nossa Dandara(!!!!), Carol já nos promete uma música “100% feminista” como diz o refrão já lançado. A Bandida de Niterói não para e não há quem a pare, e nós estamos amando!

14) Eliane Oliveira, Naomi Faustino, Luara Vieira, Natália Neris e Amarílis Costa – fanpage Preta e Acadêmica

Preta e Acadêmica é um coletivo formado por essas mulheres inspiradoras (criada por Eliane – que é mestra em Ciências Sociais, pesquisadora do Neiab/UEM e professora da rede pública no Paraná – e administrada também por Naomi, Luara, Natália e Amarílis) que diariamente semeiam a palavra feminista e negra pela internet, por meio de textos, memes, tombamento e lacração, mostrando ao mundo que as mulheres negras não só podem, como devem, ocupar todos os ambientes sociais, educacionais e políticos. Denunciam o racismo nos diferentes espaços educacionais, particularmente nas universidades/faculdades e auxiliam as mulheres negras nesse caminhar, pois todas nós sofremos racismo no processo da educação formal e a sensação que temos é de solidão. Desde janeiro de 2015, a Preta e Acadêmica divulga trabalhos e projetos, além de dar suporte com indicação de livros, textos e orientações de trabalhos acadêmicos, e inspira a transformação e o enegrecimento de centenas de mulheres negras pelo Brasil todo (possivelmente por outros lugares do mundo também).

15) Nathália Ferreira, Amanda Bonfim, Letícia Carvalho, Katarina Mendes e Alice do Monte (PE) – Faça Amor, Não Faça Chapinha

As cinco jovens pernambucanas são estudantes e ativistas. Cada uma atua numa área do conhecimento e se juntaram a partir de um post da ilustradora Letícia, em que o desenho acompanhado da frase “Faça Amor Não Faça Chapinha” (que depois virou logo do projeto) repercutiu no Facebook, alcançando muito mais gente do que o esperado. A página então nasceu e foi ganhando expressividade e força. “Lutamos contra o preconceito e qualquer tipo de segregação. Não somos contra quem usa chapinha, mas sim, contra a imposição de que se deve usar desse e de outros métodos para “alcançar a beleza””, diz o manifesto elaborado logo após a tomada de consciência. Como a própria Letícia afirmou, elas estavam fazendo uma luta política sem perceber e juntas, com organização e garra, conseguiram crescer e alcançar cada vez mais jovens negras, crespas e cacheadas. Esse ano elas já inauguraram

.

16) Bea Caixeta – Meu Turbante, Minha Coroa (SP)

Paulista, escorpiana, ansiosa, apaixonada por makes e turbantes, essa preta tem se destacado tanto na militância on quanto offline. Seu discurso de empoderamento através da estética, contra a gordofobia e em favor da mulher negra tem ganhado mais espaço e cativado os corações das outras tantas pretas. Destaque no Encrespa Geral falando sobre Solidão da Mulher Negra e figurinha carimbada de feiras incríveis como a Flinksampa, rodas de diálogos e mesas redondas, a diva administra com maestria a page Meu Turbante Minha Coroa que tem como objetivo “mostrar não só a beleza que um turbante tráz, mas toda a história de resistência que ele representa.

Incentivar o uso no presente remetendo a histórias do passado, fazendo um resgate da auto estima principalmente da mulher negra e fazer um trabalho de empoderamento da nossa cultura negra.”

Bea, minha preta, tu és orgulho nessa nossa militância de cada dia.

17) Amor não tem cor

Menção honrosa e homenagem póstuma à página Amor não tem cor, que foi denunciada e derrubada no início do ano. A página trazia uma problematização a cerca das relações afetivas tanto raciais quanto interraciais, mostrando que nem o amor escapa das construções socais. Esperamos que suas criadoras tenham ânimo e inspiração para nos apresentar mais projetos tão importantes quanto esse. Que viva nossa criatividade e capacidade de criticar e problematizar!

18) Tia Má (BA)

Maíra Azevedo é jornalista de formação e escreve para os veículos do grupo A Tarde. Já publicou diversas matérias sobre questões raciais, do feminino e sobre a cultura negra no Jornal A Tarde e Jornal Massa! – dentre elas, uma matéria que problematiza a música racista e machista de Bell Marques, onde ela afirma “Fazendo uma retrospectiva do repertório musical de Bell Marques, é possível perceber que o cabelo é um tema que se repete. O cantor fez sucesso com “Meu cabelo duro é assim”, “Cabelo Raspadinho”. Mas Maíra virou sucesso entre as mulheres da rede como vlogger, publicando suas opiniões a cerca dos diversos assunto do universo das mulheres no youtube e na sua fanpage Tia Má: sexo, machismo, homofobia e empoderamento tudo com uma boa pitada de simpatia, sotaque soteropolitano e gírias locais.

Essa preta, Yawô de Osun na Casa de Oxumarè é também mãe de um menino – Aladê – e compõe com alegria e irreverência nossa lista de mulheres negras feministas retadas.

19) Negrita Mc (PE)

Natural de Carpina, interior de Pernambuco, Débora Leão – ou apenas MC Negrita – é a mais nova destaque da cena hip hop no Estado e (ousamos nós, Blogueiras Negras, dizer) quiçá do Norte-Nordeste. A jovem rapper tem personalidade forte, rima certeira e pensamento político afiado como uma adaga. Já se apresentou em grandes palcos, como no Polo Hip Hop do Carnaval do Recife de 2015 e ao lado do Poder Feminino Crew já protagonizou eletrizantes performances. Num dos seus vídeos mais vistos do youtube, Negrita mostra o que sabe fazer quando duela com classe contra Zig na final da Batalha da Quadra, onde foi figura carimbada em várias finais em 2014. Pra conferir é clicar no vídeo e segurar o queixo!

20) Aika Cortez (RJ)

Aika Cortez é uma jovem negra, rapper, carioca, faz parte do Coletivo Nós por Nós. Escritora desde a alfabetização, escreve poesias, textos, pensamentos e rimas sobre que vive e o que vê, algumas de maneira explícitas e outras subjetivas, enxerga-se a sua habilidade quanto a escrita podendo ser ”reta e direta” e outras bem metafóricas. Ainda em 2013 começou a organizar, junto com outros amigos, na praça pública do bairro onde mora, a Roda Cultural do Jardim Catarina e a Batalha da Lona. Ambas, permanecem até hoje. Os eventos contam com distribuição de livros, unindo elementos do Hip Hop (Graffiti, Djs, B-boy e MC’s). Colunista no site TudoBlack, site que divulga, faz marketing e apoia eventos e artista independentes de todo o Brasil envolvidos com a cultura de rua. Na sua coluna Mulheres no Hip Hop escreve artigos e matérias sobre preconceito e inserção sobre a mulher na cena, realizando também entrevistas com diversas artistas, produtoras, Djs, Graffiteiras, B Girls e público em geral no Brasil todo visando sempre mostrar o ponto de vista feminino sobre a cena do Hip Hop. Aika é mais uma das pretas pra ficarmos de olho no ano que vem.

21) Maria Lúcia da Silva e Simone Cruz – Instituto Amma Psique e Negritude (SP) e ACMUN (RS)

O Instituto AMMA Psique e Negritude é uma organização não-governamental que foi criada, em 1995, por um grupo de psicólogas com o objetivo de trabalhar as complexas relações inter-étnico-raciais, em especial as relações entre populações fenotipicamente diferentes, por meio de uma abordagem psicossocial. Já a Associação Cultural de Mulheres Negras, instituição gaúcha prima pelo cuidado com as mulheres negras, destacando seu trabalho para a saúde coletiva das diferentes mulheres negras. Juntas, essas duas mulheres (mais a professora da UNEB Marília Carvalho Soares) coordenaram uma pesquisa inédita chamada “Percepção das Mulheres Negras sobre os efeitos do racismo em suas vidas”. Como esse trabalho nos é muito caro e raro e essas mulheres estão à frente quando o assunto é nossa saúde mental, elas merecem visibilidade. Estamos juntas, pretas!

22) Nathalia Rocha – Frida Diria (SP)

Idealizadora do blog Frida Diria, criado em julho de 2015 e onde são publicados textos sobre feminismo, empoderamento de mulheres, racismo, sexualidade, identidade de gênero, cultura, direitos, etc junto com outras meninas. Frida Diria tem como objetivo: “Mais do que um veículo de comunicação, somos uma rede de minas querendo levar informação e empoderamento a outras minas”. Nathália também criou o Mapa da Intolerância nas Universidades, por meio do qual propõe que pessoas do Brasil todo denunciem as universidades que ainda mantém uma postura racista por meio de seu quadro administrativo, docente, técnico e entre estudantes.

23) Coletivo Feminista Baré (AM)

Criado em novembro de 2012, o Coletivo Feminista Baré é ativo na cidade de Manaus, com o dever de militar contra o machismo, o racismo, LGBTfobias nas ruas e na rede. São discípulas e praticantes da filosofia Barrasquê e apesar de saberem dos riscos aos quais estão sujeitas, são combativas de toda ordem de opressão. As moderadoras e integrantes do coletivo são as manauaras: Alessandrine Silva, Aline Ribeiro, Raescla Ribeiro, Raissa Jambuur, Tayna Machado, Priscila Araujo, Rafaela Bastos e Tamily Frota.

24) Gabriela Moura (SP)

Gabriela Moura foi o próprio afrontamento em 2015. Com um posicionamento subversivo e contundente, Gabi já derruba forninhos desde quando ingressou na Universidade Estadual de Londrina como cotista na graduação de Relação Públicas e virou, portanto, uma ícone da vagabundagem! É também formada em cultura e idioma árabe pelo Centro Cultural Árabe Sírio e cursando Especialização em Sociopsicologia pela Fundação Escola De Sociologia e Política de São Paulo. Discute com muita propriedade sobre politica, comunicação, racismo institucional e tem influenciado uma série de mulheres com as publicação de sua timeline no Facebook (onde também provoca surtos coletivos com os makes mais bombásticos). Co-fundadora do Coletivo Feminista Não Me Kahlo e nossa colaboradora, com muita honra. A preta é combativa, barraqueira e uma empoderadora nata de pessoas negras por onde passa e ela passa muito bem aqui pelas interwebs, por isso também nos inspiramos nela!

25) Mulheres Negras em Rede (PA)

Criada recentemente, a página é liderada por universitárias negras e objetiva ser uma forma de organização e apoio entre mulheres negras de Belém. A página foi criada após o I Seminário de Mulheres Negras da UFPA, numa tentativa de agregar informações que servissem para o empoderamento, construção e fortalecimento da identidade da mulher negra e informações sobre a população negra, em geral, de forma interseccional. Uma das ações é estimular que as próprias mulheres da Rede escrevam para ser publicado na página e objetiva estabelecer uma rede de comunicação, solidariedade, cuidado e apoio.

Plus

Elza Soares

Elza não poderia ficar de fora porque Elza é foda! Carreira que se iniciou aos 13 anos e já com 34 álbuns lançados, ela estreia este ano seu novo álbum, A Mulher do Fim do Mundo (se não ouviu, ouça!). Nele ela retoma a carreira, já com mais de 60 anos de duração, com temática contemporânea e também ressalva uma extremamente necessária: a violência contra mulher. As músicas, em geral, contam sobre a força da mulher, o quanto ela é capaz de superar os baques cotidianos da vida. Elza mesmo teve que superar a perda de um filho durante a gravação deste disco, o que ela mesma usa para explicar o tom do disco em uma entrevista, “tive que me manter de pé e firme. Há um ar de tristeza quando estou cantando o disco porque justamente estava muito desgastada e triste”. Mulher que sempre expressou muita força e nunca escondeu seus momentos de fraqueza, vem com este disco de inéditas nos impressionando e sendo a Elzinha de sempre. Só temos mesmo que agradecer a ela por ser essa fonte de inspiração de épocas e futuros.

Menção Honrosa

Conceição Evaristo

Doutora, poeta, escritora, mestra griot. Conceição Evaristo foi coroada como Matrona das Blogueiras Negras.

Mineira, a mulher negra que migrou para o Rio de janeiro em busca do emprego de professora, tornou-se uma escritora de projeção internacional, além de uma militante que atua dentro e fora dos marcos da academia: é mestre em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense. Publicou seu primeiro poema em 1990, no décimo terceiro volume dos Cadernos Negros, editado pelo grupo Quilombhoje, de São Paulo. Desde então, publicou diversos poemas e contos nos Cadernos, além de uma coletânea de poemas e dois romances, dentre eles os famosos Ponciá Vicêncio e Becos da Memória. Ambos com referências claras as histórias não contadas do nosso povo, materializando a “escrevivência” a que se refere a premiada escritora.

A griot nos lembra que “Eu sou descendente de uma cultura oralizada. Eu digo, eu não nasci rodeada de livros. Eu nasci rodeada de palavras”. Recentemente premiada no Troféu Raça 2015, a escritora participou da feira do livre em Paris e ganhou destaque da crítica.

Nossa Matrona leva consigo a tradução da emoção que é dominar a escrita, proporcionar o deleite e o empoderamento das outras quando a oportunidade e o espaço para escrever lhes é dado.

Obrigada, Conceição! E seguiremos sempre seus passos.

Feministas Estrangeiras

Chimamanda Ngozi Adichie

Talvez Chimamanda seja o nome mais conhecido das feministas africanas aqui no Brasil. Ela é nigeriana, escritora, feminista e tem alastrado o feminismo por todo o mundo ocidental. Como uma boa contadora de histórias, Chimamanda tem contando outras histórias diferentes daquelas que leu na infância, mostrando que existem outras rainhas, princesas e que a história do mundo não é única. É autora de Hibisco Roxo, Americanah, Sejamos Todos Feministas, entre outros, e já foi traduzida pra mais de 30 línguas. Aqui mesmo no BN é possível conhecer um pouco mais sobre Chimamanda nos textos Meio Sol Amarelo, Chimamanda Adichie e seu convite às múltiplas histórias, Tradução do discurso de Chimamanda e Sobre a obra de Chimamanda Aadichie.

Hilda Twongyeirwe (UGA)

Escritora e editora da Uganda. Ela publicou o livro infantil, “Fina, a dançarina” em 2007 e também escreveu uma série de contos; sua poesia já apareceu em vários jornais, revistas e antologias internacionalmente conhecidas. Atualmente é coordenadora do FEMRITE, uma organização focada no desenvolvimento e publicação de mulheres escritoras em Uganda e na região do Leste Africano. Através do FEMRITE, ela editou várias publicações, incluindo “I Dare to Say: African Women Share Their Stories of Hope and Survival” (Me Atrevo A Dizer: Mulheres Africanas Compartilham Suas Histórias De Esperança E Sobrevivência) em 2012.

Nia Hampton – GlowingPain (EUA)

Nia Nicole é norte estadunidense do condado de Maryland, em Baltimore, localidade onde ano passado e esse ano houveram manifestações contra o extermínio de jovens negros. Estudante de Comunicação e Mídia da Universidade de Maryland, essa blogger esteve na Bahia para estudar as mulheres negras e a comunicação e alimentou seu blog Glowingpain com suas experiências, imagens e andanças pela capital baiana. Nia é a ponte entre as vivências das mulheres negras brasileiras e norte americanas frente a todas as dores e delícias que isso significa. Sua rede social é referência de blogueiros e produtores de conteúdo da América do Norte negra e a gente não pode deixar de acompanhar.

Minna Salammi (NIG)

Minna é uma escritora nigeriano-finlandesa, blogger, palestrante e fundadora do MsAfropolitan, um blog pan-Africano feminista multi-premiado. Ela também é membro do Duke University Corporate Education Global Learning Resource Network, e do Guardian Africa Network , membro do conselho For Books’ Sake de caridade do Reino Unido e colaboradora do Huffington Post.

Yaba Badoe (GAN)

Yaba Badoe é documentarista ganês-britânica, produtora e escritora. Estudante de pós-graduação na Faculdade do rei em Cambridge, ela trabalhou como funcionária pública em Gana antes de se tornar uma Trainee Geral da BBC. Ela lecionou na Espanha e Jamaica, e já trabalhou como produtora e diretora faz documentários para os principais canais da Grã-Bretanha e da Universidade de Gana, em Accra. Seus documentários incluem As Bruxas de Gambaga (2011) e A Arte da Ama Ata Aidoo (2014).

Destaques Teen

Aíla Oliveira (BA)

Essa jovem soteropolitana de 18 anos, estudante de História e de uma beleza e discurso marcante vem se destacando entre as discussões acerca da juventude negra, junto ao Coletivo Nacional de Juventude Negra Enegrecer, do qual faz parte. Esse ano Aíla foi convidada pela Unicef para debater com jovens negros em Brasília num evento sobre os 25 anos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), e participou também do 1° Encontro de adolescentes negros e negras organizado também pela Unicef junto ao Enegrecer, Fórum Nacional de Juventude Negra e Círculo Palmarino. Com o discurso do empoderamento da mulher negra e com o feminismo na ponta da língua, Aíla Oliveira é a promessa de um 2016 cheio de projetos coletivos e de parcerias com a juventude negra que queremos viva. Parabéns, preta!

Gabriela Dias (RJ)

O programa “Tá bom pra você?” nasceu de uma inquietação de Gabi, que não se via nas propagandas de televisão no geral. Os pais, Kenia Dias e Erico Brás, resolveram então criar, no canal Esquina, o programa idealizado por Gabi. Com o melhor do humor enegrecido, “Tá bom pra você?” fala da não-representatividade de nós, consumidores negros, na publicidade brasileira. Além dos pais e da Gabi, compõe o elenco também o Matheus Dias.

Marcelinha Nogueira (SP) – da Ocupação da E.E. Fernão Dias

Marcelinha tem 18 anos e apenas parou São Paulo em plena luz do dia. Ela foi um dos rostos, das vozes e da força combativa dos estudantes secundaristas na luta pela não organização das escolas públicas estaduais de São Paulo, apresentada pelo governo de Geraldo Alckmin. Marcelinha lutou e apanhou de policiais, junto com outras centenas de estudantes que ocuparam as mais de 200 escolas do estado. Marcelinha deu seu depoimento e junto com os militantes secundaristas prometeu não cessar a luta, mesmo depois de ter vencido a batalha.

Mc Soffia (SP)

Mc Soffia é uma criança de 11 anos e desde sempre, sua mãe a ensinou a se amar, amar seu cabelo, seus traços e tudo o mais. A diferença entre Soffia e outras crianças empoderadas, é ela também empoderar outras meninas já tão cedo. Começou sua carreira aos 6 anos, com o projeto “O Futuro do Hip Hop” e desde então, vem compondo músicas de afronta aos padrões sociais e para empoderamento de outras rainhas pretinhas. Soffia nos deixa ansiosas e ao mesmo tempo, tranquilas quanto a próxima geração.

E que venham mais e mais mulheres negras para nos influenciar e inspirar em 2016 <3



10 Resoluções feministas para 2016 — Medium

4 de Janeiro de 2016, 14:56, por Economia Solidária e Feminista - FBES - 0sem comentários ainda

10 Resoluções feministas para 2016

2015 foi o ano em que a palavra “feminismo” bombou nas redes sociais, mesas de bar e até na mesa de jantar das mais tradicionais famílias. Infelizmente, o feminismo continua pop para aquelas que podem pagar os R$ 16 na edição de dezembro da revista Elle, que traz modelos com jargões feministas atravessados em seus corpos. Trendy.

Bom, já que tantas de nós somos feministas, e agora? O que você vai fazer sobre isso? Resolvi trazer algumas sugestões de resoluções feministas para as mulheres que estão aprendendo sobre feminismo, ou até mesmo já conhecem bastante sobre o movimento, mas que sentem falta de uma aplicação prática além de compartilhar aquela imagem sagaz no Facebook.

1. Doe recursos

Se você tem condições financeiras de doar para um coletivo, grupo ou organização que ajude mulheres, faça isso. A grande maioria deles trabalha com auto-gestão, ou seja, não recebe dinheiro de instituições, partidos ou do governo. As militantes tiram grana e outros recursos do próprio bolso para manter seus projetos funcionando, e isso significa que elas estão, frequentemente, sozinhas. Qualquer quantia ajuda, e muitas outras coletivas também aceitam doação de roupas, absorventes, sabonetes e tantas outras coisas que mulheres em situação de risco precisam. Se você não tem grana ou este tipo de recurso e ainda quer ajudar, que tal ajudar com atividades como panfletagem em eventos feministas?

2. Divulgue o trabalho de mulheres

Ok, todos entendemos que você tem uma grande paixão por Chico Buarque e que seu escritor preferido é homem. Isso não quer dizer deixar de lado o trabalho artístico e cultural de mulheres, já que para artistas é muito comum que o sonho de ser escritora, por exemplo, acabe ficando para trás por causa do compromisso de cuidar da família (que não é imposto aos homens). Não é fácil para mulheres se sustentarem como artistas ou mesmo ter seu trabalho reconhecido: somos minoria. Dizem que ser artista é coisa de mulher, mas quem está ganhando dinheiro com isso e de fato conseguindo seguir o sonho de ser artista, escritor, pintor, ilustrador, etc, são homens.

3. Compre das minas

Ao invés de comprar aquele vestidinho fofo na Renner, que tal comprar daquela moça que faz à mão e está tentando ser independente financeiramente? Existem muitas mulheres vendendo serviços (que vão desde maquiagem e fotografia até carretos e consertos da casa. Sem papéis de gênero aqui!) e produtos diversos. Que tal priorizar restaurantes, bares e lojas de mulheres? Frequentemente somos diminuídas até mesmo no nosso ganha pão e não temos a auto-estima boa o suficiente para acreditar no nosso trabalho, além de muitas mães solteiras estarem tentando cuidar de seus filhos enquanto trabalham em casa, por exemplo. Comprar dessas mulheres é uma forma de incentivar não só que elas continuem acreditando no que fazem como também assegurar que elas tenham independência financeira de homens (pais, maridos, namorados, irmãos, etc).

4. De fato pratique sororidade

A irmandade entre mulheres, ou seja, a sororidade, também ganhou muita popularidade em 2015. Mas será que estamos mesmo praticando isso? Será que algumas mulheres estão, em especial, tendo sororidade com as negras, pobres e lésbicas? Esse é um assunto complexo e merece muito mais do que um pequeno parágrafo, mas fica o spoiler: no geral, não estão, porque se dizem contra o racismo e lesbofobia mas continuam atropelando a fala das amigas negras e ignorando a existência de mulheres lésbicas. Além disso, falar mal da aparência das amiguinhas e ficar competindo não é nada sororitário viu?

5. Foque menos na sua aparência

Embora muita gente goste de dizer que feminismo é sobre “poder escolher”, não é porque você adora maquiagem que maquiagem é feminista. É patriarcal que mulheres se sintam tão compelidas a gastar tanto tempo e dinheiro com sua aparência e, a partir disso, passem a medir seu valor com base num corpo magro ou numa pele sem imperfeições. Você não precisa ser bonita e essa não é sua função no mundo. Que tal pegar a grana daquela depilação e gastar numa massagem bem gostosa?

6. Pare de assistir pornografia

Se você consome pornografia (paga ou não, em vídeo, gif ou foto), está na hora de repensar, miga. Essa indústria sobrevive da exploração e estupro de mulheres, e existem muitas, muitas, muitas ex atrizes que hoje militam pelo fim da pornografia. O índice de suicídio e de abuso de drogas entre elas é altíssimo, e o principal método que elas usam para tirar a própria vida é enforcamento. Antes que você cite as “exceções”, deixo a pergunta: o absurdo número de mulheres exploradas e que sofreram e sofrem na indústria não é suficiente? Mais informações aqui.

7. Converse com mulheres mais velhas

Por mais que pareça que mulheres como sua mãe, avó ou vizinha sejam conservadoras demais ou “chatas”, acredite: elas viveram num mundo misógino e patriarcal por mais tempo que você e sabem coisas sobre ser mulher que você não sabe. Assim como elas também têm muit a aprender com você, que está tendo acesso a tantas informações que elas não puderam ter. Aproveite esse laço.

8. Leia teoria feminista

Se você tem alguma facilidade para leitura de material não ficcional e, até certo nível, acadêmico, aproveite 2016 para ler sobre feminismo. Embora o feminismo passe longe de ser um movimento restrito a universitárias e mulheres com ensino superior (ou mesmo alfabetizadas), existem muitas mulheres feministas que escrevem material super digno da leitura. Não é difícil e se você já se interessa por leituras não ficcionais relacionadas a realidade das mulheres vai devorar os livros mais famosos de teoria feminista como O Segundo Sexo e O Mito da Beleza. É importante aprender o que as mulheres antes de nós estavam estudando e a luta feminista pelo acesso à educação não deve ser deixada de lado. Os blogs têm sua importância e jamais devemos deixá-los de lado, mas incluir um livrinho feminista no seu 2016 pode acrescentar mais do que você imagina.

9. Dê o fora naquele seu amigo escroto

Sabe aquele amigo que você sabe que é machista, que é escroto com a namorada, controlador, cheio de piadinhas sem graça misóginas e homofóbicas? Sabe o fato de que você largava pra lá e ria pra ele mesmo assim porque não quer ser a chata do rolê? Passe a fechar a cara. Você não precisa disso. Pra cada homem babaca que sai da sua vida, muitas outras mulheres incríveis aparecem e você se sente muito mais em paz consigo mesma.

10. Entenda que estamos todas aprendendo

Ser mulher não é fácil, e existem muitas pressões de todos os lados. Estamos todas tentando aprender como sobreviver numa sociedade que nos quer mortas ou então dentro de uma caixinha patriarcal e familiar na qual, na verdade, nenhuma de nós se encaixa. Tenha paciência com suas irmãs, ensine o que sabe e aprenda com elas, porque a revolução feminista não acontece no empoderamento individual ou por meio de brigas e separações. A revolução feminista é a libertação das mulheres da dominação masculina, e ela só acontece com nossa união. Esteja do lado das suas amigas e irmãs.



Poestrias III

7 de Dezembro de 2015, 1:44, por Economia Solidária e Feminista - FBES - 0sem comentários ainda

Milla Carol4 h · Editado ·

Poestrias III

Eu conheci uma mulher

Que não amava seu corpo

Todo dia a gente se olhava

No espelho
E eu queria gritar para ela:
Mulher, seu corpo é lindo!

Mas minha voz não saía

Eu estava presa do outro lado

E via aquela mulher,
Que era eu,
Chorar,
Sangrar por dentro

Ela se cobria

De agonia
E olhava na TV
Tudo que jamais seria

Eu, presa, queria gritar:

Mulher, você é linda!
Mas minha voz não saía

Com um batom vermelho

Desenhava no espelho
Linhas, traços disformes
Todos os dia

Até que

Ela percebeu
Naquelas linhas
A poesia

E todo dia ela lia

E relia
Na frente de espelho
Ela lia
Relia
Para mim
As poesias na derme
As poestrias.

Milla Carol



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