Ir para o conteúdo
Mostrar cesto Esconder cesto

COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO E AÇÃO REGIONAL - CAR / SDR

À DISPOSIÇÃO DA SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVÇÃO - SECTI

SUPERINTENDÊNCIA DE INOVAÇÃO - SI

CONSELHO ESTADUAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

GOVERNO DA BAHIA

Tela cheia

POLITICA PÚBLICA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DA BAHIA

12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

  BAHIA SOLIDÁRIA

UMA CONQUISTA DE TODOS NÓS

O grande desafio do nosso governo é o de enfrentar o problema social. Nós não devemos nos cansar de repetir isso. Precisamos todos, sociedade e Estado, nos convencer dessa grande tarefa. A RECONSTRUÇÃO SOCIAL DA BAHIA.

 Nosso governo, desde o primeiro momento, preocupou-se em criar as bases e executar um projeto que vá dando melhores condições de vida ao nosso povo. A política só tem sentido para isso: possibilitar que o povo viva de modo digno, conquiste sua autonomia. Defendemos que o desenvolvimento só ganha dimensão humana à medida que consegue compartilhar o pão, distribuir a renda. Queremos produzir mais e mais. Queremos crescer. Mas sempre repartindo. Não podemos continuar a ser um dos Estados com maior número de pessoas em situação de extrema pobreza.

 

O aumento do nível de emprego e ocupação e a distribuição de renda são preocupações centrais de nosso governo. Por isso, temos desenvolvido uma política de apoiar decisivamente a agricultura familiar, garantindo acesso à terra, à tecnologia adaptada, à regularização fundiária, ao crédito e aos mecanismos de fomento à ECONOMIA SOLIDÁRIA".

 Com estes trechos que acabo de citar, o governador da Bahia, Jackes Wagner, em seu discurso a 16/fev/2008, na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa, revela o grau de importância que o seu programa de governo confere para a temática aqui em discussão. 

Falar, portanto, do Programa Bahia Solidária é, antes de tudo, falar da Economia Solidária, numa nova Bahia de Todos Nós.

 Este tema vem ganhando respeito em todo o mundo, em especial, no Brasil e na Bahia, justamente porque se trata de uma alternativa concreta de desenvolvimento sócio-econômico, respaldada, ao mesmo tempo, nas tecnologias sociais e no conhecimento popular. A Economia Solidária também é uma forma, comprovadamente viável de enfrentamento da crise do emprego que afeta a sociedade moderna e arrebata o direito ao trabalho de amplas camadas da população.

 O estreito vínculo e o apreço que o atual Governo da Bahia tem com este tema são comprovados pela criação de uma Superintendência de Economia Solidária, vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, atendendo a uma justa reivindicação do Fórum Baiano de Economia Solidária e própria concepção de Governança Solidária, inaugurando um novo tempo de atenção e respeito para as amplas maiorias de excluídos do mundo do trabalho, e, também, pelo fato de ser o Sr. Governador Jaques Wagner, o então Ministro do Trabalho e Emprego do Governo Lula, quando este Ministério criou a Secretaria Nacional de Economia Solidária - A SENAES.

 Costumo dizer que o universo esteve a todo instante conspirando em nosso favor, pois além de um Governo Estadual democrático que aposta na Economia Solidária e nos movimentos sociais, temos um secretário, o Prof. Nilton Vasconcelos, que também têm uma rica história de vinculação, estudos e militância no movimento de economia solidária, sendo fundador da Associação de Fomento à Economia Solidária - O BANSOL e da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares - A ITCP / CEFET. Esta história, e toda força que ela traz, foram decisivas para o surgimento da nossa Superintendência, a SESOL, a qual entendemos como um marco institucional da economia solidária na Bahia.

 A criação da Superintendência de Economia Solidária - SESOL -, não nos furta, entretanto, de elevado desafio. Assim, podemos considerar que essa forma de organização coletiva da produção, por seu caráter eminentemente popular está na contra-mão da cultura instituída a décadas no poder público e de todo o arcabouço estrutural e legal que se mostram, muitas vezes, inadequados para entender e atender às camadas mais pobres da sociedade. Equipado de amplo e eficiente arsenal para operar e reproduzir o modo de produção capitalista, sua inadequação nos impõe barreiras de variadas ordens e nos desafia a galgar até pequeníssimas conquistas que nos permitam, por exemplo, adquirir, refeições produzidas por uma cooperativa popular para atender a um evento promovido pela própria SESOL.

 O programa de governo que nos conduziu a administração do Estado da Bahia nos inspirou para desenvolver o Programa Bahia Solidária auxiliado por acúmulos de uma equipe que, na sua grande maioria, já militava nos movimentos sociais e, em especial como fundadores, partícipes e militantes dos fóruns de debates da Economia Solidária.

 E por estarmos cientes e convencidos dos desafios que temos, é que estaremos sempre dispostos a compartilhar, permanentemente, de oportunidades dialógicas com aqueles que, estejam sinceramente dispostos a construir um mundo melhor. E neste sentido, não enxergamos uma política pública estadual sem que haja o envolvimento e comprometimento das demais áreas do poder público, ou seja, não podemos pensar em economia solidária, portanto em um outro desenvolvimento - mais justo, solidário e sustentável, sem patrões e sem empregados -, sem a indispensável transversalidade, sem empenho nos diversos níveis de governo e dos demais poderes. Esta articulação, que nos faz convergir, precisa ocorrer, tanto entre as múltiplas áreas do Governo do Estado, quanto com os Municípios e com o Governo Federal. Afinal de contas, inverter, com determinação, a pauta de prioridades e atender efetivamente aos interesses dos que mais necessitam das nossas políticas públicas é desafio de bom tamanho e, portanto, o de todos nós. Pro isso, estamos constantemente arregimentando e articulando forças, apresentando propostas e dialogando com outros atores, a exemplo dos Ministérios e demais compartimentos do Governo Lula, especialmente por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária - A SENAES. Aliás, reconhecemos o importante trabalho realizado pela equipe da Secretaria Nacional em todo o Brasil e é a SENAES a grande inspiração para o delineamento da nossa política estadual.

Obviamente que não estamos partindo do zero nesta jornada, nem estamos sozinhos. Um exército de oprimidos históricos, sequiosos por um lugar no mundo do trabalho haverá de pavimentar a nossa estrada.  Oficialmente, na Bahia, já são nada menos que 1.611 empreendimentos mapeados em cerca de 55% dos municípios baianos, o que significa, por volta de 120 mil trabalhadoras e trabalhadores. Tanto os caminhos trilhados pela Secretaria Nacional de Economia Solidária quanto a sabedoria da sociedade civil organizada, através dos seus Fóruns Estaduais de Economia Solidária e os demais espaços de construção coletiva apontam para algumas estratégias. A primeira delas é a articulação setorial destes empreendimentos em redes de produção e comercialização, agregando valor aos produtos e escoando esta produção. O segundo eixo, e, a meu ver, o mais relevante e estratégico, o de formação dos empreendimentos associativos e auto-gestionários. E em terceiro, porém não menos importante, o crédito para os empreendimentos produzirem de forma adequada e desburocratizada.

 Dito estas considerações de contexto, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, por meio da Superintendência de Economia Solidária entende como prioridade, a consolidação e início de execução de uma política pública contempladora das reivindicações históricas da sociedade civil e da perspectiva de geração de trabalho e renda de maneira decente - compromisso este assumido pelo Governador Wagner através da assinatura de uma agenda do trabalho decente. No bojo desta construção, há cinco ações concretas que estão em processo inicial de execução. São elas: os Centros Públicos e as Incubadoras Públicas de Economia Solidária, os Arranjos Locais para o Desenvolvimento, a expansão do Microcrédito e a Qualificação de Multiplicadores. Estes projetos serão implementados como experiências-pilotos e posteriormente multiplicados em parceria com outros atores públicos (Secretarias, autarquias, empresas públicas, prefeituras, etc.) e da sociedade civil organizada, em especial, com o decisivo apoio do Fórum Baiano de Economia Solidária.

Como se pode perceber, mesmo com as dificuldades típicas do processo de criação e afirmação de uma área nova no âmbito do governo, nós estamos com muita disposição e afinados com todo um trabalho que já vem acontecendo no âmbito dos Ministérios do Governo Federal. Isso nos tranqüiliza, por um lado, e, por outro, aumenta nossa confiança na possibilidade de um trabalho concreto e relevante para a sociedade baiana. As ações prioritárias aqui apresentadas convergem para feitos inéditos que certamente colocarão a Bahia na vanguarda de um novo desenvolvimento e, espero, os ajude no exame das possibilidades de replicação do modelo aqui comentado. Por este desenvolvimento nós entendemos: articular os atores sociais; desenvolver o capital sócio-cultural nos territórios; realizar planos de desenvolvimento locais de forma participativa; potencializar as organizações coletivas e autogestionárias como modelo propulsor da desconcentração de renda; servir à sociedade organizada por meio de orientação técnica, crédito para aqueles que realmente precisam do subsídio do Estado; criar oportunidades para que os pequenos e micros produtores possam participar de licitações e ter prioridade nas compras de bens comuns - afinal são eles quem mais geram postos de trabalho no Brasil -; apostar no trabalho decente e na transversalidade das ações públicas.

 Para a realização das ações prioritárias não podemos abri mãos dois princípios deste novo Governo de todos nós: (1) entender o próprio Governo como um só Governo, o que nos remete ao diálogo inter-setorial e; (2) entender a sociedade como parte do Estado, o que nos obriga a ouvir, respeitar e acreditar na sociedade como portadora de soluções no enfrentamento dos problemas que nos afrontam, como é o caso da crise estrutural do emprego na qual vivemos. Por tudo isso, gostaria de afirmar a nossa disposição e zelo por estes princípios e dizer que iremos sim, consolidar uma política pública de economia solidária na Bahia, de forma democrática, participativa de maneira que legitime as iniciativas do movimento de economia solidária no estado e consolide esta nova economia como saída concreta e viável para um verdadeiro desenvolvimento humano e sustentável.


DIA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA

14 de Dezembro de 2010, 22:00, por HELBETH LISBOA DE OLIVA - 0sem comentários ainda

VIVA A TODOS QUE, DE VERDADE, FAZEM, PRATICAM E SE COMPORTAM DE FORMA SOLIDÁRIA!
       VIVA AOS EMPREENDIMENTOS, A RAZÃO PRIMEIRA E DERRADEIRA DE TUDO QUANTO É FEITO E SE TEM POR FAZER!
       VIVA A NÓS OUTROS, QUE NO LIMITE DA NOSSA PEQUENEZ E DIANTE DA ESPERANÇA QUE NOS AGIGANTA, LABUTAM EM PROL DESSA OUTRA ECONOMIA.
 
HOJE, VIVA O NOSSO DIA :
 
 VIVA A ECONOMIA SOLIDÁRIA DO BRASIL !
 
 030510md
Salvador, 15 de dezembro de 2010
Helbeth Oliva
Representação da Rede de Gestores Públicos na Coordenação Executiva do FBES 
SESOL / SETRE
Governo da Bahia



Declaração do Fórum Brasileiro de Economia Solidária

12 de Outubro de 2010, 21:00, por HELBETH LISBOA DE OLIVA - 1Um comentário

Declaração do Fórum Brasileiro de Economia Solidária à sociedade brasileira sobre o 2º turno eleitoral 2010

Brasília, 12 de outubro de 2010

O Fórum Brasileiro de Economia Solidária, em nome dos empreendimentos solidários, rede de gestores e entidades de apoio e fomento que constituem o movimento organizado de Economia Solidária no país, vem a público manifestar seu posicionamento com relação ao segundo turno das eleições de 2010. O Movimento de Economia Solidária propõe, a partir de suas práticas econômicas e organização política, a mudança do modelo de desenvolvimento baseado na exploração irrestrita dos recursos naturais e no favorecimento às grandes empresas capitalistas. É preciso que o desenvolvimento tenha a vida como foco e motivação, tendo como motores o trabalho associado, a solidariedade, a cooperação, o respeito à natureza, a diversidade cultural, étnica e generacional, o reconhecimento e autodeterminação dos povos e comunidades tradicionais, e a justiça social, de gênero e ambiental. Neste sentido, afirmamos que a economia deve estar a serviço da vida, e não o contrário. Por isso lutamos, independentemente do processo eleitoral, pela democracia plena e por diferentes políticas públicas e ações integradas, dentre as quais destacamos:

• Solidariedade na atividade econômica: Reconhecimento do trabalho associado como forma de promoção do desenvolvimento econômico com justiça social, enraizamento comunitário e preservação ambiental; promoção de redes e cadeias de produção, comercialização e consumo solidários; promoção do acesso a crédito através de instrumentos democráticos e locais de finanças solidárias como alternativa ao sistema financeiro especulador; ampliação do fomento da produção da agricultura familiar, camponesa e agroecológica, garantindo o direito à biodiversidade livre de transgênicos e agrotóxicos; defesa do trabalho digno; democratização e controle social do BNDES; emancipação econômica das mulheres.

• Por um consumo que promova a vida: Promoção do consumo responsável; garantia do direito à informação detalhada ao consumidor; afirmação do comércio justo e solidário como promotor de circuitos territorializados de distribuição equitativa de bens e serviços; superar o consumismo através de formação para o consumo responsável e regulamentação da propaganda; defesa da segurança e soberania alimentar e nutricional.

• Liberdade e diversidade de expressão: defesa e reconhecimento dos conhecimentos tradicionais; opção pelo conhecimento livre de patentes; democratização da imprensa e mídia, garantindo espaço privilegiado a rádios e TVs comunitárias e outros meios de comunicação populares; apoio às diversas expressões culturais populares.

• Direitos territoriais: reformas agrária e urbana; demarcação de terras e reconhecimento dos povos e comunidades indígenas e tradicionais; limite do tamanho da propriedade da terra; integração internacional pautada na soberania, solidariedade e respeito mútuo, e economicamente em empreendimentos de economia solidária.

• Preservação de nosso planeta: revisão da matriz energética para fontes renováveis e limpas (tais como eólica e solar); defesa dos biomas e biodiversidade brasileiros, em especial o Cerrado e a Amazônia; melhoria e ampliação do transporte público para redução de congestionamentos e poluição; expansão do apoio às cooperativas de catadores de materiais recicláveis. • Por uma gestão da política de Economia Solidária em outro patamar: conforme deliberação da II Conferência Nacional de Economia Solidária, afirmamos a necessidade de criação de um Ministério de Economia Solidária para dar conta deste setor de forma integrada e sistêmica. Ao analisarmos os programas, a trajetória política e os governos representados pelas duas candidaturas para este segundo turno, fica evidente que a candidatura do PSDB-DEM, além de não defender estas ações, é avessa à organização da sociedade civil através da criminalização dos movimentos sociais. A candidatura Dilma Rousseff, pelo seu caráter progressista, é a que pode, neste segundo turno, abrir espaço a estas inovações no modelo de desenvolvimento, já tendo inclusive, no atual governo, apoiado algumas delas. Desta forma, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, através de sua base de milhares de empreendimentos solidários e organizações e redes locais e nacionais, torna público o seu apoio, de forma apartidária, à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República.

Para além de nossa posição, repudiamos o uso de boatarias, mentiras e manipulação de informações com o objetivo de fomentar o preconceito à pessoa de Dilma, mulher lutadora que deve ser respeitada por suas conquistas e história de defesa da democracia neste país. Defendemos uma campanha baseada nas propostas e programas políticos dos candidatos, para permitir a opção consciente da população brasileira.

Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de Economia Solidária



UM POUCO SOBRE A TRAJETÓRIA DO LIDER MANOEL CONCEIÇÃO SANTOS UM FIEL COMBATENTE DA ECONOMIA SOLIDÁRIA MARANHENSE

19 de Junho de 2010, 21:00, por HELBETH LISBOA DE OLIVA - 0sem comentários ainda
PT? PCdoB? Não... TODOS UNIDOS NO COMBATE TENAZ E DECIDIDO ÀS OLIGARQUIAS BRASILEIRAS
                                P6160027
"... A criação de um partido político criado e dirigido por trabalhadores deveria ser uma alternativa recomendável, foi o que fizeram os primeiros fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), dentre eles, Manoel da Conceição, terceiro filiado do partido, e muitos outros pelo Brasil afora. Manoel acompanhou especialmente a fundação do PT no nordeste que começou pelos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Sua atuação, especialmente, se intensificou mais nessa Região, foi o primeiro presidente em Pernambuco em 1982, antes, foi o segundo vice-presidente no estado de São Paulo. No mesmo ano em que foi presidente do partido em Pernambuco se colocou a disposição para ser candidato a governador do estado. Um conjunto de fatores impediu Manoel da Conceição chegar a uma vitória nessa eleição. Entretanto, não cabe aqui fazer uma análise dos motivos da não vitória, pois o mais importante é compreender os fins, mais que os meios.

Dois anos depois, já na cidade de Imperatriz no Maranhão, ele se reúne e discute com outras pessoas uma ramificação do CENTRU no Maranhão. Graças a essa entidade foram criadas e organizadas associações e cooperativas pelo Maranhão, com a ajuda de recursos provindos de ONGS, órgãos governamentais brasileiros e estrangeiros. A partir do CENTRU foi possível a criação da escola sindical Padre Josimo. que desenvolveu uma proposta de capacitação em cooperativas e a implantação de culturas permanentes em oitos municípios do Maranhão.

No início da década de noventa, o líder camponês é um dos articuladores para a criação do Centro Nacional de Apoio as Populações Tradicionais (CNPT). Paralela a criação desta entidade, se coloca como um dos defensores e articuladores na criação da primeira reserva extrativista da Região Tocantina, a reserva do Ciriaco. O CNPT, desde a fundação acompanha a reserva na elaboração de projetos, bem como em outros fatores relacionados à organização política e econômica da reserva. Além disso, o este órgão acompanha outros grupos de populações tradicionais pela região e defende a criação da nova reserva extrativista, a da Mata Grande (em processo de realização) nas proximidades de Imperatriz.

No mesmo ano participou da articulação da Rede Frutos do Cerrado em dez municípios, sendo apenas um no Tocantins. Esse projeto visa o desenvolvimento da cultura dos produtos nativos dessa região, visando, além do cultivo, a preservação e a defesa contra os devastadores que visam mais o lucro imediato que a preservação das riquezas vegetal e animal.

Em 1994, lança-se a candidato a senador pelo PT, no Maranhão, sem perder os princípios políticos que sempre defendeu sua vida inteira, apesar de não ter sido eleito, teve a simpatia de 111 mil eleitores que votaram no projeto defendido por ele. Três anos depois, torna-se coordenador nacional do CENTRU, além da coordenação maranhense, fez parte ainda do Conselho Nacional dos Seringueiros.

Depois dessa campanha política, praticamente não esteve envolvido com o partido na esfera burocrática. Seus trabalhos, desde então, têm se dado mais no âmbito social, não partidário, pelo menos de forma direta. Manoel tem se dedicado bastante às atividades de organizar cooperativas no Maranhão, desde 1992 vem tentando consolidar um projeto de criação de pequenos animais acompanhado de implantação de culturas permanentes, na ótica do cooperativismo. Para fortalecer essa proposta, ele vem trabalhando com outras lideranças, os Grupos de Produção de Base (GPB’s), com esse tipo de organização as pessoas começam se organizando em quantidades pequenas para discutirem o que é melhor para a comunidade. Isso faz parte de uma prática que Manoel aprendeu em seus vários anos de convivência com movimentos e entidades classistas. A organização começa abrangendo poucas pessoas, depois associações, cooperativas e daí por diante.

Manoel participou diretamente da criação de oito cooperativas, que na sua forma de ver, é um instrumento imprescindível para o desenvolvimento de uma sociedade, de forma mais harmoniosa. Foram criadas as cooperativas de Imperatriz, João Lisboa, Amarante, Montes Altos, Estreito, Riachão, São Raimundo das Mangabeiras, Loreto e Balsas. Sem contar com a atuação indireta da criação das cooperativas de Viana e Caxias. Todas no sul do Maranhão.

Na sua ótica as entidades que lutam pelos trabalhadores rurais, devem aproximar-se mais das cooperativas, assim ele acredita que há mais chances de fortalecer essas cooperativas e oferecer maiores vantagens aos trabalhadores. Sem a aproximação de entidades e grupos afins, ele não acredita que possa algum trabalho social se desenvolver de forma eficiente, sempre correrá mais risco de fracassar.

No ano de 2002, Manoel participou da criação da Central de Cooperativas do Maranhão, com o intuito de fortalecer os laços do cooperativismo no estado, conseqüentemente, consolidar valores solidários entre os agricultores. Ao lado da participação na esfera da cooperativa, procurou se engajar em atividades com a mesma bandeira como a Rede Frutos do Cerrado que busca o desenvolvimento e preservação das frutas nativas com objetivo de proporcionar bem estar aos trabalhadores do Sul do Maranhão. Também se engajou na luta em favor da “economia solidária” (movimento de cunho internacional), intimamente relacionada à sua prática, fazendo parte do Conselho Nacional e da Comissão Gestora do Estado. A intenção é concretizar um modelo alternativo de sobrevivência material e cultural para as sociedades marginalizadas economicamente.

Enquanto a participação partidária, desde a fundação do seu partido, Manoel participa de suas atividades, concorrendo a mais uma eleição para presidente estadual em 2005 na qual perdeu, com suas propostas de reestruturação do partido. Após isso, tem-se dedicado mais em atividades do CENTRU e da CCAMA (Central de Cooperativas Agro-extrativistas do Maranhão). Ele vê um enorme problema a respeito de grande parte dos envolvidos no partido, é o fato de se afastarem dos movimentos sociais, da mesma forma as pessoas ligadas aos movimentos. (Santos, 2005, p. 7)

Para muitas pessoas falar de uma sociedade justa é sinônimo de arcaísmo, é algo ultrapassado e que não há mais possibilidades de dar certo, é mais fácil viver o individual e pregar o fracasso das tentativas. Para Mané as pessoas perderam a capacidade de sonhar. Ele vive e acredita nessa sociedade, não apenas observando, mas contribuindo ativamente para esse projeto de melhorar o mundo."

 

Ai está um pouco da trajetória de Manoel Conceição Santos, um combatente da Economia Solidária que sempre compreendeu a importância das lutas pela libertação do povo, através da vivência objetiva experimentada na construção cooperativa, autogestionária, democrática, respeitadora dos recursos ambientais, culturais e étnicos e que compreende a história dos povos como origem e fonte do saber. Só alguém com o perfil deste "Mané" sabe discernir claramente pela importância de se apoiar a candidaturas populares como reação legítima ao coronelismo e ao atraso que não querem "desencarnar" da vida maranhense. 

Helbeth Oliva 



Categorias

Bahia, Educação e formação, Comunicação, Organização do movimento, Políticas públicas