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Notícias

January 12, 2009 22:00 , par Inconnu - | No one following this article yet.

Ata de Resultado de Cotação de Preços Nº 003/2016R

March 21, 2016 16:18, par Instituto Marista de Solidariedade » Notícias - 0Pas de commentaire

Veja aqui a Ata com o resultado dos julgamentos e propostas recebidas da Cotação de Preços Nº 003/2016R   , tendo por objeto a contratação de empresa ou cooperativa especializada para a organização de eventos em diversas Unidades da Federação, compreendendo hospedagem, alimentação, serviços de deslocamento terrestre/hidroviário e infraestrutura para a realização de atividades do Projeto Rede Nacional de Comercialização Solidária – REDE COMSOL (CONVÉNIO MTE no 776106/2012), celebrado entre a União Brasileira de Educação e Ensino e a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego — SENAES/MTE.



Projeto Chá, Café e Prosa realiza primeiro encontro

February 29, 2016 10:42, par Instituto Marista de Solidariedade » Notícias - 0Pas de commentaire
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1ª Edição do Chá, Café e Prosa em Brasília/DF

No dia 25 de fevereiro, o Instituto Marista de Solidariedade (IMS) e o Instituto Marista de Assistência Social (IMAS), em parceria com o Centro Cultural de Brasília dos Jesuítas (CCB) realizaram a primeira edição do projeto Chá, Café e Prosa. O tema escolhido para o debate foi “Casa comum, nossa responsabilidade”, o mesmo da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016/CEF, cujo enfoque este ano é o saneamento básico.

Participaram como palestrantes o Pe. Alex Pin, assessor do CCB, e Zulmira Inês Lourena Gomes da Costa, 2º Vice-Presidente do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil/Conic, que abordaram o assunto e responderam aos questionamentos do público. “Este é um espaço para refletirmos temas de pertinência para a sociedade e a Igreja. É com satisfação que damos início a esse ciclo de debates”, acolheu o Padre Alex. Na abertura, ele expôs  a visão de autores como Martin Rees, James Lovelock e Theodore Monod acerca da crise econômica e ecológica, bem como abordou a Encíclica “Laudato Si – sobre o cuidado com a casa comum”, do papa Francisco.

A representante do Conic deu continuidade à programação com a retrospectiva das Campanhas da Fraternidade Ecumênicas e a apresentação de dados sobre o saneamento básico no país. Realizada em 2000, 2005 e 2010, a Campanha agora é dedicada à sensibilização para as questões da água, esgotamento, manejo de resíduos sólidos e o cuidado com o planeta, inspirada no lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). “Há que se ter em mente que a justiça ambiental é parte integrante da justiça social”, destaca Zulmira. Dentre os objetivos da atividade este ano está apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o plano de saneamento básico, bem como desenvolvam políticas públicas na área. A proposta é, ainda, conscientizar a população para reivindicar o cumprimento das propostas e denunciar infrações.

O caráter internacional da CFE está entre as novidades, com a participação da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica na Alemanha, que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina. Também fazem parte da Comissão da Campanha de 2016 a Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida, Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, Visão Mundial e a Aliança de Batistas do Brasil.

O Chá, Café e Prosa é um evento mensal, aberto ao público, com entrada franca, em que os participantes discutem assuntos relacionados à fé contemporânea e aos direitos humanos. A iniciativa resulta da junção de duas atividades, o Chá com Prosa, promovido pelo IMS e o IMAS, e o Café Cultural, realizado pelo CCB. O próximo encontro será no dia 31 de março, sobre o “Direito ao Bem Viver das Mulheres Negras”.

Fonte: ASCOM PMBCN



Maristas e Jesuítas promovem Chá, Café e Prosa

February 23, 2016 10:26, par Instituto Marista de Solidariedade » Notícias - 0Pas de commentaire

O Instituto Marista de Solidariedade (IMS) e o Instituto Marista de Assistência Social (IMAS), unidades de assessoramento da Província Marista Brasil Centro-Norte (PMBCN), em parceria com o Centro Cultural de Brasília dos Jesuítas (CCB) realizam, em 25 de fevereiro, das 19h30 às 22h, em Brasília (DF), a 1ª edição do Chá, Café e Prosa. No evento, aberto ao público e com entrada franca, os participantes debaterão sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 – Casa Comum, nossa responsabilidade. A ação é um encontro para discussão de temas relacionados à fé contemporânea e aos direitos humanos e resulta da junção de duas atividades específicas das instituições, respectivamente, o Chá com Prosa e o Café Cultural.

A agenda de debates contempla encontros até dezembro. São temas, para os meses seguintes o Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (maio), Os Direitos dos Povos do Cerrado (setembro), Publicidade e Consumo de Crianças e Adolescentes (outubro) e Dia da Economia Solidária (dezembro).

As atividades individuais do Chá com Prosa continuam no Escritório Central, em Águas Claras/DF. Foram programados dois encontros em 2016. Em março, para diálogos acerca do Direito ao Bem Viver das Mulheres Negras e em agosto, sobre Juventude e Segurança Alimentar e Nutricional.

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Economia Solidária busca avanços no Brasil

January 22, 2016 14:02, par Instituto Marista de Solidariedade » Notícias - 0Pas de commentaire
Mesa Democracia Econômica no Fórum Social Mundial Temático em Porto Alegre/RS

Mesa Democracia Econômica no Fórum Social Mundial Temático em Porto Alegre/RS

Por Fernanda Canofre

A mesa de convergência que quase lotou o Auditório Araújo Viana na tarde de quinta-feira (21) era para ser um painel da Economia Solidária e Democracia Econômica. Mas virou um ato de resistência. Militantes pedindo pela manutenção da Secretaria Nacional de Economia Solidária – com risco de extinção no governo Dilma – cobriram parte da plateia com um pano de cerca de 5 metros, carregando o logo da SENAES. Em coro, mandavam o recado: “fica Dilma, fica Senaes”.

Tecido com logo da SENAES foi levantado durante fala de Paulo Singer|Foto: Fernanda Canofre/Sul21

Tecido com logo da SENAES foi levantado durante fala de Paulo Singer | Foto: Fernanda Canofre/Sul21

Entre ativistas e militantes da economia solidária vindos de diversas partes do Brasil e da América Latina, estavam Paulo Singer, secretário nacional da SENAES e guru do tema, e Boaventura de Sousa Santos, sociólogo português, coordenador do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, que possui um grupo de pesquisa especializado no assunto. Ter os dois na mesma mesa discutindo economia solidária, seria como reunir Pelé e Eusébio debatendo futebol.

Antes mesmo de que o Secretário pudesse se sentar, em sua cadeira, o público já estava em pé o aplaudindo. A primeira painelista a falar, Marta de Souza, do Rio Grande do Norte, confessou ao microfone “que estava nervosa por estar ao lado de Singer”. A jovem deu seu depoimento pessoal de como a economia solidária artesã a ajudou a romper os limites que o capital lhe havia imposto e se tornar independente.

De fato, é difícil entrar num debate sobre alternativas econômicas que envolva o capital do lado de cima da pirâmide. Alfonso Cortera, do Peru, também painelista, defendeu que já era hora de assumirmos a economia solidária como “política de apoio ao desenvolvimento”. “Não pode ser pensada apenas como alternativa para os pobres”, concluiu.

“Já temos hoje no mundo inteiro um movimento de economia solidária, ao lado do desgaste do desemprego”, lembrou Singer. Ele apontou ainda que é na economia social que as gerações mais novas podem deslumbrar um futuro numa sociedade em crise. “Na Espanha o que mais mata é suicídio. Muitos jovens não conseguem trabalho sem ser informal, sem ser sem direitos”.

Em sua fala, Singer também convidou o público para entender a origem histórica do capitalismo. “Nós não sabemos como constituir uma economia socialista, porque nunca foi constituída uma até o fim”, declarou. “Precisamos descobrir na prática como se constrói. Primeiro, eliminar toda a propriedade privada dos meios de produção. O socialismo que eu vejo como viável é basicamente socializar todas as terras, os recursos naturais, minerais”.

Não esqueçam do que fizeram”, diz Boaventura

Joaquim Melo do Banco Palmas, Porfessores Boa Ventura e Paul Singer no FSMT em Porto Alegre/RS

Joaquim Melo do Banco Palmas, Professores Boa Ventura e Paul Singer no FSMT em Porto Alegre/RS

Se nunca foi alcançada exatamente a “economia socialista”, os brasileiros foram pioneiros em encontrar uma economia comunitária. Joaquim Melo, foi um dos fundadores do primeiro banco comunitário do Brasil, o Banco Palmas. Criado dentro de uma favela de Fortaleza, Ceará, os sócios do banco tiveram de lutar durante anos contra o Banco Central para ter sua moeda própria reconhecida. “Em 2010, o Banco Central se curvou e reconheceu que os bancos comunitários e as moedas sociais são um direito do povo”, explicou Melo. “O povo tem direito de escolher onde bota seu dinheiro e onde organiza suas finanças”.

O Banco Palmas se tornou a raiz da Rede Brasileira de Bancos Comunitários. A rede que começou pequena, hoje já possui 103 bancos, espalhados em todo o país. O número dobrou de 2011 para cá.

Desde que comunidades, como a do Palmas, passaram a brigar para ter seus bancos reconhecidos, o Brasil virou um exemplo pioneiro da economia solidária através do microcrédito. Boaventura de Sousa Santos, que além de coordenador do Centro de Estudos Sociais, é professor da Faculdade de Economia da UC, transformou o assunto em uma de suas especialidades. Em 2008, o CES de Coimbra abriu um grupo de estudos sobre economia solidária – o EcoSol. Segundo ele, muitos dos casos estudados são brasileiros.

“Estamos tentando levar energia para Portugal e para à África, não vão vocês esquecer do que fizeram!”, avisou o sociólogo.

O sociólogo português Baventura de Sousa Santos | Foto: Fernanda Canofre/Sul21

O sociólogo português Baventura de Sousa Santos | Foto: Fernanda Canofre/Sul21

A força e as transformações que o modelo realizou no Brasil nos últimos anos, colocou Boaventura na defesa da Secretaria de Economia Solidária. “Nós não podemos deixar que perca peso no Brasil a economia solidária. É muita gente que é atendida por ela”, defendeu ele. Em seguida, o sociólogo que apoiou Dilma durante as eleições de 2014, falou diretamente à presidente: “Essa Fórum está contra o golpe, junto à presidente Dilma. Mas que ela não esqueça: ela tem que ajudar o povo a defendê-la. Quando se der conta que sua legislação está como [Maurício] Macri, na Argentina, como vai fazer?”.

A deputada federal Maria do Rosário (PT) também chamou a atenção para a política econômica adotada pelo governo, que classificou como “injusta”. “Solidários à presidente Dilma, temos que dizer que não aceitamos essa política econômica”.

Rosário falou em defesa da SENAES, disse que a “crise econômica é uma crise da acumulação, do capital financeiro” e defendeu uma “economia gerenciada de forma participativa”. “Com a economia solidária, com sua implantação, aprofundam as bases de sustentação do governo”, concluiu.

Boaventura defendeu também que a economia solidária não seja um fim em si, mas um meio de articulação de diversos movimentos de esquerda. “Temos que alargar nossas alianças. É preciso que a economia solidária não seja uma luta dos ativistas da economia solidária. É preciso ser das mulheres, dos indígenas, dos negros, do LGBT, dos camponeses, de todos”, disse.

Veneno na mesa

O Atlas Digital do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (SIES), lançado em 2014, registra 19.708 estabelecimentos do tipo no Brasil. Destes, 10.793 estão na zona rural. Outros 2.058, aparecem como sendo de zona rural e urbana. Além disso, no ano passado, o governo federal anunciou repasse de R$ 28,9 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Valor 20% maior do que o ano anterior. Ou seja, no campo a economia solidária parece ter sua raiz ainda melhor alimentada.

E por que, mesmo assim, há pouca expansão deste modelo no Brasil? “Nós nos últimos 10 ou 15 anos perdemos uma grande oportunidade. Nós hoje poderíamos ter todas as merendas das escolas produzidas por economia solidária, por economia camponesa, por economia orgânica. A agroecologia tem capacidade para isso”, lamentou Boaventura.

Para Boaventura, a reeducação cultural de como vivemos e nos relacionamos com a alimentação, também é uma pauta da economia solidária. O professor criticou a indiferença brasileira diante do uso de agrotóxicos. Hoje, o Brasil é o segundo maior consumidor de agrotóxicos do mundo. E as regiões norte e nordeste registram maior incidência de câncer do que São Paulo.
“Essa luta é também uma luta da economia solidária. A luta dos agrotóxicos é vossa porque é essa que vos vai destruir amanhã”, analisou ele. “O agrotóxico é uma concessão de produtividade, que destrói toda a lógica democrática, reciprocidade das próprias entidades, do cooperativismo, dos bancos comunitários, das feiras, que devem qualquer dia ser consideradas anti-higiênicas, porque não cumprem regras de higiene e, portanto, é melhor ter o hamburger McDonalds ou qualquer outra comida processada”.
A dois passos de Paulo Singer, o homem que conseguiu permear o debate sobre alternativas sociais ao capital financeiro, Boaventura – agora mais otimista do que em sua mesa anterior – deixou seu recado: “A economia solidária é o núcleo e o embrião de uma sociedade melhor”. Em tempos de tantas crises, parece ser a única alternativa possível.

No final da mesa, integrantes do grupo de teatro Sem Hospício, do Hospital São Pedro, e representantes da reforma anti-manicomial subiram ao palco e leram uma carta-manifesto. Os ativistas protestaram contra a nomeação de Valencius Wurch como coordenador geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, pedindo a saída dele. Valencius é contrário à reforma psiquiátrica brasileira e foi diretor do maior manicômio privado da América Latina, a Casa de Saúde Dr. Eiras, de Paracambi, Rio de Janeiro, até este ser fechado por ordem judicial. O motivo seriam a série de denúncias por violações de direitos humanos ocorridas no local.



Primeiro dia do FSMT tem Marcha e Roda sobre Saberes Populares

January 20, 2016 16:04, par Instituto Marista de Solidariedade » Notícias - 0Pas de commentaire

Por Marina Baldoni Amaral
FLACSO BRASIL

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Marcha de abertura do FSM. Foto: Marina Baldoni

Uma grande marcha reuniu cerca de 15 mil pessoas no primeiro dia do Fórum Social Mundial Temático (FSMT) em Porto Alegre, nesta terça-feira (19). Movimentos sociais, ativistas, intelectuais e políticos se reuniram no Largo Glênio Peres e seguiram até o Largo Zumbi dos Palmares com cartazes, faixas e bandeiras que indicavam a diversidade de pautas que serão abordadas nas mais de 400 atividades do fórum, desde a luta anti-manicomial até a causa indígena, passando por grupos sindicais e do movimento negro.

“Estamos aqui, 15 anos depois do primeiro Fórum Social Mundial, numa marcha que congrega com o mesmo espírito de luta e com o mesmo desejo de mudar esse planeta”, avalia Salete Valesan Camba, diretora da Flacso Brasil. “Fazemos, em especial, um contraponto ao sistema do capital, à Davos. Nossa luta é por um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano, com menos guerra e com menos diferença entre as pessoas – sejam elas políticas, sociais ou econômicas”, completou.

A estudante secundarista Amanda Rostand, foi à marcha com “Fora Cunhae” escrito no ventre. “Preciso mostrar que eu não concordo com o controle do nosso corpo”, disse ela, em referencia ao projeto de lei 5069, de autoria do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que dificulta o acesso legal ao aborto em caso de estupro. A estudante disse que participa do FSMT para “conhecer novos pontos de vista e melhorar, a mim mesma, como pessoa”. Para Pâmela Muniz, da Cáritas, a marcha é um momento de “exercitar a militância e viver um ato político de afirmação”.

Fernanda Kaingang lembra assassinato de bebê indígena. Foto: Marina Baldoni

Fernanda Kaingang lembra assassinato de bebê indígena. Foto: Marina Baldoni

Fernanda Kaingang levou uma faixa lembrando o assassinato de Vitor, criança indígena de dois anos que foi degolada em dezembro, em Santa Catarina . No braço ela carregava seu filho, Tenh, um bebê da mesma etnia que Vitor. “Um bebê indígena foi degolado em praça pública e ninguém fala nada. Que Brasil é esse que estamos construindo?”, questionou.

A marcha terminou com um ato político que reuniu representantes da organização do Fórum, políticos e movimentos sociais. O ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, representando a presidenta Dilma Rousseff, afirmou que em 15 anos de FSM o Brasil mostrou que “é possível construir espaços democráticos”.

Roda de conversa na tenda Paulo Freire. Foto: Marina Baldoni

O Fórum Social da Educação Popular (FSEPop) realizou, em seu terceiro dia, uma roda de conversa sobreO saber popular na produção do conhecimento, com Oscar Jara, do Conselho de Educação de Adultos da América Latina (Ceaal), Gislei Siqueira Knierim, do Coletivo Nacional de Saúde do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Ivo dos Santos Pedrosa, da Associação Brasileira da Saúde Coletiva (Abrasco), Boaventura de Sousa Santos, sociólogo da Universidade de Coimbra e da Universidade Popular dos Movimentos Sociais (CES/UPMS), Gilberto Carvalho, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e membro Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Wilson Conciani, reitor do Instituto Federal de Brasília (IFB).

Oscar Jara falou sobre o conceito de “sistematização de experiências”, que entende a prática social como fonte de produção de teoria. Ele avalia que a prática tem uma “riqueza muito grande”, e que o conhecimento social pode ser produzido a partir dela, mas precisa ser sistematizado. “Não é automaticamente que aprendemos as lições. Temos que mergulhar na prática, fonte do conhecimento, e desenvolver um processo de construção de conhecimento transformador”, disse.

Para Jara, sistematizar não é só documentar e fazer registros e narrativas. O ponto de partida é a experiência, que deve ser problematizada para permitir um distanciamento e produzir conhecimento crítico, identificando tensões entre o projeto e o processo. Ele defende que a sistematização valoriza as pessoas que são os sujeitos da experiência e tem como objetivo melhorar a experiência, compartilhar aprendizagens, contribuir para a reflexão teórica, incidir em políticas a partir do aprendizado e fortalecer a identidade coletiva

Gilberto Carvalho falou sobre o processo de síntese na luta pela democratização, na década de 1970: “Foi nossa capacidade de refletir a partir da luta que tínhamos naquele momento e de sua síntese progressiva e histórias de outros povos e outras lutas que conseguimos elaborar um projeto que conseguiu ir ao encontro das massas”, falou.

O sociólogo Boaventura de Sousa Santos questionou a necessidade da sistematização, argumentando que “as tecnologias daquilo que fizemos podem nos distrair do que temos que fazer”. “A sistematização é importante exatamente pelo que disseram aqui, temos que saber o que fizemos”, falou. “Mas, terminada a sistematização, temos que ‘dessistematizar’, para não esquecer o que falta”, continuou. Boaventura defendeu que as lutas “são por aquilo que não existe”, e que não se pode sistematizar o que não existe. “A luta é a surpresa daquilo que está por fazer, precisa de muita imaginação política, e isso não se sistematiza”, concluiu.

FSEPop

O Fórum Social da Educação Popular acontece até o dia 23 de janeiro, em Porto Alegre, no contexto do Fórum Social Mundial Temático 2016. O evento reúne intelectuais da América Latina, África e Europa, organizações e lideranças sociais, movimentos, universidades e governos em um grande debate a educação popular no mundo atual.

A ideia do FSEPop surgiu de um diálogo entre a Flacso Brasil, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, o projeto Alice, a Universidade Popular dos Movimentos Sociais (UPMS), o Conselho de Educação de Adultos da América Latina (Ceaal), o Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso) e o Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais na África (Codesria).



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