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Responsabilidade Socioambiental

20 de Maio de 2014, 8:41 , por Patrícia Conceição da Silva - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Matéria Prima: Uma escolha que envolve Responsabilidade, Trabalho, Diversidade e Arte

 

A Oficina Canjerana trabalha com madeiras secas, ou seja, madeiras já mortas encontradas nos rios e matas da região do Vale do Capão/Palmeiras, na Chapada Diamantina (BA). Essa escolha se dá por alguns motivos e o primeiro deles está relacionado a nosso engajamento socioambiental.

 

O Brasil, país com uma das maiores biodiversidades do mundo, sofre desde sua “descoberta”, em 1500, com o desmatamento, a degradação e o extrativismo ilegal. O país vem perdendo também uma de suas maiores riquezas, a Floresta Amazônica. No ano de 2013 foram apreendidas 1,8 mil toneladas de madeiras de lei extraídas de maneira ilegal na região do Mato Grosso, numa das maiores apreensões da história.


            Madeira retirada de propriedade particular com autorização    

 

Tendo em vista este quadro catastrófico, a impotência dos poderes públicos e a cumplicidade de muitos madeireiros e marceneiros, que compram a madeira sem nota fiscal, nós, artesãos da Oficina Canjerana, decidimos fazer a nossa parte, mesmo que isso dê muito mais trabalho! Cabe a nós buscar informações sobre a procedência da madeira quando adquirirmos objetos como móveis, janelas, portas etc.

Na Oficina Canjerana tudo é feito com muita força e dedicação. Os troncos cortados ou retirados dos rios pesam entre 3 e 5 toneladas. São necessários muitos braços para conseguir cortar, carregar, transportar, descarregar, cortar mais uma vez...Cada madeira encontrada na Oficina corresponde a dias de trabalho, sem falar na fabricação propriamente dita do móvel.

A causa é nobre e a recompensa é melhor ainda! Além do valor socioambiental agregado, podemos perceber, ao ver as peças da Oficina, o valor estético e a beleza que cada árvore, com suas especificidades, acrescenta aos móveis fabricados.

 

 

Ao entrar na Oficina Canjerana, nos surpreendemos com a infinidade de possibilidades que as madeiras recicladas proporcionam! Não existe um móvel igual ao outro, pois não existe uma árvore nem uma tábua igual a outra. E respeitando as curvas, silhuetas, formas, cores e texturas de cada madeira, os artesãos compõem peças únicas com bastante criatividade e técnica: verdadeiras obras de arte.

Entre as madeiras encontradas nos rios predominam as espécies: Ipê, Folha de Bolo e Canjerana. Árvores que foram desmatadas para plantio do café há aproximadamente 100 anos e que ganharam novas formas, novas colorações e grande conservação dentro das águas doces dos rios.

As madeiras secas encontradas nas matas do entorno do Vale do Capão são árvores já mortas, que apesar de muitas vezes ainda estarem “de pé”, já não têm mais folhas ou frutos. As espécies predominantes são Jaqueira, Ingazeira, Santa Barbara e Folha de Bolo.