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Projeto Ilha Rendada impulsiona o comércio artesanal e leva rendeiras para mostra internacional

May 6, 2015 17:08 , par Projeto Ilha Rendada - 0Pas de commentaire | No one following this article yet.
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A renda de bilro é o artesanato mais tradicional de Florianópolis. A cultura da renda veio com os primeiros imigrantes para Ilha de Santa Catarina e perpetua-se até os dias de hoje. Mas o número de mulheres que domina os bilros vem diminuindo e a atividade encontra dificuldade para gerar rentabilidade.

Foi pensando nas rendeiras e em preservar esta tradição que a Fundação de Pesquisas Socioeconômicas (FEPESE) propôs o Projeto Ilha Rendada. A iniciativa tem como objetivo qualificar rendeiras, suas filhas e netas para o empreendedorismo e promoção do comércio justo de renda de bilro, alcançando 125 famílias em três gerações: 65 mães rendeiras, 40 filhas e 20 netas.

As aulas são oferecidas gratuitamente em quatro pólos: Ponta das Canas, Sambaqui, Pântano do Sul e na Lagoa da Conceição. O conteúdo ensinado vai de comércio exterior à informática. O que se espera é aprimorar o conhecimento dessas mulheres para que elas possam ampliar o comércio da renda de bilro e melhorar o lucro das vendas, visto que o artesanato tem sofrido uma grande desvalorização ao longo dos anos. “Temos aprendido muitas coisas: como fazer para exportar, como empreender, desenvolver novos trabalhos. Assim podemos expandimos nosso comércio da renda”, conta a aluna rendeira Elita Ramos.

A tradição da renda de bilro é herança dos portugueses, que colonizaram regiões da capital catarinense como o Ribeirão da Ilha e Santo Antônio de Lisboa. Junto com a pesca, no princípio da história local, a renda contribuía no orçamento das famílias. Mas partir da década de 1980, as rendeiras começam a ver seu trabalho definhar com a concorrência dos produtos industrializados, sofrendo um declínio nas vendas.

Um dos fatores motivadores do Ilha Rendada está no fato de que a atual geração de filhas dessas rendeiras não está mais seguindo a tradição familiar que vem desde o século XVII. Essa descontinuidade se deve ao fato de baixo valor financeiro gerado no comércio da renda. As mães ensinam às filhas a arte de fazer renda, mas estas optam por outra atividade remunerada que dê um retorno maior.

Joana Stelzer, professora da Universidade Federal de Santa Catarina, explica que o projeto, que começou em 2014 e vai até o fim do ano, pretende dar a essas artesãs uma perspectiva nova de marketing, qualidade, empreendedorismo e exportação. “Como coordenadora do Ilha Rendada e professora de universidade pública, é gratificante usar o meu conhecimento para ajudar comunidades diretamente. Ver que a renda está acabando, tomar como responsabilidade inserir as rendeiras no comércio, tanto local quanto internacional, para manter essa tradição secular é uma das melhores coisas que já fiz como docente”, afirma.

As novas tendências da renda

Além de mostrar como tornar a atividade mais rentável, o Projeto Ilha Rendada busca oferecer às rendeiras a oportunidade de troca de experiências com outras artesãs e de inovar em sua arte. Uma vivência importante neste sentido foi a recente viagem à XXV Mostra de Encaixe de Camarinhas, na Espanha.

O projeto representou o Brasil no evento internacional sobre renda de bilro, entre os dias 1º e 5 de abril. Participaram rendeiras Elita Ramos, da Lagoa da Conceição, e Maria de Glória Soares, do Sambaqui. Acompanham o grupo as professoras coordenadoras do projeto Marilda Todescat e Joana Stelzer, e a pesquisadora e diretora Administrativa da Casa do Açores da Ilha de Santa Catarina, parceira do projeto, Mena Wendhausen.

Além de expor a arte brasileira, as catarinenses puderam criar novas percepções do que é possível produzir com a renda de bilro e as tendências de vestuário na Europa. “Vimos como é a renda nos outros países. A tradição é praticamente igual a nossa, mas aqui costumamos fazer peças inteiras de renda, enquanto lá costumam ser só apliques”, conta a rendeira Elita. “Pudemos perceber que a renda está sendo usada na moda como um glamour a mais em roupas já elegantes. É o detalhe que dá um ar exclusivo a peça”, destaca Joana.

Outra diferença apontada foi a diferença das linhas. “Usamos fios mais grossos e nossos bilros são mais pesados. Na Europa, usam linhas mais finas, então os bilros precisam ser menores e mais leves para não quebrá-las”, explica Maria de Glória.

A mostra teve mais de 40 estandes e 20 mil visitantes. Além da exposição e venda de produtos feitos com renda de bilro, aconteceram desfiles de moda ao longo do evento. Países como França, Portugal, Alemanha, Itália, Suíça, Estônia, Rússia e Polônia participaram. Mas a renda brasileira se destacava. “Éramos o único país com peças coloridas, é uma coisa que chama atenção. Todos os outros fazem renda com linha branca e bege”, relata a coordenadora Joana.

Relato da Experiência

Um encontro será realizado no dia 28 de maio para que as rendeiras Elita Ramos e Maria de Glória Soares contem como foi a experiência de participar da Mostra de Encaixe de Camarinhas. Todas as rendeiras do projeto e imprensa estão convidadas. O evento será realizado no auditório do CCE.

https://www.facebook.com/ilharendada

http://ilharendada.org.br/

[email protected]


Catégories

Povos e Comunidades Tradicionais, Comércio justo e solidário, Produção, comercialização e consumo, Mulheres, Artesanato
Les tags de cet article : renda de bilro rendeiras florianópolis ilha rendada

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