Ônibus-exploração-stress-perigo
24 de Fevereiro de 2010, 21:00 - 2 comentários | Ninguém está seguindo este artigo ainda.Simplesmente não é humano. Debaixo de um calor infernal, que na frente do volante passa fácil dos 40 graus, um motorista de ônibus pena dirigindo um trambolho cheio de seres humanos pelas ruas de Santa Teresa.
O evento que me motivou a escrever aconteceu na linha 206, que circula entre o Centro do Rio e Santa Teresa, mas tenho certeza que ocorre aos montes por aí. Para quem não é daqui, Santa Teresa é um bairro muito querido, com ruas bem estreitas, sempre de mão dupla, trilhos de bonde e carros estacionados nas calçadas, tornando as vias mais estreitas ainda e não deixando passagem para os pedestres.
Nesse cenário, o absurdo das condições de trabalho dos motoristas de ônibus começa na própria concepção do transporte. Com a desculpa de que o bairro comporta apenas ônibus pequenos (cerca de 25 acentos), a empresa Transurb simplesmente ELIMINOU os cobradores. Com isso, o motorista tem que dirigir e dar o troco ao mesmo tempo, porque se ele só sair com o carro depois de dar o troco a todo mundo, os passageiros começam imediatamente a xingar.
Em seguida, vem a campainha. A cada vez que um passageiro aciona o botão solicitando que o motorista pare no próximo ponto, um sinal sonoro ensurdecedor apita nos ouvidos dos passageiros, e é claro, do condutor. O sinal é agudo e muito forte, daqueles feito sob medida para irritar muito.
Agora imaginem isso, durante um dia inteiro, sob um calor infernal do verão carioca. O resultado, os moradores de Santa já conhecem: ônibus correndo enlouquecidamente pelas ruas do bairro, colocando passageiros, outros motoristas, pedestres, e quem mais se atrever a passar perto em perigo. Além disso, os conflitos dentro do ônibus são frequentes.
Nesta mesma viagem, o motorista se irritou com duas idosas, que segundo ele estavam "passeando". Ao parar no ponto para elas, ele gritou: "Oh vovó, tá passeando é? Isso é hora de passear?". Após as duas senhores entrarem no coletivo, num lampejo de gentileza, foi conduzindo o veículo bem devegar esperando que elas se sentassem. No entanto, passados 30 s, gritou mais alto: "Oh vovózinha, dá pra sentar ou tá difícil? Depois se machuca e a culpa é minha..."
Aí foi ladeira abaixo. Os passageiros se irritaram, se irritaram também quando ele passou alguns metros do ponto desejado, uma confusão tremenda.
Uma empresa (Transurb) economiza com trocadores, disponibiliza ônibus velhos, barulhentos e irritantes; o motorista vive estressado, no limite de um ataque de nervos, colocando a vida de todos em perigo; os passageiros, por tabela, se irritam também, e colocam a culpa no motorista, mal-educado, estressado.
É isso mesmo ou eu entendi errado?
Esse é o resultado de um serviço de utilidade pública, explorado por uma empresa capitalista, que busca o lucro de qualquer maneira e não sofre nenhuma fiscalização de quem deveria zelar pelo bom andamento destes serviços.
**** Atualização **** Incrível. Logo depois de escrever esse post, saí de casa e peguei o 206. Chovia em Santa Teresa, o que torna a situação pior ainda, já que os trilhos fazem os carros derrapar. Logo após Curvelo, pimba: um 206 batido na parede. Certamente vinha em alta velocidade, e não conseguiu fazer a curva. Incrível. Coincidência? **** Mais uma atualização **** Ví isso no 407 (Lgo. do Machado - Silvestre), que é da mesma empresa. Tenho que checar se estão fazendo no 206 também. Como perceberam que era muito complicado para o motorista dar o troco referente aos R$2,35 da passagem, o que fizeram? Dinheiro: R$2,00 Ou seja, é mais barato reduzir o preço da passagem em 15% do que contratar mais um trabalhador. Daí vemos o lucro exorbitante que essas empresas devem ter. Além do mais, é proibido pelo código do consumidor cobrar preços diferentes para meios de pagamento diferentes.
Rio Card: R$2,35
22 comentários
MOTORISTAS MAL EDUCADOS
A POUCO TEMPO,FAZ UMA SEMANA MAIS OU MENOS,OS ÔNIBUS ESTAVAM PASSANDO VAZIOS MAS NÃO PARAVAM PARA OS ESTUDANTES,E EU JA ESTAVA NO PONTO À UMA HORA AGUARDANDO PARA IR PARA MEU 2° DIA DE TRABALHO,JA MUITO ATRASADA QUANDO RESOLVI ENTRAR NA FRENTE DE UM,E ELE NÃO EZITOU CONTINUOU ACELERANDO EM MINHA DIREÇÃO,QUANDO UM AMIGO ME PUXOU DA FRENTE DO MESMO,FIQUEI BOQUEABERTA,POIS NÃO ACREDITAVA NAQUELA SITUAÇÃO,A QUE PONTO CHEGOU A FALTA DE RESPEITO DAS PESSOAS EM ESPECIAL DOS MOTORISTAS,E HOJE DESCOBRI O MEU QUASE ATROPELADOR,QUANDO NOVAMENTE ENTREI NA FRENTE DO ÔNIBUS E ELE PAROU,QUANDO ENTREI ELE ME FEZ A SEGUINTE AMEAÇA "FICA NA MINHA FRENTE MAIS UMA VEZ PRA VOCÊ VÊR O QUE VAI ACONTECER" E PERGUNTEI "ENTÃO FOI VOCÊ QUEM QUASE PASSOU POR CIMA DE MIM" E ELE RESPONDEU COM "FUI EU SIM" COM A MAIOR IGUINORÂNCIA POSSIVEL,ENTÃO DISSE QUE IA CHAMAR O POLICIAL COM O QUAL JA HAVIA FALA ANTES ELE MANDOU EU DESCER DO ONIBUS E CHAMAR,MAS NÃO PUDE POIS JÁ ESTAVA ATRASADA PARA MEU TRABALHO.MAS FIZ O QUE POSSO FAZER ANOITE O NÚMERO DE ORDEM DO ONIBUS E FAREI O POSSIVEL PARA TIRAREM AQUELE INFELIZ DAQUELE POSTO.EU SEI O ESTRESSE SUBMETIDO A ELES,MAS NADA JUSTIFICA TAL ATITUDE
todo mundo tem problema
Por favor digite as duas palavras abaixo