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Sobre Economia Solidária e Comunicação
Giugno 13, 2011 21:00 - 4 commentsEscrevi este texto para apresentar no debate que fizemos sobre comunicação no Santa Marta, no dia 05/06/2011. Eu deveria falar sobre economia solidária e comunicaçao. O problema é que esqueci o texto em casa, mas acho que acabei falando algo próximo a isso. De qualquer forma, fica o texto pra quem quiser ler.
O texto foi fortemente influenciada pela aula que assisti no dia anterior, no curso de comunicação popular do NPC, do professor Gabriel Mendes.
Em primeiro lugar, gostaria de reforçar que, ao contrário do que a palavra economia leva a crer, economia solidária não se trata somente de trocas de mercadoria. Não se trata apenas de produzir, vender e comprar.
É claro que estas atividades - produzir, vender e comprar – fazem parte daquilo que chamamos de economia solidária. Afinal de contas, a economia solidária nasce justamente de pessoas excluídas do sistema – ou seja, que não têm o direito produzir, vender e comprar – e que inventam um novo de fazer economia para sobreviver.
Economia para a vida. Ao contrário da maioria das pessoas, que vive para a economia, vive para o trabalho, na economia solidária, o trabalho está a serviço da vida. E é por isso que, além de ser um jeito diferente de produzir, comprar e vender, a economia solidária se coloca como um modelo de desenvolvimento alternativo, que funciona dentro do sistema capitalista, mas que explora suas brechas na tentativa de construção de outra sociedade. Sociedade esta pautada por valores como a autogestão, a cooperação, o respeito às diferenças, a valorização dos saberes locais e tradicionais, a democracia. Mas democracia nós já temos, dirão alguns.
Não, não temos, sinto informar. Nosso sistema político é dito democrático pois supostamente qualquer brasileiro pode se candidatar a um cargo eletivo, e de lá representar a população na definição e execução das leis que regem o país. Será que isto é verdade? Será que um cidadão brasileiro que não tenha dinheiro para fazer uma campanha eleitoral consegue se eleger? Além disso, é justo que vereadores e deputados eleitos por todos os cidadão do Rio de Janeiro tenham poder para definir políticas locais, por exemplo aqui no Santa Marta. Não seria mais democrático se os moradores do Santa Marta pudessem escolher se querem UPP ou não, se preferem que o dinheiro seja gasto em câmeras de vigilância ou em saneamento básico, se o governo deve ou não financiar um projeto social na comunidade?
Fora os “deslizes” da democracia política míope, temos um outro momento onde a democracia falha de forma estrondosa. Em média, passamos cerca de um terço do nosso dia trabalhando, certo? E no ambiente de trabalho, temos democracia? Quando dois trabalhadores discordam de um chefe, quem tem razão? Falamos de democracia, mas vivemos um terço do nosso dia num ambiente que ela está completamente ausente.
A proposta da economia solidária, portanto, pode ser vista como uma democracia radical. Democracia não só no sistema político, e democracia de verdade, participativa, como também nos espaços de produção. Aliás, uma das características fortes do sistema capitalista é a divisão do mundo em caixinhas: de dia você trabalha, de noite você vive. Mas de noite você está tão cansado do trabalho, que não quer pensar em problemas; senta, assiste a novela e dorme.
Na utopia da economia solidária, o trabalho e a vida são elementos indivisíveis. Trabalhar é fazer política; é ter voz ativa na definição dos rumos do seu empreendimento, e com isso entender o papel dele na sociedade, a função social de um empreendimento de produção. Um empreendimento de economia solidária se preocupa com a comunidade onde está inserido, se preocupa em viabilizar a existência de outros empreendimentos, e não em tentar destruí-los.
Este é um panorama breve sobre o que se entende por economia solidária, e o que leva milhões de trabalhadores Brasil afora a acreditar e construir esse movimento. E onde entra a comunicação nesta história?
Falamos de trabalho e de política. Associado a ambos, está a questão do poder. No ambiente de trabalho, quem tem o poder é patrão, por que ele teve capital para construir uma fábrica, comprar máquinas, terrenos. Na política, quem tem o poder são os políticos, que de alguma maneira puderam se candidatar e serem eleitos.
Esses dois poderes, do patrão e do político, são assegurados de duas formas. A primeira, mais óbvia: pela polícia. É o poder chamado de coercitivo, ou seja, que age através do uso da força, ou da ameaça do uso da força, para manter patrões e políticos no poder. Quando a polícia atira em professores que se manifestam, ou em bombeiros que pedem aumento de salário, lá está a polícia para servir e proteger... os patrões e os políticos.
Entretanto, os poderes econômico e político não são mantidos e assegurados apenas através da força; do contrário viveríamos numa eterna guerra. É aí que entra em cena o quarto poder: o poder simbólico.
O poder de transmitir símbolos nos molda desde os primeiros anos na infância; quando aprendemos o que é bonito e o que é feio, o que é bom e o que é ruim, o que é moral e o que é imoral. E quem, na sociedade, cumpre o papel de transmitir estes símbolos: família, escola, igreja, amigos, …
E a mídia. É nos desenhos animados, telejornais, novelas, programas de besteirol e nas propagandas que moldamos toda a nossa concepção de mundo. Num país com índice de analfabetismo crônico, a televisão exerce um papel educativo crucial para a sociedade. E qual é a educação passada pela televisão?
Não é preciso muito esforço para constatar que não é uma educação que vá construir uma sociedade melhor, mais justa, mais igualitária. A maneira com que são retratados os negros, as mulheres, os movimentos sociais apenas reforça os valores machistas, o padrão e beleza europeu. Mas por trás disso, está toda a concepção política dos meios de comunicação: são empresas capitalistas financiadas por outras empresas capitalistas e que portanto transmitem toda uma simbologia ligada ao individualismo, consumismo, despolitização.
E é exatamente neste momento em que entra o papel fundamental da comunicação comunitária. É somente através delas que nós, que sonhamos com uma sociedade diferente, podemos criar uma outra simbologia, um outro conjunto de valores rumo a um mundo mais justo e solidário.
Não quero dizer que, com uma rádio comunitária, automaticamente passamos a transmitir valores mais próximo daqueles que sonhamos no movimento de economia solidária. Mesmo nós que imaginamos um mundo diferente estamos impregnados dos valores capitalistas.
Um exemplo de simbologia muito forte é o da carteira assinada. Desde a década de 50, temos no nosso ideal que só é um cidadão decente aquele que tem carteira assinada. Mas sob o ponto de visto do patrão, a carteira assinada nada mais é do que a formalização de um contrato de exploração. Um patrão, que detém os meios de produção, paga um salário e fica com o lucro. Ou seja, se apropria do valor excedente gerado pelo trabalhador, que ainda por cima é levado a achar isso bom, fica muito satisfeito por ter uma carteira assinada. Afinal de contas, ele cresceu ouvindo de sua família que cidadão decente é aquele que têm carteira assinada.
Portanto, a rádio comunitária tem um papel fundamental a cumprir. Ao quebrar o modelo tradicional de geração de noticias – a geração por empresas capitalistas – tem chance a chance afirmar valores e simbologias diferentes daquelas pregados pelas corporações da comunicação. O desafio é imenso, afinal de contas, mesmo não sendo uma empresa, a radio comunitária é feita por gente de carne e osso que, como todos nós, está afundada no sistema até o pescoço.
Mas ao quebrar o comodismo e se aventurar pela ondas da comunicação comunitária, estas pessoas já transgrediram a primeira barreira, da acomodação. Se indignaram. Ao lutar pela reabertura da rádio após o fechamento pela polícia, quebraram a segunda barreira.
O desafio então se coloca em como fazer uma comunicação alternativa, como afirmar valores alternativos, solidários, cooperativos, partindo da cultura dominante do individualismo, do machismo, da criminalização aos movimentos sociais. E como fazer isso de uma forma que dialogue com a comunidade, que não crie um sectarismo e um distanciamento entre a rádio e o povo. Afinal de contas, o povo dialoga muito bem com a novela das oito e com o jornal nacional.
Os oito meses de funcionamento da Rádio Comunitária Santa Marta mostraram que é possível dialogar sem fazer mais do mesmo. O fechamento da Rádio causou enorme comoção na comunidade.
Daqui pra frente, só a prática vai nos mostrar o resultado. Mas a esperança na rádio comunitária do Santa Marta é grande. Afinal, só podemos esperar algum tipo mudança partindo de estruturas deste tipo. Porque, como nos ensinam os mestres Vito Giannotti e Cláudia Santiago, os trabalhadores devem perder qualquer ilusão na mídia tradicional.
Quer entender bem o que é economia solidária?
Maggio 19, 2011 21:00 - no comments yetVeja os depoimentos na Audiência Pública sobre o PL865, que tenta juntar na mesma Secretaria Nacional, Economia Solidária e Micro e Pequenas Empresas:
Tiana
Erundina:
Sobre a PL865
Maggio 12, 2011 21:00 - no comments yetBom dia,
Meu nome é Alan, sou Engenheiro Eletrônico e de Computação, e pesquisador do Núcleo de Solidariedade Técnica, o SOLTEC/UFRJ há cerca de dois anos. Neste período, pude participar de atividades de extensão, pesquisa e ensino, todas elas ligadas de alguma forma à Economia Solidária.
Quando penso em alguém que ouve o termo "Economia Solidária" pela primeira vez, lembro logo da frase que ouvimos frequentemente: "Mas como pode, uma economia ser solidária? Afinal de contas, economia é quando lutamos pelo nosso pão de cada dia, pelo nosso suado dinheiro; e a solidariedade é muito bonita, mas não podemos viver só dela, é preciso ganhar dinheiro!"
Longe de ser uma caricatura, esta frase possui duas falhas fundamentais. Comecemos pela primeira.
O termo economia vem do grego, e significa "administração da casa". Portanto, considerar a economia como sendo o momento da competição quase irracional em que seres humanos lutam por bens escassos, é considerar que só há uma maneira de administrar bem uma casa: competindo com a casa ao lado, num modelo onde o sucesso de um é condicionante do fracasso do outro. É partir do pressuposto de que existe apenas um modelo possível de economia, o modelo da competição.
Em segundo lugar, associar a solidariedade ao ato de dar sem receber nada em troca é considerá-la como ajuda, assistência, desprendimento. Falácia. Na ótica da economia solidária, solidariedade quer dizer responsabilidade recíproca. Eu sou responsável por você, e você por mim. Todos temos responsabilidade sobre todos. E sobre o território em que vivemos, sobre o ar que todos respiramos, a comida que comemos.
Ao nosso amigo que se espantou com a junção de palavras tão fortemente antagônicas e quer saber como uma economia pode ser solidária, explicamos: Na economia solidária, o sucesso da administração da minha casa se dá quando todas as casas dos meus vizinhos e da minha comunidade têm sucesso. Ao invés da competição entre a melhor administração de casas, lutamos por um modelo em que todas as casas existam, e tenham água, luz e esgoto. Todas, sem exceção.
Como engenheiro a serviço da economia solidária, tenho especial interesse pela tecnologia social. E dela surge a pergunta fundamental: depois de 5 anos na faculdade, e mais dois no mestrado aprendendo a produzir tecnologia voltada para quem pode pagar cara por ela, como pensar em outras tecnologias apropriadas à empresas autogestionárias, movimentos sociais e comunitários, cooperativas? Será que pessoas e instituições que olham o mundo pela lógica da cooperação podem se utilizar do mesmo conjunto de ferramentas que aqueles que fecham sua visão na ótica da competição?
Apesar da pouca experiência, fica claro que a resposta é não. Assim como a máquina dos Tempos Modernos de Chaplin foi feita para alienar, os avançados sistemas de gestão integrada usados hoje nas grandes empresas são feitos para dividir e controlar o trabalho, permitindo que uns poucos iluminados definam os rumos das organizações.
Portanto, da mesma forma que cada projeto econômico demanda sua própria tecnologia, a política pública para cada um deles deve ser diferenciada. E é exatamente por este motivo que não podemos aceitar que a economia solidária seja subordinada aos mesmo interesses que as micro e pequenas empresas.
Sabemos dos avanços que a política pública para o desenvolvimento econômico solidário vem conquistando. Sabemos também que hoje, dentro do Ministério do Trabalho, talvez não estejamos no lugar mais adequado. Mas é certo que mudar para a pasta das micro e pequenas empresas seria um retrocesso histórico. Seria simplesmente ignorar as diferenças entre dois modelos antagônicos.
O exemplo vivido hoje no morro Santa Marta ilustra bem as diferenças ideológicas no se que pretende dizer com o termo desenvolvimento. Favela considerada modelo do governo do Estado, os moradores do Santa Marta vêm sofrendo as consequências do desenvolvimento: explosão nos preços dos alugueis, empresas privadas externas oferecendo serviços e uma alta insustentável no custo de vida. O resultado são os caminhões de mudança que frequentemente são vistos na entrada do morro, levando embora aqueles que não puderam arcar com este desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o SEBRAE incentiva o empreendedorismo individual para aqueles que já têm um capital inicial poderem explorar aqueles que não o tem. Tudo na lógica individualizada, cada um por si.
Em contrapartida, o SOLTEC/UFRJ vêm implementando nesta favela e em outras três, o projeto Rio Economia Solidária. Assim como o anterior, o objetivo é o desenvolvimento. Mas agora, ele é solidário, no sentido da responsabilidade recíproca. Não basta que uma empresa se dê bem; é preciso que todos os trabalhadores-moradores do Santa Marta que desejem se associar e construir um empreendimento solidário possam receber apoio. Este empreendimento não deve se preocupar apenas consigo; deve se preocupar com o desenvolvimento de seu território, com a preservação do meio ambiente e com o respeito às diversidades de raça, gênero, religião e cultura. E este é o objetivo do Rio Economia Solidária: promover um desenvolvimento econômico solidário, que possa beneficiar igualmente a todos os moradores.
Essas contradições, portanto, nos apontam no sentido de que a Economia Solidária, vista como modelo alternativo de desenvolvimento, possa ter seu espaço próprio dentro da estrutura do Governo Federal. A SENAES, pela qual batalhamos duramente nos últimos 8 anos, merece avançar para se tornar uma pasta autônoma, seja ela um Ministério ou uma Secretaria Especial. Isto já foi expresso como vontade do movimento, na II CONAES, e volta à tona neste momento de indefinições. Então, com esta pasta autônnoma, poderemos avançar nas políticas públicas específicas para a Economia Solidária, ajudando a construir um país mais justo e igual.
Muito obrigado.
POR UMA DEFENSORIA COMPROMETIDA COM A VIDA E COM A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Maggio 4, 2011 21:00 - no comments yetA cidade do Rio de Janeiro passa por momento único em sua história com os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Este momento, marcado por grandes intervenções urbanísticas que visam possibilitar tais eventos, deixam um legado de destruição.
Pela primeira vez na história do nosso estado e da capital do Rio de Janeiro as três esferas de Poder político – Federal, Estadual e Municipal- estão juntos no que chamam de pacto federativo, com bilhões de recursos da União aplicados no Estado. Isto tinha que significar desenvolvimento dos valores humanos e garantia dos Direitos Sociais. Ao contrário disto, estes bilhões têm servido ao desenvolvimento do capital, da especulação imobiliária e da criminalização da pobreza.
A cidadania está agonizando no Rio de Janeiro!
Todas as conquistas institucionais dos Movimentos sociais ao longo das últimas duas décadas estão sendo varridas para o ralo pela correnteza do “Pacto Federativo”, que empodera o Prefeito Eduardo Paes para que se despeje, remova, altere legislação urbanística a serviço da especulação; empreenda incursões do Choque de Ordem em flagrante atentado ao estado democrático de direito; proceda a mais perversa exclusão espacial criando guetos periféricos; expulse do convívio da classe média e das áreas “valorizadas” os empobrecidos; declare guerra às ocupações organizadas pelo movimento social; persiga o trabalhador informal e realize arbitrariedades contra os moradores em situação de rua.
Estamos vivendo em um Estado de Exceção onde o capital por meio dos governantes e “apoio”de grande parte da mídia, vêm dinamitando O Estado Democrático de Direito e as Instituições Públicas que tenham na sua missão a defesa dos Direitos Sociais.
Para impedir qualquer chance de vitória de suas vítimas no Judiciário o Prefeito Paes reuniu com juízes das varas de Fazenda Pública do Estado, com membros do Ministério Público e com o Presidente do Tribunal, com o motivo (publicado pelos jornais) de informá-los de como se dariam as remoções e desapropriações, e de garantir que não fosse concedida qualquer liminar que buscasse proteger o direito à moradia das comunidades atingidas.
AGORA É A VEZ DA DEFENSORIA PÚBLICA! Não basta para eles impedir decisões judiciais favoráveis aos empobrecidos. Agora buscam impedir o acesso a Justiça!!!!
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, primeira do Brasil, tem cumprido o papel histórico de vanguarda na sua Organização Institucional em defesa dos direitos dos empobrecidos. Sua atuação vem orientando a criação e organização de Defensorias em vários Estados. A instituição de Defensorias Públicas e a defesa da dignidade humana prescritos na CRFB encontraram eco na DPRJ que reconhecendo o antagonismo entre lucro e vida, tem se aproximado cada vez mais do Art 6° da Constituição e seus Direitos Sociais. Em cumprimento de sua missão aproximou-se das organizações cidadãs de seus assistidos e organizou-se em núcleos de atendimentos especializados em causas coletivas.
Nesta conjuntura de ataque organizado a massa excluída, a Defensoria Pública transformou-se em importante trincheira de resistência do povo em luta por Justiça. Isto a transformou em alvo da tirania.
O slogan que levou o atual Defensor Geral ao Poder – DEFENSORIA PARA OS DEFENSORES - é o retrato de um retrocesso orquestrado. A pessoa certa no lugar certo, na hora certa. Comprometido apenas com as melhorias de carreira e com seus apaniguados cumpre com maestria e truculência a missão de desmonte da Instituição Democrática e de avanço do projeto de exclusão e extermínio em curso no Estado do Rio de Janeiro.
QUEREM IMPEDIR NOSSA DEFESA !!!!
Para merecer o apoio e aplauso do Executivo, o Defensor Geral vem executando o extermínio progressivo dos focos de resistência institucional, que eram o Núcleo de Terras, o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e o Núcleo do Sistema Penitenciário. Ainda, para realizar essas mudanças com mais facilidade, foi preciso minar o projeto de ouvidoria externa, uma luta histórica da sociedade civil, elegendo pessoas internas (!) a instituição, quais sejam dois defensores públicos aposentados.
O ápice desta política se deu na manhã do dia 29 de abril de 2011, quando a sala onde eram feitos os atendimentos do Núcleo de Terras teve sua porta fechada, com a presença de seguranças, com o propósito de impedir o acesso dos Defensores e estagiários àquela dependência, sem que fosse dada qualquer explicação. Até mesmo a guarda municipal foi chamada para tentar retirar os estagiários que questionaram essa decisão, à força! Posteriormente todos os estagiários foram SUMARIAMENTE DEMITIDOS, avisados de tal ato por um telegrama!
A DEFENSORIA PÚBLICA É CONQUISTA DO POVO ORGANIZADO, EM LUTA PERMANENTE POR JUSTIÇA E PELOS DIREITOS SOCIAIS !!!
EXIGIMOS RESPEITO E FORTALECIMENTO DOS NÚCLEOS ESPECIALIZADOS E ELEIÇÃO DECENTE DA OUVIDORIA EXTERNA !!! NÃO AS REMOÇÕES!!! TERRA E MORADIA NÃO É MERCADORIA!!!!
Ao mês das mulheres
Marzo 16, 2011 21:00 - no comments yetEu não sou nem um pouco de poesia. Raramente leio, raramente me toca. Mas essa, não sei bem porque, me emocionou quando lí hoje de manhã no ônibus, sem querer, num anúncio da revista.
às mulheres, em seu mês, que são todos.
Com licença poética
Adélia Prado
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade da alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.