No início da década de 90, com a intensificação do processo de abertura da economia brasileira aos mercados internacionais, surgiu um novo desafio no mundo do trabalho: o desemprego estrutural ou tecnológico, ou seja, o desemprego sem retorno. No processo de mudança da conjunta econômica e política começaram aparecer projetos de autogestão, onde os trabalhadores passaram a assumir o controle dos ativos das empresas de produção industrial e, principalmente, o controle da gestão.

Diante da situação de desemprego e de busca de alternativas surgiu a Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão - ANTEAG. Ela nasceu a partir de uma experiência em Franca - SP (1991) quando uma empresa produtora de calçados foi à falência. Com uma ação ousada e criativa, os trabalhadores, em conjunto com o Sindicato da categoria articularam a experiência autogestionária reabrindo a empresa, reiniciando a produção e recuperando 450 postos de trabalho.

Desde então, a ANTEAG vem desenvolvendo e assessorando projetos de autogestão a partir da viabilidade do negócio e da perspectiva dos próprios trabalhadores. Um dos objetivos sociais das atividades de implantação e desenvolvimento dos projetos autogestionários é recuperar e manter o trabalho e renda; buscando o compromisso das pessoas com atividades produtivas envolvendo a vontade e a inteligência coletiva.

Por conta da persistência do quadro conjuntural demarcado pelo desemprego e a necessidade de alternativas de trabalho e renda, a ANTEAG vem representando empreendimentos econômicos solidários nas diversas regiões do país. Assim, em decorrência dos trabalhos dos últimos anos, a ANTEAG acompanha projetos de autogestão, responsáveis por mais de 30.000 postos de trabalho.