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Letramento Digital e Letramento na Inclusão Digital

7 de Fevereiro de 2014, 10:53 , por Caio - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Inspirado pelo preambulo da tese de doutorado 'Entre a Fronteira e a Periferia: linguagem e letramento na inclusão digital' de Marcelo Buzato, tentarei falar o que entendo sobre letramento digital. Antes preciso esclarecer que o sub-título do trabalho à cima me auxilia em minha argumentação, uma vez que linguagem e letramento na inclusão digital me conduz a pensar processos que permita aos envolvidos usarem os signos, a escrita, os textos em dispositivos digitais (computadores, celulares, tablets) para se comunicarem.

A preposição na, ei espera ai! Eu me considero quase analfabeto, coisa que aquelas e aqueles que acompanham as postagens neste blogs já perceberam, e sinceramente espero que mais alguém além dos colegas da disciplina leia minhas incertezas, continuando... , dai antes de sair falando tenho que 'googlar' qual a função da preposição na numa sentença.

Foi no Yahoo Respostas (1) mas não achei o que precisava. Que nome adequado, mas dessa vez não deu. Usei então a Wikipédia, que “preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração”, assim temos que pensar no letramento na inclusão digital como algo diferente de letramento digital. Assim posso afirmar que letramento digital é outra coisa.

O que seria então letramento digital? Busquei o trabalho de Verônica Araújo e Raquel Glotz em titulado 'O Letramento digital enquanto instrumento de inclusão social e democratização do conhecimento: desafios atuais.' Ela trata de letramento como mecanismos de inclusão na Sociedade da Informação, mas não apenas ensinar o uso da informática, mas também melhorar as condições de vida a partir do uso dos computadores.

Penso alto: Sabemos que a questão do analfabetismo funcional representa um grande problema numa cultura que, desde à Grécia, vem usando signos para comunicar-se. Aprender as letras de fato é uma possibilidade de melhorar as condições de vida, isso seria alfabetização né? Sem ela não estaria aqui expressando o meu entendimento, ou falta de, sobre o assunto. Porém ainda assim não seu o que é letramento.

Letramento, segundo Soares (2002, p. 145), “o estado ou condição de quem exerce as práticas sociais de leitura e de escrita, de quem participa de eventos em que a escrita é parte integrante da interação entre pessoas e do processo de interpretação dessa interação.” A autora busca uma compreensão mais ampla do conceito letramento, que surge no contexto de uma cultura do papel, ao mesmo tempo que já vêm adquirindo novos contornos na medida que nos damos conta de como cibercultura muda nosso cotidiano. (SOARES, 2002, p 144).

Então, tensionando as ideias de Magda Soares, Verônica Araújo e Raquel Glotz (3), posso dizer que letramento é a a interpretação que pessoas fazem do processo de comunicação que integram, a partir de uma interação com outras pessoas ou consigo mesmo, numa busca por melhorar seu cotidiano. Então letramento é política!

Agora digital! Não sei bem, mas talvez Levy ajude, talvez não. Letramento digital é um conjunto de técnicas, práticas, atividades, formas de pensamento e valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço que possibilitam os indivíduos acessar, interagir, processar e desenvolver multiplicidade de competências na leitura e escrita das mais variadas mídias, através da mediação dos computadores ou outros dispositivos eletrônicos da tecnologia da informação e da comunicação. (LEVY, 1999, p.17).

Ele continua que é difícil o individuo emergir na cibercultura se não possui o domínio do código de escrita e leitura de seu próprio idioma. Acrescento que, até que existem processos automáticos e confiáveis de tradução, ainda vamos continuar precisando também do inglês, idioma universal de grande parte dos textos na Internet.

Levy contribui para pensar o letramento digital enquanto um processo de criticidade dos usos que fazemos das TICs, seja em prol de objetivos pessoais, enquanto membros ativos de uma sociedade mais tecnologizada, seja em cooperação com nossos pares.

Ainda assim não me sinto seguro, sei que letramento digital tem algo mais. Quando penso em leitura e escrita de mídias, cabe audio, foto, vídeo e código. Sim código fonte. Os softwares podem ser entendidos como um conjunto de abstrações, organização lógica de uma ideia, um projeto, um conhecimento, que usa de uma linguagem (signos e sintaxe). Um programador que conheça essa linguagem pode usar um suporte computacional para transformar sua ideia em uma algoritmo, que uma fez executável segue os passos lógicos para realização de um conhecimento.

Pode ser que o letramento digital perpasse pelas muitas possibilidades que a cultura digital oferece, como apropriação da linguagem de programação, não uso domínio, pois pode induzir a pensar que tenhamos que ser programadores, mas sim entender os desafios do percurso entre ideias, linguagem, linguagem de programação, binária e eletrônica.


1 - Um portal que as pessoas fazem perguntas dos mais variados tipos e recebem respostas diversas, que podem ser qualificadas, dizendo se serviu ou não para o que foi perguntado. No caso da preposição na – veja o link <<http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100816150828AArZY11>>

2 - Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura' de Magda Soares, Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002

3 - Aproveito para compartilhar um link com uma bibliografia disponível on-line sobre letramento digital veja o link <<http://blog.midiaseducacao.com/2012/04/bibliografia-on-line-letramento-digital.html>>

4 - LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo. Editora 34. 2004


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