A música na terra do peixe piau e a lenda do peixe francês
Febbraio 8, 2012 22:00 - no comments yet | No one following this article yet.Vamos lá. Vou tentar escrever esse post da maneira menos apaixonada ou bairrista possível. É que ainda me incomoda muito o fato de, em plena era da informação, século XXI, auge das redes sociais e afins, haver tantas dúvidas sobre o Piauí. “Lá tem praia? Lá tem banda de rock? Lá é assim? Lá é assado? Lá tem isso? Lá tem aquilo?” E a gente que é de lá responde pacientemente a todas essas perguntas, na ilusão de que vai acabar de uma vez por todas com o desconhecimento acerca do estado que nos pariu.
Mas se há dúvidas de que no Piauí tem gente boa produzindo coisa melhor – e refiro-me mais especialmente ao campo musical – a resposta é: sim, lá tem muita gente boa, produzindo música muito boa também! E os meninos da Validuaté estão aí para comprovar isso.
A banda surgiu em 2004, eu morava em Teresina e assisti a vários shows deles, inclusive em Calouradas da UFPI (eu era universitária na época!). Ouvia também músicas avulsas, que tocavam muito na rádio onde trabalhei anos depois (Rádio Antares). Já gostava muito, mas passei a gostar mais ainda depois que conheci, no ano passado, o disco Alegriar Girar, de 2009.
É no “Alegria girar” que está a música “A lenda do peixe francês” pela qual me apaixonei depois que conheci. Dentre as várias músicas legais deles, esta é, para mim, uma das melhores. Conta uma interessante e curiosa estória que vale a pena ser ouvida… Abaixo, a música e a letra. E, mais embaixo, todos os contatos, canais e redes onde se pode conhecer e ouvir mais um pouco da Validuaté.
A Lenda do Peixe Francês
Validuaté
Era uma vez um peixe francês
Soturno e muito triste
Se perguntava: será que existe maiores mágoas
Que as minhas nestas águas?!
Dia após dia, imerso em agonia, nadava
E tudo o que via
Era a arvore verde e amarela na beira do rio
E só pensava nela:
Ainda, a linda borboleta
Inteira feita de estrelas pretas
Que vislumbrou apenas uma vez
E tornou-se o grande amor do peixe francês
O peixe que nunca tivera dores
Nem problemas com amores
Pois sua memória e consciência no mundo
Duravam sempre trinta segundos
Porém, depois de ver aquele ser arcanjo
Rompendo seu casulo, num pulo.
Criou fixa idéia na mente
E amor e morte…só sente.
O peixe leva na lembrança
Toda a pujança da paixão que arde
Desde aquela tarde.
A borboleta parecia uma letra
No meio de negras constelações e modernos aviões
Verão, outono, inverno e primavera
E a paz pro peixe não viera
Nem nunca mais aparece
A borboleta que o entristeceu
Muito tempo tinha se passado
A vida seguia com alma fria, seu fado
Mas eis que durante a quinta estação do ano
O peixe avistou um ser humano
Assustado, jamais tinha olhado gente assim:
frente-a-frente
Uma mulher entrou na água, nua
Numa negra noite de clara lua
E o triste peixe percebeu no peito da moça de louça
A borboleta de estrelas pretas
As lágrimas no olho do peixe
Eram feixes de emoções por todos os seus corações
Ele olhava a borboleta
Mais bela que o som da clarineta
Mexendo as asas como as algas das sua casa
Depois de chorar de alegria
E conter seu corpo, em folia
O peixe viu a linda moça de louça
Serena, saindo do rio
Com um riso no canto da boca
E achando assim a vida pouca
Lembrou que era o décimo terceiro mês:
Épouca em que todo peixe francês
Vê seu amor pela última vez
Contatos Banda Validuaté:
http://www.facebook.com/BandaValiduate
http://www.twitter.com/validuate
http://www.myspace.com/validuate
http://www.youtube.com/validuate
http://www.lastfm.pt/music/Validuat%C3%A9
http://www.palcomp3.com.br/validuate
+55 (0xx86) 9411 1262
Nota de explicação: O trocadilho do título é porque o nome do estado também tem a ver com peixe! Segundo o historiador e professor da UFPI Fonseca Neto, o nome Piauí foi dado pelos indígenas que habitavam a região. Os índios moravam próximos aos rios que eram cheios de peixes da espécie piaus. Quando iam pescar ficavam a beira do rio pronunciando: piaus, piaus, piaus. Assim, as terras daqueles indígenas passaram a ser chamadas de Piauí. E esta, como muitas das palavras que estão no nosso vocabulário, vem do tupi: pi’au, piau.
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