Ir para o conteúdo
Mostrar cesto Esconder cesto
Voltar a Blog
Tela cheia

Ah, o amor…

20 de Outubro de 2011, 22:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Visualizado 78 vezes

Ele é uma escolha. Sim, uma escolha. E se escolho amar, em alguns momentos sentirei dor. Aquela dor doída, no fundo do peito, provocada pelo silêncio, pelo não, pela mentira,  pela falta de esperança, pela omissão.

Se escolho amar, tenho que ser paciente. Ser paciente e saber esperar. E saber perdoar. Porque eu darei mais o meu perdão àquelas pessoas que mais amo, se quiser continuar optando por amar sem, é claro, deixar de dizer não quando for preciso dizer não.

Que utópico, sonhante! Como amar assim em um mundo que se nos mostra tão cruel em vários sentidos, e nos ensina a ser também assim? Como amar, perdoar, ter esperança, se o individualismo, o egoísmo e a competição reinam – somos (des)educados para isso – , e a solidariedade é um valor tão desvalorizado?

Que bom seria! Ver se fortalecendo perto da gente a cultura da partilha, da colaboração, do ser (também) responsável pelo outro… A cultura do amor! É utopia? Sonho? Pode ser. Mas é também um desejo, o meu desejo, pelo qual luto, todos os dias, de várias formas.

Quanto ao meu amor… não sei se já aprendi a amar. Mas o escolhi como princípio de vida, com toda a profundidade que ele requer, com todas as suas agruras e também com toda a plenitude de felicidade que ele pode proporcionar.

Não vou dizer que é fácil. É um caminhar, um caminho. Caminho que se faz, na maioria do tempo, sozinho, e por vezes é cheio de dores, obstáculos… Mas muitas, muitas vezes vezes é bonito, pleno de alegrias e sempre, sempre verdadeiro.

E por falar em caminho, amor, partilha e verdade, divido com vocês o mais bonito diálogo sobre amor que já vi.

“Após um longo e sábio caminhar, o Pequeno Príncipe, dispôs-se a descansar…

E foi então que apareceu a raposa:
– Bom dia – disse a raposa.

– Bom dia – respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta, nada viu.

– Eu estou aqui, – disse a voz, debaixo da macieira…

– Quem és tu? – perguntou o principezinho. – Tu és bem bonita…

– Sou uma raposa – disse a raposa.

– Vem brincar comigo – propôs ele. – Estou tão triste…

– Eu não posso brincar contigo – disse a raposa. – Não me cativaram ainda.

– Ah! Desculpa – disse o principezinho. Mas, após refletir, acrescentou:
– Que quer dizer “cativar”?

– Tu não és daqui – disse a raposa.
– Que procuras?

– Procuro os homens – disse o pequeno príncipe.
– Que quer dizer cativar?

– Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam.
É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?

– Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos.
– Que quer dizer “cativar”?

– É algo quase sempre esquecido – disse a raposa.
Significa “criar laços”…

– Criar laços?

– Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo…
– Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo?
Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! – Mas tu tens cabelos dourados.
E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo, que é dourado, fará com que me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…

A raposa calou-se e observou muito tempo o príncipe:
– Por favor, cativa-me! disse ela.

– Eu até gostaria – disse o principezinho – mas eu não tenho
muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a
conhecer.

– A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa.
– Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma.
Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.
Se tu queres um amigo, cativa-me!

– Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.

– É preciso ser paciente – respondeu a raposa
– Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada.
A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.
Mas cada dia, te sentarás um pouco mais perto…

No dia seguinte o príncipe voltou.
– Teria sido melhor se voltasses à mesma hora – disse a raposa.
– Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais me sentirei feliz! Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!

Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
– Ah! Eu vou chorar.

– A culpa é tua – disse o principezinho. – Eu não queria te fazer
mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…

– Quis – disse a raposa.

– Então, não terás ganho nada!

– Terei, sim – disse a raposa – por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou: – Vai rever as rosas. Assim, compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.

O pequeno príncipe foi rever as rosas:[...]. “ E ao voltar dirigiu-se à raposa:

– Adeus… – disse ele.

– Adeus – disse a raposa.

– Eis o meu segredo:

É muito simples: só se vê bem com o coração.
O essencial é invisível aos olhos.”



Fonte: http://aasombradaarvore.wordpress.com/2011/10/21/ah-o-amor/

0sem comentários ainda

    Enviar um comentário

    Os campos são obrigatórios.

    Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.

    Cancelar