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12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Pública agonia da morte anunciada - Por Elisa Lucinda

27 de Julho de 2011, 21:00, por Cecília Bizerra Sousa - 0sem comentários ainda

Publiquei ontem no facebook e no twitter um texto fantástico de Elisa Lucinda, sobre a morte e a morte de Amy Winehouse. Quando vejo hoje de manhã, a diva poética havia me retuitado. Quase morri! ;)

Tietagens a parte, compartilho aqui também o texto de Elisa: "Pública agonia da morte anunciada", publicado em seu site "A Lira que Alucinda". Um texto, como disse, fantástico e fala-dor.

Pública agonia da morte anunciada

Elisa Lucinda

Nossa sociedade judaico cristã elogia o mártir, glamouriza a dor, super estima o sofrimento de tal modo que chega a ser sádica. Que a tragédia é campeã nas manchetes nós sabemos mas é triste  demais assistir  a morte de uma jovem  talentosa como Amy Winehouse que apesar de ser rica e famosa (ideal de vida de muita gente), se matou. A moça de linda voz que podia tudo,  parece que nos disse com sua existência, que a vida  lhe doía insuportavelmente e que mesmo tendo aonde soltar seu canto, estourou como as cigarras. Beber até desmaiar pode nos dizer que aquele ser não suporta estar diante da vida e de seus conteúdos intensos sem estar para esta mesma vida anestesiado.  Da mesma  anestesia parecia  precisar o nosso Michael Jackson cujos analgésicos eram  condição sine qua non para que  nosso astro internacional pudesse “levar” a vida. A  ilusão de poder irrestrito que a fama e o dinheiro nos fazem crer que temos deixa uma lacuna que nos  prova sua ineficiência: por que se matar se se pode ter tudo o que  se quer? Não se pode ter tudo, é bom esclarecer. E me chama especial atenção que apesar da possibilidade econômica de poderem se tratar  nas melhores clinicas do mundo e de  terem a seu dispor  melhores profissionais da saúde, esses  pobres heróis sucumbem em praça pública  sob os aplausos de seus fãs e ninguém percebe a doença grave  exposta a todos. Ninguém vê a ferida aberta, a angústia espumante à  nossa frente. Não sabemos da intimidade verdadeira da vida de Amy, mas  imagino que devesse até interessar a alguns sua  crônica embriaguez , a falta de noção para fazer contas ou cuidar dos limites que também circundavam sua arte. Com mente confusa é mais fácil ser explorado, usado, roubado. Porque a deixavam  entrar em cena assim? Cadê o produtor, o amor, a família, os amigos? No imenso palco de sua solidão voraz a moça agonizou e sua não secreta agonia teve cumplices sórdidos. Talvez sua grana calasse a boca dos que viam o abismo cada vez mais irreversível para onde ela caminhava  e não a advertira nem dela cuidara, para não perder a mordomia, para  não contrariar a rainha e ganhar seu desafeto ao invés de caros e desmedidos agrados. Não posso afirmar, porque não vi acontecer, mas não duvido nada que até nas inúmeras clínicas pelas quais passara, não tenha aparecido um enfermeiro ou  médico que, diante de suas ofertas irresistíveis e ilimitadas, ou mesmo por um simples autógrafo, não lhe tenha  deixado de oferecer suas doses proibidas ali dentro.

Quando Cássia Eller morreu, fiquei  viúva dela. Sofri como um parente. Chorava  inconsolável  lamentando a injusta morte prematura de uma tímida maravilhosa , que saiu de um barzinho  com um banquinho e um violão pra virar pop star. De repente se dera conta que aquilo, do jeito que acontecia, não era pra ela, era demais pra sua alma imprevisível  o competitivo mercado e suas cruéis exigências. Cássia cheirou, chorou desesperada, bateu a cabeça na quina da madrugada e a gente não fez nada. Da mesma maneira vimos Amy  gritar seu desespero: em junho fora vaiada na Sérvia por estar muito bêbada em cena, sem ter noção de que estava ali para oferecer um produto (sua voz bela e belas canções) para quem tinha pago pra vê-la.  Em três dias da semana de sua morte bebera, mamara sua vodca até desmaiar. Era o seu canto mudo , seu grito de socorro desesperado que o mundo não escutou. Estávamos ocupados em cultuar sua dor.



Carta aberta: Mulheres em luta pelo direito à comunicação

21 de Julho de 2011, 21:00, por Cecília Bizerra Sousa - 0sem comentários ainda

Caras/os,

A carta abaixo, resultado de uma reunião sobre marco regulatório e banda larga da qual participaram algumas organizações da sociedade civil, está aberta a adesões dos movimentos sociais até às 18h do dia 29/07/2011. Após esta data, será amplamente divulgada e enviada aos Poderes Executivo e Legislativo, à Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação, entre outros. Caso sua organização esteja de acordo e tenha interesse em assinar, envie uma mensagem para o email: [email protected]

Mulheres em luta pelo direito à comunicação

Carta aberta por um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil

As organizações do movimento feminista há tempos discutem a necessidade de mudanças no sistema midiático em nosso país de forma a garantir a liberdade de expressão e o direito à comunicação de todos e todas, e não apenas daqueles que detêm o poder político ou econômico e a propriedade dos meios de comunicação em massa.

Historicamente, combatemos a mercantilização de nossos corpos e a invisibilidade seletiva de nossa diversidade e pluralidade e também de nossas lutas. Denunciamos a explícita coisificação da mulher na publicidade e seu impacto sobre as novas gerações, alertando para o poder que esse tipo de propaganda estereotipada e discriminatória exerce sobre a construção do imaginário de garotas e garotos. Defendemos uma imagem da mulher na mídia que, em vez de reproduzir e legitimar estereótipos e de exaltar os valores da sociedade de consumo, combata o preconceito e as desigualdades de gênero e raça tão presentes na sociedade.

No momento em que o governo federal, o Parlamento e a sociedade brasileira discutem a elaboração de um novo marco regulatório para as comunicações em nosso país, nós, mulheres, trazemos a público nossas reivindicações, somando nossos esforços ao de todos os movimentos que acreditam na urgência de uma mídia efetivamente plural e democrática para a consolidação da democracia brasileira.

Afirmamos a importância da adoção de medidas de regulação democrática pelo Estado sobre a estrutura do sistema de comunicações, a propriedade dos meios e os conteúdos veiculados, de forma que estes observem estritamente os princípios constitucionais do respeito aos direitos humanos e à diversidade de gênero, étnico-racial e de orientação sexual. Já passou da hora de o Brasil respeitar os acordos e tratados internacionais que ratificou sobre este tema e de colocar em pleno vigor sua própria Constituição Federal, cujo capítulo da Comunicação Social é, até hoje, vergonhosamente, o menos regulamentado.

Neste sentido, reivindicamos a criação do Conselho Nacional de Comunicação, uma das resoluções centrais da I Conferência de Comunicação, até hoje não tirada do papel. Defendemos ainda a instituição de mecanismos de controle de propriedade, com o estabelecimento de limites à propriedade cruzada dos meios; o fortalecimento do sistema público e das mídias comunitárias; transparência e procedimentos democráticos no processo de concessão das outorgas de rádio e televisão, com o fim das concessões para políticos; o estímulo à produção regional e independente, garantindo espaço para a expressão da diversidade de gênero, étnico-racial e de orientação sexual; mecanismos de proteção à infância e adolescência, como o fim da publicidade dirigida à criança; e procedimentos de responsabilização das concessionárias de radiodifusão pela violação de direitos humanos na mídia, entre outros.

Num cenário de digitalização e convergência tecnológica, entendemos que o marco regulatório deve responder às demandas colocadas em pauta e promover uma reorganização do conjunto dos serviços de comunicações. Trata-se de um processo que não pode ser conduzido de forma apartada das diversas definições que já vem sendo tomadas pelo governo federal neste campo, como os recentes acordos anunciados com as empresas de telefonia em torno do Plano Nacional de Banda Larga.

As organizações do movimento feminista se somam à Campanha Banda Larga é um Direito Seu! e repudiam não apenas o recuo do governo em fortalecer a Telebrás e dar à empresa pública o papel de gestora do PNBL como a total entrega ao mercado da tarefa de ofertar à população aquilo que deveria ser tratado como um direito: o acesso a uma internet de qualidade, para todos e todas. Para as mulheres, a banda larga é uma ferramenta essencial de inclusão social, acesso à saúde e educação, geração de emprego e renda, acesso à informação e exercício da liberdade de expressão. Um serviço que deveria, portanto, ser prestado sob regime público.

Por isso, e porque queremos um novo marco regulatório para as comunicações, nós iremos às ruas. Trabalharemos em 2011 para sensibilizar, formar e mobilizar mulheres em todo o país. Defenderemos esta pauta na III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres; no processo da Reforma Política; nas marchas que faremos a Brasília; junto à Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular; em nosso diálogo com o governo federal e com a Presidenta Dilma.

Esta é uma luta estratégica para as mulheres e fundamental para a democracia brasileira. Dela não ficaremos fora.

Brasil, julho de 2011.

Instituto Patrícia Galvão – Mídia e Direitos
Geledés – Instituto da Mulher Negra
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Escola de Comunicação da UFRJ
CFP - Conselho Federal de Psicologia
FNDC - Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação
Rede de Mulheres da AMARC-BRASIL
Associação Cultural Ilê Mulher - Porto Alegre/RS
Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
SOS CORPO - Instituto Feminista para a Democracia
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul
Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Instituto Flores de Dan
Articulação Mulher & Mídia Bahia
Liga Brasileira de Lésbicas de São Paulo
Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras
Coletivo Soylocoporti
Conajira - Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial
Laboratório de Políticas de Comunicação (LaPCom) da Universidade de Brasília (UnB)



Nem pensar em desisitir. Um pensamento que vale ser levado a sério.

21 de Julho de 2011, 21:00, por Cecília Bizerra Sousa - 0sem comentários ainda

"Desistir?Desistir

Eu já pensei nisso, mas nunca me levei realmente a sério.
É que tem mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração
do que medo na minha cabeça."

(Cora Coralina)



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Distrito Federal, Piauí