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Blog "vida quer viver!"

January 12, 2009 22:00 , von Daniel Tygel - | 1 Person following this article.

Lagartas sempre são lagartas
Mas não serão lagartas para sempre...


As 1001 Estórias da História - Parte 2: O PL865 de Serra

May 5, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 22 Kommentare

Brasil. Primeiro de janeiro de 2011. José Serra, eleito Presidente do Brasil no segundo turno, toma posse.

Em 31 de março de 2011, o Presidente Serra encaminha ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 865/2011 (PL865), sem ouvir o movimento de Economia Solidária, nem a SENAES, nem qualquer outro ator da sociedade.

O PL865 propõe a criação da Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa (SEMPE). Segundo a proposta encaminhada à Câmara, esta nova Secretaria incorpora as atribuições da Economia Solidária que estavam no Ministério do Trabalho e Emprego, desfazendo assim a SENAES que lá estava. Além disso, incorpora as atribuições das Micro e Pequenas Empresas do Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC).

O FBES consulta suas bases sobre duas opções: 1. Retirada das atribuições da Economia Solidária deste PL 865 ou 2. Ver esta nova Secretaria como oportunidade e fazer emendas lá dentro para dar maior visibilidade à Economia Solidária como estratégia de Desenvolvimento Territorial, Sustentável, Diverso e Solidário. Em poucos dias, mais de 90% dos Fóruns, Redes e Entidades optam pela opção 1, e se articulam com vários outros movimentos sociais para lutar para evitar esta fusão.

O Setorial de Economia Solidária do PT se manifesta energicamente favorável ao movimento: "Não podemos fazer da Economia Solidária um instrumento do Capital defendido por este governo de direita!" afirma o Presidente da Setorial. A bancada petista no Congresso Nacional se posiciona frentemente contrário ao PL. O líder do PT na Câmara solicita mais tempo para que uma decisão destas seja realizada através de audiências públicas estaduais. Mas o líder do PSDB faz requerimento de urgência, a pedido do SEBRAE. Vendo que as condições de negociação estavam se estreitando, vários Deputados solicitam a retirada das atribuições da Economia Solidária do PL865, a pedido do movimento de Economia Solidária com apoio do Setorial do PT.

Da Estória à História:

Por que agora a Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa e o SEBRAE são uma grande oportunidade?



As 1001 Estórias da História - Parte 1: O PL865 que o movimento apoiou...

May 5, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 0no comments yet

Brasil. Primeiro de janeiro de 2011. Dilma Rousseff, eleita Presidenta do Brasil por grande maioria da população no segundo turno, toma posse.

Em 31 de março de 2011, a Presidenta recém-eleita encaminha ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 865/2011 (PL865), sem ouvir o movimento de Economia Solidária, nem a SENAES, nem qualquer outro ator da sociedade.

O PL865 propõe a criação da Secretaria Especial de Desenvolvimento Territorial, Sustentável, Diverso e Solidário (SEDTSDS). Segundo a proposta encaminhada à Câmara, esta nova Secretaria incorpora as atribuições da Economia Solidária que estavam no Ministério do Trabalho e Emprego, desfazendo assim a SENAES que lá estava. Além disso, incorpora as atribuições do Programa dos Territórios da Cidadania, dos Territórios da Paz, dos Territórios da Pesca, do PAA, do PNAE, do Programa Nacional de Resíduos Sólidos, da Agroecologia, e da Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional.

O FBES consulta suas bases sobre duas opções: 1. Retirada das atribuições da Economia Solidária deste PL 865 ou 2. Ver esta nova Secretaria como oportunidade e fazer emendas lá dentro para dar maior visibilidade à Economia Solidária como estratégia de Desenvolvimento Territorial, Sustentável, Diverso e Solidário. Em poucos dias, mais de 90% dos Fóruns, Redes e Entidades optam pela opção 2, solicitam um espaço amplo de debates e se articulam com vários outros movimentos sociais para iniciar um processo histórico de construção deste novo espaço.

 

Da Estória à História:

Será que o FBES simplesmente está reagindo à falta de diálogo do governo ou a diferenças profundas de projeto político entre Economia Solidária e as políticas de Micro e Pequena Empresa do MDIC?



Maio, nosso maio

April 30, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 0no comments yet

Linda animação, por Farid e amigos, totalmente realizada com softwares livres! Vamos nos lembrar das origens desse tal primeiro de maio?

Maio, Nosso Maio from farid on Vimeo.



51 Anos de Brasília com som da terra + orquestra sinfônica!

April 20, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 0no comments yet

Muito legal esse som. Acabamos de assistir ao vivo lá na esplanada, em comemoração aos 51 anos de Brasília. Neste vídeo a parte da banda está mais alta do que o que assisti, mas mesmo assim se percebe a beleza deste arranjo com a orquestra sinfônica.

Lindo!



Dia do Índio é todo dia: a nossa vida não é mercadoria!

April 18, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 0no comments yet

Povos_indigenas_2011Hoje é o chamado "dia do índio". Mas sabemos que a resistência indígena acontece todo dia, o ano inteiro. Mesmo com toda a chamada "civilização" (termo bastante questionável) tentando eliminá-los, durante 500 anos, muitos destes povos continuam sua resistência. Mesmo sem política, programa, ação, sem apoio de deputados, governadores, prefeitos, eles continuam. Pois a maioria deles têm convicção de serem o que são. E pagam um preço alto por isso.

Os ataques continuam, como Jirau, Belo Monte, estradas cortando suas terras, os grandes fazendeiros, caçadores e pescadores depredando suas matas. Apesar disso, há muitas conquistas no movimento indígena, e, mais que o "movimento indígena" oficial, continuam as práticas nas suas terras, lutas por demarcação e por seus direitos, autonomia e diversidade cultural.

Acredito que a Economia Solidária tenha muito o que aprender com estes movimentos de resistência e formas diversas de viver e encarar a vida. Para além de palavras, a Economia Solidária tem a ambição de se basear nas práticas. Cada empreendimento autogestionário de economia solidária é ao mesmo tempo um núcleo de resistência e alternativa. É uma forma de viver e de dizer um NÃO a este maldito modelo de desenvolvimento que mata, destrói a vida na terra, gera acúmulo para uns poucos, e uma desigualdade crescente. Um modelo baseado no consumo desenfreado, na angústia de querer sempre consumir mais para tentar tapar o vazio da alma numa sociedade cada vez mais seca, competitiva e estúpida.

Agora o PL 865 nos ofereceu uma grande oportunidade: existe um movimento de Economia Solidária? Ou o que interessa é ver onde seria possível conseguir um programinha, uma açãozinha, ou um carguinho?

Se os atores da Economia Solidária não solicitarem a retirada da Economia Solidária do PL 865, a quem estão servindo? estão servindo ao governo (não querer ficar mal com o governo ou o Partido, querer aproveitar as benesses do governo) ou estão servindo aos princípios, valores, acúmulos, práticas, deliberações e história construídos pelo movimento até aqui?

É óbvia a necessidade de políticas, recursos, que vão diretamente para os empreendimentos. E a função dos atores do movimento é lutar para que haja sempre mais políticas, linhas de financiamento, logística, capital de giro, para os empreendimentos e sua articulação em redes e cadeias. E um "ministério da micro e pequena empresa" será um destes espaços em que devemos buscar recursos, assim como são o ministério da justiça, do desenvolvimento social, do desenvolvimento agrário, da cultura, do meio ambiente, das cidades, da integração, etc.

Assim como em todos estes ministérios temos lutado por programas e ações para a economia solidária, deveremos lutar por programas e ações junto à nova secretaria especial de micro e pequena empresa.

Mas abrir mão do que é a economia solidária para ter um lugarzinho ao sol e ser bem visto pelo governo e o partido é, no mínimo, uma irresponsabilidade. É claro que há pessoas e entidades que defendem a ida da economia solidária ao ministério da micro e pequena empresa como sendo uma oportunidade. Mas há também os que, apesar de também usarem este discurso, estão na verdade de olho em cargos, espaços no Partido e vêem outro tipo de oportunidade, a partir de um pragmatismo de corredor, bastante ligado ao poder e a interesses partidários.

Vejo o contrário: estamos tendo uma oportunidade única e histórica, graças ao PL 865, de afirmar nossa identidade. Uma oportunidade bonita de mostrar a nossa cara e coragem. Mesmo que tenhamos que pagar um preço por isso ao contrariar o que o governo quer.

Mas, afinal de contas, nosso compromisso é com quem? com a história e práticas da Economia Solidária ou com o governo ou Partido?????

No caso dos índios, não há dúvidas: o compromisso deles não é com o governo. É com sua terra, sua história, sua língua, seu modo de vida.

E nós, da Economia Solidária? Qual é o nosso compromisso?

Abraços, e boas reflexões (E AÇÕES!) nesta semana de luta e expressão dos povos indígenas no Brasil.



Como consultar as bases e o que fazer com a consulta

April 16, 2011 21:00, von Daniel Tygel

... interessante relação entre a cúpula iluminada e a base que não compreende o que está realmente em jogo...



coragem...

April 13, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 66 Kommentare

O que a vida nos pede, é coragem.



Música de Michael Jackson (Earth Song - Som da Terra)

March 11, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 0no comments yet

Bonito...



A vida e o fogo

March 4, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 1One comment

Isso nunca aconteceu comigo.

Deixei uma água no fogo para fazer um chá.

Isso foi às 7h da manhã

São 23h, e acabo de descobrir que a chaleira estava lá, no fogo, o fogo aceso.

O fogo aceso, se esvaindo, e a chaleira vazia.



E eu

March 4, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 1One comment

E eu aqui sentado, assistindo à vida passar



País rico é país sem ricos

February 25, 2011 21:00, von Daniel Tygel - 126126 Kommentare

(Clique aqui para assistir ao vídeo "Ai se eu te pego, Capital!")

O governo lançou, em fevereiro, uma logomarca para identificar a prioridade governamental, com os dizeres "Governo Federal: País rico é país sem pobreza".

Acreditamos que este slogan está equivocado, pois parece colocar a "culpa" dos problemas do país nos pobres, ainda mais quando se diz "erradicação da pobreza extrema".

Por isso estamos lançando um novo slogan:

Af_logo_completo_rgb_sem_ricos

Ao invés de nos esforçarmos por combater a pobreza, acreditamos que a prioridade deveria ser a erradicação dos ricos.

Um planejamento estratégico para identificar os ricos (apenas 1% da população!) e resgatar seus recursos para dar dignidade ao país seria muito mais simples e efetivo para a erradicação da miséria.

Pela Erradicação da Riqueza Extrema!

Assinado: daniel, rosana e érika

Obs: Para aderir ao manifesto, insira um comentário abaixo



A Lua cresce no céu de Friburgo

February 12, 2011 22:00, von Daniel Tygel - 0no comments yet

Por Sebastião Guerra

09 de fevereiro de 2011, lentamente a lua volta a crescer no céu de cada um de nós. Assim, mais ou menos de forma direcionada, mantemos nossos movimentos cotidianos externos. Cada um de nós, repletos de memórias densas, importantes e fecundas, lida como pode, no fundo da alma, na noite profunda de nosso interior com a riqueza doída e luminosa de estarmos vivendo 'estes dias' de nossas vidas, nestas serras queridas.

Nos últimos dias, algumas pessoas e a mídia em geral têm usado, em nome do desejo de criar uma onda positiva, otimista, uma frase que me dói: "Estamos finalmente voltando ao normal". Como assim, voltando ao normal? Se o normal é como era antes, não posso aceitar que voltemos a ele. O normal de antes, era feito de muitos interesses separados; seja por grupos sociais e econômicos; seja por grupos de famílias; seja por  religiões ou entre pessoas 'do bem e do mal'. O normal de antes era civilmente muito solitário, era feito de conselhos municipais esvaziados, envelhecidos antes de florescerem; era feito de instituições sociais importantes e maduras, atuando ingenuamente em nossa sociedade. O normal de antes tinha muito pouco tempo para solidariedade, para servir ao outro acima de tudo. E que fique claro, quando falo servir ao outro, não estou dizendo servir ao outro que precisa, que é pobre. Estou falando em construir uma sociedade de tal forma, que não se produza o acúmulo de bens por uns poucos. O normal de antes não tinha tempo para longas, gostosas, profundas e preguiçosas conversas ao redor da mesa de refeições ou na calçada de casa.

Sem dúvida, o normal de antes também tinha práticas de grande valor humano e potencial transformador. MAS...pouco, muito pouco, diante do tamanho da tarefa.

Nestes dias vivemos fora do normal. Ah, com certeza vivemos.

Nestes dias que passamos sem eletricidade, pude reaprender sobre o silêncio de nenhum motor funcionando, de nenhuma rede virtual ativa, de nenhum aparelho áudio visual emitindo estímulos; pude sentar com minha família, amigos e desconhecidos, na penumbra da luz de raras velas, e suspirar sob o sentimento humilde do tamanho dos meus braços, de minha força real de transformação e de ser ajuda. A eletricidade amplia nossa força de atuação e também nos ilude sobre nosso tamanho.

Nestes muitos dias que passamos sem água encanada e potável, pude reaprender sobre tudo que se lava com dois litros d´água(medida das  muitas garrafas pet que me chegaram). Pude conviver com os meus dejetos(urina e fezes)  e os de minha grande família, guardados dentro de nossos belos vasos sanitários sem água  e sentir a fragilidade e insanidade de nossa civilização que sequer sabe lidar com as fezes a não ser, dando descarga e se esquecendo delas. Pela falta d´água pude aprender os nomes de meus vizinhos, que comigo partilharam a água que tinham.

Nestes dias, no meio da lama fedida, buscando corpos, lavando corpos, enterrando corpos de pessoas amadas, pude aprender sobre o amor. Amor como cuidado; amor como honra ao que vive no outro, seja isto fato presente ou memória. A crueza inesperada das situações que vivemos não poderá ser expressa por palavras jamais, está muito além delas. O sentimento do que vivemos está buscando seus caminhos de expressão. Fiquemos atentos! Agora é tempo de contar histórias sobre o amor que descobrimos; amor cru, desnudo, amor enlameado. Contar muitas histórias entre nós e para outros que aqui não estiveram. Apesar da eletricidade ter voltado; apesar da água potável e encanada ter voltado; apesar de todas as redes virtuais terem voltado. Apesar de todos estes instrumentos mágicos da civilização estarem reestabelecidos, é simplesmente hora de sentar e contarmo-nos histórias, as histórias do amor que descobrimos; debaixo da lama, esta lama fecunda do que poderemos nos tornar.

Nunca mais voltarmos ao normal que era antes é o mínimo de honradez devida aos nossos queridos que se foram. Nunca mais voltarmos ao que era antes é o mínimo de responsabilidade frente a nós mesmos e a todas as crianças que sobreviveram, sobreviveram para o novo.

Nestes dias em que a lua volta a estar no mesmo lugar de um mês atrás, onde estamos nós? O que temos aprendido? Será possível caminharmos sem ingenuidades frente ao modelo de civilização que temos adotado: ele é brilhante, ilusório,  desumano, inodoro, definitivamente inodoro. Nosso modelo de civilização não suporta o cheiro libertador de lama de enchente.


Sebastião Luiz de Souza Guerra - Consultor de processos de desenvolvimento, desde 1979 trabalha em instituições sociais, em especial as que atuam no âmbito da infância e juventude. É fundador da Associação Crianças do Vale de Luz, onde desenvolveu habilidades de gestão organizacional e de apoio ao desenvolvimento de pessoas e de organizações sociais. Já atuou como professor e diretor de escolas, tendo sido diretor do Instituto de Educação de Nova Friburgo (1985/1986) e Coordenador Regional (Região Serrana do Rio de Janeiro) da FIA/RJ - Fundação para Infância e Adolescência, em 2002. Realizou estágios na área educacional na França e Suíça. É graduado em pedagogia, com especializações em Pedagogia Waldorf e Pedagogia Social. Também é músico e pratica e acredita na arte como instrumento de trabalho e de desenvolvimento pessoal e social.



Dom Manuel recusou comenda de Direitos Humanos em protesto ao aumento de 62% dos parlamentares

December 22, 2010 22:00, von Daniel Tygel - 22 Kommentare

Discurso de Dom Manuel Edmilson da Cruz, Bispo Emérito da Diocese de Limoeiro do Norte – CE, durante a outorga da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Camara, conferida pelo Senado Federal, no dia 21 de dezembro de 2010

A surpresa chegou aos meus ouvidos à noitinha, quinta-feira 16 de dezembro. Como o alvorecer da aurora e a vibração cantante de um bom-dia. Mais que surpresa: era como se alguém de extraordinária generosidade tivesse enfocado uma libélula projetando a sua leveza e levando-a a atingir as proporções de um águia ou de um condor. Passa por esse crivo o meu cordial agradecimento ao senhor Senador Inácio Arruda, aos seus ilustres Pares que o apoiaram e a todo Congresso Nacional. Pensei, em vista dos meus oitenta e seis anos, em receber essa honraria por meio de um representante. Mas Congresso Nacional merece respeito. Verdadeiro Congresso Nacional é sinal de verdadeira democracia.

A honrosa condecoração, porém, dos Pais da “Pátria”, (como diriam os Romanos (Patres Conscripti), me faz refletir. Precatórios que se arrastam por décadas; aposentados, idosos com suas aposentadorias reduzidas; salários mínimos que crescem em ritmo de lesmas... depois de três meses de reivindicações e de greves, os condutores de ônibus do transporte coletivo urbano de Fortaleza, dos cerca de 26% de aumento pretendido, mal conseguiram e a duras penas, pouco mais de 6%, quer para a categoria, quer para o povo, principalmente os pobres da quinta maior cidade do nosso Brasil.

Pois é exatamente neste momento que o Congresso Nacional aprova o aumento de 61% dos honorários de seus Parlamentares que em poucos minutos chegam a essa decisão e ao efeito cascata resultante e o impõe ao povo brasileiro, o seu, o nosso povo. O povo brasileiro, hoje de concidadãos e concidadãs, ainda os considera Parlamentares? Graças ao bom Deus há exceções decerto em tudo isso. Mas excetuadas estas, a justiça, a verdade, o pundonor, a dignidade e a altivez do povo brasileiro já tem formado o seu conceito. Quem assim procedeu não é Parlamentar. É para lamentar.

Prova disto? Colha na Internet.

Bem verdade é que a realidade não é assim tão simples e a desproporção numérica, um dado inarredável. Já existe – e é de uma grandeza bem aventurada! – o SUS; o bolsa família. Aí estão trinta milhões de brasileiros, que da linha de pobreza, às vezes até da indigência, alcançaram a classe média. É verdade a atuação do Ministério da Saúde. Existe o Ministério da Integração Nacional. É verdade! Mas não são raros os casos de pacientes que morreram de tanto esperar o tratamento de doença grave, por exemplo, de câncer, marcado para um e até para dois anos após a consulta. Maldita realidade desumana, desalmada! Ela já é em si uma maldição. E me faz proclamar em pleno Congresso Nacional, como já o fiz em Assembléia Estadual e em Câmara Municipal: Quem vota em político corrupto está votando na morte! Mesmo que ele paradoxalmente seja também uma pessoa muito boa, um grande homem. Ainda não do porte de um Nelson Mandela que, ao ser empossado Presidente da República do seu país, reduziu em 50% o valor dos seus honorários. Senhores e Senhoras, sinto-me primeiro, perplexo; depois, decidido. A condecoração hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Camara. Desfigura-a, porém.

Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os Senhores a Senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la! Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, a cidadã contribuintes para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade do seu trabalho. É seu direito exigir justiça e eqüidade em se tratando de honorários e de salários. Se é seu direito e eu aceitar, estou procedendo contra os Direitos Humanos. Perderia todo o sentido este momento histórico. O aumento a ser ajustado deveria guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isto não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os Direitos Humanos do nosso povo. A atitude que acabo de assumir, assumo-a com humildade.

A todos suplico compreensão e a todos desejo a paz com os meus sinceros votos e uma oração por um abençoado e Feliz Natal e um próspero e Feliz Ano Novo!

DEUS SEJA BENDITO PARA SEMPRE!



Causas e pessoas

November 25, 2010 22:00, von Daniel Tygel - 0no comments yet

Partilho aqui um conselho de uma grande amiga, que me tocou bastante:

"Lute pelas pessoas e por amor a elas, mas não pelas causas, pois o tempo sempre vai esvaziá-las, mas nunca vai apagar as pessoas."



Sobre democracia, economia e cupins

October 25, 2010 22:00, von Daniel Tygel - 0no comments yet

Escrevi este artigo para a revista Justice Rising, dos Estados Unidos, após minha apresentação no Fórum Social dos EUA. A revista está com uma edição completa específica sobre Economia Solidária, com vários artigos curtos, dentre eles o meu (o terceiro) e pode ser baixada aqui (em inglês): http://www.thealliancefordemocracy.org/pdf/AfDJR51.pdf

Cupim

Democracia é um valor fundamental, que defendemos em várias dimensões da vida social. Infelizmente, há uma fragilidade da realização deste valor, especialmente quando falamos da economia. Estender a democracia para a economia envolve centrar

mos o olhar e nossos esforços sobre o coração de nosso sistema atual, e nos obriga a repensar as bases sobre as quais o atual modelo de desenvolvimento se sustenta.

Qual foi o nível de discussão e democracia na decisão de salvar as grandes empresas e os bancos no auge da crise? Qual a participação da população sobre a atuação do FED, do Banco Mundial, e da emissão de moedas? Existe algum controle social da sociedade civil sobre estas instâncias?

E quais são os motores de desenvolvimento econômico do país? As empresas. Mas como elas funcionam? São democráticas em sua atividade econômica interna? E na sua atividade no mercado, possuem algum controle social pela população?

A Economia Solidária tenta responder a estas perguntas construindo alternativas no âmbito das atividades econômicas, da produção ao consumo. No Brasil, definimos a Economia Solidária em três dimensões diferentes:

  • Economicamente, é um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e na cooperação, o que chamamos de autogestão: ou seja, na Economia Solidária não existe patrão nem empregados, pois todos os/as integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.

  • Culturalmente, é também um jeito de estar no mundo e de consumir (em casa, em eventos ou no trabalho) produtos locais, saudáveis, da Economia Solidária, que não afetem o meio-ambiente, que não tenham transgênicos e nem beneficiem grandes empresas. Neste aspecto, também simbólico e de valores, estamos falando de mudar o paradigma da competição para o da cooperação de da inteligência coletiva, livre e partilhada.

  • Politicamente, é um movimento social, que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que não seja baseado nas grandes empresas nem nos latifúndios com seus proprietários e acionistas, mas sim um desenvolvimento para as pessoas e construída pela população a partir dos valores da solidariedade, da democracia, da cooperação, da preservação ambiental e dos direitos humanos.

A Economia Solidária se expressa através de iniciativas coletivas de produção, de comercialização e de consumo, que chamamos de empreendimentos de economia solidária. Por isso, afirmamos que quem participa deste movimento tem as “mãos sujas”, pois ao mesmo tempo que luta para a transformação do atual modelo econômico, precisa efetivamente sobreviver no dia a dia dentro dele. Não se trata, portanto, de um conceito teórico bonito e perfeito. É um processo vivo e com contradições.

Uma das estratégias para o fortalecimento da Economia Solidária é a consolidação de redes e cadeias de produção, comercialização e consumo entre empreendimentos de economia solidária e entre estes e consumidores. À medida que estas redes estão se fortalecendo, estamos retirando recursos econômicos do sistema capitalista concentrador para um sistema em rede que não é concentrador de capital e de poder. Desta maneira, podemos dizer que somos como os cupins: Olhando de fora, a estrutura da casa permanece intacta. Mas dentro de suas paredes, os cupins continuam a corroer a madeira, de modo que um dia esta casa cairá por terra, pois a estrutura foi enfraquecida em suas bases.

 

Brasília/DF, 11 de setembro, dia do Cerrado