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Impossível é aquilo que ainda não aconteceu

21 de Novembro de 2016, 1:31 , por Miro - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Licenciado sob CC (by-sa)

Atualmente o capitalismo é, possivelmente, o principal motor das fragilidades que jazem no íntimo dos seres humanos. Ele, o capitalismo, não é apenas um sistema econômico, mas um vasto sistema econômico-ideológico que se infiltrou às profundezas do psiquismo humano, instaurando padrões interpretativos da realidade, alavancando emoções e direcionando condutas. Esse sistema se estabeleceu também como uma macrocultura global e moldou a atual civilização mundial. Capitalismo é exclusivismo que favorece uma minoria já favorecida, criando escassez para a maioria. Seja capitalismo de mercado ou capitalismo de Estado, este mal precisa ser extirpado. Para isso, é necessário ter em mente que a raiz do capitalismo é o comércio, cuja base é a venalidade, que só existe fundamentada na propriedade privada.

 O dinheiro, de instrumento libertador (ao facilitar o comércio) transformou-se em instrumento de controle sobre a sociedade mundial. Mesmo a pluralidade de moedas supostamente independentes não consegue evitar esse fato; as moedas mais fortes tendem a subjugar as mais fracas, subordinando-as à sua supremacia. Assim o capitalismo continua impulsionando o medo e a ambição. Seus valores perversos estão diluídos no tecido social, contaminando leis, psiquismos e comportamentos; estão tão incrustados às suas vítimas, que estas já não os percebem como parasitas destrutivos e chegam a acreditar que são intrínsecos a elas mesmas. Pouquíssimos conseguem pensar numa forma diferente de viver; quase ninguém ousa tentar uma forma diferente de viver. Todos são explorados e exploram, mas não percebem isso. No capitalismo, somos coagidos a coagir.
 
Eu propugno o Pacifismo Proativo, que é tanto preventivo quanto enérgico nas remediações. (Pacifismo Proativo é o item 33 da Proposta Para Ecocivilização)

Promovendo uma revolição*, almejo tanto uma mudança individual quanto coletiva, buscando alternativas à venalidade.
 
Deveríamos todos tentar empreender um modelo civilizatório que seja tão eficaz para resolver os problemas socioambientais, quão simples de ser assimilado e fácil de ser aplicado. Não precisamos apenas de pessoas com grande cabedal intelectual. Os intelectuais geralmente se emaranham em minúcias (quase sempre importantes), mas afastando-se da simplicidade, da compreensibilidade e da aplicabilidade. Esta visão e abordagem implicam em iniciativa por parte dos interessados, não numa ajuda exacerbada vinda de cima.

E enquanto isso, como viver? A situação não é simples, mas se o capitalismo alega que "tempo é dinheiro", saiba que tempo é vida e quase todo teu tempo, portanto, tua vida, está a serviço de teu empregador. Tua vida já não é tua, ela foi alienada através de um mercado de escravos, comprada num comércio de seres humanos que se oculta sob o rótulo de "mercado de trabalho". Decapitado e reduzido a "mão-de-obra", o ser humano não consegue raciocinar, sendo constrangido a se vender, subsistir miseravelmente ou morrer. Movidos pelo medo desses dois últimos destinos ou por estúpida ambição, muitos vendem-se por completo, até os arcanos do próprio caráter.

Unidos podemos reconquistar a nossa vida; podemos criar meios de vida que reduzam progressivamente nossa dependência ao capitalismo. Criar espaços e redes de solidariedade. Para isso, são necessárias pessoas dispostas a ousar, se arriscar, superar ambições egoístas e o medo sistemático ao Estado. Afinal, "Não sabendo que era impossível, eles foram lá e fizeram!"
 


Unamo-nos pela auto-organização, à autodefesa coletiva e à efetivação da Proposta Para Ecocivilização.
 
 
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Nota:
 
"(*) “Revolição” é um neologismo usado por primeira vez em 1982 e divulgado pelo pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa em alguns de seus escritos, como por exemplo, no começo desta década, em “Revolição, a revolução da vontade” e “Revolição” (ambos da Ed. Fundação Educar DPaschoal, São Paulo, sem data). Desses trabalhos extraímos os seguintes trechos : (1) “Para designar esse fenômeno de mudança social molecular e evolutiva baseada na ação de pessoas, vivenciando a vontade e o espírito de servir de modo consciente e livre, veio-me à mente a palavra “REVOLIÇÃO”, criada pelo Professor Deodato Rivera para designar a atuação da pessoa automotivada e comprometida com os processos de mudança social a partir da base da sociedade” (A.G.Gomes da Costa) e (2) “Revolição não é uma revolução. Não precisamos de mudanças radicais ou movimentos violentos para melhorar o Brasil. .... A justiça, a democracia plena e o desenvolvimento sustentável somente serão realidade quando houver uma revolição, ou seja, uma mudança social gradativa que reflita a liberdade de cada um na construção dos conceitos de cidadania e responsabilidade social. A revolição acontecerá em dois tempos. No primeiro, os indivíduos devem ser sensibilizados para acreditar que é possível uma ação solidária em favor do bem comum. No segundo, deve ocorrer a mobilização de forma contagiante. As pessoas vêem seus horizontes ampliados, multiplicam suas ações e conquistam mais pessoas para lutar pela causa” (Luís Norberto Pascoal)." Fonte: http://opensadorselvagem.org/arquivo/garrafas-ao-mar/reflexoes-sobre-a-revolicao-brasileira
 
 
 Editado em 06 de janeiro de 2025

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Em breve, novidades em Ecocivilização, incluindo novos empreendimentos voltados à autossustentabilidade socioambiental e à aplicação de itens da Proposta Para Ecocivilização.

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