Plutocracia Oculta e Violência Estrutural
15 de Junho de 2015, 11:52 - sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.Desenho de David Revoy
O Estado serve prioritariamente aos grandes bancos e megacorporações. O que o Estado faz de bom pelo povo (a massa) é somente uma fração daquilo que o povo precisa ou exige; o Estado dá migalhas suficientes para evitar revoltas, enquanto distrai a população propalando as virtudes de uma “democracia” que não existe (no sentido literal da palavra).
Vivemos numa plutocracia; são os bilionários que mandam nos Estados e organismos multinacionais. São eles também que incentivam e amplificam um sistema econômico, político, cultural e ideológico fundamentado em indiferença aos seres sencientes (inclusive humanos) das gerações atuais e futuras, nos levando à beira da extinção ou condições socioambientais ultradegradantes.
A plutonomia revela a plutocracia
O "Conselho De Relações Exteriores", é uma entidade privada da qual fazem parte políticos, megaempresários, e personalidades públicas e que aparentemente é parte importante do chamado "governo oculto" dos EUA.
Em âmbito internacional há a Comissão Trilateral, que envolve poderosos de diversos países e é acusada de interferir nas políticas nacionais.
Os irmãos Koch coordenam um grupo de bilionários que promovem políticos alinhados aos seus interesses, golpes civis disfarçados de impeachment, revoluções coloridas e planejavam gastar quase um bilhão de dólares para influenciar as eleições presidenciais dos EUA, em 2016, utilizando seus 107 escritórios e 1.200 funcionários trabalhando em tempo integral: o triplo do que possui o Comitê Nacional do Partido Republicano. Financiam, em todo o mundo, ONG's que promovem revoluções ou destroem governos e partidos que prejudicam seus interesses; em apenas um ano investiram 200 milhões de dólares em "movimentos ativistas" nos EUA, revelando a força de seu partido secreto.
Pesquisa acadêmica conclui que os Estados Unidos Da América não são uma democracia, mas uma plutonomia ou oligarquia plutocrática. Ora, os EUA são a matriz econômica, política, ideológica e cultural do mundo, por isso a grande maioria dos outros países não difere muito neste aspecto, principalmente aqueles países que vivem à sua sombra, como Estados vassalos, tal o caso do Brasil, onde a elite plutocrática é ainda mais forte.
Matemáticos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça, revelaram a rede corporativa que controla a economia mundial e a partir dela controla grande parte da política, da cultura e dos seres humanos. Essa oligarquia controla cerca de 60% das vendas realizadas no mundo. É uma rede intrincada e gigantesca que tenta extinguir nossas alternativas enquanto nos ilude com falsa liberdade de escolha, ao agregar diversas corporações, empresas e marcas com uma grande variedade de produtos e serviços que, na verdade, são controladas pelos mesmos senhores. Isso já não é o capitalismo original, mas sua consequência histórica: um totalitarismo econômico controlado por uma oligarquia mundial.
Concentração empresarial: muitas marcas pertencem às mesmas corporações.
Esses plutocratas constituem o 1% da população mundial que concentra o equivalente ao que possui todo o restante da humanidade. Isso mesmo, essa elite dos 1% possui junto o mesmo que os outros 99% da humanidade possui conjuntamente. A Elite dessa elite, constituida por apenas 62 pessoas, concentra o mesmo que a metade mais pobre da população mundial. Isto quer dizer que 62 pessoas possuem, juntas, o mesmo que bilhões de pessoas possuem conjuntamente.
A elite plutocrática mundial é tão rica e poderosa que suas corporações privadas são mais ricas que a maioria dos países do mundo. Entre as 200 entidades econômicas mais ricas, 153 são empresas privadas: apenas 47 são países. Em 2015, as receitas conjuntas das dez maiores dessas empresas superaram as receitas de 180 países; comparativamente também foram superiores às da China, a segunda maior economia do planeta. No ranking das maiores entidades econômicas, a primeira empresa aparece na décima primeira posição: é a Wallmart, cujo valor de mercado a faz superar países como Espanha, Austrália e Países Baixos.
QUEM CRIOU E CONTROLA TUA MENTE?
Descobrimos uma plutocracia oculta, um regime semelhante a uma coalizão de senhores feudais, que utiliza a democracia como fachada para iludir o povo.
A partir de seu poder econômico essas empresas também desenvolveram grande poder político e ideológico, pautando os principais aspectos da macrocultura mundial. Elas manipulam países, partidos políticos, ONG’s e moldam grande parte de nossos gostos, valores e atitudes. A mídia está a seu serviço; os veículos de comunicação atuam como instrumentos de doutrinação em massa.
Acima, alguns dos principais criadores e controladores das mentes de bilhões de pessoas.
A manipulção é tão vasta e profunda que chegam a inverter os fatos, transformando mocinhos em bandidos e bandidos em mocinhos. A grande mídia só defende a "liberdade democrática" quando utiliza este discurso para acusar a esquerda, pois geralmente essa oligarquia midiática defende golpes e ditaduras, desde que sejam de direita.
Veja abaixo o que o jornal Estadão, então chamado "O Estado De S. Paulo" publicou logo após o golpe de 1964.
QUAIS AS PRINCIPAIS EMPRESAS QUE CONTROLAM A MACROECONOMIA MUNDIAL?
O FED (Federal Reserve), o banco central dos EUA, é uma organização privada legalmente autorizada a emitir o dólar estadunidense, regular os juros e "fiscalizar" o setor bancário. Porém, ele é constituido por uma associação de bancos privados que regulamentam a si mesmos. Esta organização privada que atua como órgão estatal controla a política monetária e grande parte da política econômica dos EUA e, por consequência, controla grande parte da economia mundial.
Veja abaixo como os maiores bancos do mundo controlam o FED e como se ocultam num emaranhado empresarial:
Slides de André Luiz Ruiz, apresentados no 2º Seminário Transformações da Terra - “Revelando o que ninguém te conta!”
Acima, as cores das letras identificam as principais empresas.
Chamamos de os “QUATRO GRANDES” as seguintes empresas: BlackRock, State Street, Vanguard e FMR-Fidelity.
Observe que essas empresas são umas acionistas das outras, em investimentos cruzados; elas controlam-se reciprocamente e participam dos lucros umas das outras; um método que além de trazer vantagens financeiras, possivelmente objetiva também tentar dificultar a descoberta da ominosa oligarquia que pauta as principais características da macroeconomia mundial e, consequentemente, da geopolítica e da macrocultura globalizada.
O SISTEMA DE RESERVA FRACIONÁRIA
A riqueza e, consequentemente, o poder dos banqueiros fundamenta-se também no sistema bancário de reserva fracionária, um esquema fraudulento realizado com aprovação dos Estados. Este esquema é regulado por cada país, nos quais o Estado permite e protege a fraude praticada pelos banqueiros. Esta fraude consiste em o Estado exigir que cada banco possua em ativos apenas uma fração do crédito que eles ofertam. Por exemplo, quando a reserva exigida é de 10%, o banco pode emprestar até 10 vezes mais. Isto significa que os bancos criam dinheiro do nada e mantém a economia do país lastreada em meras promessas de pagamento (dívidas). Inexistindo ativos suficientes, as dívidas são, conjuntamente, impagáveis. Assim a economia fica num ciclo vicioso, dependente dos bancos, como o escravo que não sabe viver sem seu senhor.
Clique na imagem acima, para saber mais sobre a criação de dinheiro.
A ESCRAVIDÃO PELA DÍVIDA
Por outro lado, o endividamento dos países é realizado com a finalidade de restringir o poder do Estado, submetendo-o aos ditames dos banqueiros e demais capitalistas, os quais utilizam os Estados Unidos Da América como o Estado-mor. As forças bélica, econômica e midiático-ideológica dos EUA já estão comprometidas com práticas e valores desvinculados dos interesses de grande parte dos estado-unidenses. Estando o dólar sob controle de interesses privados, a economia mundial também submete-se a esses interesses, pois os EUA fazem de tudo para que sua moeda continue sendo utilizada como moeda internacional.
A dívida estatal, declarada como dívida "pública", é um sistema de escravidão coletiva imposto pelo Estado, a serviço dos banqueiros.
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Tudo isto constitui uma das principais causas da atual violência estrutural que grassa no mundo.
Os micros, pequenos e médios empresários geralmente não sabem o que se passa nos bastidores das corporações multibilionárias e suas relações com o Estado. Esses empreendedores menores não são a causa do mal que destrói a Terra por meio de uma civilização suicida, na qual a maioria da humanidade é tratada como mercadoria, no mercado de trabalho, onde a vida humana é comercializada como mão de obra. Na civilização atual, somos todos escravos de uma elite multibilionária.
Mesmo assim, nossa vida seria bem pior se caíssemos diretamente nas mãos do sistema financeiro. O Estado, tanto para manter as aparências, quanto para não desmoronar, geralmente acaba por ceder às pressões populares, quando é muito grande o volume de pessoas defendendo uma mesma causa. Por isso, o Estado não está totalmente submetido aos nossos senhores bilionários; há um conflito entre as classes mais abastadas e as desfavorecidas, e o Estado é um mediador.
Para extinguir todo esse mal e impedir seu ressurgimento, não basta apenas regular o capitalismo, ele precisa ser extinto; e para fazer isso, sem dar chances ao seu retorno, é indispensável acabar com seu fundamento: a venalidade, a qual só existe graças à propriedade.
Porém, como é o Estado que legitima a propriedade, além de ser instrumento da classe dominante, nosso esforço deve ser pela superação tanto do Estado quanto do capitalismo, respectivamente substituindo-os pela sociedade horizontalmente organizada e pela Economia Da Dádiva, com Acessibilidade Estratégica Universal e Piso Existencial (itens 9, 8 e 12 da Proposta Para Ecocivilização).
Para alcançar este fim, desenvolvendo uma civilização que além de solidária seja também ecológica, ajude-nos a por em prática itens da Proposta Para Ecocivilização, a qual inclui: isonômica distribuição de poder, renda e de fontes de renda; educação libertária e cooperativista; o controle popular direto dos veículos de comunicação de massa; internet descentralizada, desconcentrada e distribuída. Estas seriam algumas medidas transitórias em direção a uma sociedade sem propriedade (privada e estatal), dinheiro e comércio, na qual os seres humanos sejam valorizados como humanos e não apenas como mão de obra. (Ver Carta Do Mundo Livre)
Este é um hipertexto, as referências estão nas hiperligações.
Refeito em 8 de dezembro de 2016.
Atualizado em 06 de janeiro de 2025.
O trabalho PLUTOCRACIA OCULTA E VIOLÊNCIA ESTRUTURAL de Miruí Araújo De Sá está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
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Vídeos sobre Capitalismo, Plutocracia e Violência Estrutural.
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