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Estudantes de Teresina presos, feridos e violentados. Algumas considerações!

11 de Janeiro de 2012, 22:00 , por Flávia Rocha - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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A capital do Piauí, desde quarta-feira (04/01), é sede de um forte protesto de encher os olhos de indignação. Dezesseis jovens foram presos, quatro menores apreendidos, outros foram feridos e arrastados como animais. Para aumentar a revolta, a soltura dos estudantes está submetida ao pagamento de fiança no valor de R$ 6.220, cada.

“Balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e bombas de luz e som foram utilizadas pelas tropas da Polícia Militar para dispersar o movimento” (fonte: Rômulo Maia, Portal AZ) #contraoaumento da passagem de ônibus urbano em Teresina.

A manifestação ganhou grande repercussão nas rodas e redes sociais. Muitos jornalistas e artistas horrorizados com a truculência da polícia e com a falta de ação, de diálogo, de competência política do Poder Executivo Estadual e Municipal. Outros, representantes modelo da sociedade do capital, chegam a bater palmas e até oferecer honrarias à violência da polícia, em prol da “ordem”, da defesa do bem material e do suposto direito de ir e vir.

Durante sete dias, mesmo com tamanho conflito envolvendo prisões de jovens, violência física contra os manifestantes e avenida congestionada, não se ouviu falar, na imprensa local, de posicionamentos das principais lideranças políticas do Estado e do Município.

Com um show de equívocos que poderiam render um livro, destaco aqui apenas alguns:

1º equívoco: o atraso ocasionado pela falta de diálogo. [A possibilidade de equacionamento dos problemas está posta. O que falta é preparo, coragem e vontade de agir pelo verdadeiro bem: o coletivo] ;

2º: a ideia de sociedade civil como inimiga do Estado. [O que está aí é o dos moldes da Ditadura Militar, quando o bem (civil) lutava contra o mal (militar). Não se deve pensar a sociedade civil longe do Estado. Os políticos estão no poder representando a sociedade, para lutar pelos interesses dela, e NÃO o contrário];

3º: permitir tamanha violência contra estudantes que estão lutando por uma causa pública. [Como assim, em plena Era da Informação, o Estado permitir isso? Se os seus representes não se preocupam de fato com o bem estar social, pelo menos que se preocupassem com a sua própria imagem. Afinal, há eleições bem próximas por vir];

4º: depredar ônibus [Por parte dos manifestantes: os ônibus, mecanismo de transporte de estudantes e trabalhadores, não são os inimigos. Geram “belas” imagens para a TV, porém, não geram resultados reais. O que acontece: os manifestantes dão de presente para a direita um argumento para diminuir a força e a credibilidade do movimento. Além disso, no futuro, os empresários não arcarão com os prejuízos sozinhos. Os usuários cedo ou tarde pagarão o “pato”];

5º: motoristas de carros particulares como inimigos. [Eles não são os inimigos. Esses teresinenses, como todo brasileiro, não têm culpa de um sistema que favorece quase que exclusivamente o uso de carros. Até porque para o Estado capitalista, a indústria automobilística precisa lucrar com a venda de carros e, depois, de presente, financiar campanhas políticas. A indústria da construção civil também precisa lucrar. Primeiro, se constrói errado, depois desconstrói, para, mais tarde, construir tudo de novo como deveria ter sido feito desde a primeira obra];   

6º: querer forçar a adesão ao movimento [Na sociedade de classes, é natural o conflito de interesses, a divergência de opiniões, e, claro, a falta de entendimento sobre a raiz do protesto, porque, afinal, são poucas as pessoas educadas para os movimentos sociais];  


7º equívoco: quem está em Teresina deixar de participar do 9º dia de manifestação, nesta quinta-feira (12), a partir das 9 horas, com concentração na praça Demóstenes Avelino (do Fripisa), no centro. Além da natureza da causa, o movimento vai contar com apresentações musicais.


 Para ver vídeos da manifestação, clique aqui!

 

http://youtu.be/w9dnQQJyVDI

 

 


Categorias

Piauí, Juventude, Políticas públicas
Tags deste artigo: #contraoaumento manifestação de estudantes teresina

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