histórico
29 de Maio de 2009, 21:00 - sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.Os princípios cooperativos
De Rochdale, em 1844, até hoje, os princípios cooperativos foram sendo modificados
tendo em vista, principalmente, a evolução do mercado num sentido cada vez mais
competitivo. Os princípios passaram por reformulações ao longo dos trinta e um congressos
realizados pela ACI (Aliança Cooperativa Internacional) desde sua criação, em 1895. Drapieri
(1995:76), ao discorrer sobre a ACI, coloca que “sua história pode ser compreendida como
uma dialética entre um movimento de idéias, a utopia cooperativa, e um movimento de
empresas – as práticas cooperativas.” Como conseqüência desta afirmação, pode-se inferir
que os princípios cooperativos desempenham um papel de ordenamento prático e funcional
onde o que se objetiva é incorporar a utopia cooperativa. A contraposição de idéias e práticas
cooperativas é o que explica o fenômeno do cooperativismo enquanto um fenômeno dialético.
É neste contexto que os conceitos dos princípios cooperativos e as práticas cooperativas vão
propiciar às organizações cooperativas definir como utilizar os recursos disponíveis
(financeiros, humanos, tecnológicos) para que possam funcionar com eficiência.
Embora várias pesquisas tenham demonstrado que ao longo da história os princípios
cooperativos têm sido interpretados de formas diferentes dado o contexto cultural, social e
econômico no qual se inserem as organizações cooperativas, a ACI trabalha com os sete
princípios afirmando sua validade geral e universal.
No Congresso da ACI, realizado em Manchester (setembro/1995), os princípios
cooperativos foram reformulados no intuito de ajustá-los ao contexto de um mercado mais
competitivo. Sendo assim, são estes os princípios estabelecidos pela ACI: adesão livre e
voluntária - este princípio foi mantido como anteriormente, é o princípio do tratamento
indiscriminado; controle democrático pelos sócios, um sócio, um voto (válido para as
cooperativas singulares).
Reflete a capacidade do sócio participar efetivamente. Participação econômica do
sócio - este princípio incorporou o sexto e o sétimo princípios da formulação anterior. Ele
prevê que parte do capital da cooperativa (controlado democraticamente pelos sócios) é de
propriedade comum. Não se deve imprimir um caráter especulativo ao capital da cooperativa.
O quarto princípio é novo e resgata algo muito caro ao cooperativismo: autonomia e
independência. As cooperativas devem ser controladas por seus sócios, ser autônoma e de
ajuda mútua. A autonomia financeira é fundamental para a sobrevivência das cooperativas.
Educação, treinamento e informação é um processo contínuo e permanente onde se procura
capacitar e formar não só o associado mas também os representantes eleitos, administradores
e funcionários. O sexto princípio, cooperação entre cooperativas, prevê o fortalecimento do
sistema cooperativo através da integração que deve ocorrer de baixo para cima.” O sétimo e
último princípio, preocupação com a comunidade, coloca que os trabalhos das cooperativas
visam o desenvolvimento das comunidades nas quais se inserem.
Metodologia
A metodologia de trabalho envolveu a organização e capacitação da equipe
orientadora, assim como, do grupo orientado, num processo interativo. No decorrer do Projeto
as atividades de acompanhamento resultaram na criação da Associação dos Apicultores de
Marilena-PR.
Na organização dessa associação reuniões iniciais foram realizadas semanalmente,
num salão cedido pela Prefeitura Municipal de Marilena, cedido pelo prefeito do município.
Em paralelo, foram realizadas reuniões da equipe de acompanhamento para saber do
andamento dos trabalhos e preparo das reuniões com o grupo de produtores. Constatou-se a
necessidade de preparar os interessados com noções básicas sobre cooperativismo e
associativismo, uma vez que o grupo entendeu que sua organização coletiva se daria pela
forma de associativa ou Cooperativa. Nesse sentido, montou-se, coordenou-se e ministrou-se
o Curso Preparatório e Introdutório sobre Cooperativismo e Associativismo Popular, na
UEM, do qual participaram vários produtores envolvidos.
Foram convidados profissionais das áreas de zootecnia, administração, direito,
biologia, economia e psicologia, para integrar as discussões de assuntos pertinentes àquelas
áreas. A Unitrabalho acompanhou o grupo interessado na montagem da Cooperativa, na
elaboração do Estatuto, o qual foi discutido item por item. Uma vez concluído foi dada
entrada da documentação do registro público, na cidade de Nova Londrina, uma vez que
Marilena não dispõe dessa instituição, após realização da Assembléia Geral de Formação da
Associação. O grupo tem sido acompanhado por membros da UEM/Unitrabalho, na solução
de problemas relacionados à administração, relacionamento, documentação, elaboração do
regimento interno, dificuldades iniciais, marketing.
Observou-se a transformação porque passaram os associados, da realização do
trabalho individual para o coletivo, que surpreendeu, pois, em tão curto espaço de tempo eles
atingiram um considerável grau de adequação à nova realidade
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo