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TURISMO COMUNITÁRIO E INCLUSÃO SOCIAL: UM ESTUDO SOBRE O PROGRAMA TURISMO SOLIDÁRIO

22 de Maio de 2010, 21:00 , por Gabriela Arantes Ferreira de Sales - 44 comentários | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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1 INTRODUÇÃO

 

Fazer turismo hoje, para pessoas do mundo inteiro significa não somente compartilhar com a comunidade muito mais que bons momentos vivenciados durante a viagem, mas também percepções e habilidades. Esses novos turistas buscam um modelo mais justo e igualitário de turismo que coloque a população local no centro do planejamento, da implementação e do monitoramento das atividades turísticas.

O turismo comunitário solidário apresenta-se como proposta alternativa ao turismo de massa e representa uma ferramenta de desenvolvimento local, quando oportuniza o envolvimento direto da comunidade para o planejamento, implementação e gestão da atividade turística. Também pode ser entendido como provedor do resgate cultural de um povo à medida que estimula a manifestação de representações sociais, como festas e eventos e incentiva a transmissão desse conhecimento para outras gerações. O turismo pode ser também potencializador do resgate de aspectos étnicos, sem necessariamente ser espetáculo de autenticidade das culturas (PAGDIN, 1995; GRÜNEWALD, 2002; BARRETO, 2004; KIM, 2006).

Esse segmento do turismo representa um canal alternativo de complementação de renda para a população local e não objetiva substituir a atividade econômica original, pelo contrário, busca enaltecer a economia tradicional, transformando-a em objeto de análise para os visitantes, dando caráter autêntico e legitimando a viagem como experiência única.

A partir de uma análise sobre o turismo comunitário solidário em Minas Gerais é possível perceber a interação positiva entre todos os envolvidos – visitantes e moradores. Esses vínculos são estabelecidos espontaneamente pelos indivíduos que formam uma rede solidária, em detrimento de um ganho coletivo.

O presente estudo apresenta uma análise sobre o Programa Turismo Solidário que tem por objetivo despertar no turista, sentimentos solidários e humanistas, fazendo com que ele entenda que é possível contribuir diretamente para o desenvolvimento da região, além de conhecer suas belezas naturais e as tradições nativas. Utilizou-se, para tanto, como estratégia metodológica o estudo de caso, e a pesquisa bibliográfica e documental como instrumentos de coleta de dados.

O TURISMO COMUNITÁRIO SOLIDÁRIO

 

O turismo comunitário nasce da percepção das comunidades de que não é suficiente apenas fazer a crítica ao modelo de turismo convencional, gerador de segregação sócio-espacial, de concentração de renda e de problemas sócio-ambientais. Aliado à crítica, é necessário vivenciar uma outra lógica de construção da atividade turística.

Na contramão do convencional, no turismo comunitário a população local possui o controle efetivo sobre o seu desenvolvimento, sendo diretamente responsável pelo planejamento das atividades e pela gestão das infra-estruturas e serviços turísticos. Tudo isso orientado por princípios que buscam garantir a sustentabilidade sócio-ambiental, a exemplo da atitude ética e solidária entre as populações locais e os visitantes, geração e distribuição eqüitativa da renda, conservação ambiental e valorização da produção, da cultura e das identidades locais. Assim, as estratégias prioritárias na construção dos roteiros de visitação incluem os momentos de vivências com a comunidade, as trocas culturais entre visitantes e populações locais e as trilhas de interpretação ambiental.

O turismo comunitário tem a demanda de visitantes conscientes - estudantes, professores, pesquisadores e simpatizantes do tema para contato com práticas de preservação da natureza (sistemas ecológicos) e, ao mesmo tempo, de conservação de modos de vida tradicionais (sistemas sociais). Para vivenciar a dimensão espaço-tempo, regulada pelo sol, pela lua e pelas chuvas, enfim, pelas estações do ano. O relógio de pulso do visitante, não regulado pelo ciclo natural do modo de vida conectado com a natureza, é percebido pelos visitantes.

Há que se destacar que o contato com visitantes estrangeiros fortalece ainda mais os laços com a população visitada, o que contribui para que os encontros interpessoais minimizem ou desfaçam preconceitos entre culturas e povos visitados (PEARCE, 2002). O turismo pode ser também potencializador do resgate de aspectos étnicos, sem necessariamente ser espetáculo de autenticidade das culturas (PAGDIN, 1995; GRÜNEWALD, 2002; BARRETO, 2004; KIM, 2006). Por conseqüência, a autenticidade não é um conceito fechado em si mesmo, é negociável no significado, isto é, as culturas viáveis, ao longo do tempo, se refazem a si próprias (GREENWOOD, 1982; COHEN, 1988; NASH, 1996; DIEGUES, 2000).

É importante encontrar formas de equacionar vantagens do turismo, nas comunidades, sem os problemas geralmente do turismo de massa: ociosidade de mão-de-obra local na maior parte do ano, elevação de preços, especulação imobiliária, segregação entre nativos e visitantes, trânsito, violência, consumo de drogas, prostituição e vulgarização da autenticidade local (MERCER, 2002).

O turismo comunitário potencializa modos de vida tradicionais, arranjos socioprodutivos e políticos, de base comunitária, e mobiliza postos de trabalho pela produção artesanal. As idéias de comércio justo, solidário e sustentável animam modos de vida tradicionais e de capacitação para a produção artesanal, agregando valores solidários, a troca de bens, serviços e saberes produzidos por comunidades que sofrem conseqüências de dívida social herdada de desvantagens históricas.

O turismo comunitário solidário é pensado como proposta de desenvolvimento territorial sustentável da comunidade, o que constitui forte característica desse segmento. Irving e Azevedo (2002) se referem ao Turismo Comunitário Solidário como “turismo sustentável”, em que o desenvolvimento exige incorporação de princípios e valores éticos, uma forma de pensar a democratização de oportunidades e benefícios, de implementação de projetos, em parceria, e participação. A convivialidade entre população residente, nativos, domiciliados não residentes, migrantes, visitantes, ou turistas é característica do segmento.

O turismo comunitário em Minas Gerais oportunizou vigoroso investimento na formação dos cidadãos e das comunidades locais do território que passaram de coadjuvantes a atores, participando da articulação, coordenação e deliberação com os agentes econômicos, institucionais e sociais na implementação e na gestão participativa de programas e projetos sustentáveis. O conhecimento acumulado da população local e suas características foram respeitados como base na transformação das potencialidades e no caminho da justa distribuição de riquezas para a população regional que anseia pela construção transformadora e libertadora.

A convivência entre moradores e turistas é caracterizada pelo interesse pelo modo de vida do outro, pelo diferente, pela alteridade, pela autenticidade, respeitando a simplicidade das rotinas, jeito de falar, cantar, dançar, comer, entre outros. Na essência, supera mera relação de negócio, possibilitando resgatar e reconstruir a interconexão entre modos de vida distintos (congregando tipos de conhecimento - formal com tradicional - e culturas -ocidentalizadas com tradicionais), entre sistemas sociais e ecológicos (ILLICH, 1976; IRVING, AZEVEDO, 2002; CORIOLANO, LIMA, 2003; SAMPAIO, 2004, 2005; SAMPAIO et al., 2006)

O desenvolvimento sustentável passa a ser implementado a partir de uma economia solidária onde os produtos locais são vendidos a preço justo. O turismo solidário organiza as comunidades para recepcionar turistas e comercializar produtos locais, caracterizando uma nova proposta de turismo que contrapõe o modelo de desenvolvimento centralizador e excludente para privilegiar a inclusão por meio da igualdade de oportunidades e da transformação social. Com isso cada comunidade passa a ser responsável pela melhoria de sua qualidade de vida, pela conservação ambiental e pela valorização do patrimônio cultural. Essa é uma modalidade inédita de viagem porque o turista vivencia a cultura os costumes locais e a natureza.

 

 

O TURISMO COMUNITÁRIO E A ECONOMIA SOLIDÁRIA

 

Partindo do pressuposto de que o turismo comunitário é uma atividade que visa o desenvolvimento e a valorização das comunidades e culturas envolvidas, nada mais coerente incluir e destacar nos planejamentos desta atividade a participação social e utilizar estratégias, ferramentas e práticas tais como o planejamento participativo, agricultura familiar, formas de organizações sociais alternativas, tais como o associativismo, cooperativismo e a economia solidária.

A expressão economia solidária possibilitou a união de diversos tipos de experiências num mesmo campo de idéias e o agrupamento de diferentes entidades, instituições e pessoas em torno de objetivos comuns. Para um dos autores mais reconhecidos no tema, Paul Singer identifica a economia solidária como:

 

O conjunto de iniciativas e organizações que tinham em comum a idéia de que empreendimentos econômicos baseados em princípios igualitários poderiam ser um instrumento de combate à pobreza e ao desemprego (SINGER 2000: 123).

 

Segundo o autor, a economia solidária surgiu no início do capitalismo industrial, formada por operários que sofriam as conseqüências da difusão desordenada das máquinas a vapor, modelo tal que se desenvolveu nos países de capital dependente, como modo de produção dominante nas consideráveis parcelas da população que se inserem em outros modos de produção.

Economia Solidária é portanto, uma nova maneira de organização econômica, uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza, centrada na valorização do ser humano e não do capital, de base associativista e cooperativista, voltada para a produção, consumo e comercialização de bens e serviços, se caracteriza pela auto gestão, pela autonomia de cada empreendimento e pela igualdade entre os membros. Singer destaca: “É uma criação em processo continuo de trabalhadores em luta contra o capitalismo”. A Economia Solidária reafirma, assim, a emergência de atores sociais, ou seja, a emancipação de trabalhadoras e trabalhadores como sujeitos históricos.

Além disso, a Economia Solidária possui uma finalidade multidimensional, isto é, que envolve a dimensão social, a econômica, a política, a ecológica e a cultural, ou seja, envolve todos os setores e empreendimentos populares que trabalham a perspectiva dos seus princípios. Isto porque, além da visão econômica de geração de trabalho e renda, as experiências de Economia Solidária se projetam no espaço público no qual estão inseridas, tendo com perspectiva a construção de um ambiente socialmente justo e preocupado com a conservação dos recursos naturais. Ela passa a existir com base em uma postura crítica frente ao modelo atual excludente e como uma alternativa de sobrevivência das camadas populares. Assim, é dentro da economia solidária que se enquadra a agricultura familiar que se diferencia também por desenvolver no cerne das classes excluídas, uma forma de relação solidária, de cooperação e de preocupação ambiental, diferentemente da agricultura patronal que busca a maximização de lucros no sentido puramente econômico.

Hoje, no Brasil, mais de 50% dos trabalhadores/as, estão sobrevivendo de trabalho à margem do setor capitalista hegemônico, o das relações assalariadas. Aquilo que era para ser absorvido pelo capitalismo, passa a ser tão grande que representa um desafio cuja superação só pode ser enfrentada por um movimento que conjugue todas essas formas e que desenvolva um projeto alternativo de economia solidária. Neste cenário, sob diversos títulos - economia solidária, economia social, socioeconomia solidária, humanoeconomia, economia popular e solidária, economia de proximidade, economia de comunhão etc, têm emergido práticas de relações econômicas e sociais que, de imediato, propiciam a sobrevivência e a melhora da qualidade de vida de milhões de pessoas em diferentes partes do mundo.

As experiências, que se alimentam de fontes tão diversas como as práticas de reciprocidade dos povos indígenas de diversos continentes e os princípios do cooperativismo gerado em Rochdale, Inglaterra, em meados do século XIX, aperfeiçoados e recriados nos diferentes contextos socioculturais, ganharam múltiplas formas e maneiras de expressar-se.

Apesar dessa diversidade de origem e de dinâmica cultural, são pontos de convergência: a valorização social do trabalho humano; a satisfação plena das necessidades de todos como eixo da criatividade tecnológica e da atividade econômica; o reconhecimento do lugar fundamental da mulher e do feminino numa economia fundada na solidariedade; a busca de uma relação de intercâmbio respeitoso com a natureza, e os valores da cooperação e da solidariedade.

O valor central da economia solidária é o trabalho, o saber e a criatividade humanos e não o capital-dinheiro e sua propriedade sob quaisquer de suas formas. A Economia Solidária representa práticas fundadas em relações de colaboração solidária, inspiradas por valores culturais que colocam o ser humano como sujeito e finalidade da atividade econômica, em vez da acumulação privada de riqueza em geral e de capital em particular. A Economia Solidária busca a unidade entre produção e reprodução, evitando a contradição fundamental do sistema capitalista, que desenvolve a produtividade, mas exclui crescentes setores de trabalhadores do acesso aos seus benefícios.

Esse sistema busca outra qualidade de vida e de consumo, e isto requer a solidariedade entre os cidadãos do centro e os da periferia do sistema mundial. A Economia Solidária é um poderoso instrumento de combate à exclusão social, pois apresenta alternativa viável para a geração de trabalho e renda e para a satisfação direta das necessidades de todos, provando que é possível organizar a produção e a reprodução da sociedade de modo a eliminar as desigualdades materiais e difundir os valores da solidariedade humana.

A Economia Solidária permite articular solidariamente os diversos elos de cada cadeia produtiva, em redes de agentes que se apóiam e se complementam. Articulando os vínculos sociais entre todos os envolvidos nesse processo solidário é possível praticar o consumo solidário com a produção, a comercialização e as finanças, de modo orgânico e dinâmico e do nível local até o global.

No caso do turismo comunitário solidário é preciso que todos os envolvidos – turistas e visitantes estejam conscientes de sua postura para a contribuição das práticas solidárias. È necessário que os visitantes tenham em mente seu papel como parte do processo de desenvolvimento local, à medida que participam e interagem diretamente com os moradores e a economia local. É importante que todos sintam-se parte de um sistema orgânico de trocas de saberes e experiências, em que todos saem ganhando.

A Economia Solidária propõe a atividade econômica e social enraizada no seu contexto mais imediato, e tem a territorialidade e o desenvolvimento local como marcos de referência, mantendo vínculos de fortalecimento com redes da cadeia produtiva (produção, comercialização e consumo) espalhadas por diversos países, com base em princípios éticos, solidários e sustentáveis.

A economia solidária, nas suas diversas formas, é um projeto de desenvolvimento destinado a vincular pessoas e coletividades sociais dividindo conhecimento, e produzir e distribuir as riquezas, visando a suficiência em resposta às necessidades de todos e o desenvolvimento genuinamente sustentável.

 

O PROGRAMA TURISMO SOLIDÁRIO EM MINAS GERAIS

 

Minas Gerais é considerado um dos estados mais importantes no cenário da economia nacional. No entanto algumas áreas do seu território são caracterizadas por grandes desequilíbrios e desigualdades, por baixo IDH, reduzida capacidade de geração de trabalho e renda e estrutura produtiva incipiente. As regiões do Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, com uma população de mais de 2,5 milhões de pessoas, concentram alguns dos mais baixos indicadores de desenvolvimento social do Estado. Outra característica comum nessas regiões é o baixo nível de capital humano, conseqüência direta das reduzidas taxas de escolaridade, fator que aliado a uma capacidade de organização interna são fundamentais para a sustentabilidade do desenvolvimento regional (SEBRAE, 2006).

Por outro lado, tais regiões guardam em seus territórios riquezas naturais e culturais de relevante valor. Nessa perspectiva, a Secretaria de Estado extraordinária para o desenvolvimento para os Vales do Jequitinhonha e Mucuri e para o Norte e Nordeste de Minas (SEDVAN), o IDENE, o Ministério do Turismo e Fundação Banco do Brasil, como apoio da Secretaria de Estado do Turismo, idealizaram o “Programa Turismo Solidário”, numa tentativa de promover e valorizar a riqueza cultural e natural existente na região por via do turismo. Partindo da compreensão de que existe um turista solidário apto para transferir habilidades, conhecimentos ou interesses e participar como protagonista do processo de transformação do país, verifica-se que existe uma população ansiosa em aprender e disposta em melhorar sua perspectiva de vida. O encontro desses objetivos só pode acontecer se houver compartilhamento de esforços e ações que caminhem nesta direção (SEDVAN, 2006).

Os Vales do Jequitinhonha, Mucuri, São Mateus e norte de Minas são as regiões de Minas Gerais, com os mais baixos índices de desenvolvimento social econômico e com problemas de infra-estrutura em Minas Gerais. Mas por outro lado com forte potencial turístico. Acreditando nesse potencial como mola propulsora do desenvolvimento sustentável para a transformação da pobreza e potencialidades em desenvolvimento ativo, foi idealizado um modelo de turismo diferenciado que atendesse esses aspectos considerados complexos.

 Dentro dessa perspectiva o projeto “Turismo Solidário” busca abrir uma ampla possibilidade de amadurecimento social e crescimento econômico das comunidades locais. Este modelo ressalta a diversificação econômica, incorporando técnicas inovadoras nas cadeias produtivas, na perspectiva do desenvolvimento local e territorial integrado, promovendo interfaces de relacionamentos de pessoas e seus produtos.

O Projeto é uma alternativa para o desenvolvimento sustentável protagonizados pelos atores locais – pessoas da própria terra, que respeitam a sua historia, valorizam e divulgam as suas raízes culturais. Esses atores recebem, hospedagem, ensinam e compartilham com os turistas sua história, contada em ofícios e saberes que já atravessaram gerações.

Ao mesmo tempo, o visitante é permanentemente convidado a interagir com a hospitalidade desta gente mineira, participando de seu cotidiano, vivenciando seus afazeres, cultura, sabores, cores e, especialmente, promovendo o desenvolvimento social de forma a solidária. Minas gerais é um destino que permite essa interação e a troca de experiências, onde o turista, pode trazer um pouco de seu conhecimento para compartilhar com os agente locais. Essa troca de percepções gera o diferencial do turismo mineiro e é com este foco que os as instituições parceiras trabalham na implementação de uma política justa voltada para o fortalecimento das regiões por meio da atividade turística.

O Programa “Turismo Solidário” pressupõe que exista um turista solidário apto a permutar habilidades, conhecimentos ou interesses com a população visitada. Acredita-se que ele possa vir, a participar como protagonista do processo de transformação dessa realidade. A hospitalidade torna-se assim, a forma de relação humana baseada na reciprocidade entre visitantes e anfitriões, caracterizando o turismo solidário como algo além de uma simples difusão de técnicas de bom atendimento na atividade turística, pois envolve os valores éticos contidos na solidariedade.

O projeto, baseado na aprendizagem construtivista, vem atuando, também, nos municípios de Chapada do Norte, Couto de Magalhães de Minas, Diamantina, Grão Mogol, Minas Novas, São Gonçalo do Rio Preto, Serro e Turmalina. A atuação do projeto nessas regiões tem como principal objetivo estimular o crescimento de turismo, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades locais. A organização desse processo vem sendo cuidadosamente preparada e sua metodologia contempla ações de sensibilização, mobilização, capacitação dos atores locais, desenvolvimento e promoção de produtos turísticos operacionalizáveis e comercializáveis, monitoramento e avaliação. Desta forma, o que se pretende é a implementação de esforços coletivos de construção e disseminação de conhecimentos que possam constituir-se em um dos pilares do processo de estruturação das comunidades locais.

O programa une os turistas e a população local em um objetivo comum de desenvolvimento social e econômico, estabelecendo as bases para um relacionamento de aprendizado mútuo, capaz de gerar riqueza, promover a cidadania e compartilhar novas percepções do mundo e de modos de vidas.

A idéia central do programa “Turismo Solidário” é trazer esse novo tipo de turista para o Vale do Jequitinhonha e para o norte de Minas, para que assim ele possa contribuir de forma positiva e ativa nas comunidades visitadas buscando e levando conhecimentos pessoais e culturais, técnicas e práticas profissionais, educação e até mesmo lazer e entretenimento, ou seja, participando da construção do dia a dia dos moradores do município envolvido. O turista solidário poderá contribuir com suas técnicas conhecimentos e ações em várias áreas nas cidades visitadas, como educação, saúde, lazer e cultura. Alguns exemplos dessas contribuições irão abrir um leque de outras inúmeras maneiras que cada um poderá encontrar para deixar suas colaborações na comunidades.

Na área de educação os visitantes podem fazer doação de livros para as escolas locais e bibliotecas, além de palestras de alfabetização e ajuda para construção de novas salas de aula e creches. Na área da saúde, o turista poderá apresentar palestras de temas diversos como educação sexual, prevenção do consumo de drogas, higiene, implantação de programas de reciclagem e aterro sanitário, além de auxílio para a compra de materiais médicos e construção de postos de saúde, bem como atendimento médico.

Na área cultural e de lazer, alguns exemplos são o incentivo ao esporte, doação de materiais esportivos, organização de campeonatos, jogos, aulas de música à população, dentre outros.

A metodologia do programa para a capacitação das comunidades locais constitui-se de ações de sensibilização e mobilização dos moradores quanto ao turismo e também de capacitação para o receptivo familiar, além do apoio ao desenvolvimento, promoção e comercialização dos destinos turísticos e produtos locais e avaliação dos resultados obtidos.

A metodologia inclui uma inovadora modalidade de implementar o  turismo, onde o turista irá conhecer a potencialidade do destino de forma autêntica, convivendo de perto com a comunidade local. O programa consiste em despertar no turista solidário um sentimento humanista, para que ele possa contribuir diretamente no desenvolvimento da região, além de conhecer atributos naturais e também suas belezas culturais como o folclore e o artesanato que é reconhecido mundialmente.

Desta forma o Programa adota o princípio de que este turista é capaz de se adaptar às localidades para transferir a estas comunidades um pouco das suas habilidades e conhecimentos numa ação social solidária compatibilizada com a prática recreacional e contemplativa que o turismo tradicionalmente proporciona. Tendo nessa ação a principal fonte motivacional para a sua viagem: uma viagem onde o turista assume uma postura menos contemplativa e adota uma atitude de protagonista na experiência turística, uma vez que contribui efetivamente com o processo de desenvolvimento das destinações a partir da transferência das suas habilidades pessoais e profissionais que elevam o capital informacional e humano das regiões visitadas. Com base nessa compreensão, o Programa se sustenta, ainda, na definição estratégica de que se pode acreditar, pelo Turismo Solidário, na “abertura de uma frente de trabalho unida por esforços solidários de atores que enxergam no contraditório da convivência humana a possibilidade da criação de inovadoras soluções, dentro de uma perspectiva coletiva de transformação mútua” (SEDVAN, 2006).

Como fundamento para a proposta do Programa Turismo Solidário considera-se como elementos necessários: a existência de carências sócio-econômicas, culturais e ambientais nas localidades de destino; a predisposição ao protagonismo por parte do turista; o estabelecimento de um intercâmbio sadio entre turistas e comunidades visitadas, a partir dos condutores locais e pelo convívio proporcionado pela acomodação dos turistas nas hospedagens familiares. Ainda, considera-se fundamental a existência de projetos solidários nos quais participarão os turistas de forma voluntária visando contribuir para um cenário favorável de desenvolvimento sustentável e melhoria das condições de vida nos territórios contemplados pelo programa.

O programa visa despertar no turista: o compromisso de participar do processo de transformação sócio-econômico do país e possibilitar sua participação em ações solidárias; valorizar a identidade cultural e a preservação dos atrativos culturais e naturais nas regiões; contribuir para a geração de novas oportunidades de trabalho e negócios e a melhoria da renda nas comunidades locais; criar um banco de dados de informação regional que possibilite aos turistas interessados a conhecer as realidades locais e suas potencialidades naturais e culturais; promover ações de sensibilização para o turismo na região; divulgar os destinos turísticos e promover os produtos no país e no exterior.

A existência de articulação e organização local por parte das comunidades no fortalecimento do capital social – provocado pela formação de Grupos Gestores do programa de cada destinação – é igualmente um fator preponderante. Nesse contexto, os Grupos Gestores tornam-se responsáveis pela mobilização dos agentes locais sobre o que disponibilizar e de que forma apresentar aos turistas. A existência de uma central de reservas – informando aos turistas das condições das localidades contempladas pelo programa e as suas respectivas condições (oferta turística de forma geral) bem como dos projetos solidários existentes em cada localidade, agrega valor a proposta e pode estimular o envolvimento de outros atores locais.

 

METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO TURISMO SOLIDÁRIO

 

Esta iniciativa oportunizou vigoroso investimento na formação dos cidadãos e das comunidades locais do território que passaram de coadjuvantes a atores, participando da articulação, coordenação e deliberação com os agentes econômicos, institucionais e sociais na implementação e na gestão participativa de programas e projetos sustentáveis. O conhecimento acumulado da população local e suas características foram respeitados como base na transformação das potencialidades e no caminho da justa distribuição de riquezas para a população regional que anseia pela construção transformadora e libertadora.

A organização do processo partiu da concepção conceitual e filosófica do programa até a elaboração e definição da metodologia de intervenção nas localidades contempladas. Para o desenvolvimento da metodologia a SEDVAN em conjunto com o IDENE (braço operacional da Secretaria) assinou um convênio de cooperação técnica com o SEBRAE-MG para a adaptação da metodologia já implementada pelo Programa SEBRAE de Turismo em outras destinações e formulação de uma metodologia específica para o programa que contemplasse as especificidades da área em questão. Esta ação se ampliou e inseriu a participação do Ministério do Turismo e Fundação Banco do Brasil. A metodologia desenvolvida se estrutura e contempla ações em 12 destinações piloto (Diamantina, Serro, São Gonçalo do Rio Preto, Couto de Magalhães de Minas, Chapada do Norte, Minas Novas, Turmalina, Grão Mogol e ainda Capivari, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras distritos do município do Serro) de sensibilização, mobilização, capacitação dos atores locais, desenvolvimento e promoção de produtos turísticos comercializáveis, monitoramento e avaliação (SEBRAE, 2006).

Nessa perspectiva o programa se baseia, na metodologia adotada pelo SEBRAE-MG, nas localidades onde atua, baseando suas ações na preparação dos destinos beneficiados, além da organização territorial, priorizando a capacitação de potenciais empreendedores e qualificação da mão de obra local, bem como da valorização dos seus aspectos culturais. Ainda, incentiva a produção associada ao turismo, dando ênfase ao artesanato, produtos da agricultura familiar que podem ser comercializados diretamente aos turistas solidários (SEBRAE, 2006).

Desta forma, de modo geral, pode-se considerar como estrutura metodológica do programa as seguintes realizações desenvolvidas nas destinações piloto: A primeira etapa, denominada Organização do Território, foi desenvolvida com a finalidade de realizar um diagnóstico, através de pesquisas e visitas técnicas, relacionando os serviços, equipamentos e infra-estrutura turística, além de divulgar e atrair as comunidades para o engajamento no Programa, a partir da sua contribuição na elaboração do documento. Esta ação permitiu a definição das principais carências de cada destino como motivação para as ações solidárias dos turistas, a partir da ótica dos atores locais e dos consultores de campo.

A segunda etapa visou a capacitação dos atores locais, através da realização de cursos e oficinas. Os cursos atenderam a cerca de 400 pessoas, sensibilizando a respeito das bases para o desenvolvimento da atividade turística, idealizando anteprojetos turísticos para as contribuições dos turistas e formando agentes locais responsáveis pela interloculação no desenvolvimento do programa. Nessa etapa foram ressaltadas questões como o perfil do turista solidário e a importância de seu envolvimento no processo discutindo como suas contribuições poderiam ser relevantes para o projeto turismo solidário comunitário.

A etapa seguinte foi desenvolvida com o intuito de registrar todas as informações de interesse operacional e promocional para a divulgação do Programa. Para tanto, foi elaborado um dossiê (com entrevistas, pesquisas, banco de dados e imagens, mapas, textos assinados, roteiros e projetos solidários). Neste estágio, as questões conceituais do programa foram levantadas a fim de confrontar os aspectos assistenciais e solidários e a base teórica dessa proposta de turismo. Paralela a estas ações, conforme demanda e vocação local, inseriu-se no escopo metodológico das ações, como intervenção complementar, o Programa SEBRAE de Artesanato e o Programa Artesanato em Movimento do Governo de Minas Gerais como ações conjuntas e correlatas ao Turismo Solidário (SEBRAE, 2006).

 

Detalhamento das ações metodológicas do programa

 

1ª Etapa – Sensibilização - a etapa inicial de implantação do programa se desenvolveu pela sensibilização comunitária das intenções do programa e abertura para um fórum efetivo de participação da comunidade no processo.

Primeira fase – Encontro local: discussão e troca de informações entre as comunidades envolvidas, buscando estabelecer formas de governança e sustentabilidade das ações. Segunda fase – Pesquisa: levantamento de dados primários e secundários com o objetivo de conhecer a realidade local, contemplando potencialidades, carências, projetos implantados ou em andamento, perspectivas e percepções. Terceira fase – Dossiê: elaboração de um documento que reúne todas as informações sobre as localidades, incluindo textos, material fotográfico, hospedagens familiares, infra-estrutura, principais atrativos, roteiros e projetos solidários.

 

2.ª Etapa – Capacitação dos Atores Locais - por se tratar de uma intervenção numa área onde o nível de informação e profissionalismo é muito baixo, e que a preparação dos atores locais é fundamental para o alcance da sustentabilidade almejada pelo programa, e considerando-se, ainda, que as comunidades locais são os principais interlocutores com os turistas solidários, a capacitação e a preparação destas comunidades para a interação com os mesmos se mostraram fator fundamental. Foram estruturados cursos que pudessem estimular o empreendedorismo social e que pudesse destacar a importância da troca de experiências e aprendizado. Os cursos desenvolvidos foram: capacitação de operadores e empreendedores de receptivos turísticos locais; capacitação de hospedagem familiar; capacitação para formação de aprendiz; capacitação de agentes de desenvolvimento do turismo regional; capacitação para desenvolvimento de material informativo e promocional; turismo um grande negócio; resgate do potencial criativo; recepção e atendimento; pousadas domiciliares e condutores de turismo. Todos os cursos ministrados foram idealizados para o conhecimento fosse disseminado para a própria comunidade – cada participante deveria ser o multiplicador da informação adquirida.

 

3.ª Etapa – Desenvolvimento de Produtos - com o objetivo específico de preparar, adequar e selecionar os atrativos naturais e culturais para um turismo, valorizando a identidade e os valores genuínos culturais da região e ainda definindo os projetos solidários prioritários para as comunidades de cada destinação. Etapa estruturada pelo planejamento participativo de cada localidade com base na Oficina de Planejamento do SEBRAE-MG.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A pesquisa buscou identificar a importância das inter-relações entre moradores e visitantes para o desenvolvimento turístico local e para isso elegeu-se o Projeto “Turismo Solidário” no Estado de Minas Gerais, como estudo de caso. Neste contexto, a pesquisa retrata a economia solidária, como um elemento indispensável e determinante para o desenvolvimento turístico.

O projeto é caracterizado por interação comunitária permanente como ferramenta de desenvolvimento sociocultural e que convida o turista a participar de forma autêntica de uma viagem em que ele contribui diretamente. Essa iniciativa governamental, em sua concepção e estrutura, afirma sobre a importância do trabalho em redes de colaboração solidária, promovendo o engajamento e o compromisso pelo bem viver de todos. Desejar a diferença significa acolher a diversidade, de etnias, de religiões e credos, de esperanças, de artes e linguagens, em suma, acolher as mais variadas formas de realização singular da liberdade humana que não neguem as liberdades públicas e privadas eticamente exercidas. Promover as liberdades significa garantir às pessoas as condições materiais, políticas, informativas e educativas para uma existência ética e solidária. A simplicidade desta idéia está cravada no princípio de que mulheres e homens ainda se voltam para a solidariedade, voluntariado e humanismo. Ainda, se percebe que o ser humano, o turista solidário, está apto para transferir habilidades, conhecimentos ou interesses e participar como protagonista.

O Programa “Turismo Solidário” é feito de intercâmbio. Do turista solidário ao anfitrião existem desejos envoltos de cidadania, cada um tentando compreender, conhecer e entender toda a diversidade, singularidade, autenticidade e genuinidade do cenário e da cultura que cerca a experiência. O Projeto contribui como fonte de trabalho para centenas de famílias e que, a cada dia, abre novas perspectivas e vem se transformando em uma possibilidade de negócio gerador de emprego e renda.

 

 

 

 

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Categorias

Região Sudeste, Turismo, Comércio justo e solidário, Consumo ético e solidário, Finanças Solidárias
Tags deste artigo: turismo comunitário solidário; redes de colaboração solidária; projeto turismo solidário; minas gerais.

44 comentários

  • 3d36bf31535866fd42a365072eb9eb2f?only path=false&size=50&d=404Etelvita Rocha(usuário não autenticado)
    4 de Agosto de 2010, 21:13

    Participar

    Como entrar em contato para agendar uma visita as comunidades da rede de Turismo Solidario para conhecer e divulgar e quem sabe criar outras comunidades?


  • F7ea775f970cd83b69b77a2194652206?only path=false&size=50&d=404alberto viana(usuário não autenticado)
    25 de Agosto de 2010, 7:28

    TROCA EXPERIÊNCIAS

    Prezada , seu artigo é muito bom e retrata também nossa filosofia de trabalho nas comunidades assentadas da Bahia. Gostaria de integrar essa rede e divulgar nossos roteiros solidários que são visitados principalmente por italianos e franceses do mercado solidário. Esse mês estamos divulgando para uma cooperativa de consumo solidário de Salvador.
    Grt,
    ALBERTO VIANA - TURISMÓLOGO - [email protected];[email protected]


  • Person minor(usuário removido)
    20 de Outubro de 2010, 4:47

    Obrigado por compartilhar seu texto

    Gabi, super legal ver esse texto , vai ajudar muito minha filha que está terminando Turismo na UNIRIO e escolheu como Monografia Turismo de Base Comunitária, porém tem encontrado pouco coisa de biblio.
    Valeu mesmo.

    Rosemary Gomes


  • 5ed2e6991e67f5adf15298b57834e38c?only path=false&size=50&d=404Verônica Fassoni(usuário não autenticado)
    23 de Março de 2012, 14:11

     

    Olá, tudo bem?

    Adorei o site! Gostaria de entrar em contato para lhe fazer uma proposta interessante para o site.
    Por favor, aguardo seu retorno.

    Grata, Verônica


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