Ir para o conteúdo
Mostrar cesto Esconder cesto
Voltar a Blog das Mini-bibliotecas de Caldas
Tela cheia Sugerir um artigo

A abobrinha

13 de Maio de 2014, 21:07 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Visualizado 3 vezes
                                                                     Carlos Drummond de Andrade 
Quando a senhora foi descer do lotação, o motorista coçou a cabeça: 
- Mil cruzeiros? Como é que a senhora quer que eu troque mil cruzeiros.

- Desculpe, me esqueci completamente de trazer trocado.

- Não posso não, a madame não leu o aviso – olha ele ali – que o troco máximo 

é de 200 cruzeiros?
- Eu sei, mas que é que hei de fazer agora? O senhor nunca esqueceu nada na
vida?
- Quem sabe se procurando de novo na bolsa... 

- Já procurei.
- Procura outra vez. 

Ela vasculhava, remexia, nada. Nenhum cavalheiro (como se dizia no tempo do

meu pai) se moveu para salvar a situação, oferecendo troco ou se prontificando a 

pagar a passagem. Àquela hora, não havia cavalheiros, pelo menos no lotação.
- Então o senhor me dá licença de saltar e ficar devendo. 
- Péra aí. Vou ver se posso trocar. 
Podia. Tirou do bolso de trás um bolo respeitável e foi botando as cédulas 
sobre o joelho, meticulosamente. 
- Ta aqui o seu troco. De outra vez a madame já sabe, hein? 
Ela desceu; o carro já havia começado a chispar, como é destino dos lotações, 
quando de repente o motorista freou e botou as mãos à cabeça:
- A abobrinha! Ela ficou com a abobrinha!
.......................................................................................................................................
Como você terminaria essa história? Use o espaço dos comentários para escrever.

               Por Adele

Fonte: http://caldasminibibliotecas.blogspot.com/2014/05/a-abobrinha.html

0sem comentários ainda

    Enviar um comentário

    Os campos são obrigatórios.

    Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.

    Cancelar