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A doce Cora Coralina

8 de Junho de 2014, 8:09 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Nasceu e viveu à beira do Rio Vermelho , na casa da ponte em Goiás Velho.Viveu 96 anos, só estudou até terceira série, teve seis filhos, quinze netos e 19 bisnetos. Foi comerciante, sitiante, voluntária da revolução de 32 , batalhou pelo voto feminino, foi uma doceira de mão cheia! Incansável, tudo fez sem jamais se afastar da poesia.

Depois de muita luta, inclusive com um casamento desastroso que ela carregou corajosamente,  só após a morte do marido sua vida se transformou . 


Perdeu o medo de escrever , digamos “profissionalmente”, quando completou 50 anos.Foi nessa época que Ana Lins dos Guimarães adotou efetivamente o pseudônimo de Cora Coralina.

Senhora de poderosas palavras, escrevia com simplicidade e nos mostrou poeticamente a sabedoria da escola da vida. 

Imagine a satisfação de Cora Coralina quando leu essa crônica: 

“Cora Coralina. Não tenho o seu endereço, lanço estas palavras ao vento, na esperança de que ele as deposite em suas mãos. Admiro e amo você como alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro é um encanto, seu verso é água corrente, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais. Ah, você me dá saudades de Minas, tão irmã do teu Goiás! Dá alegria na gente saber que existe bem no coração do Brasil um ser chamado Cora Coralina. Todo o carinho, toda a admiração do seu.”
                                 Carlos Drummond de Andrade, Rio de Janeiro, 14 de julho de 1979.


Seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás, foi publicado quando ela  já contabilizava 76 anos. Onze anos mais tarde compôs Meu Livro de Cordel e finalmente, com 94 anos , lançou Vintém de Cobre.
                              

Só depois de ter sua poesia reconhecida por Carlos Drummond de Andrade, que Cora Coralina, passou a ser conhecida por todo o Brasil.

 Sintam a admiração do poeta, manifestada em carta dirigida a Cora em 1983:

"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia ( ...)."

É para nos deixar sem palavras, não é mesmo?



Por Pandorah


Fonte: http://caldasminibibliotecas.blogspot.com/2014/06/a-doce-cora-coralina.html

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