Era mais ou menos assim, o causo contado por meu pai.Certo dia, dois vizinhos conversavam: um deles era alto e gordo; o outro, tão baixinho que parecia quase um anão.Eles pensavam em uma maneira de assombrar as pessoas, para se divertirem nas monótonas e escuras noites caldenses da década de 40.
-"Tenho uma ideia," disse o mais alto.
-"Fale, compadre!"
-"Nossa dupla pode formar um grande fantasma".
-"Como, compadre?"
-"Simples: você sobe nos meus ombros, pegamos um lençol branco para nos cobrir e saímos pelas ruas escuras. Garanto que vão pensar que é um fantasma enorme, vão tremer de medo. E nós vamos rir muito"
-"Eu topo, compadre!"
E assim fizeram. A cidade inteira ficou assombrada e arrepiada com o "fantasma da meia- noite", que sempre aparecia pela noite ou madrugada afora.
Em uma daquelas madrugadas, um casal levantou-se, nem o sol havia nascido, pois devia dar conta de uma árdua tarefa: matar dois porcos que haviam sido criados no quintal. Um porco estava enorme (passando da hora de ir para a panela), embora o outro fosse pequenino.
Justamente quando o casal combinava como ia fazer, os dois vizinhos vestidos de "fantasma da meia-noite" passavam pela ruela do casal e ouviram o seguinte diálogo pela janela entreaberta:
-"Mulher, fica com você esta faca menor e você mata o pequenino!"
-"Está bom, marido, toma o facão e enfia na barriga do gordão."
Ouvindo isso, o anão praticamente voou dos ombros do compadre e correu assustadíssimo, pensando que a mulher se preparava para matá-lo. E o compadre gordo, atrapalhando-se com o lençol, tentou fugir desesperadamente..."
Neste ponto, meu pai dava gargalhadas e concluía:
-"Crianças, acho que os compadres estão correndo até hoje!"
Ilza Landi
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