Alguns a leem como uma filósofa, outros como genial e até como uma bruxa. É misteriosamente decifrável por alguns e incompreendida por outros.
"... O bom é ser inteligente e não entender. É uma bênção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Entendendo-a ou não, ela é campeã de textos citados nas redes sociais. Tem mais de 156 mil seguidores no Twitter ,mais de 350 mil no Orkut e mais de 900 mil curtidas no Facebook. É no momento a rainha da auto ajuda, um sucesso de público! Recentemente o Fantástico criou 8 episódios de suas crônicas , recheados de assuntos escritos há mais de 50 anos , mas que fazem parte do universo feminino atual.
É por essas e outras que acho que Clarice Lispector é uma escritora popular e não hermética, como alguns críticos a rotularam!
" Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
Uma ucraniana-judia que afirmava ser o Brasil a sua pátria. Casou-se com um diplomata, teve dois filhos e morou na Itália, Inglaterra, Estados Unidos e Suíça. Tinha um jeito diferente de falar e as pessoas achavam que era por causa do sotaque, mas era porque ela tinha a língua presa. Definia-se como sendo tímida e ousada. Clarice era imprevisível, era comum ser convidada para jantar e ir embora antes da comida ser servida. Tinha insônia e hábito de fumar na cama. Em 1967 dormiu com o cigarro aceso e teve graves queimaduras nas mãos e pernas.
" Sou como você me vê.Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar."
Além de escritora, Clarice foi colunista e tradutora de livros. Foi amiga de escritores como Rubem Braga, Fernando Sabino e teve uma paixão platônica pelo poeta Lúcio Cardoso ( homossexual assumido). Essa paixão impossível alimentou sua literatura.
Para quem lê Clarice Lispector , mas nunca deu voz à escritora, eis uma parte da última entrevista que ela deu ao programa Panorama da Cultura em 1977! Depois de gravada, Clarice Lispector pediu que a entrevista fosse divulgada após sua morte. Foi ao ar dez meses depois!
Arrepiante o que ela diz no final da entrevista: "Bom, agora eu morri. Mas vamos ver se eu renasço de novo. Por enquanto eu estou morta. Estou falando do meu túmulo.”
Por Pandorah
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