10/01/11 foi um dia binário
11 de Janeiro de 2011, 22:00 - sem comentários aindaO dia binário
De Jotabê - http://www.blogger.com/profile/03659961408645862443
Hoje Bhaskara, Euclides, Newton, Pitágoras, Pascal, Talles de Mileto e outros comparsas se reúnem na tua mesa. Olham no teu olho. Bebem do teu café. E decidem teu futuro. Hoje eles te colocam num dilema. E o dilema é uma ponte. E o dilema é uma corda. E o dilema é uma atitude. E não admite ser um não-dilema. Hoje os números de gelo te forçam à vida. Te colocam numa encruzilhada de uma rua só. Não é sempre que se tem escolhas. Duas escolhas, para ser exato, neste dia. Duas pontas, duas saídas, dois lados. A porta ou a janela. Direita ou esquerda. Acima ou abaixo. Hoje reina os inteiros. Mataram as metades do comodismo. Hoje não tem equilíbrio. Hoje é dia radical.
Hoje o bispo engasga com maniqueísmos. Relembra o céu e o inferno. Crucifica a miséria e aplaude a riqueza. É tudo ou nada para você. Deus ou diabo na terra do sol. Ou dá ou desce. Para o bem ou para o mal. Sem misericórdias. Hoje é um dia sem perdão. Hoje jogam pedras nas prostitutas. Hoje ninguém lava as mãos. É dia de matar ou morrer. De comprar ou vender. De parar ou seguir. É um dia de pedra, de cruz e de espada. Dia de dois gumes. Tempo de fogo e purificação. O encontro do abutre com a andorinha, da hiena com o cordeiro, do lobo com o cão. Hoje é dia de confronto. De guerra particular. Um medo e uma coragem na mesma sala, no mesmo sofá, lado a lado. Hoje é dia da verdade. O beijo de língua. Ou o escarro no rosto.
O hoje estupra tuas desculpas. Desnuda tua indiferença de cortina florida. É dia que carrega nas mãos uma tenaz contra teu peito aberto. E marca na pele branca o desenho quente do medo e da tortura. Não há escape. O hoje é ordinário e metódico. Exige alma cartesiana. Concentração e cálculo. E paciência de prisioneiro. Hoje não tem plano B. É dia certeiro. Hoje são descobertas todas as armadilhas. Os muros caem, o véu se rasga, tudo é posto à prova. Não há caminho alternativo. Hoje, dia 01/01/10, é dia binário. Bomba-relógio digital. Conta o tempo até a próxima aurora. Ou até o próximo enterro. O hoje anseia ser decifrado. É dia egoísta, filho único do calendário. Ele não dá regalias. Apenas dois pães secos. Dois números solitários.
0 e 1, 1 e 0. Eis teu brinquedo. Teu Lego de duas peças. Tua faca e teu queijo. Teu quebra-cabeça macabro. Faça as combinações. Ache a senha, o código, a passagem secreta. Não se distraia. Siga as regras. Livre-se das emoções, enquanto os outros fazem as apostas. Cara ou coroa? E nenhum outro dia será tão exato quanto hoje.
Abelha
26 de Dezembro de 2010, 22:00 - sem comentários aindaAbelha beija a flor…
Pólen ao seu redor.
Fragmento do amor...
De: http://valpayeras.blogspot.com/2008/11/linsetos-abelha.html
Corpo
24 de Dezembro de 2010, 22:00 - sem comentários aindaSobre o corpo se encontra o estigma dos acontecimentos passados do mesmo modo que dele nascem os desejos, os desfalecimentos e os erros nele também eles se atam e de repente se exprimem, mas nele também eles se desatam, entram em luta, se apagam uns aos outros e continuam seu insuperável conflito.
Microfísica do poder, Foucault
Eu sou do bem
18 de Dezembro de 2010, 22:00 - sem comentários aindaFico feliz...
Só em te ver
Na luz que procuro encontrar nas pessoas
Na luz que semeio em busco do amor
O amor existe, é só ter calma e tudo vem
Vou prosseguir, vou sempre assim
Eu sou do bem...
Nana Vasconcelos
http://il.youtube.com/watch?v=2GRvyKdOOvc&feature=related
Último Desejo - Noel Rosa
21 de Novembro de 2010, 22:00 - sem comentários aindaNosso amor que eu não esqueço, e que teve o
seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete,
sem luar, sem violão
Perto de você me calo, tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo mas meu último desejo
você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir que você
lhe diga
Se você me quer ou não, diga que você
me adora
Que você lamenta e chora a nossa separação
Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não
presto
Que meu lar é o botequim, que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim