Ir para o conteúdo
Mostrar cesto Esconder cesto
Tela cheia Sugerir um artigo

Blog

12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | 1 pessoa seguindo este artigo.

Carta de Princípios Comerativamente - 2011

17 de Março de 2015, 18:02, por Fabiana Gonçalves - 0sem comentários ainda

ComerAtivaMente – Cooperativa de Consumo

Carta de Princípios - 2011

 

            A ComerAtivaMente – Cooperativa de Consumo é uma livre associação de consumidores em parceria com produtores que tem por objetivo estabelecer relações diretas de compra e venda. É um coletivo não-formalizado formado em 2007, resultado de uma iniciativa de estudantes da USP em parceria com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade, que concordou em trabalhar para fortalecer o grupo e cedeu o espaço necessário para as entregas de alimentos e para os encontros do coletivo.

            O foco central do grupo é a alimentação e a produção agrícola, por isso a prioridade é a construção de parcerias de co-responsabilidade e amizade com pequenos agricultores, desenvolvendo e praticando formas de consumo alternativas às encontradas no mercado convencional, norteadas pelos seguintes princípios:

 

1 - autogestão nas relações econômicas e fortalecimento dos movimentos sociais

            Essa associação para o consumo não se dá apenas pelo desejo de consumir alimentos saudáveis isentos de contaminantes intencionais; dá-se sobretudo, por conta da necessidade de desenvolvimento, incentivo, fortalecimento e multiplicação de modelos alternativos de produção agrícola e, de forma mais ampla, de relação dos homens com a produção e reprodução da própria vida.

            Numa perspectiva de atuação pratica, visamos uma associação para o consumo que tenha como diretriz a superação da figura do intermediário na relação de compra e venda, aproximando produtores de consumidores e tornando, portanto, mais consciente e transparente o direcionamento dos recursos das pessoas dentro dessa relação. Optamos por firmar a aliança de apoio mútuo com produtores ligados à agricultura familiar e a movimentos sociais como a Economia Solidária, o MST e a Agroecologia militante, identificando que existe uma enorme demanda de canais curtos de escoamento da produção que é feita de maneira autogestionada (cooperativas e EES), e principalmente da produção agrícola familiar ou de pequena escala, que possam por meio da comercialização e do consumo, fazer com que pequenos agricultores se mantenham assentados e com possibilidades de recriarem e reproduzirem um modo de vida ligado à terra se assim quiserem, tendo também recursos para investimento em infra-estrutura básica. Além disso, identificamos no nosso cotidiano, a carência de instrumentos que o trabalhador citadino (nós) sofre para poder suprir suas necessidades básicas de alimentação com uma integridade e qualidade que lhe permita garantir a manutenção da própria saúde, até o limite que o modo de vida urbano permite, sem ter que aumentar drasticamente seu custo de vida. Nesse sentido, fazemos a crítica ao mercado convencional de alimentos orgânicos apropriado pelas grandes redes de supermercados, que encarecem o preço final do produto classificando o alimento sem contaminantes como “produto diferenciado”, explorando assim a chamada “renda de monopólio”, quando na realidade o alimento contaminado com agrotóxicos é que deveria ser classificado como diferenciado e sinalizado como tal, sem distinção de preço.

            Vemos essa aliança direta entre trabalhadores citadinos e produtores agrícolas como uma possibilidade de ruptura com essas condições impostas pelo mercado. Por isso, a ComerAtivaMente trabalha também com o objetivo de tornar simples e acessíveis os instrumentos de operação e gestão dos processos vinculados a esse tipo de associação (banco de dados, planilhas, ferramentas virtuais etc.), sem a criação de receitas prévias, nem manuais, já que o objetivo é facilitar a criação de pequenas associações organizadas de maneira horizontal, cada uma com sua própria singularidade e autonomia, comunicando-se e trocando experiências em rede e tomando decisões coletivamente sem hierarquias.

 

2 - incentivo ao desenvolvimento de formas de produção pautadas na Agroecologia*

            *A crítica ao atual modelo de agricultura dominante, voltado para o agronegócio, é feita dentro de uma perspectiva ecológica e socioeconômica. Em uma das faces do agronegócio nos deparamos com um modelo de agricultura importado de regiões com climas temperados e frios, com pouca biodiversidade e ciclos biogeoquímicos muito lentos. Um contexto ambiental diametralmente oposto às condições agroecossistêmicas que se apresentam na maior parte do Brasil. Na outra face, para que esse modelo de agricultura se reproduza, faz-se necessário um investimento de capital intensivo, algo muito distante da realidade da população camponesa, e dos trabalhadores rurais. A consequência dessa imposição é a constante expulsão de trabalhadores do campo de suas terras (expropriação), aumento das favelizações nas cidades como consequência dessas expropriações, monotonia ecológica no campo e produção de desertos verdes, além de concentração de terras e de renda crescente.

            Esse modelo de agricultura implantado por multinacionais erguidas no lodo da indústria bélica e química, com seus pacotes de agrotóxicos que contaminam o meio ambiente e que endividam e intoxicam trabalhadores do campo, hoje se fortalece ainda mais com o aparelhamento de Universidades e laboratórios que desenvolvem pesquisas genéticas voltadas para a transgenia. A negligência completa da grande mídia sobre essas questões colabora para que a parceria do agronegócio com o Estado e o poder público tenha cada vez mais êxito na elaboração e aprovação de leis que favoreçam seus prórios interesses.

            Como alternativa a esse modelo perverso de agricultura, apresenta-se o conhecimento desenvolvido e compartilhado dentro da Agroecologia.

            Buscando um resgate dos saberes ancestrais da agricultura camponesa, aliado ao conhecimento produzido com o advento da modernidade, a Agroecologia conta com a atuação e a resistência de milhares de pessoas dispostas a desenvolverem uma agricultura capaz de suprir as necessidades humanas de maneira harmônica com os demais seres vivos, visando a potencialização dos processos naturais de interação da vida , com toda a diversidade nela existente, para sua reprodução plena. Apresenta-se assim, como movimento social e ciência de ruptura ao paradigma científico moderno.

            A pesquisa e a produção agroecológica distribui-se em diferentes níveis de indagação. Aquele que se move no espaço puramente produtivo inclui a "ecoagricultura do Norte" - as agriculturas Orgânicas e Biológicas do IFOAM International Federation of Organic Agriculture Movements, a Biodinâmica de Steiner, a Natural de Fukuoca e a Permacultura de Mollinson, entre outros estilos modernos- , e os estilos de "ecoagricultura do Sul" ou "agriculturas tradicionais" camponesas ou indígenas que - tanto no centro como na periferia – provaram empiricamente sua sustentabilidade histórica.

            O nível estrutural de uma pesquisa agroecológica se refere à Agroecologia como desenvolvimento rural, quer dizer, como estratégia participativa para obter a sustentabilidade, através de formas de ação social coletiva.

            E, finalmente, o nível dialético, no qual a pesquisa-ação participativa rompe a estrutura de poder sujeito-objeto da metodologia científica convencional, gerando a possibilidade de uma mudança nas ações sociais dentro de episódios de atuação.

            A ComerAtivaMente acredita nessa perspetiva apresentada pela agroecologia e se propõe a colaborar com o desenvolvimento, a difusão e o compartilhamento do conhecimento gerado a partir de experiências agroecológicas concretas, entendendo que o modelo de agricultura implantado pelo agronegócio chegou no limite de sua própria insustentabilidade, tendo criado o ultimo patamar de condições de miséria socioambiental, violência, cerceamento de liberdades e opressão em escala global, e que a superação desse modelo só pode vir com o acúmulo de pequenas, mas profundas e agressivas experiências alternativas práticas, vividas, comunicadas e compartilhadas em cada canto do planeta. A ComerAtivaMente se propõe a ser uma dessas experiências.

 

Princípios e visões a respeito da questão essencial do consumo

            Criando, experimentando e renovando constantemente diferentes estratégias de cooperação e alianças (abertas) para a reprodução cotidiana da vida, e tendo por objetivo manter ritmo numa atuação essencialmente prática, no limite da sua síntese do contexto social e momento histórico atual, sobre a questão essencial do consumo, a ComerAtivaMente acredita:

 

1 – que o ato do consumo implica entre outras coisas em um ato de investimento e cultivo de relações, ideias e no empoderamento de grupos ou indivíduos

 

2 – na associação entre consumidores (que pode e deve incluir também produtores) para a escolha e decisão coletiva do que será consumido, elencando as prioridades aos valores comuns ao grupo, no planejamento prévio do consumo[1] e no consumo ativo, isto é, aquele em que o consumidor busca conhecer quem produz, de que forma produz, e a partir de quais relações, para a partir disso construir uma aliança de co-responsabilidade através da livre associação direta.

            Estas são estratégias importantes para a preservação, a recuperação e o ganho gradativo de autonomia numa sociedade como a nossa atual: massificada de consumo dirigido, que se da por meio da aliança entre o atual modelo político-econômico global, o Estado de direito moderno, e os veículos de comunicação difusores da propaganda de massa.

 

3 – que o boicote é parte importante de uma estratégia de ruptura frente a uma situação em que faz-se presente no encadeamento que vai da produção ao consumo, um conjunto de relações, substâncias, ou intransparências pelas quais, na condição de produtores e consumidores, somos direta ou indiretamente prejudicados, ou postos em condição de cumplicidade coagida.

 

4 – que a criação conjunta entre produtores e consumidores associados, de sistemas de garantia dos princípios que norteiam e sustentam a produção, é a forma mais justa e legítima de controle social**

 

**o controle social é um processo de geração de credibilidade necessariamente reconhecido pela sociedade. Tratando-se do produto agrícola chamado de orgânico, são reconhecidos e regulamentados por lei, três tipos de sistemas de garantia. São eles:

 

  • Certificação por auditoria – realizada por empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Não estabelece nenhum tipo de parceria de co-responsabilidade com o agricultor. Apenas realiza visitas (inspeções) nas unidades de produção para avaliar se a produção segue os padrões estipulados por elas mesmas. Quase sempre esses padrões diferem entre uma empresa e outra segundo uma lógica mercadológica. Cobram um preço alto pelo serviço, aumentando o custo de produção dos agricultores, tornando-o inviável para a maioria deles, encarecendo o preço do alimento e direcionando-o para um nicho de mercado de classe média.
  • Sistema Participativo - inclui a participação dos produtores, de distribuidores, comercializadores, transportadores, armazenadores e também dos consumidores finais e suas organizações.
  • Venda direta sem certificação – propõe a criação de uma associação de produtores, que deve realizar cadastramento em um órgão fiscalizador do governo, além de assegurar o direito de visita pelos consumidores, às unidades de produção.

 

            A ComerAtivaMente não concorda com o sistema de garantia realizado no formato de Certificação por Auditoria, pois acredita que este fere a autonomia e o direito que os produtores tem de tomar parte na elaboração dos padrões que a produção deve seguir para caracterizar-se como “orgânica” ou com outro nome que indique um direcionamento da produção pautado nos princípios da agroecologia.

            Entendemos que a obtenção do selo de “orgânico” através do Sistema Participativo é importante e necessária para o agricultor familiar que produz de forma agroecológica. Serve como instrumento de reconhecimento que lhe permite o acesso a diferentes canais de escoamento da sua produção. Esse tipo de acesso é importante na medida em que uma associação de produtores e consumidores organizados para compra e venda direta, por mais íntegra e estável que seja, possui a vulnerabilidade inerente a qualquer organização descapitalizada, ou sem figura jurídica formal, principalmente se os consumidores vivem em uma cidade adensada, distanciados da produção por fatores sociais e/ou geográficos. Esses e outros fatores evidenciam que na atual conjuntura, o agricultor necessita de mais de um canal de escoamento da produção para poder se manter assentado na terra com recursos de investimento e condições dignas de reprodução do seu modo de vida . De preferência um distribuidor que pratique uma forma de comércio mais justa, acordando junto ao agricultor o preço dos produtos. A ComerAtivaMente, por experiência, entende que a figura do intermediário, mesmo esse que se propõe a praticar um comércio mais justo, tende a encarecer o preço do produto que chega ao consumidor final devido aos fatores competitivos de mercado e aos fatores limitantes de tempo e espaço na realização do trabalho de logística, principalmente nos grandes centros onde o trânsito é muito alto. Isso tudo faz com que o alimento orgânico fique restrito a um nicho de mercado muito específico, e não supre a demanda enorme que existe de aproximação do produtor com o consumidor, principalmente nessa relação campo-cidade tão interdependente, e ao mesmo tempo posta de maneira tão antagônica culturalmente pelas determinações do modo de produção capitalista. Ainda assim, reconhecemos que para o agricultor é importante ter acesso a esses canais de escoamento da produção agroecológica. Por isso, a posição da ComerAtivaMente é a de que, para além da organização para a compra e relação direta com o produtor, é importante que uma associação de consumidores busque se organizar também para assumir o papel de colaboradora e facilitadora nos processos de criação de Sistemas Participativos de Garantia, que conforme explicitados anteriormente, incluem a participação de produtores, distribuidores, comercializadores, transportadores e armazenadores. Para maiores informações sobre a lei dos orgânicos acessar as cartilhas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pelo endereço http://www.prefiraorganicos.com.br/bibliotecamultimidia/publicacoes.aspx. As cartilhas trazem uma linguagem simples e ilustram bem as regulamentações da nova lei.

 

5 - que uma associação direta entre consumidores e produtores se torna íntegra, e consequentemente mais duradoura, quando se da de forma espontânea (não imposta por nenhuma diretriz), por afinidades e princípios em comum, e permeada de sentimentos de solidariedade que despertem amizade e/ou vice-versa.

 

6 – que as práticas desenvolvidas em uma associação direta entre consumidores e produtores, e a manutenção dos sistemas de garantia nela criados, tornam-se mais eficazes e sustentáveis quando a associação se da localmente. Isso potencializa a fluidez de comunicação, necessária para manter horizontalidade na manutenção dos acordos, e reduz enormemente a demanda de energia e recursos necessária para realização das atividades práticas do processo.

 

7 – que o consumo da produção local, ou o consumo que considera criteriosamente a distância do local de produção, realizado por meio de recursos também gerados localmente, são práticas importantes para a redução gradativa da dependência de investimentos e ações externas, sejam elas públicas ou privadas

 

8 – que o consumismo** desestrutura econômica e espiritualmente indivíduos e comunidades.

 

** entendendo-se por consumismo, num nível pessoal, não a busca por abundância, nem mesmo o excesso, mas sim a busca compulsiva por uma adequação aos apelos sociais ou pela redução de insatisfações, através do consumo sem critério; numa escala mais ampla, a condição social de dependência de um constante aumento da velocidade do consumo de bens materiais para a manutenção da desordem econômica e do desequilíbrio ecológico que sustenta uma determinada classe no poder e um determinado modo de produção.

 

9 – que a passividade do consumo é inibidora de toda a atividade humana pró-ativa e criadora de obras, sejam materiais, de arte, de situações e vivências, e de tudo o mais que possa vir a ser despertado pela vontade e necessidade do espírito humano.

 

10 – que o consumo em si, da maneira como é entendido e praticado no atual modelo político-econômico, é insustentável.

 

[1]          Planejamento prévio do consumo se torna essencial para a produção agrícola, principalmente quando os consumidores são trabalhadores citadinos social e/ou geograficamente afastados do dia a dia da produção. Ele evita a sobra, e o consequente desperdício do alimento colhido, além de dar segurança e garantia de retorno ao agricultor.



Carta de acordos 2011

29 de Abril de 2011, 21:00, por Ana Luzia Laporte - 0sem comentários ainda

ComerAtivaMente – Cooperativa de consumo

 

Carta de acordos - 2011

 

A ComerAtivaMente é uma livre associação de consumidores que tem por objetivo estabelecer  relações diretas com os produtores. O foco central é a alimentação e a produção agrícola, por isso o grupo tem por prioridade a construção de parcerias de co-responsabilidade e amizade com pequenos agricultores. Para tal, vemos como necessária a participação tanto de consumidores como de produtores na elaboração, operacionalização, e reinvenção dos acordos, critérios e princípios que norteiam a produção, a comercialização e o consumo.

Atualmente a ComerAtivaMente está construindo a associação em parceria com os agricultores do Assentamento Irmã Alberta, localizado em Perus - ZO, zona periurbana de São Paulo. Entendemos a etapa atual como um processo de formação básica tanto dos consumidores como dos produtores, por isso temos consciência da necessidade de apoio e acompanhamento nos processos de organização dos produtores, e da importância do comprometimento dos consumidores com os acordos elaborados de maneira aberta e autogestionada ao longo do ano de 2010 até esse início de 2011, embasados por 3 anos de experiências e estudos.

 

 

Produção do Assentamento Irmã Alberta e compra conjunta da Cesta de Alimentos

 

O modelo de compra conjunta de folhas e hortaliças segue mantendo o formato que acompanhou o grupo desde o início, que é o da cesta de alimentos.

Cesta Porção - kg ou maço Preço
folha 1 1 R$1,20
folha 2 1 R$1,20
tempêro 1 R$0,60
legume 1 1 R$2,00
legume 2 1 R$2,00
fruta 1 2 R$3,00
fruta 2 1 R$3,00
TOTAL (s/ frete)   R$13,00
     

Composição da cesta:

Obs.: Na atual etapa do processo pode acontecer ocasionalmente de não haver mais de um tipo de fruta ou de legume, caso isso ocorra, o valor da porção ausente é descontado do preço da cesta.

Custo de transporte:

Valor total da cesta: R$ 17,00

Logística Especificação Qtde Custo
pedágio 1 Rodoanel 2 R$2,70
pedágio 2 Anhanguera 2 R$12,70

gasolina

15km/l 5 R$12,50
depreciação do veículo 0,20 centavos/km 70km R$14,00
Custo total da logística     R$41,90
Custo total dividido em 10 associadxs R$4,19
       

As compras coletivas de cestas acontecerão quinzenalmente nesses primeiros meses até que consigamos juntos potencializar a produção, amadurecer a organização e estruturar a logística necessária para realizar uma compra semanal. As entregas acontecem às terças-feiras, na segunda e na quarta semana do mês.

Equipe gestora, frentes de ação e sustentabilidade da cooperativa.

Para viabilizar os processos operacionais, o grupo conta com uma equipe gestora dividida em frentes de ação, sendo um gestor para cada  uma das cinco frentes.

Coordenação – responsável por preparar as pautas das reuniões, sistematizar as experiências, guardar a memória coletiva do grupo e fazer a contabilidade geral.

Produção Irmã Alberta – responsável por gerir as encomendas de cestas e os pagamentos, fazer articulação da compra junto aos produtores e acompanhar o planejamento e a organização da produção.

Farmácia Viva Irmã Alberta – responsável por acompanhar o processo de formação da Farmácia Viva junto ao setor de saúde do Assentamento.

Zona Cerealista e Laticínios – responsável por gerir a compra coletiva de grãos e cereais da Zona Cerealista e dos laticínios da Nata da Serra.

Cultura – responsável por coordenar trabalhos de infra-estrutura do espaço (salinha e SAF), de auxiliar nas atividades semanais do cineclube, na produção e divulgação do Fanzine, e na gestão das ofertas de prateleira, que são os produtos que ficam expostos para comercialização na salinha (barrinhas de cereais, café do Caparaó, mel da Mantiqueira e etc.)

A ComerAtivaMente entende que esse grupo gestor realiza os trabalhos mais ritmados e constantes,  que demandam maior tempo e organização para executá-los. Tratam-se de trabalhos essenciais, sem os quais nenhum dos acordos e princípios do grupo se realiza de fato. Por isso identificou-se a necessidade de uma remuneração para os gestores dessas frentes, que se da por meio de um investimento mensal de associação feito pelos associados, que se converte na forma de créditos para os gestores reinvestirem consumindo dentro da cooperativa.

Estabeleceu-se que o ponto de equilíbrio dessa remuneração é o acesso dos gestores às cestas quinzenais, que representam duas cestas por mês, somando um valor de R$ 34,00 por mês para cada frente, já que cada cesta custa R$ 17,00. Assim para garantir o acesso das cestas aos cinco gestores é preciso que cooperativa invista R$ 170,00 por mês de associação.

Além da remuneração dos gestores, a ComerAtivaMente necessita de um investimento inicial de seus associados para garantir a estrutura logística, que demanda caixas agrícolas para o transporte dos alimentos.

Diante dessa demanda de custos, foi elaborado um cálculo de sustentabilidade que inclui a remuneração dos gestores e a estruturação da logística. Assim estabeleceu-se que o Investimento Mensal de Associação  a ser feito pelos associados corresponde a R$ 15,00, e o investimento inicial dos associados deve ser de uma caixa agrícola. As caixas agrícolas podem ser encontradas no CEAGESP e custam R$ 12,00.

Adesão e formas de associação

A adesão à ComerAtivaMente se da por meio de envio de correio eletrônico para o endereço [email protected] , com apresentação informando o nome e como conheceu o grupo. Após essa etapa o interessado recebe um convite para entrar no grupo de e-mails, por onde irá acompanhar as discussões, realizar as encomendas dos produtos e o planejamento do consumo.

A próxima etapa de adesão se da com a doação de 1 caixa agrícola proporcionalmente à quantidade de cestas que o interessado tem intenção de consumir quinzenalmente. Ex: se o consumo será de duas cestas quinzenais, a doação deve ser de duas caixas), que deve ser feita na salinha sede do grupo, em um dos dias de entrega dos alimentos. As entregas acontecem na terça-feira da segunda e da quarta semana do mês, no período da tarde.

O Investimento Mensal de Associação a ser feito pelos associados corresponde a R$ 15,00, e o investimento inicial dos associados deve ser de uma caixa agrícola.

Essa adesão e associação podem ser feitas em parceria, e o valor corresponderá à quantidade de cestas quinzenais que os parceiros irão consumir.

Exemplo 1 - a Casa do Alpendre possui seis moradores, que consomem juntos duas cestas a cada quinzena. O valor do investimento mensal de associação da Casa do Alpendre deve ser de R$ 30,00

que representam a soma dos R$ 15,00 referentes a cada uma das duas cestas que o grupo irá consumir quinzenalmente.

Exemplo 2 – Mazzaropi e Barnabé irão dividir uma cesta a cada quinzena. O valor do  investimento mensal de associação de Mazzaropi e Barnabé será de R$ 15,00, e esses podem investir juntos dividindo o custo entre si.

Compreendendo e valorizando a proposta apresentada, entende-se por associado da ComerAtivaMente aquele que se dispõe a apoiar e acompanhar esse processo de formação com os agricultores do Assentamento Irmã Alberta, sendo que para tal, o associado deve se comprometer a

1 - fazer o planejamento mensal do consumo e realizar o pagamento adiantado das encomendas.

Sempre na primeira semana do mês, o associado receberá na lista de e-mails do grupo uma mensagem com título “Planejamento Mensal do Consumo”, que irá comunicar a abertura para envio do planejamento do consumo para aquele mês. Nessa mensagem virá também a informação do número da conta bancária para depósito. Visto que as entregas acontecem na segunda e na quarta semana do mês, o planejamento antecipado é projetado sempre para a quarta semana do mês vigente e segunda semana do mês seguinte. Os associados tem um prazo de uma semana (até a segunda semana do mês) para fazerem seu planejamento e efetuarem o pagamento. Após realizado o pagamento, enviar um correio para [email protected] , comunicando o numero do depósito e informando o planejamento do consumo.

 

Ex. 

“Olá, nós aqui da Casa do Alpendre iremos consumir 2 cestas na quarta semana desse mês e 2 cestas na segunda semana do mês que vem, totalizando 4 cestas que somadas ficam R$ 68,00.

segue abaixo o numero do depósito:

(...)

gratos,

Casa do Alpendre.”

2 – realizar o Investimento Mensal de Associação segundo os critérios apresentados anteriormente, na terça-feira da segunda semana do mês , período da tarde na salinha.

3 – fazer a doação de uma caixa agrícola no ato da adesão, levando-a na salinha também na terça-feira da segunda semana do mês, período da tarde.

4 – participar no mínimo de uma atividade no Assentamento Irmã Alberta, ao longo do semestre.

A ComerAtivaMente está articulada com outros grupos que atuam no Assentamento com o intuito de fortalecer o espaço e criar relações de aprendizado, troca e compartilhamento de abundância coletiva de conhecimentos e da produção. Assim, teremos ao longo do semestre uma serie de atividades, oficinas, encontros e mutirões aos quais os associados podem vir a participar e somar forças. Entende-se que a relação direta entre consumidores e produtores dentro de uma associação se torna íntegra quando ambos compartilham vivências e experiências em comum. Assim, compreende-se que o associado da ComerAtivaMente deve se comprometer a participar ao menos de uma dessas atividades ao longo do semestre, estando convidado a participar de quantas desejar.

5 – permanecer como associado pelo período mínimo de três meses.

Zona Cerealista e Laticínios

Além das hortaliças e frutas do Assentamento Irmã Alberta, a ComerAtivaMente se organiza para realizar compras conjuntas de grãos e cereais da Zona Cerealista, atualmente vindos do armazém Cerealista Arroz Integral, e também dos laticínios orgânicos da Nata da Serra, vindos de uma fazenda localizada em Serra Negra.

Os associados da ComerAtivaMente tem acesso a esses produtos a preço de custo. Para tal, o associado deve acompanhar o grupo de e-mails, por onde o gestor dessa frente irá comunicar abertura e prazo para realização dos pedidos e pagamentos, bem como data de retirada e etc. O envio dos pedidos é feito também para o endereço [email protected].

A ComerAtivaMente também oferece esses produtos a consumidores/investidores não-associados. Nesse caso é acrescido ao preço do produto uma margem de 20%, revertida na formação de um fundo coletivo do grupo, a ser usado de maneira pró-ativa (ex.: compra de materiais de infra-estrutura para a Farmacia Viva do Assentamento Irmã Alberta), sendo que as decisões para investimentos desse fundo são tomadas de maneira coletiva em reunião aberta do grupo. 

Cultura e Ofertas de Prateleira

A ComerAtivaMente tem sua sede, a salinha comerativa, localizada dentro na Universidade de São Paulo, ao lado da ITCP-USP, na área dos chamados Barracões.

Nela o grupo realiza atividades com o intuito de fazer com que aquele espaço se preserve sendo um espaço de formação, diversão, troca e comunhão. Atualmente as atividades acontecem todas as segundas e terças-feiras no período da tarde. São elas:

-Vivência e manejo do SAF (Sistema Agroflorestal) – laboratório

-Comunicação visual – com tinta de terra e stencil

-Fanzine

-Cineclube

Além das atividades a salinha abriga e expõe alguns produtos ligados a Agroecologia e a Economia da Cooperação, chamados pelo grupo de Ofertas de Prateleira, como é o caso do café do Sítio Toca do Morcego, localizado na Serra do Caparaó-ES, e as barrinhas de cerais do grupo Amor em Fibras.

Contato

Coordenação – Associação e contabilidade geral

Gestão - Ana Luzia e Gabriela Iglesias - [email protected]

Comidas – Cestas do Irmã Alberta, Zona Cerealista e laticínios Nata da Serra

Gestão - Caio Saravalle e Veridiana Firmino – [email protected] 

Farmácia Viva – Produção da Farmácia Viva do Assentamento Irmã Alberta

Gestão – Bárbara Carvalho – [email protected]

Cultura – Atividades na salinha e ofertas de prateleira

Gestão – Laura Lima – [email protected] 

Parceiros e outras alternativas de consumo

Para quem mora afastado da região do Butantã, ou por outros fatores tem dificuldade para se associar dessa forma, a ComerAtivaMente indica o empreendimento Sementes de Paz como uma alternativa para o consumo de alimentos orgânicos, pautado pelos princípios do Comércio Justo.

http://www.sementesdepaz.org/

Para os que procuram uma alternativa estável de abastecimento do lar com oferta semanal diversificada de folhas e legumes orgânicos, principalmente moradores das imediações do Km 12 da Rodovia Raposo Tavares, nos bairros Jd. Rolinópolis, Jd. Bonfiglioli, Previdência e Vila Sônia, a ComerAtivaMente indica o empreendimento Ecooé. Para conhecer a proposta e o funcionamento da Ecooé, enviar um correio virtual para [email protected].

Agradecimentos

A ComerAtivaMente agradece a todxs os antigos, atuais e novos associadxs, gestores e parceiros e conta com apoio de todos nessa caminhada.



Fotos

11 de Maio de 2008, 21:00, por Hugo Scabello de Mello - 0sem comentários ainda

 Fotos produtores São Bernardo

Foto IIIFoto VFoto VIFoto VIIFoto VIIIFoto IXFoto XFoto IIFoto produtor I



Acordos do coletivo

9 de Maio de 2008, 21:00, por Hugo Scabello de Mello - 55 comentários

Acordos da cooperativa de consumo ComerAtivaMente: 

Sobre a adesão:
    * O termo de adesão será formado pelas manifestações de interesse públicas através do grupo de correio eletrônico ([email protected] - [email protected]);
    * Não há custo de adesão;
    * O custo mensal de associação é de 8$, 5$ vai para remuneração do trabalho do gestor e 3$ para o fundo coletivo;

Sobre as pagamentos:
    * Utilizamos de recibos simples para registro das movimentações de dinheiro do coletivo;
    * Estes pagamentos podem ser feitos pessoalmente, na itcp, no envelope dentro do livro-ata do coletivo na sala da secretaria, ou por meio de um depósito na seguinte conta: banco nossa caixa, ag. 0969-5, cc. 01-002707-2 (conta do Brisa - muda agora?). Por favor, enviem um correio à gestão ([email protected]) confirmando pagamento, para facilitar a identificação.


Sobre os produtos:
    * 25$, é o valor mínimo da compra de “secos”, na zona cerealista, os produtos são escolhidos da lista atualizada mensalmente. Entregas mensais;
        # Percebemos a diferença recorrente entre o valor que resulta da planilha e o valor real da compra de secos na zona Cerealista, que vem com os recibos de todas as cestas. Isso acontece pela variação de preços entre as três semanas que separam a divulgação da lista e a entrega da cesta. Percebemos também que o desconto de 6% dado ao coletivo pelo lojista cobre o valor dos pedidos. Sendo assim, deliberamos que o coletivo ressarcirá àqueles cujo valor real da compra foi menor que o valor da planilha;
    * Para lista de secos agroecológicos da Rede Vida não combinamos preço mínimo, os produtos também são escolhidos de uma lista atualizada mensalmente. Entregas mensais;
    * A cesta de verduras orgânicas custa 20$ por mês (12$ vai para os produtores, 6$ para o EES Sementes da Paz e 2$ de imposto) e é composta por 3 variedades. As entregas são feitas semanalmente as quartas;
    * A cesta "feira" custa 80$ por mês (48$ produtores,24$ Sementes da Paz, 8$ impostos) e é composta por 3 variedades de verduras, 3 a 4 de raízes e 3 a 4 de frutas, todos produtos são orgânicos ou agroecológicos. As entregas são feitas semanalmente as quartas;
    * Outros produtos serão listados em uma lista aparte e entregues juntos com as cestas de secos;

Sobre as entregas:
    * Todos os produtos são entregues na quarta-feira;
    * As folhas, raízes e frutas devem ser retiradas no máximo até o fim do expediente da itcp do dia seguinte a entrega. Cestas não retiradas até o fim do prazo serão consumidas/doadas/distribuídas. Os produtos serão armazenados no isopor da cooperativa para melhor conservação. Os cooperados devem levar sacolas de feira ou bolsas para retirarem seus produtos, visando assim não agredir a natureza com o uso de sacolas plásticas;

  Sobre o fundo:
    * Acordamos em comprar as caixas necessárias ao transporte semanal das folhas com o dinheiro do fundo;
    * O fundo pode ser usado para cobrir eventuais gastos inesperados;
    
Sobre a gestão:
    * A função de gestão deve ser rotativa, cada gestor deve exercer a função durante 3 meses. No primeiro mês este trabalhará com apoio do gestor anterior, no segundo mês sozinho, e no terceiro dará apoio ao próximo gestor;
    * As responsabilidades do gestor são: Divulgar as listas de secos; coletar os pedidos e os $ e os repassar; incluir novos membros na cooperativa;
    * A remuneração do gestor, por enquanto, é (deveria ser) de 5,50$ por hora, cerca de 100$ por mes;

Sobre as parcerias:
    * A ITCP-USP permite que o armazenamento, a distribuição e a coleta do $ aconteçam o espaço desta, e se compromete a fortalecer a cooperativa;
    * O EES Sementes da Paz realizará o transporte e a entrega da cesta de secos agroecológicos, da de verduras, e da feira. Este ficará com 40% do preço pago pelo cooperado, sendo que 10% destes serão gastos com impostos;

Outros acordos:
    * Informações sobre a cooperativa serão colocadas na página http://ecosol.noosfero.com.br/myprofile/comerativamente . As atas do coletivo também podem ser encontradas nesta;
    * Os encontros gerais do coletivo são realizados na primeira quarta-feira do mês as 18h na sala 6 da ITCP-USP;



Relatório de Campo das visitas - Semestes da Paz

7 de Maio de 2008, 21:00, por Hugo Scabello de Mello - 44 comentários

Relatório de Campo da visita a algumas Associações de Pequenos Produtores Rurais do município de Ibiúna, São Paulo:

Caminhando em direção ao armazém de distribuição de alimentos eco-solidários.

      Em 7 de abril de 2008 realizamos uma primeira visita a cidade de Ibiúna, com o intuito de conhecer pequenos produtores rurais de folhas, frutos e raízes.  A cidade de Ibiúna fica distante aproximadamente 60 km da capital paulista e a região é conhecida como cinturão verde por ter grande produção de hortaliças e atender a demanda originada nos centros urbanos da grande São Paulo. 

      Iniciamos nossa visita buscando informações sobre as associações de pequenos produtores no Sindicato Rural de Ibiúna, localizado na região central do município. O Sindicato Rural trabalha em defesa de políticas públicas para o setor agrícola, incluindo também os interesses do setor patronal. Segundo seu assessor de imprensa, este sindicato é ligado diretamente ao Sindicato do Trabalhadores Rurais, que trabalha especificamente em defesa de questões trabalhistas.

      Em seguida, fomos ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, onde conseguimos informações sobre três diferentes associações de pequenos produtores rurais sediadas no município. De uma primeira, a Appoi – Associação dos Pequenos Produtores Orgânicos de Ibiúna, foi descartada a visita quando obtivemos a informação de que já a algum tempo foi transformada em uma empresa, a Appoi Comercial Ltda, que passou a comprar e revender os alimentos produzidos pelos pequenos produtores.

      Assim, visitamos primeiramente a Appri – Associação de Pequenos Produtores Rurais de Ibiúna, que realiza trabalho em conjunto com o MICC - Movimento de Integração Campo Cidade, na comercialização de cestas de alimentos distribuídas na zona leste paulistana.  Alguns produtores reunidos nesta associação não possuem a certificação de produtor orgânico, e efetivamente fazem o uso de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos, até mesmo pela dificuldade de comercialização de produtos orgânicos não certificados, devido muitas vezes ao custo elevado de certificação.

      A segunda associação visitada foi a Aprove, Associação de Produtores Rurais Orgânicos de Verava, que reúne cerca de 12 pequenos produtores rurais certificados de um bairro já distante do centro do município, o bairro de Verava. No momento da chegada, alguns produtores encaminhavam produtos a Appoi Comercial Ltda.

     Sobre o modelo de comercialização instituído.

     Em geral, a opção para a comercialização da produção de ambas as associações, com exceção da alternativa aberta pelo MICC, dá-se pelo já conhecido modelo, conseqüência de um pensamento econômico que se baseia na idéia de que no livre jogo do mercado é que se determinam e regulam as relações econômicas entre as pessoas, as regiões e os países, e onde a esmagadora maioria da produção agrícola é vendida para pequenos e médios atravessadores, que por sua vez revendem para grandes atacadistas.

     Observando o exemplo das alfaces, tem-se que a produção embalada com o logotipo Viver Carrefour ou TAEQ - Pão de Açúcar é vendida para a Appoi Comercial Ltda por r$0,60, e revendida  as marcas citadas acima por r$1,00, as quais repassam ao consumidor final por um preço que varia de r$2,00 a r$2,50, no caso de produtos orgânicos certificados. Dos r$0,60 pagos diretamente ao produtor, afora os custos fixos de produção, descontam-se o custo das embalagens e da certificação, valor que atinge r$1.200,00 ao ano, ou seja, r$100,00 ao mês, ou cerca de 2000 maços do produto ao ano, ficando o pequeno produtor efetivamente com cerca de r$0,40 por maço de folhas. Sendo assim, do valor pago ao produtor ao valor pago pelo consumidor final, tem-se um sobre-valor não inferior a 400%, pois, em realidade, quem determina o preço do alimento é quem o compra para revender, e não quem o produz.     

   Sobre as alternativas e a proposta de trabalho.

      A idéia de desenvolvimento da qual partilhamos deve não só considerar a geração, mas também a distribuição eqüitativa da riqueza gerada pelo trabalho dos diversos nós das redes de produção e distribuição, associadas à melhoria na qualidade de vida de todos e à busca da retomada do equilíbrio de nossa casa comum, a mãe-terra. Deve ser algo que contemple a comunidade, onde todos, através da ajuda e confiança mútua e pela posse e uso de certos meios essenciais de produção e distribuição, preservem a autonomia de produtores individuais, familiares ou associados, estimulando o desenvolvimento destas redes numa perspectiva de exercício da autogestão.

     Ao encontro destes pressupostos, a idéia de comércio justo e responsável traz consigo a aposta na possibilidade de um novo tipo de parceria comercial, baseada na proximidade, na transparência e no respeito entre produtores e consumidores. Em nosso caso, ela se realiza numa estratégia de empoderamento de, por um lado, pequenos produtores urbanos e rurais, agricultores familiares ou associados, que se encontram em desvantagem econômica e marginalizados pelo modelo de mercado globalizado predominante, e, por outro, de consumidores atentos e criteriosos que desejam alimentos de qualidade a preço justo, ao tempo em que buscam investir em formas alternativas aos atuais modelos de relações comerciais.

     Para garantir a comercialização justa é necessário pensar em um sistema de distribuição e infra-estrutura eficientes, que permita alcançar os consumidores diretamente, compartilhando tecnologias sociais em desenvolvimento, como as diferentes formas de associação para as compras conjuntas, como também os bens necessários à logística da associação econômica, e, assim sendo, cumprir com o objetivo de oferecer demanda aos produtores que pautam-se pelos princípios da produção ecológica e socialmente sustentável e oferta aos consumidores que buscam alternativas ao atual modelo econômico e de consumo.

     Em poucas palavras, aí esta o desafio que move nossos trabalhos, materializado no funcionamento de um armazém de distribuição de alimentos eco-solidários. 

     Aqui na capital paulista, algumas iniciativas já tomam forma.

     Em parceria com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas da Universidade de São Paulo, em agosto de 2007 formamos um coletivo que é uma cooperativa de consumidores, realizando compras conjuntas de folhas toda semana e de secos, como grãos, farinhas e condimentos, uma vez ao mês, chamado ComerAtivaMente.

     Como estratégia de ampliação do movimento, trabalhamos na idéia do armazém, entregando a partir do dia 22 de abril cestas de feiras que contém, folhas, frutos, frutas e raízes, também uma vez por semana, e uma cesta de secos uma vez ao mês, através do coletivo Sementes de Paz – Logística Integrada em Comércio Justo.

     E você, leitor, onde investe os recursos com os quais se alimenta?

     Se você compartilha de algumas preocupações que levantamos nesta apresentação e deseja saber mais sobre a iniciativa, entre em contato conosco, através dos correios,

um abraço a todos vocês, 

Ricardo Scaléa, é bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, e atualmente trabalha como agente de desenvolvimento local pelo Projeto Brasil Local, parceria entre a Senaes/MTE e a Universidade de Brasília, além de estar associado aos coletivos ComerAtivaMente Cooperativa de Consumo e Sementes de Paz – Logística Integrada em Comércio Justo.

Victor Dimitrov, cursa Ciências Biológicas na Fundação Santo André, e atualmente realiza trabalhos ambientais na região do corredor ecológico sul, além de estar associado ao coletivo em formação Cooperativa do Verde Cooperativa de Consumidores, sediado na Fundação Santo André. 



ComerAtivaMente

São Paulo - São Paulo - Brazil

Posts do blog