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Psicologia yóguica e os perfis psicológicos

12 de Junho de 2024, 10:49 , por Débora Nunes - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Resumo integrativo chacras

Resumo dos perfis pessoais a partir dos Chakras e das Gunas predominantes segundo a psicologia yóguica

 

Débora Nunes

A Psicologia yóguica é uma ciência em plena expansão, com cada vez maior número de interpretações que convergem e se diversificam. A metodologia do dr Vivekananda, traz dez aspectos a observar na evolução dos chakras segundo as gunas: 1) Nosso bem-estar físico; 2) Nossa vitalidade; 3) Nossa identidade; 4) Nossa percepção do mundo; 5) Nossas memórias; 6) Nossos Instintos 7) Nossos pensamentos; 8) Nossa intuição; 9) A qualidade de nossas emoções; 10) Nossos comportamentos. Assim, a cada estágio de desenvolvimento das gunas em cada um dos seis chakras mais “mundanos”  temos determinadas características pessoais. O Sahasara é um centro de energia de contato com a consciência cósmica e assim tem um dinâmica diferente de evolução, em uma dimensão muito mais espiritual do que psicológica.

A partir da observação dos dez aspectos citados acima e das três gunas evolutivas (Tamas, Rajas e Satwa), o método Rishi Vivekananda de psicologia yóguica traz oito padrões de desenvolvimento dos chakras (Tamásico, Tamásico-rajásico, Rajásico-tamásico, Rajásico, Rajásico-Sátivico,  Sátivico-Rajásico, Sátivico e Iluminado). No presente resumo da Psicologia Yóguica, trataremos apenas de três padrões básicos, correndo o risco de simplificações, porém tornando mais acessível a técnica para uma primeira abordagem. Como em todas as dinâmicas da sabedoria yóguica, não há avanço sem prática, assim convida-se a leitora e o leitor a aplicar em si estas características para descobrir seu perfil pessoal em cada chakra (Tamásico, Rajásico, Sátivico) e só depois tentar observar nos demais. Depois deste exercício, evidenciando que estamos sempre em evolução, com altos e baixos, é possível buscar no livro do Dr. Vivekananda, a abordagem mais detalhada dos oito padrões citados acima.

Identificar padrões é apenas o primeiro passo para a cura e a evolução e o yoga oferece técnicas meditativas, ássanas, pranayamas, mudras, bandhas e mantras para este processo, como citado no post anterior. É muito importante lembrar também que mesmo os estágios mais baixos de cada chakra podem ser estimulados à autocura. A plasticidade cerebral, reconhecida desde os anos 1960, mostra que a qualquer idade é possível evoluir, estimulando a neuroplasticidade para se criar percepções e memórias novas, assim como emoções e comportamento mais evoluídos. A observância dos mandamentos dos quatro tipos básicos do yoga (Raja, Karma, Bakti e Janana, a prática dos dos yamas e nyamas, relacionados aos comportamentos cotidianos e as práticas citadas acima, são parte do Yoga lifestyle, ou estilo de vida.

Complementarmente ao sugerido pela Psicologia yóguica do Dr Vivekananda, a técnica de criação da “Flor de mim”, desenvolvida como parte da metodologia da Escola de Sustentabilidade Integral -ESI, pode ser de grande ajuda para clarear as transições que a pessoa deseja fazer em sua vida. Trata-se de quatro mandalas diagnóstico desenhadas por cada pessoa, representando suas forças, fragilidades, ambições e necessidades, segundo suas quatro inteligências (emocional, mental, emocional e física). A “Flor de Mim” significa autoconhecimento e favorece o autogoverno e é baseada no “princípio SWAN”, de Swami Nijaranananda Saraswati, sendo Swan cisne em inglês, um animal que representa a evolução espiritual e cujas letras significam exatamente strenght (força), weakeness (fragilidade), ambitions (ambições) e needs (necessidades).  Outro passo complementar à promoção da harmonia e evolução dos chakras, é a meditação baseada em visualizações criativas que ajudam o processo de ativação de cada chakra.

 

A seguir, a descrição de cada Chakra e suas características evolutiva que podem sempre avançar.

 

O chakra  Mooladara

Palavras chaves: segurança pessoal, proteção

Tamásico: pessoas que vivem o Mooladara neste estágio têm o menor nível de segurança pessoal. Geralmente são pessoas que viveram traumas expressivos que lhes deixam em alerta e com medo, constantemente. Elas percebem o mundo como um lugar perigoso; seus pensamentos, constantemente hipervigilantes, esperam o pior; suas emoções expressam continuamente algum grau de medo e seu comportamento tende a buscar estar no controle de tudo para evitar situações que lhes parecem assustadoras. Em níveis mais evoluídos, como o Tamásico-rajásico ou Rajásico-tamásico, as características podem ser atenuadas e os traumas até serem inconscientes. Assim, tratamento psicoterapêutico para evidenciar os traumas e práticas yóguicas de relaxamento profundo como o Yoga Nidra são essenciais para a cura.

Rajásico: estas pessoas levam em conta sua segurança pessoal de maneira operativa. Percebem o mundo como um ambiente de oportunidades e buscam segurança financeira sem ambição excessiva e apego ao dinheiro (diferentemente da forma tamásica). A amplitude da percepção da segurança das pessoas com Mooladara rajásico incluem as relações, nutrindo os laços com a família e amigos, inclusive em seus empreendimentos, podendo ser bons provedores familiares e grupais, até mesmo de empregos. Outro aspecto do chakra Mooladara, a busca de segurança da espécie, faz com que o perfil rajásico possa relacionar-se com nutrir crianças, suas ou de outrem, de diferentes maneiras. Suas emoções sobre sua segurança pessoal são neutras e suas ações acerca de adquirir segurança monetária são honestas e focadas em si e nos seus.

Sátivico: a percepção do mundo das pessoas com Mooladara Sátivico é de que a prosperidade é a possibilidade de realizar sua missão no mundo e que ela está segura se está trilhando seu correto caminho (swadharma, em yoga). Embora aceitem sua condição de necessitadas de comida, abrigo e proteção física, e trabalhem por estas coisas, estas pessoas sentem-se sempre apoiados pela “graça divina”. Sua confiança se confirma em experiências recorrentes de “coincidências provedoras”: uma pessoa que ajuda na hora certa, um dinheiro que chega quando necessário, um problema que se resolve miraculosamente. Esta condição é difícil de ser percebida por quem não está neste estágio do Mooladara, assim é difícil explicar, mas para quem o experimenta, é uma evidência e gera natural generosidade com as demais pessoas.

Para além da psicologia yóguica do Dr Vivekananda, acrescento que a passagem de modos tamásicos aos rajásicos e até iluminados no Mooladara é favorecida pela conexão direta com a Mãe Terra. Contato com o elemento terra como a agricultura, a cerâmica, a colocação de argila no corpo (ingerida ou em emplastros) tendem a curar inseguranças e fazem crescer a confiança na providência divina e na abundância cósmica. A meditação cotidiana tem o mesmo efeito, particularmente se incluir a harmonização do chakra Mooladara por contração e relaxamento, visualizando uma luz vermelha de empoderamento e equilíbrio em seu papel. A recitação do mantra “Laaam” é recomendada por tradições yógicas ancestrais com a mesma intenção.

 

O chakra Swaddhisthana

Palavras chaves: alegria e sexualidade

Tamásico: pessoas com o Swadhisthana neste nível têm grande dificuldade de encontrar alegria no cotidiano e têm uma vida sexual muito pobre ou inexistente. Sua percepção do mundo é frequentemente negativa, assim como suas memórias mais recorrentes. Assim, sua visão de futuro tende a ser pessimista. Tudo isto tem a ver com uma baixa autoestima e tendências depressivas que podem levar inclusive a tentativas de suicídio. O Dr Vivekananda recomenda vivamente nestes casos as medicações antidepressivas ocidentais, reconhecendo que as técnicas yóguicas ajudam muito após superadas as situações agudas. Em níveis como o Tamásico-rajásico ou Rajásico-tamásico no Swadhisthana, mais evoluídos, observa-se atenuação destas características gerais, mas com tendência a diversos vícios, como busca desta alegria inalcançável. Técnicas de visualização criativa e relaxamento pelo Yoga Nidra são de grande ajuda, assim como ásanas de abertura vibracional.

Rajásico: esta característica no Swadhisthana predispõe as pessoas a verem o mundo de forma mais positiva e proativa e como uma oportunidade de prazeres. Elas buscam isto de muitas formas e tendem a ser bem-humoradas e a se darem momentos de alegria, pequenos ou grandes prazeres coridianos. No campo sexual, têm alta consideração pelo seu ou sua parceira.  A positividade do Rajas, no entanto, tem um problema: a percepção de que a fonte de apreciação da vida vem de fora de si mesmo, o que fragiliza a pessoa nos momentos em que as coisas não acontecem como esperam. A busca da interiorização oportunizada pelas diferentes formas de yoga tende a ser altamente positiva.

Sátivico: O Swadhisthana em estado Sátivico significa que a pessoa tem a alegria em si. Este estado interno de gratidão favorece naturalmente os acontecimentos externos, mas o estado Sátivico não busca a alegria externa pois ele já a encontra interiormente. Observa-se uma alta presença de carisma neste perfil pessoal, pois as pessoas gostam de estar na presença desta “bolha” de positividade e alegria, que vê o lado precioso da Vida todo o tempo, inclusive em quem a cerca. São pessoas inspiradoras, que ensinam os outros a viver melhor.

A plasticidade cerebral pode favorecer a passagem de modos tamásicos e rajásicos ao satívico e até iluminados no Swaddhisthana por rituais diários de gratidão. Ter um momento fixo do dia para lembrar de algo bom, belo e alegre que aconteceu, mesmo nos dias mais duros, ajuda o cérebro a sei conectar com a emoção da gratidão, que é essencialmente uma emoção alegre. No começo pode ser muito difícil, particularmente para pessoas com o Tamas muito desenvolvido, mas na medida que o ritual começa a fazer parte da vida, a dificuldade diminui, pois circuitos cerebrais novos com este conteúdo se desenvolvem.  O Swaddhisthana pode ser harmonizado na meditação diária visualizando uma alegre luz alaranjada na região do baixo ventre, fazendo contração e descontração dos músculos desta região e recitando-se o mantra Vaam.

 

O chakra Manipura

Palavras chaves: autoestima, capacidade de agir

Tamásico: A apatia é uma característica das pessoas com este perfil de Manipura. Tendem a ser inertes em face à vida, com nenhuma capacidade de realizar projetos. Isto se relaciona com a outra característica de Tamas neste chakra: a baixa auto-estima. O sentimento de contínua fadiga e a letargia são predominantes, levando a tendências depressivas. O yoga em geral tem excelente efeito nesta condição, porém é difícil a pessoa decidir por curar-se e engajar-se em práticas físicas exatamente pela inércia que lhes é predominante.

Rajásico: São pessoas ativas e corajosas, cuja vitalidade do Manipura flui e lhes permite agir em face ao que a vida requer. O lado obscuro do Rajas, entretanto pode levar-lhes a agir pelo ego e ambição, tendo seu próprio interesse omo o centro de suas ações. A competitividade pode ser também outra característica de seu comportamento, e o esporte de alto nível e outras atividades baseadas em “um ganha, outro perde”, como as atividades advocatícias, podem ser espaços privilegiados para pessoas com Manipura rajásico. O egocentrismo e a competitividade são características que não contribuem para bons relacionamentos humanos, assim este é um desafio para este perfil psicológico.

Satívico: pessoas com este perfil tendem a usar sua capacidade de ação em benefício de outras pessoas e do mundo de forma desinteressada. Sentem-se capazes de realizar aquilo a que se propõem, mas aceitam as dificuldades como parte do aprendizado necessário à evolução, pessoal e do Todo.   Observam com um sorriso a cadeia de coincidências que faz com que as coisas aconteçam por seu intermédio. Frequentemente se sentem como um instrumento de uma força maior que dirige suas ações, que lhes auxilia a bem cumpri-las.  Observam com um sorriso a cadeia de coincidências que faz com que as coisas aconteçam por seu intermédio.

A passagem de modos tamásicos aos satívicos no Manipura precisa de muita prática. Dar um passo de cada vez para que um projeto seja cumprido, não colocar objetivos muito altos para não voltar à inércia inicial. A visualização das coisas desejadas como se já tivessem sido realizadas é um motor vibratório para vencer o Tamas e ir adquirindo Rajas para chegar a Satwa. Para não passar pelo egocentrismo e competitividade de Rajas, é importante que o projeto pessoal (que deve incluir a evolução na vida cotidiana da própria pessoa) tenha também um aspecto de benefício ao mundo. No começo, para quem tem tamas em alto grau, realizar um projeto não é fácil, e um projeto desinteressado também, para quem tem rajas muito desenvolvido. As práticas do yoga e da meditação vão harmonizando o chakra, sobretudo se o Manipura é visualizado em sua potente luz amarela na região do umbigo na meditação diária, como um sol que ilumina o mundo e não apenas a si mesmo. O movimento de contração e descontração dos músculos da região do umbigo e a recitação do mantra Raam, ajudam também na busca da ativação deste chakra.

 

O chakra Anahata

Palavras chaves: amor e compaixão

Tamásico: a preocupação com outras pessoas neste nível do Anahata submerge na apatia. Assim, o isolamento emocional é uma característica que leva à não empatia pelos outros. A personalidade dos sociopatas é o típico exemplo do Anahata tamásico, quando não há envolvimento emocional positivo. Elevar a atividade do Anahata pela prática do yoga é assim uma necessidade imperativa em locais que concentram pessoas com esta característica, como nas alas das prisões para criminosos perigosos.

Rajásico: são pessoas capazes de amar e serem amadas e o amor é parte importante de suas vidas.  Este e o tema de todos os filmes e canções românticas. Neste ambiente preconiza-se que viver o amor é sempre um acontecimento para fora, em direção a alguém específico. É uma concepção de amor condicional, em que as pessoas acreditam que o amor é uma emoção que pode estar associada ao ciúme, à dependência emocional, ao ressentimento pelas desigualdades momentâneas no dar e receber, por exemplo. Na ausência de uma relação amorosa tipo casal, a pessoa se sente vazia, desamada, pois o amor incondicional, perene e aberto a tudo e todos não é sequer compreendido.

Satívico: as pessoas com Anahata neste patamar não precisam apenas de dar e receber compaixão e amor. Elas são compaixão e amor em essência e as pessoas ao seu redor sentem isto.  Quando elas entram em uma comunidade as animosidades se dissolvem e assim elas sempre parecem estar rodeadas de pessoas amorosas. O poder do amor de um Anahata satívico é tão forte que cada ser que se aproxima dele se modifica um pouco, ficando mais compassivo e amoroso.

 

A observação cotidiana do bater do próprio coração é uma prática com múltiplas consequências benéficas e uma delas é a atenção ao Anahata chakra. As sabedorias ancestrais dizem que fazemos crescer tudo aquilo a que prestamos atenção. Assim, o desenvolvimento do Anahata segue paralelo a um melhor conhecimento de como está funcionando nosso corpo, como fazem os médicos ao auscultar seu ritmo. O Anahata pode ser harmonizado na meditação diária visualizando uma alegre luz verde azulada na região do coração e recitando-se suavemente seu mantra Yaam.

 

O chakra Vishuddi

Palavras chaves: comunicação, expressão da missão de vida

Tamásico: a característica do Vishuddi tamásico é a reclusão. O isolamento de outras pessoas pela não comunicação, pode chegar ao extremo da paranoia, do contínuo sentimento de ser perseguido. Se em casos menos graves é possível elevar a atividade do Vishuddi com diferentes práticas do yoga, a paranoia exige intervenção medicamentosa.

Rajásico:  a comunicação neste estado do Vishuddi flui facilmente e são pessoas que gostam de falar e ouvir. Os relacionamentos fluem também neste patamar, em conversações sadias, porém, quando rajas é muito presente, a pessoa pode se tornar aquela que domina todas as conversações. Os aspectos sombrios de rajas, a ambição pessoal e o oportunismo, pode significar que as e os parceiros para estas conversações são escolhidos em função de interesses prévios.

Satívico: neste nível a comunicação flui em outro estado e o fluxo de palavras passa através da pessoa e não simplesmente saindo de seu cérebro através da boca.  Percebe-se intuição e a sabedoria na interação com pessoas inspiradoras que têm um Vishuddi satívico. Quando falam em público este sente que a Verdade está presente, que há coerência interna na pessoa que fala. É como comunicar-se com alguém que possui uma conexão maior.

 Desenvolver o Vishuddi em direção à harmonia satívica e a iluminação exige muito silêncio, mesmo este sendo o chakra da comunicação. É no silêncio que satwa se manifesta e que a comunicação se torna o que precisa ser. É na fala que vem da alma que a comunicação realmente se estabelece e conectar-se com a alma exige vazio de pensamentos. Práticas meditativas e exercícios que atingem o Vishuddi trabalham nesta direção, como engolir saliva de modo bem concentrado em sua passagem pela região do chakra, a visualizando de uma potente luz neon nesta região e na recitação do mantra Haam.

 

O chakra  Ajna

Palavras chaves: intelecto, intuição

Tamásico: As pessoas neste estado têm dificuldade para pensar com clareza. A inércia de Tamas impede a fluidez do raciocínio lógico e, menos ainda à sabedoria intuitiva. Em situações muito extremas isto pode ser diagnosticado com um retardo mental, mas outras inteligências seguem funcionando, como a do corpo, da alma e do coração. Porém, os ajnas tamásicos podem tornar-se adictos das pulsões negativas dos outros chakras (drogas, sexo, poder), por terem dificuldade de se auto restringirem pelo pensamento lógico.

Rajásico: A atividade intelectual destas pessoas está em grande forma e sua clareza e senso lógico são presentes em todas as atividades, porém poucas vezes elas conseguem realizar o que pensam. Como tudo em rajas, há uma tendência de funcionamento no nível do ego, portanto, é uma clareza mental que tende a ser usada para favorecer a si mesmo e a seus próximos. As pessoas em geral, para as quais são escritos os textos e produzidos os vídeos, filmes, músicas e outras dimensões da cultura intelectual, têm o Ajna rajásico. A sociedade ocidental, que valoriza muito o pensamento, estimula o rajas neste chakra, que é muito encontrado nos cientistas e empreendedores.

Satívico: Aqui se expressam com mais clareza os poderes mentais mais elevados. O intelecto se aproxima da sabedoria, como algo que canaliza saberes disponíveis na inteligência universal através da intuição. Aí podem se manifestar poderes psíquicos como a premonição, a telepatia, a clarividência, a capacidade de curar. Todas estas capacidades, como é típico da presença de satwa, são frequentemente usadas pelo bem dos outros e do planeta, muito mais do que para o benefício pessoal.

Para a evolução do Ajna em direção satívica, o lugar em que a pessoa evolui é muito importante. Buscar cercar-se de pessoas e ambientes que tenham as habilidades do chakra, a capacidade intelectual e intuitiva, é de grande ajuda (grupos de estudo e de meditação, pessoas com conversas instrutivas e inspiradoras, bons livros, filmes etc.). Quem tem muito tamas beneficia-se do estudo, das conversas inteligentes, mesmo como mero expectador. Quem deseja desenvolver sua intuição deve frequentar ambientes mais espiritualizados, onde esta é uma prática comum. É importante observar que estes ambientes, quando menos dogmáticos, entendem que cada pessoa tem a divindade em si e, portanto, pode desenvolvê-la. Assim, a presença de um mestre, sempre bem-vinda, será sempre a de quem facilita o caminho e nunca de quem dirige a vida do outro, como fazem os guias manipuladores.

Para concluir esta etapa inicial de aproximação da psicologia yóguica, é interessante conhecer o resumo citado pelo Dr Vivekananda, baseado em seus estudos do yoga e prática profissional e na classificação do psicólogo americano Abraham Maslow. Assim, o comportamento de uma pessoa harmonizada se situaria no nível do Vijnamaya Kosha (o corpo da sabedoria, que envolve o Annamaya kosha, referente ao corpo físico; o Pranamaya kosha, ao corpo energético; o Manomaya kosha, ao corpo mental). Esta classificação exclui o que o Yoga busca em última instância: o desenvolvimento do Anandamaya kosha, ou camada da plenitude ou da iluminação. Mas isto é outra história...

Pessoas já evoluídas seriam então aquelas objetivas, que percebem a realidade de modo claro, mas que toleram a incerteza; acolhedoras, que acolhem a si mesmo e aos demais como são; honestas, simples e bem-humoradas que constroem um cotidiano sóbrio e alegre; que não são autocentrados e trabalham para os outros em coisas que fazem sentido para si; são independentes e valorizam sua privacidade e autonomia; têm bons relacionamentos, profundos e satisfatórios, com um pequeno número de pessoas compatíveis consigo; comprometem-se com o bem estar de todos os seres, sendo empáticas e afetuosas; são inconformistas e resistem à aculturação de um modo de vida que não faz sentido para elas; são criativas e originais em seu pensamento e democráticas, pois valorizam os direitos das outras pessoas. Finalizando, poderíamos perguntar: estas características fazem sentido para você? Quais fazem sentido? Construa seu plano para chegar lá aonde a Vida é plena, pois você está em harmonia consigo mesma (o), como as outras pessoas e a Natureza.


Tags deste artigo: chakras meditação Auto transformação

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