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Ensinamentos do AAA e nossos próximos passos na luta pela vida, justiça e solidariedade

September 22, 2016 9:27 , by Daniel Tygel - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Lembremos como funcionam os 12 passos do AA (Alcoólicos anônimos). O sentimento que tenho, depois de ter vindo de Brasília há 2 semanas, é que precisamos ACEITAR QUE PERDEMOS UM CONJUNTO GIGANTE D BATALHAS NO DIA 17 DE ABRIL. No AAA, aceitar que se é impotente com relação ao alcoolismo é o primeiro passo para dar a volta por cima.

Concordo que já não é mais hora de achar absurdo o Guido Mantega ser preso no meio de um drama familiar dos mais trágicos, apenas com o objetivo de esculhambar totalmente com qualquer possibilidade de reerguida do PT, e com alvo seguro e direto nas eleições municipais e no fim do Lula e do PT.

Temos que ACEITAR A DERROTA. Vivemos num país conservador, e apenas a genialidade do Lula somada às inciiativas inovadoras em prefeituras e mandatos legislativos do PT e aliadas ao boom das commodities garantiu que a nojeira do sistema político ficasse oculta sobre o frágil (e bonito) verniz de civilização progressista que o PT protagonizou, ficando na linha de frente, com nomes de respaldo, políticas inclusivas, aumento real do salário mínimo, resgate da soberania e autoestima do Estado e do povo brasileiro.

O golpe aconteceu e foi bem sucedido no dia 17 de abril. Repito, e peço que entendam: NOSSO PAÍS, 7ª ECONOMIA MUNDIAL, SOFREU UM GOLPE DE ESTADO NO DIA 17 DE ABRIL, com forte apoio de inteligência e recursos financeiros dos Estados-membros da OTAN, em especial os Estados Unidos. Uma nova governabilidade ESTÁ EM CONSTRUÇÃO. Um novo "verniz de civilidade" está se construindo e vai se consolidar quando Temer for deposto em abril de 2017 e Serra assumir como primeiro ministro. Aí o golpe será "limpinho e cheiroso", e a monstruosidade ficará debaixo da cara bonitinha de um PSDB estilo doria-alckmin-FHC que se dizem "capitalistas modernos" e nada mais serão que lambe-botas subservientes à OTAN e ao capital financeiro internacional (representado aqui pela mídia PIG ou PUM), num novo realinhamento que fragilizará o Mercosul, a Unasul e os BRICS, e fortalecerá a Aliança do Pacífico, a nova ALCA, com todas as privatizações e "contribuições do setor empresarial" para serviços básicos como educação, saúde e saneamento básico e commoditização da natureza (créditos de carbono).

E este novo verniz, para que possa se consolidar, terá dois anos para conseguir uma das duas coisas:

Opção A: implantar o parlamentarismo a fórceps, e aí acabaram-se as eleições diretas no país e sem reforma política ficamos nas mãos de um congresso totalmente psicopata, ou seja, sem nenhum lastro na realidade da população brasileira e no voto, já que a maioria dos deputados NÃO FOI ELEITO;

Opção B: inviabilizar o Lula e as forças de esquerda, e lançar uma candidatura limpinha e cheirosa para 2018 que será composta por Marina Silva e Serra, que serão a nova carinha de verniz civilizatória sobre a nojeira da classe política, mas desta vez subordinados ao setor financeiro internacional.

Ou seja, as duas possibilidades são de derrocada do Brasil e das forças progressistas.

Jogar tudo nas costas do PT é muuuuita ingenuidade e desconhecimento do que é chegar ao governo num país com sistema eleitoral falido e que é essencialmente machista, escravagista, protofascista, homofóbico e coronelista. Chegar ao governo significa ter que negociar pesado com gente que não tem nenhuma moral, nenhuma visão ética de política. Chegar ao governo é totalmente diferente de chegar ao poder.

Ao aceitarmos a derrota acachapante que tomamos, enquanto forças progressistas, no dia 17 de abril, poderemos abrir os olhos e repensar nossas estratégias daqui para diante.

Óbvio que o ideal é uma greve geral, e acho que devemos insistir nisso, junto com o mote "Diretas Já".

Mas para além disso, precisamos reconstruir nossa base de influência no campo simbólico da sociedade (não só brasileira!), dos sonhos e utopias, para tentar rearticular uma nova ética e uma nova futura força efetivamente civilizatória (e portanto de esquerda, pois defender ideais progressistas de esquerda é defender o avanço de nossa civlização e da sociedade brasileiras contra as forças das trevas do egoísmo, racismo de toda espécie e fim dos sonhos e utopias humanistas).

Aqui em Caldas estamos tentando através do Recantico (em especial as atividades culturais e neste fim de semana os encontros de "prosas e vivências"), da Oportunidade, e da possível criação do Raiz Cidadanista na cidade. Em Poços vejo as ações do Coletivo Corrente, da Educafro, do Quem Luta Educa, do Chico Rei, dos coletivos feministas e LGBT, do Levante Popular.

Tem moçada de 16 a 24 anos que tá "com sangue nos olhos". E daí sinto que pode surgir nova ética, nova pulsão de resistência ao conservadorismo (diferente da nossa!), talvez inicialmente a partir da pauta da liberdade do afeto, que está pulsando forte nesta molecada (relações fluidas, de diversos matizes LGBT e de poliamor). Talvez precisemos construir um novo "1968", em que a luta pela liberdade de ser quem é, e viver da maneira que se quiser, possa dar margens a um novo campo de articulação das esquerdas em uma nova lógica que ultrapasse nossos lemas, que são baseados no mundo moderno (justiça social, participação popular, educação popular, etc) que infelizmente não tocam mais as novas gerações, não dão liga, não são virais como foram nas décadas de 70 a 90. Que venham novos lemas desta molecada, e que possamos ajudar a dar lastro de análise política de conjuntura e outros ferramentais a partir de nossas experiências para que tenham mais efetividade!

Temos que reconhecer a derrota, para sermos capazes de tomar o poder.

Enquanto houver seres humanos, haverá pulsão de vida e de morte. Enquanto houver pulsão de vida, haverá resistência. Enquanto houver resistência, haverá esperanças na humanidade.

Nossas vidas devem ser luta. Integral, plena, aguerrida, firme.

Não nos desaninemos, gente!

À LUTA!

 

#ForaTemer (temer, o pequeno)

#RumoÀGreveGeral

#EleiçõesDiretasJá

#ConstituinteDeReformaPolíticaJá

#FimDaPolíciaMilitar

#DemocratizaçãoDaMídia

 

e, por fim, minha "religião":

#VidaQuerViver

 

daniel tygel, 22 de setembro de 2016


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