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O que vi e senti ontem na Presidente Vargas: o campo popular precisa se unir!

20 de Junho de 2013, 21:00 , por Fernanda Nagem - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Depois do que vi e ouvi ontem (20.06) na passeata do Rio ou o campo popular se une em uma verdadeira aliança e com estratégias claras de atuação ou poderemos ser engolidos, mesmo que aos poucos, por uma onda conversadora e sectária. Vi e senti na pele muitas coisas, desde repressão e agressão policial, sempre esperada, ao que descreverei abaixo e que na verdade tem me tirado o sono.

Vi uma Presidente Vargas tomada por pessoas e grupos com seus cartazes e gritos, mas sobretudo dividida. Uma divisão que, num primeiro olhar, poderia ser interpretada como totalmente saudável e própria do estado democrático. Porém, deixando de lado as primeiras impressões, colocava-se bem `a minha frente uma perigosa fórmula: mobilização sem uma causa, aparentemente, clara e oportunismo dos que a possuem de modo bem nítido.

De um lado, pessoas com seus cartazes e dizeres de ordem, cobrando direitos das mais distintas naturezas. Legítimo, mas insuficiente para mudarmos o status quo. As palavras de ordem dessa natureza quase que não existiram diante do mar de reivindicações por melhores condições de vida dentro de um sistema que, por natureza, é incapaz de proporcionar a todos e todas essa condição.

De outro, vi pessoas também com seus cartazes e dizeres de ordem, mas nitidamente com inclinações fascistas, reforçando preconceitos e propagando a intolerância a toda e qualquer forma de organização coletiva. Vi os perigosos nacionalistas e patriotas, aos gritos e com olhares de ódio, cuspindo palavras de ordem, insultando, sobretudo, partidos políticos, movimentos sociais e sindicais.

A rua ficou dividida e tensa até o encontro e mistura de todos e todas em uma só marcha e, dai em diante, o que vi foi um cenário que me fez chorar pelas agressões físicas e psicológicas de um grande grupo de pessoas com os rostos tampados e de pedras e paus nas mãos. Assisti a tudo isso perplexa, ao ver muitos, mas muitos dos que ali para simplesmente exercer o simples e profundo direito de ir e vir e de expressar o que pensa serem agredidos por estarem envolvidos em causas claras, seja em partidos ou em movimentos sociais. Foram forcados a baixar e esconder todas as suas bandeiras, que mais do que bandeiras significam lutas distintas, e também muitas vezes contraditórias, por uma sociedade melhor. E ao vê-las sendo escondidas por aqueles que as erguiam de forma assustada senti a sensação amarga da repressão.

O momento carece de muita reflexão, pois não podemos perder o bonde da história. Já o perdemos em alguns momentos de nosso passado recente e sabemos, ou parte sabe e outra simplesmente sente na pele, o que pode significar a extinção dos direitos de ir e vir e de expressão politica. Sim, estou falando do período militar, de um longo e cinzento momento de nosso passado. As ruas precisam ser ocupadas, precisam ser ressiginificadas como espaço publico de debates e de pressão sobre questões do bem comum, da comunidade, da cidade! Não podem servir para legitimar a intolerância, o racismo, a homofobia, o machismo, o sectarismo!

Por isso, o campo popular precisa se unir, organizar suas pautas e ocupar com consciência as ruas. Os debates precisam acontecer, as pessoas, mais e mais, estão interessadas em entender o que tem afetado suas vidas. Os gritos de ontem, de parte significativa desta mesma marcha, por saúde, educação, críticas `a copa, `a rede globo, e aos atuais governantes do estado do Rio de Janeiro, demonstram, minimamente, que as pessoas estão interessadas. Agora, para que lado esse debate será direcionado vai depender da capacidade de mobilização e conscientização dos grupos políticos organizados, e ai incluir tanto os ditos de esquerda com os direita. Na história, tudo sempre está em aberto, mas me parece que neste momento muito mais!

 


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